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Processo do Trabalho Material de Apoio atualizado após reforma

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PROCESSO DO TRABALHO 
PLANO DE ENSINO
Conceito
Fontes
Princípios
Organização da Justiça do Trabalho
Competência
- material
- da pessoa
- da função
- do lugar
 - foro de eleição
- competência absoluta e relativa
Ação trabalhista
- classificação
- condições da ação
- atos processuais
- prazos processuais
Nulidades processuais
- classificação
- princípios aplicáveis
- nulidades no processo do trabalho
Partes
- capacidade de ser parte
- capacidade processual
- ius postulandi
Processo
- pressupostos processuais de existência
- pressupostos processuais de validade
Procedimento
- ordinário
- sumário
- sumaríssimo
Petição inicial
- requisitos
Resposta do réu
- defesa indireta do processo
- exceções
- impedimento e suspeição
- defesa indireta de mérito
- defesa de mérito
- contestação
- reconvenção
- revelia
Meios de provas
PROCESSO DO TRABALHO
1. CONCEITO
- Segundo Sergio Pinto Martins, Direito Processual do Trabalho é “um conjunto de normas, princípios, regras e instituições destinado a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos dissídios, individuais e coletivos, entre trabalhadores e empregadores”.
- De acordo com Carlos Henrique Bezerra Leite: “Ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de normas, princípios, regras e instituições próprias, que tem por objeto promover a pacificação justa dos conflitos individuais, coletivos e difusos decorrentes direta ou indiretamente das relações de emprego e de trabalho, bem como regular o funcionamento dos órgãos que compõem a Justiça do Trabalho.”
- Conforme Mauro Schiavi “conceitua-se como o conjunto de princípios, normas e instituições que regem a atividade da Justiça do Trabalho, com o objetivo de dar efetividade à legislação trabalhista e social, assegurar o acesso do trabalhador à Justiça e dirimir, com justiça, o conflito trabalhista”.
- Trata-se de um instituto autônomo, contudo, em nosso país não existe um Código de Processo do Trabalho, sendo que as normas que o regulamentam se encontram na própria CLT, a partir do artigo 643, e no CPC, aplicado de forma subsidiária, conforme autorizado pela própria CLT em seu art. 769.
“Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.”
- As normas de direito processual do trabalho são de caráter público, ou seja, normas cogentes, cuja aplicação independente da vontade dos destinatários. Assim, as partes não poderão acordar de forma diferente daquela prevista em lei, sob pena de nulidade.
2. FONTES
- As Fontes do Direito Processual do Trabalho podem ser conceituadas como tudo aquilo que fundamenta e dá origem ao próprio direito processual do trabalho. Ou seja, são as responsáveis diretas pela criação, elaboração e fundamentação de toda ciência jurídica processual trabalhista, produzindo e justificando a edição de leis e normas de natureza processual que atualmente regulamentam a grande maioria dos processos e procedimentos existentes no ordenamento jurídico trabalhista.
Podem ser consideradas fontes do Direito Processual do Trabalho, portanto: Constituição; leis (materiais e processuais); sentenças normativas; convenções coletivas de trabalho e acordos coletivos de trabalho; regimentos internos dos tribunais regionais e do TST.
Embora não haja uma uniformidade na doutrina, a maioria dos juristas prefere agrupá-las em dois grandes grupos distintos: as fontes materiais e as fontes formais.
- Fontes materiais: são os acontecimentos responsáveis pelo nascimento da regra jurídica, ou seja, é o fato social, econômico ou político que inspira o legislador.
- Fontes formais: são as leis propriamente ditas. Elas ainda se dividem em:
a) Heterônomas, quando são impostas por um agente externo, como a Constituição Federal, sentenças normativas, leis e decretos;
b) Autônomas, quando elaboradas por quem tenha interesse, como, por exemplo, ACT, CCT e contrato de trabalho;
3. PRINCÍPIOS
- Embora o Direito Processual comum seja fonte subsidiária do Direito Processual do Trabalho, conforme norma esculpida no art. 769 da CLT, o Direito Processual do Trabalho é um ramo específico do Direito, e, portanto, possui seus próprios princípios.
- Conceitos: Sérgio Pinto Martins define princípios como “as proposições básicas que fundamentam as ciências, informando-as e orientando-as. São as proposições que se colocam na base da ciência, informando-a e orientando-a. Para o Direito, o princípio é o seu fundamento, a base que irá informar e inspira as normas jurídicas”. 
- Na mesma linha de pensamento, Maurício Godinho Delgado, define princípio como “proposições fundamentais que informam a compreensão do fenômeno jurídico. São diretrizes centrais que se inferem de um sistema jurídico e que, após inferidas, a ele se reportam, informando-o”.
- Funções: de acordo com a melhor doutrina, os princípios possuem três funções dentro do ordenamento jurídico: informativa, interpretativa e normativa.
Na função informativa os princípios atuam na fase pré-legislativa, orientando os legisladores na formação da lei de modo a evitar que se criem normas (em sentido restrito) que colidam com os princípios constituídos.
Na função interpretativa, diferente da função anterior, é voltada ao operador do direito. Nesta função “os princípios se prestam à compreensão dos significados e sentidos das normas que compõe o ordenamento jurídico”, conforme ensinamento de Carlos Henrique Bezerra Leite.
A função normativa, como na função interpretativa, também é voltada ao operador do direito que aplica os princípios do direito aos casos concretos que lhe são apresentados. Exemplo disso é a aplicação do princípio da norma mais favorável quando houver duas normas confrontantes a serem aplicadas no mesmo caso.
3.1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO EM ESPÉCIE
3.1.1. PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA
O princípio da igualdade ou isonomia está esculpido no art. 5º, caput, da CF, e também no art. 139 do NCPC. Já dizia Aristóteles que a verdadeira igualdade consiste em tratar os iguais na medida das suas igualdades e os desiguais na medida das suas desigualdades. No campo processual, demandante e demandado possuem os mesmos direitos e obrigações processuais, ou seja, as partes devem ter as mesmas oportunidades, cabendo ao Juiz zelar para isso seja observado. Do outro lado, cumpre o Juiz, como diretor do processo, assegurar que o litigante mais forte não entorpeça o litigante mais fraco no processo.
No processo trabalhista, existem certas exceções à aplicabilidade do princípio da isonomia, como, por exemplo, o prazo concedido à Fazenda Pública e ao Ministério Público para contestar e para recorrer (artigos 180 e 183 do NCPC), em razão da supremacia do interesse público que norteia a atuação de tais entes no processo.
Deve-se observar, por fim, que o princípio da igualdade, na esfera processual do trabalho é aplicável tanto nos dissídios individuais quanto nos dissídios coletivos.
3.1.2. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
O princípio do contraditório encontra-se estabelecido no art. 5º, LV, da CF, onde diz: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
Como visto anteriormente, as partes no processo do trabalho devem ser tratadas de maneira igualitária, pois ambas possuem direitos e obrigações iguais.
Assim sendo, podemos dizer que o princípio do contraditório é bilateral, ou seja, aplica-se tanto ao autor (reclamante) como ao réu (reclamado).
As partes devem ter a oportunidade de se manifestar sobre todas as provas produzidas nos autos, bem como das manifestações da parte adversa.
3.1.3. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
O princípio da ampla defesa, também esculpido no art. 5º, LV, da CF, como visto acima, é um desdobramento do princípio do contraditório.
Assimcomo o princípio do contraditório, ele é bilateral, garantindo-se às partes a possibilidade de defesa ampla, seja por meio de petição inicial, contestação, recurso ou produção de provas.
3.1.4. PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ
Dentro do processo, o juiz, como autoridade prolatora da sentença, não poderá agir de forma tendenciosa, mas deverá cumprir seu mister de modo imparcial.
Para preservar o princípio da imparcialidade, a Constituição Federal, em seu art. 95, I a III, estabelece aos magistrados as garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio.
3.1.5. PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES
O art. 93, IX da CF dispõe: “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.”
Com este princípio busca-se evitar decisões arbitrárias. Assim, não basta ao julgador prolatar a sentença, mas tem o mesmo obrigatoriedade, sob pena de nulidade, de dizer quais os fundamentos que o levaram a tal decisão.
3.1.6. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
O princípio do devido processo legal encontra amparo no art. 5º, LIV da CF: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.”
O princípio tem a sua vertente formal, que é a obrigatoriedade de observâncias das normas processuais previstas em lei, bem como a material/substancial, que é a garantia de um processo justo. Ele advém do princípio da segurança jurídica e dele decorrem diversos outros princípios.
Em outras palavras podemos dizer que ninguém será privado de sua liberdade e bens a não ser pela tutela jurisdicional do Estado que deverá se utilizar de normas previamente elaboradas para proferir a decisão mais adequada ao caso concreto.
3.1.7. PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
O princípio do duplo grau de jurisdição, expresso no art. 5º, inciso LV, da CF, assenta-se na possibilidade de controle dos atos jurisdicionais dos órgãos inferiores pelos órgãos superiores e também na possibilidade da parte de recorrer a uma instância superior quando a decisão atacada lhe for desfavorável. São recorríveis todos os atos decisórios do juiz que prejudiquem a parte. No processo civil pode-se recorrer das decisões interlocutórias e das sentenças. No processo do trabalho, apenas das sentenças, uma vez que não existe recurso de decisão interlocutória.
Não se pode esquecer que no processo do trabalho é exigido da parte ré o pagamento do depósito recursal, como sendo uma garantia do juízo, para que esta possa levar a lide a ser apreciada pelos tribunais.
3.1.8. PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DE JURISDIÇÃO (ACESSO A JUSTIÇA)
O princípio em tela encontra-se estabelecido no art. 5º, XXXV, da CF, onde se lê: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.”
A Constituição Federal veda qualquer ato que limite o acesso ao Judiciário.
No âmbito trabalhista o acesso ao Poder Judiciário poderá dar-se de três modos: individual (dissídios individuais), coletivo (dissídios coletivos) e pela atuação do Ministério Publico do Trabalho (ação civil pública). Além disso, no processo do trabalho ainda é possível o exercício do “jus postulandi”.
3.1.9. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Expresso no art. 93, IX, da CF. É uma garantia da cidadania de saber, com transparência, como são os julgamentos realizados pelo Poder Judiciário. Não é um princípio absoluto, pois quando a causa estiver discutindo questões que envolvem a intimidade das partes o juiz poderá restringir a publicidade dos atos.
3.2. PRINCIPIOS COMUNS AO PROCESSO CIVIL E AO PROCESSO DO TRABALHO
3.2.1. PRINCÍPIO DO DISPOSITIVO OU DA DEMANDA
Este Princípio tem base legal no art. 2º do NCPC. Na esfera cível o processo somente tem seu início com a provocação da parte interessada. Na esfera trabalhista, via de regra, a parte interessada poderá ajuizar a ação de modo verbal (que será reduzida a termo) ou escrita, conforme previsão dos arts. 786 e 787 da CLT.
3.2.2 PRINCÍPIO INQUISITIVO OU DO IMPULSO OFICIAL
Este princípio também está consagrado no art. 2º do NCPC.
Uma das alterações trazidas pela reforma é a nova redação do art. 878 da CLT, que estabelece que a execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.
3.2.3. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE
O princípio em tela está esculpido nos art. 188 do NCPC e se assenta no fundamento de não ser o processo um fim em si mesmo, sendo um instrumento a serviço do direito e da justiça. Desse modo, deve o juiz conduzir o processo de maneira que ele seja efetivamente um instrumento de pacificação social, dando a cada um o que é seu por direito. 
Destaque também para o art. 277 do NCPC, que consagra ao que a doutrina chama de aproveitamento dos atos processuais que atingiram a finalidade, assim, quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Exemplo deste princípio ocorre quando o reclamado, sem ser notificado para comparecer à audiência designada, comparece espontaneamente, aperfeiçoando, assim, a citação.
3.2.4. PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA
Este princípio está esculpido no art. 341 do NCPC. Deve o réu impugnar especificadamente cada ponto da petição inicial, sob pena, de se presumir verdadeiros os fatos não contestados. A impugnação é necessária para fixação dos pontos controvertidos e que dependem de produção de provas.
3.2.5. PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE DA LIDE
Este princípio está inserido no art. 329 do NCPC. Uma vez proposta a ação, o autor poderá modificar o pedido antes da citação do réu; com a citação realizada, somente com a anuência do réu. 
3.2.6. PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO
Para Carlos Henrique Bezerra Leite, preclusão “é ‘o andar para frente’, sem retornos a etapas ou momentos processuais já ultrapassados”.
Humberto Theodoro Júnior ensina que “a preclusão consiste na perda da faculdade de praticar um ato processual, quer porque já foi exercitada a faculdade processual, no momento adequado, quer porque a parte deixou escoar a fase processual própria, sem fazer uso de seu direito”.
No sistema processual trabalhista este princípio está explicitamente inserido no art. 879, §2º, da CLT, que assim prevê: “Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz deverá abrir às partes comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão”.
A melhor doutrina aponta a existência de, pelo menos, 3 (três) tipos de preclusão:
a) preclusão consumativa – decorre do próprio ato processual, em que a parte não pode praticar o mesmo ato processual duas vezes. Exemplo: a parte que contesta uma ação não poderá contestá-la novamente.
b) preclusão temporal – quando não se pratica o ato processual dentro do prazo previsto. Exemplo: a parte não interpõe o recurso ordinário dentro do prazo de 8 (oito) dias.
c) preclusão lógica – quando a prática de um ato processual é incompatível com um ato processual anterior Exemplo: É vedado à parte interessada suscitar conflitos de jurisdição quando já houver oposto na causa exceção de incompetência.
3.2.7. PRINCÍPIO DA ORALIDADE
O princípio da oralidade não é um princípio de processo, mas de procedimento processual. No processo do trabalho o princípio da oralidade tem ampla utilização: a reclamação poderá ser verbal (reduzida a termo posteriormente) – art. 840, caput, da CLT; a defesa pode ser verbal – o réu dispõe de 20 (vinte) minutos – art. 847 da CLT; o juiz pode interrogar (oralmente) os litigantes – art. 848, caput, da CLT; oitiva de testemunhas, peritos e técnicos – art.848, § 2º, da CLT; as razões finais podem ser feitas oralmente – cada parte dispõe de 10 (dez) minutos – art. 850, caput, da CLT.
3.2.8. PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL
Segundo os ensinamentos de Carlos Henrique Bezerra Leite este princípio “tem por escopo impor aos litigantes uma conduta moral, ética e de respeito mútuo, que possa ensejar o curso natural do processo e levá-lo à consecução de seus objetivos: a prestação jurisdicional, a paz social e a justa composição da lide”.
O princípio da lealdade processual está esculpido no art. 79 do NCPC, sendo que o art. 80 define a litigância de má-fé e o art. 81 prevê a possibilidade de condenação ao pagamento de multa por esta prática desleal.
Agora também na Seção IV-A da CLT, que incluiu os artigos 793-A à 793-D, que trata da Responsabilidade por Dano Processual, e prevê a possibilidade da parte responder por perdas e danos quando litigar de má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente.
3.3. PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
3.3.1. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO
Sem dúvida, o mais importante. É o princípio basilar do direito processual do trabalho.
Tem como objetivo proteger os direitos básicos do trabalhador em uma relação de hipossuficiência entre o empregador e o empregado. De certa forma, podemos dizer que este princípio é um complemento do princípio da igualdade, pois visa colocar os litigantes num mesmo patamar de igualdade, uma vez que no processo do trabalho o demandante normalmente é o empregado, pessoa hipossuficiente da relação de emprego e o demandado, regra geral, é o empregador, aquele que, por via de regra, detém o poder econômico. Ao aplicarmos o princípio da proteção no processo do trabalho amenizamos esta diferença econômica entre os litigantes.
Podemos demonstrar a aplicação deste princípio na seara processual trabalhista nos seguintes exemplos: (i) a ausência do empregado na audiência inicial implica apenas o arquivamento do feito, permitindo-se o ajuizamento de nova ação, enquanto a ausência do reclamado implica o reconhecimento de sua revelia e os efeitos da confissão ficta (art.. 844 da CLT). Com a reforma, o §2º do art. 844 estabelece que na ausência do reclamante este será condenado ao pagamento de custas, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar no prazo de 15 dias que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. O §3º ainda estabelece que o pagamento das custas é condição para a propositura de nova demanda; (ii) predomina o entendimento de que o benefício da justiça gratuita atinge apenas os empregados, e não os empregadores; (iii) impulso oficial nas execuções somente quando a parte não estiver assistida por advogado (art. 878 da CLT); (iv) obrigatoriedade de depósito recursal apenas para o reclamado (art. 899, §1º, da CLT); (v) para facilitar a prova, a ação deve ser ajuizada no local da prestação de serviços (art. 651 da CLT).
3.3.2. PRINCÍPIO DA FINALIDADE SOCIAL
O art. 5º da LICC dispõe: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige, e às exigências do bem comum”.
A justiça do trabalho é, primordialmente, uma justiça social.
Carlos Henrique Bezerra Leite ensina que: “A diferença básica entre o princípio da proteção, acima referido, e o princípio da finalidade social é que, no primeiro, a própria lei confere a desigualdade no plano processual; no segundo, permite-se que o juiz tenha uma atuação mais ativa, na medida em que auxilia o trabalhador, em busca de uma solução justa, até chegar o momento de proferir a sentença.”
3.3.3. PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL
Este princípio decorre do princípio da primazia da realidade, aplicada ao direito material do trabalho. Segundo Humberto Theodoro Junior: “Não quer dizer que o juiz possa ser arbitrário, pois a finalidade do processo é a justa composição do litígio e esta só pode ser alcançada quando se baseie na verdade real ou material, e não na presumida por prévios padrões de avaliação dos elementos probatórios.”
Diante do exposto, parece razoável dizer ser este princípio próprio do processo do trabalho, uma vez que o juiz trabalhista possui uma maior liberdade na direção do processo podendo diligenciar livremente em busca da verdade real, ao contrário do juiz cível que está adstrito às provas constantes nos autos.
3.3.4. PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO
O princípio da conciliação, na justiça do trabalho, está esculpido no art. 764, caput, da CLT, que prevê: “Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação”.
O processo trabalhista é calcado na conciliação entre as partes, tanto que a tentativa de acordo é obrigatória antes da apresentação da defesa (art. 831 da CLT) e após as razões finais (art. 850 da CLT). A homologação pelo juiz não é obrigatória, pois ele pode se negar quando verificar fraude ou prejuízo ao trabalhador.
A não observância, pelo juiz, da proposta de conciliação acarretará nulidade dos atos posteriores praticados no processo.
Na justiça do trabalho o termo de conciliação é irrecorrível e tem força de coisa julgada, conforme entendimento do art. 831, parágrafo único, da CLT que diz: “no caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a previdência social quanto às contribuições que lhe forem devidas”.
3.3.5. PRINCÍPIO DA NORMATIZAÇÃO COLETIVA
O princípio da normatização coletiva está baseada no art. 114, § 2º, da CF: “Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.”
Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite: “A Justiça do Trabalho brasileira é a única que pode exercer o chamado poder normativo, que consiste no poder de criar normas e condições gerais e abstratas (...), proferindo sentença normativa (...) com eficácia ultra partes, cujos efeitos irradiarão para os contratos individuais dos trabalhadores integrantes da categoria profissional representada pelo sindicato que ajuizou o dissídio coletivo.” 
3.3.6. PRINCÍPIO DO “JUS POSTULANDI”
Previsto no art. 791 da CLT. Na Justiça do Trabalho as partes podem acompanhar as suas reclamações em 1ª e 2ª instâncias sem a necessidade de advogado. Isso independe do valor da causa. Não se aplica, entretanto, às ações rescisórias, cautelares, mandados de segurança e recurso de competência do TST (Súmula 425 do TST). 
4. ORGZANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
O art. 111 da CF define como órgãos da Justiça do Trabalho: o Juiz do Trabalho, o Tribunal Regional do Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho. A atual redação do dispositivo constitucional transcrito foi conferida pela EC 24/1999, que alterou o inciso III para substituir “Juntas de Conciliação e Julgamento” por “Juízes do Trabalho”. Isso porque a EC 24 eliminou a composição colegiada em primeiro grau, que antes era composta por um juiz togado e dois classistas (um represente dos empregados e outro dos empregadores).
O Supremo Tribunal Federal (STF) não é órgão da Justiça do Trabalho. 
4.1 Tribunal Superior do Trabalho (TST) 
É o órgão responsável por solidificar o entendimento jurisprudencial da matéria trabalhista, consistindo na instância máxima da Justiça Federal especializada do Trabalho. O TST tem sua sede, composição e atribuições definidas no art. 111 da Constituição Federal. É composto por 27 (vinte e sete) Ministros, escolhidos entre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da maioria absoluta do Senado Federal. Sendo 1/5 de advogados com mais de 10 anos de profissão e membros do MPT com mais de 10 anos de efetivo exercício. Os demais serão dentre juízes dos TRT’s, oriundos da carreira, indicados pelo próprio TST. . O Ministro que se aposenta não pode advogar contra o último tribunalpara o qual trabalhou nos três anos anteriores.
Há disposições sobre o TST nos artigos 690 e seguintes da CLT.
De acordo com o art. 59 do Regimento Interno do TST os órgãos que compõem este tribunal são: Tribunal Pleno, Órgão Especial, Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC), Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI, dividida em subseção 1 e 2), Turmas (em número de oito). 
4.2 Tribunais Regionais do Trabalho (TRT’s) 
De acordo com o art. 115 da CF os Tribunais Regionais do Trabalho serão compostos por um mínimo de sete juízes, da respectiva região, também nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de 30 anos e menos de 65, observando-se: 1/5 de advogados com mais de 10 anos de profissão e membros do MPT com mais de 10 anos; os demais serão mediante promoção de juízes do trabalho, por antiguidade e merecimento (forma alternada). Os TRT’s são divididos em Turmas e cada uma funciona com no mínimo três e no máximo cinco Desembargadores.
A EC 45/2004 eliminou a necessidade de pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho para cada Estado. Hoje existem 24 TRT’s divididos por regiões em todo o País. 
O art. 115, § 2º trata das Câmaras Regionais, para assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo – principalmente porque há estados em que não existe TRT (Acre, Amapá, Tocantins e Roraima).
Há disposições sobre o TRT nos artigos 670 e seguintes da CLT.
Os Tribunais são designados por números. O do Paraná é do da 9ª Região e conta atualmente com sete Turmas.
São Paulo é o único estado com dois Tribunais Regionais do Trabalho: TRT 2ª Região (São Paulo) e 15ª Região (Campinas). 
4.3 Juízes do trabalho 
A CLT ainda utiliza a denominação de juízes classistas, mas esta categoria foi extinta pela EC 24/99. São a primeira instância para a solução do conflito entre empregadores e trabalhadores. São os responsáveis pela condução da audiência e o julgamento da lide. Cada vara compõe-se de um juiz do trabalho titular e um juiz do trabalho substituto. Os juízes do trabalho ingressam na magistratura como juízes substitutos (art. 654 da CLT) após aprovação em concurso público de provas e títulos realizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da região respectiva. Art. 112 da CF – redação nova EC 45/2004 dispõe que a “lei criará varas da justiça do trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho”.
Há disposições sobre os juízes nos artigos 647 e seguintes da CLT.
5. COMPETÊNCIA
- A EC 45/2004, alterou o art. 114 da CF e ampliou a competência da Justiça do Trabalho, atribuindo a esta poderes para dirimir conflitos decorrentes da relação de trabalho e não somente de emprego.
A Competência da Justiça Trabalhista foi repartida em razão das pessoas, da matéria, do lugar e da função. Nas palavras de Sérgio Pinto Martins, a competência da Justiça Trabalhista em razão das pessoas se configura no julgamento de controvérsias existentes entre trabalhadores e empregadores. Já a competência em razão da matéria compreende questões suscitadas no âmbito trabalhista, excluídas relações de consumo, comerciais. Contudo, a competência em razão do lugar institui a uma determinada Vara a apreciação de litígios trabalhistas de acordo com o espaço geográfico pertinente. Por fim, a competência funcional diz respeito ao exercício de tarefas específicas de cada juiz.
5.1. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA
É fixada em virtude da qualidade da parte que figura na relação processual. Qualquer trabalhador poderá procurar a Justiça do Trabalho para a solução dos seus conflitos. Trabalhador é toda pessoa física que utiliza sua energia pessoal em proveito próprio ou alheio, visando um resultado determinado, econômico ou não. Nem todo trabalhador é empregado, mas todo empregado é um trabalhador.
Em seu inciso I, o artigo 114 traz como competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de Direito Público externo e da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Contudo, o STF na ADI nº 3395, tornou defeso à Justiça do Trabalho a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e os servidores a ele vinculados por típica relação baseada no regime estatutário ou jurídico-administrativo.
Desta forma, conclui-se que, em se tratando de demanda entre o Poder Público e servidor público estatutário, este não poderá ajuizar reclamatória trabalhista na Justiça do Trabalho. Também não poderá demandar na Justiça do Trabalho o servidor temporariamente contratado pelo ente público por regime especial previsto em lei municipal ou estadual, à luz dos artigos 114 e 37, IX, da CF/1988.
Sendo assim, é possível ajuizar Reclamatória Trabalhista contra Administração Pública, direta ou indireta, na Justiça do Trabalho, quando os servidores estiverem a ela vinculados por relação CELESTISTA.
Nos demais casos: a) tratando-se de servidor público federal a ação poderá ser ajuizada na Justiça Federal; b) tratando-se de servidor público municipal ou estadual a reclamatória poderá ser ajuizada na Justiça Estadual.
5.2. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA
Só cabe à Justiça do Trabalho solucionar as causas de cunho trabalhistas que envolvam relação de trabalho. (art. 114 da CF). De acordo com Sergio Pinto Martins por relação de trabalho entende-se: “... a relação jurídica entre o trabalhador e o tomador de serviços, que pode ser física ou intelectual, com ou sem remuneração”.
A Justiça do Trabalho é competente para julgar:
• Dano moral e patrimonial decorrentes das relações de trabalho, inclusive em razão de acidente do trabalho;
• Ações que envolvam o exercício do direito de GREVE;
• Representação sindical (sind. x empregador / sind. x sind. / sind. x trabalhador);
• Conflitos de competência entre seus órgãos, salvo nos casos de competência do STJ e do STF;
• Mandado de segurança, habeas corpus e habeas data;
• Penalidades impostas pelos órgãos de fiscalização do trabalho (inclusive MS); e,
• Executar, de ofício, as contribuições sociais decorrentes das sentenças que proferir. Ressalte-se que, quanto às contribuições fiscais, a Justiça do Trabalho tem competência apenas para determinar a sua retenção (súmula 368 do TST), não podendo executá-las de ofício.
Nos termos da súmula 389, I, do TST, compete a Justiça do Trabalho julgar as ações em que se postule indenização substitutiva pelo não fornecimento das guias do seguro desemprego.
É competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as ações decorrentes do não cadastramento do empregado no PIS.
Em relação ao acidente de trabalho, vale destacar que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar tanto as ações indenizatórias ajuizadas pelo empregado contra o empregador, como também as movidas pelos sucessores contra o empregador. 
A incompetência em razão da matéria é absoluta. Pode ser declarada pelo Juízo, de ofício, ou mediante alegação das partes em qualquer tempo ou grau de jurisdição (art. 795, § 1º, CLT e Art. 64, § 1º, NCPC).
5.3. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA FUNÇÃO
Também denominada competência funcional, é fixada em razão das atribuições conferidas aos órgãos jurisdicionais. Esta competência pode ser vertical ou horizontal. No primeiro caso, envolve as diferentes hierarquias entre os órgãos jurisdicionais, sendo exemplo a competência recursal). A horizontal envolve órgãos de mesmo grau de jurisdição, sendo exemplos a execução da sentença, o cumprimento de cartas precatórias, etc.
A competência funcional nas Varas do Trabalho está prevista no art. 652 da CLT, a dos TRT’s no art. 678 da CLT, a dos Presidentes dos TRT’s no art. 682 da CLT. O TST tem por principal função uniformizar a jurisprudência trabalhista.
O Ministério Público do Trabalho poderá manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, quando houver interesse público que justifiquesua intervenção, propor ações necessárias para a defesa de menores, incapazes ou índios nas relações trabalhistas, participar de instrução e conciliação em dissídios decorrentes de paralisação de serviços e recorrer quando as decisões acarretarem violação da lei ou constituição, atuar como árbitro nos dissídios trabalhistas, quando convocado pelas partes.
5.4. COMPETÊNCIA TERRITORIAL OU EM RAZÃO DO LUGAR
Inicialmente, importa salientar que a competência em razão do lugar é relativa, devendo ser argüida pelas partes de plano através de exceção de incompetência, caso contrário o juízo se tornará competente para dirimir o litígio trabalhista.
A competência em razão do lugar é delimitada com base no espaço geográfico em que atua o órgão jurisdicional e pode ser classificada:
local da prestação de serviços: regra geral do art. 651 da CLT. A ação deve ser ajuizada no último local em que o empregado prestou serviços, mesmo que tenha sido contratado em outra localidade. Caso o empregado tenha trabalhado em locais diferentes, a competência deve ser fixada no derradeiro lugar da execução do contrato.
empregado agente ou viajante comercial: exceção a regra geral. Neste caso a competência deve ser fixada 1º na localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado está subordinado; 2º se não existir agência ou filial, será competente a vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou da localidade mais próxima do domicílio.
empregado brasileiro que tenha trabalhado no estrangeiro: art. 651, §2°, da CLT. A competência das Varas se estende as lides ocorridas em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. Assim, o empregado brasileiro pode propor a ação, decorrente de lides ocorridas em agência ou filial no estrangeiro, no Brasil, desde que não haja convenção internacional em sentido contrário. Proposta ação no Brasil, importante lembrar que nos dissídios por causa de relação no exterior a regra processual é a brasileira e a regra material será a do local da execução do contrato, mas naquilo que a legislação de proteção brasileira for mais benéfica, esta será a aplicada. Tudo com base nos artigos 1º, 3º caput e inciso II da lei 7064/82. Especificamente quanto ao FGTS, deve ser lembrada a OJ 232 da SDI 1 do TST.
empresa que promove atividades fora do lugar da contratação: art. 651, § 3º, da CLT. Se o empregador contrata o empregado numa localidade, mas promove atividades noutras localidades que não esta da contratação, o empregado pode optar entre propor a demanda no local da prestação de serviços ou no local da contratação.
5.5. FORO DE ELEIÇÃO
Não é facultado às partes da relação empregatícia instituir cláusula prevendo foro de eleição, pois as regras de competência da Justiça do Trabalho são de ordem pública e inderrogáveis pela vontade das partes. 
5.6. COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA
As competências em razão da pessoa, da matéria e da função são absolutas, razão pela qual sua inobservância contamina todos os atos praticados. A competência não pode ser prorrogada e deve ser decretada de ofício pelo Juiz em qualquer tempo e grau de jurisdição enquanto ainda não formada a coisa julgada.
A competência territorial é relativa, ou seja, deve ser alegada pela parte interessada através de exceção e pode ser convalidada se a parte não se manifestar oportunamente. Não pode ser declarada de ofício.
5.7. CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
Competência material é absoluta, portanto não se mostra passível de modificação. Na Justiça do Trabalho, pode ser modificada a competência por prorrogação, prevenção, conexão e continência. 
No caso de prorrogação, trata-se da competência em razão do lugar (do foro) que, se não oposta exceção de incompetência territorial pelo réu no momento oportuno, prorroga-se (art. 65 do NCPC e 799 da CLT).
A conexão está definida no artigo 55 do NCPC, referindo-se a duas demandas que tenham objeto ou causa de pedir em comum. Trata-se de modificação de competência que deriva do princípio da economia processual, evitando-se também decisões contraditórias sobre um assunto em comum. A reunião de feitos, portanto, pode ser determinada de ofício pelo juiz, ou ainda ocorrer a requerimento das partes.
A continência, por sua vez, está definida no artigo 56 do NCPC, tratando-se de ações idênticas quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, porque mais amplo, abrange o das demais. A reunião de feitos pode ser determinada de ofício pelo juiz, ou ainda ocorrer a requerimento das partes.
A prevenção ocorre de acordo com os artigos 58 e 59 do NCPC, e o critério previsto neste artigo referente ao juiz que “despachou em primeiro lugar”. Ocorre que a citação no Processo do Trabalho corresponde aquele ato de notificação, automático da Secretaria da Vara do Trabalho, conforme artigo 841 da CLT, ou seja, não depende de despacho do juiz. Assim, a doutrina tem considerado que o primeiro ato seria o protocolo da ação trabalhista nestes casos.
6. AÇÃO TRABALHISTA
(tramitação em1º grau)
- A ação trabalhista é o direito subjetivo, público, constitucional, autônomo e abstrato de invocar a tutela jurisdicional do Estado. São elementos da ação: (partes (elementos subjetivo), pedido (elementos objetivo) e causa de pedir (elemento onde residem os motivos fáticos e jurídicos).
- Qualquer pessoa que tiver seus direitos infringidos poderá procurar o Judiciário para a solução do conflito, ou seja, o Judiciário não poderá s pronunciar sem que pelo menos uma das partes não o faça (princípio da inércia).
- A teoria geral da ação como direito abstrato é a obrigatoriedade do Estado de julgar um pedido feito pelo requerente, mesmo que não existe direito em si, isto é, mesmo que não tenha existido relação jurídica entre as partes, o Estado deverá julgar. Em oposição a essa teoria, há a teoria geral da ação como direito concreto, a qual não é aplicada no Brasil.
- A ação tem natureza jurídica de direito de petição, garantido constitucionalmente.
- A doutrina nacional é praticamente unânime em afirmar que o nosso sistema processual adotou a Teoria da Substanciação quanto a causa de pedir, a qual exige a descrição dos fatos dos quais decorre a relação de direito material para a propositura da ação, contrapondo-se a Teoria da Individualização, que se contenta com a mera afirmação da relação jurídica material que fundamenta o pedido.
6.1. CLASSIFICAÇÃO
A ação pode ser de conhecimento, de execução, cautelar ou especial. A reclamação trabalhista deve seguir os moldes dos artigos 840, §1º, da CLT e 319 do NCPC, podendo ser escrita ou verbal, diretamente na Justiça do Trabalho.
6.1.1. CONHECIMENTO
É aquela em que o autor invoca a jurisdição, visando a obtenção de uma sentença que ponha termo a lide. A sentença poderá ser condenatória (título judicial), constitutiva ou declaratória.
6.1.2. EXECUTIVA
O vencedor da demanda, isto é, o credor da obrigação reconhecida em sentença pode pedir a sua efetivação, a realização prática da sanção prevista no título judicial. 
Possibilidade de executar título executivo extrajudicial? A partir da Lei 9958/2000 passou a ser admitida como passível de execução o TAC (termo de ajustamento de conduta) firmado perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados em Câmaras de Conciliação. Com a EC 45/2004 a execução de multa aplicada pela DRT passou a ser da competência da Justiça do Trabalho. 
Contudo, os demais títulos extrajudiciais previstos no art. 515 do NCPC, ainda que decorrentes da relação empregatícia, continuam a depender de uma sentença que lhes confira força executiva.
6.1.3. CAUTELARES
Visam assegurar determinados direitos ou interesses a serem tutelados na fase de conhecimento ou satisfeitos na fase de execução. Requisitos são periculun in mora e fumus boni iuris. Podem ser do tipo preparatório ou incidental. A CLT não trata expressamente , razão pelaqual se torna necessária a aplicação subsidiária do CPC.
6.1.4. COLETIVAS
As ações coletivas strictu sensu ou dissídios coletivos são destinados a defesa de interesses gerais e abstratos da categoria e tem por objetivo criar normas ou condições de trabalho mais benéficas que as previstas em lei. Chamado de “Poder Normativo” previsto no §2º do art. 114 da CF.
As ações coletivas lato sensu são as ações civis públicas promovidas pelo Ministério Público. Via de regra são ações de natureza condenatória, mandamental ou executiva, pois objetivam a condenação, imposição ou abstenção do réu nas obrigações de fazer ou não fazer ou sua condenação em dinheiro. São os naturais legitimados para a sua propositura: Ministério Público do Trabalho e Sindicatos.
6.2. CONDIÇÕES DA AÇÃO
As condições da ação são requisitos que deve conter a ação para que o juiz possa proferir uma decisão de mérito, julgando a pretensão trazida a juízo. Ou seja, são requisitos a observar, depois de estabelecida regularmente a relação processual, para que o juiz possa solucionar a lide (mérito) são, pois, requisitos de sua eficácia. 
- Na primeira Teoria de Liebman, adotada pelo CPC/73, as condições da ação eram: legitimidade, interesse e possibilidade do pedido. Posteriormente, alterou sua teoria para reduzir a duas condições apenas: interesse de agir e legitimidade, retirando a possibilidade do pedido, pois, segundo ele, a possibilidade integra o interesse, pois se o pedido é juridicamente impossível a parte não tem interesse em obtê-lo.[1: LIEBMAN, Eurico Tulio. Manual de direito processual civil.][2: ]
- Seguindo a tendência da moderna doutrina o CPC/2015 restringiu as condições da ação a apenas duas, quais sejam, o interesse e a legitimidade, deixando de considerar a possibilidade jurídica do pedido como condição da ação.
6.2.1. INTERESSE PROCESSUAL
Com conceito geral, interesse é utilidade. Há interesse de agir quando o provimento jurisdicional postulado for capaz de efetivamente ser útil ao demandante, operando uma melhora em sua situação de vida comum, ou seja, quando for capaz de trazer-lhe a tutela jurisdicional. Deve ser analisado com base na tríade: necessidade – utilidade – adequação. Ou seja, o processo deve ser utilizado quando houver necessidade de intervenção do Estado, deve ser útil para remediar ou prevenir o mal alegado e deve ser adequado para propiciar resultado útil.
6.2.2. LEGITIMIDADE
titularidade ativa ou passiva da ação. Deve ser analisada em abstrato, ou seja, se o autor alega que era empregado da ré o Juiz deve afastar a preliminar de ilegitimidade e deve adentrar ao mérito para verificar através da instrução probatória a veracidade da alegação. Se as provas revelarem inexistência da relação empregatícia, o caso de improcedência do pedido e não de carência da ação.
A legitimidade ad causam pode ser ordinária (titular do direito) ou extraordinária, quando pessoas ou entes, desde que autorizados por lei, figuram em nome próprio mas defendem direito alheio. 
O STF e o TST vem decidindo que o art. 8º, III, da CF confere as entidades sindicais o direito de atuar como substitutos processuais dos integrantes da categoria.
EMENTA: 85143023 - I. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. SINDICATO. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. ARTIGO 8º, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Necessário se faz o provimento do agravo de instrumento para melhor exame da tese de violação do artigo 8º, III, da Constituição Federal. Agravo de instrumento conhecido e provido. II. RECURSO DE REVISTA. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. SINDICATO. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. ARTIGO 8º, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Na presente ação, o Sindicato pleiteia, na condição de substituto processual, diferenças remuneratórias decorrentes de opções, ou não, dos trabalhadores pelo regulamento do Banco do Brasil. A jurisprudência deste colendo Tribunal Superior, corroborada pela jurisprudência do excelso STF, firmou entendimento de que o artigo 8º, III, da Constituição Federal confere aos sindicatos legitimidade ativa ad causam para atuar na defesa de todos e quaisquer direitos subjetivos individuais e coletivos dos integrantes da categoria por ele representada, incluindo-se os associados e os não associados. Considerando que a origem do direito é comum, conclui-se que o Sindicato ostenta legitimidade para substituir processualmente os empregados da Nossa Caixa, e atuais do Banco do Brasil. Recurso de revista conhecido por violação do art. 8º, III, da Constituição Federal e provido. (TST; RR 0193900-88.2009.5.15.0001; Terceira Turma; Rel. Min. Alexandre de Souza Agra; DEJT 19/12/2016; Pág. 4678)
6.2.3. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
O pedido é juridicamente possível quando, em tese, é tutelado pelo ordenamento jurídico, não havendo vedação para que o judiciário aprecie a pretensão posta em juízo. Diante do CPC/2015 a possibilidade não é mais uma das condições da ação, desta forma, existem duas interpretações possíveis: (a) se o pedido é juridicamente impossível, a parte não terá interesse processual, devendo o juiz extinguir o processo sem resolução de mérito; (b) o pedido juridicamente impossível deverá ser julgado improcedente, pois não resguardado pelo direito, sendo a decisão de mérito do tipo declaratória negativa.
6.3. ATOS PROCESSUAIS
Os atos processuais são aqueles praticados no curso do processo.
Os atos processuais podem ser praticados:
a) pelo juiz: despachos, decisões interlocutórias e sentenças (art. 203 do NCPC), bem como a presidência das audiências, a supervisão dos trabalhos da secretaria, o atendimento aos advogados, etc.;
b) pelas partes: petição inicial, contestação, recursos, depoimento pessoal, entre outros; 
c) pelos auxiliares: notificação, penhora, avaliação, perícia, etc.
Segundo a CLT (artigo 770), os atos processuais serão públicos, salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 às 20 horas. 
Na linguagem do direito processual do trabalho a notificação abrange a citação e a intimação. Tanto no processo civil quanto no trabalhista as citações e as intimações serão nulas quando não observado o art. 280 do NCPC.
6.3.1. CITAÇÃO: é o ato pelo qual se chama o réu a juízo. É pressuposto processual que valida o processo. O comparecimento espontâneo do réu supre a falta de citação. É feita nos termos do art. 841 da CLT, sendo que o réu é citado e intimado para comparecer a audiência. A citação válida torna prevento o juiz, induz litispendência e faz litigiosa a coisa. O §3º do art. 841 estabelece que, uma vez oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação.
6.3.2. INTIMAÇÃO: é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa. São realizadas de ofício e podem ser feitas pelo correio, por Oficial de Justiça, por publicação em Diário Oficial ou por edital. É indispensável que da publicação conste o nome das partes e/ou de seus advogados. 
6.4. PRAZOS PROCESSUAIS
- Correspondem ao lapso temporal para a prática ou abstinência do ato processual
- Quanto à origem de fixação podem ser: legais, judiciais ou convencionais
- Quanto à natureza podem ser: dilatórios ou peremptórios (improrrogáveis)
- Quanto aos destinatários podem ser: próprios (partes) ou impróprios (juízes e servidores)
- Não havendo preceito legal nem assinalação pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte (artigo 218, § 3º, do NCPC).
6.4.1. CONTAGEM: artigos 774 e 775 da CLT.
O art. 774 deixa clara a regra geral segundo a qual os prazos são contados a partir da notificação. Já a nova redação do art. 775 estabelece que os prazos serão contados em dias úteis, com a exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. Há que se distinguir, portanto, dois momentos de fruição dos prazos: 1º início do prazo (dies a quo) que ocorre no momento em que o interessado toma ciênciado ato processual a ser praticado; 2º início da contagem do prazo, que ocorre no dia seguinte ao da ciência.
Quando a intimação ocorre no sábado, tem-se por realizada na segunda-feira (se dia útil), sendo este o dia do início do prazo e terça-feira (se dia útil) o dia do início da contagem do prazo. O §1º do art. 775 estabelece que os prazos podem see prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: (i) quando o juiz entender necessário; (ii) em virtude de força maior, devidamente comprovada. O §2º estabelece que o incumbe ao juiz dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maios efetividade à tutela do direito.
6.4.2. SUSPENSÃO: paralisa a contagem do prazo. Cessada a causa suspensiva, a contagem recomeça do estado em que parou.
6.4.3. INTERRUPÇÃO: também paralisa a contagem do prazo, mas quando cessa a causa interruptiva, o prazo volta a contar do zero.
7. NULIDADES PROCESSUAIS
- Sergio Pinto Martins diz que “nulidade é a sanção determinada pela lei, que priva o ato jurídico de seus efeitos normais, em razão do descumprimento das formas mencionadas na norma jurídica. A função das nulidades é de assegurar os fins destinados às formas e que podem ser atingidos por intermédio de outros meios.”
- É consenso na doutrina que a nulidade dos atos processuais pode ser absoluta, relativa ou até mesmo o ato processual ser inexistente. De outro lado, há as chamadas irregularidades processuais, que são uma espécie de nulidade de menor potencial.
- São nulos os atos processuais quando violam norma de ordem pública e interesse social. O ato nulo não está sujeito a preclusão e pode ser declarado de ofício. Exemplos: não observância das regras de competência funcional e em razão da matéria.
- São relativas as nulidades quando não violam norma de ordem pública. Dependem da iniciativa da parte e não podem ser declaradas de ofício. Exemplo: não observância da regra de competência territorial.
7.4. PRINCÍPIOS DAS NULIDADES PROCESSUAIS
7.4.1. INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS: também chamado pela doutrina como princípio da finalidade, tem por objetivo conservar os atos processuais praticados de forma diversa da prescrita na lei, mas que atingiram sua finalidade e produziram os efeitos processuais previstos em lei. Assenta-se no fato de que o processo não é um fim em si mesmo, mas um mecanismo para a realização da justiça.
7.4.2. PREJUÍZO OU DA TRANSCENDÊNCIA: não haverá nulidade sem prejuízo manifesto às partes interessadas, Entenda-se aqui prejuízo processual e não material, financeiro, econômico ou moral. O eixo central da declaração da nulidade no sistema processual é a existência de prejuízo.
7.4.3. CONVALIDAÇÃO OU DA PRECLUSÃO: Art. 795 da CLT. As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las na primeira vez que tiverem que falara em audiência ou nos autos, caso não foram arguidas haverá a convalidação do ato, ou seja, o ato anteriormente nulo passa a condição de válido. Só é aplicável às nulidades relativas. Na prática criou-se o “protesto nos autos”, trata-se de um costume processual para evitar preclusão.
7.4.4. ECONOMIA PROCESSUAL: a nulidade não será pronunciada quando for possível suprir a falta e repetir o ato.
7.4.5. INTERESSE: a parte tem o ônus de demonstrar manifesto prejuízo ao seu direito de demandar em juízo, mas somente estará autorizada a arguir nulidade do ato se não concorreu direta ou indiretamente para a ocorrência da nulidade. Só alcança as nulidades relativas, pois as nulidades absolutas são matérias de ordem pública.
7.4.6. UTILIDADE: Art. 798 da CLT. A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependem, ou seja, as consequências.
7.5. NULIDADES NO PROCESSO DO TRABALHO
No direito processual do trabalho, as nulidades estão disciplinadas nos arts. 794 a 798 da CLT. 
- O artigo 794 diz que as nulidades serão pronunciadas quando restar caracterizado o manifesto prejuízo à parte. Portanto, só haverá nulidade quando resultar manifesto prejuízo à parte. Manifesto prejuízo seria patente, evidente, claro, notório, flagrante.
- O artigo 794 contempla o princípio da transcendência ou do prejuízo. Relativamente ao prejuízo, ensina Sergio Pinto Martins que o mesmo é “processual, pertinente à defesa da parte e não qualquer outro, principalmente de direito material ou financeiro ou econômico.” 
- O artigo 795, caput, dispõe que as nulidades serão declaradas desde que haja provocação das partes e deverão ser argüidas no primeiro momento em que as partes tiverem chance de se manifestar nos autos. Todavia, o § 1º deste mesmo dispositivo legal dispõe que pode ser declarada de ofício a nulidade fundada em incompetência de foro. Examinando o dispositivo, Sergio Pinto Martins assevera que “A incompetência de que fala o § 1º do art. 795 da CLT é a absoluta, isto é, em razão da matéria ou das pessoas, e não a relativa, em razão do lugar. Assim, como prevê o § 2º do art. 113 do CPC, serão considerados nulos apenas os atos decisórios. Os demais atos válidos do processo serão aproveitados.”
- O art. 796 trata das hipóteses em que a nulidade não será pronunciada: a) quando for possível suprir-lhe a falta ou repetir-se o ato e b) quando argüida por quem lhe tiver dado causa. Segundo Sergio Pinto Martins “O dispositivo adota os princípios do aproveitamento da parte válida do ato e da economia processual.”
- O art. 797 trata da extensão da nulidade trabalhista. A este respeito ensina Sergio Pinto Martins que “O juiz, ao declarar na nulidade, deve dizer quais os atos a que ela se estende. Os atos válidos serão aproveitados por medida de economia processual. Deve o juiz indicar no despacho ou na decisão que anula o processo ou parte dela o número das folhas em que foram considerados nulos os atos praticados. Indica, portanto, tanto a parte do processo que é considerada nula, como, em contrapartida, a parte que é considerada válida.
- O art. 798 dispõe que a nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam conseqüência. Para Sergio Pinto Martins, aplica-se “a regra do princípio da utilidade, aproveitando-se os atos válidos praticados no processo desde que sejam posteriores ao ato inquinado de nulo ou que dele não sejam conseqüência. Atos independentes do tido por nulo serão considerados validos.”
8. PARTES
São, de um lado, a pessoa que postula a pretensão jurisdicional do Estado e, do outro lado, a pessoa em relação a qual tal providência é pedida. No entanto, nem sempre os sujeitos do conflito coincidem com os sujeitos do processo, pois em alguns casos quem comete o dano pode não ser o demandado, como no caso de um empregado que sofre dano causado por um gerente da empresa e ajuíza a ação diretamente contra o empregador, em virtude de sua responsabilidade objetiva. 
Diferentemente do processo civil, no processo do trabalho as partes são denominadas como reclamante e reclamado.
- Capacidade de ser parte: todo ser humano tem capacidade de ser parte, independente de sua idade ou condição psíquica ou mental, seja para propor a ação ou para se defender. É um direito universal. A lei também confere as pessoas jurídicas esta capacidade, assim como a outros entes despersonalizados, como por exemplo, massa falida e espólio. Portanto, significa a possibilidade da pessoa, física ou jurídica, de se apresentar em juízo, ocupando um dos polos do processo. Para que se configure a capacidade de ser parte é suficiente que a pessoa seja dotada de personalidade civil (iniciada com a vida para pessoas físicas ou com a inscrição dos atos constitutivos no respectivo registro para as pessoas jurídicas)
- Capacidade processual: é a capacidade de postular em juízo sem necessidade de representação ou assistência. É a aptidão de ir a juízo, praticando os atos da parte. De acordo com o artigo 70 do NCPC, "toda pessoa que se encontra no exercício dos seusdireitos tem capacidade para estar em juízo". Já os incapazes serão assistidos ou representados por seus pais, curadores ou tutores, na forma que a lei dispuser.
- De acordo com o art. 792 da CLT, a capacidade processual plena dos trabalhadores (capacidade para estar em juízo sem a assistência ou representação) se inicia aos 18 anos. Firmando essa tese, o art. 793 estabelece que as reclamações trabalhistas dos menores de dezoito anos serão realizadas por seus representantes legais e, na falta destes, pelo Ministério Público do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público Estadual ou, finalmente, por um curador especial nomeado em juízo.
Exceto se na condição de aprendiz, o menor de 14 anos não pode trabalhar (CRFB/88, art. 7º, XXXIII). O maior de 14 anos e menor de 18 é relativamente capaz e pode celebrar contrato de trabalho com assistência do pai, tutor, curador ou responsável legal, pode assinar recibos de pagamento de salário sem qualquer assistência, mas não pode firmar o recibo de rescisão final. O menor entre 14 e 18 anos é, pois, assistido na Justiça do Trabalho.
- “Ius Postulandi”: é o direito que a pessoa tem de estar em juízo, praticando pessoalmente todos os atos autorizados para o exercício do direito de ação, independentemente do patrocínio de advogado. Apesar da previsão do Ius Postulandi, nota-se que hoje que há uma limitação à postulação em juízo sem o patrocínio de advogado, não apenas pelo disposto na CF e demais dispositivos legais infraconstitucionais, mas também pela implantação do sistema eletrônico processual. 
O art. 133 da CF dispõe que “o advogado e indispensável a administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Na mesma seara, o art. 68 da Lei 4.215/63 (Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil) assevera que “no seu ministério privado o advogado presta serviços públicos, constituindo, com os juízes e membros do Ministério Publico, elemento indispensável a administração da Justiça”.
Neste particular, a Súmula n.º 425 do TST é incisiva em nortear que às partes o acesso à integralidade dos órgãos da jurisdição trabalhista não é possível sem o trabalho do advogado. 
425 - JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
9. PROCESSO
- Conceito: É o caminho para a solução do conflito submetido a jurisdição (poder/dever/função do Estado). Indica a ação de avançar, ir para frente e é um conjunto sequencial e particular de ações com objetivo comum. Segundo Marcelo Abelha Rodrigues “mas se processo é um caminho, então é porque deve ligar duas extremidades. Essas duas extremidades são a jurisdição e a ação. Exercita-se o direito de ação provocando-se a jurisdição para a resolução de um conflito de interesses. O processo, então, se coloca neste hiato que separa a jurisdição da ação”.
- Pressupostos Processuais: Não se confundem os pressupostos processuais com as condições da ação. Segundo Humberto Theodoro Junior os pressupostos são aquelas exigências legais sem cujo atendimento o processo, como relação jurídica, não se estabelece ou não se desenvolve validamente e, em consequência, não atinge a sentença que deveria apreciar o mérito da causa. São, em suma, requisitos jurídicos para a validade da relação processual. Já as condições da ação são requisitos a observar, depois de estabelecida regularmente a relação processual, para que o juiz possa solucionar a lide (mérito) são, pois, requisitos de sua eficácia. 
Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, os pressupostos processuais se classificam quanto à existência e à validade da relação processual.
9.1. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE EXISTÊNCIA: são aqueles requisitos sem os quais a relação jurídica processual não se estabelece. 
petição inicial (toda ação deve conter um pedido, que é veiculado na petição inicial)
jurisdição (exige que o juiz que irá julgar a lide esteja investido de jurisdição)
citação válida (somente com a citação se instaura a relação jurídica processual, esta concebida como uma relação triangular composta por juiz, autor e réu)
9.2. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE VALIDADE: a ausência dos pressupostos processuais de validade torna nula a relação processual, o que leva à extinção do processo sem resolução de mérito (NCPC, art. 485, IV). Dividem-se em positivos e negativos.
- Positivos (devem estar presentes na relação jurídico-processual)
capacidade postulatória (ius postulandi)
petição inicial apta (aquela que não seja inepta e que preencha todos os requisitos previstos no art. 319 do NCPC. Contudo, no processo do trabalho, tal pressuposto não é observado com tanto rigor)
competência do Juízo (absoluta)
imparcialidade do Juiz
capacidade processual (maior de 18 anos)
citação válida (relação jurídica processual não pode se desenvolver validamente se não houver a citação válida)
- Negativos (não devem estar presentes na relação jurídico-processual)
litispendência
coisa julgada
perempção (o art. 732 da CLT prescreve que, se o autor, por duas vezes seguidas, der causa ao arquivamento da reclamação (CLT, art. 844), perderá, pelo período de seis meses, o direito de propô-la novamente. Esse impedimento temporário de ajuizar a ação caracteriza um pressuposto processual negativo de validade. 
10. PROCEDIMENTO
Não se confunde com o processo. O processo é um conjunto de atos processuais que vão se sucedendo de forma coordenada dentro da relação processual até atingir a coisa julgada. Já o procedimento é o rito, a forma, o modo, a maneira como os atos processuais vão se projetando e se desenvolvendo.
10.1. TIPOS DE PROCEDIMENTOS
COMUM
- ordinário
- sumário
- sumaríssimo
ESPECIAL: adotado para ações previstas na CLT. Ex: inquérito judicial para apuração de falta grave, dissídio coletivo, ação de cumprimento
10.2. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO: Artigos 837 a 852 da CLT
As reclamatórias trabalhistas que se submetem ao rito ordinário são as de valores que ultrapassem 40 (quarenta) salários mínimo, na data do seu ajuizamento.
Embora o art. 843 estabeleça que as ações individuais devem ser solucionadas numa única audiência, por força de costume, na prática a audiência passou a ser dividida em audiência inicial, audiência de instrução e julgamento. Dependendo do caso ainda há a figura da audiência de encerramento de instrução, necessária quando ainda pendente a produção de algum meio de prova e o processo ainda não está pronto para que seja proferida sentença.
- Audiência inicial ou inaugural: obrigatoriamente devem comparecer as partes, podendo a empresa se fazer representar por sócio ou preposto, que segundo o §3º, do art. 843 da CLT, não precisa ser empregado da parte reclamada. A ausência da parte autora gera o arquivamento da ação, tendo a mesma a possibilidade de ajuizar a ação novamente, e a ausência do réu gera revelia. O §2º do art. 844 estabelece que na ausência do reclamante este será condenado ao pagamento de custas, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar no prazo de 15 dias que a ausência se deu por motivo legalmente justificável. O §3º do art. 844 estabelece que o pagamento destas custas é condição para proposição de nova demanda. O preposto deve ter conhecimento dos fatos, porém, não precisa ter trabalhado no mesmo período em que a parte autora. Aberta a audiência, o Juiz deve propor a conciliação, havendo acordo, será lavrado termo assinado pelas partes. Não havendo acordo, segundo o texto original da CLT, o réu passaria a ter prazo para apresentar a defesa, que poderia ser escrita ou oral. O parágrafo único do art. 847 estabelece que a parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.
 Depois de apresentada a defesa a pare autora passa a terprazo para impugnar os documentos que a acompanharam. Nesta audiência as partes já saem intimadas da data da audiência de instrução.
- Audiência de instrução: devem comparecer obrigatoriamente as partes sob pena de confissão. Ocasião em que serão colhidos os depoimentos das partes e também o depoimento das testemunhas, até o limite de três para cada parte. As partes não precisam apresentar com antecedência o rol de testemunhas, podendo levá-las espontaneamente, contudo, caso queiram que as mesmas sejam intimadas, deverão apresentar o rol com antecedência, de acordo com o prazo definido na audiência inicial. O preposto ou o sócio não podem desconhecer os fatos ligados a lide, sob pena de confissão ficta. A testemunha deve prestar o compromisso de dizer a verdade, pois se mentir em juízo cometerá crime de falso testemunho. As partes também poderão requerer a produção de prova pericial e se for deferida normalmente o processo fica em suspenso até a conclusão dos trabalhos periciais, neste caso o Juiz designará audiência de encerramento de instrução que, em verdade, nada mais é que a continuação e conclusão da instrução. Encerrada a instrução, as partes poderão apresentar suas razões finais pelo prazo máximo de 10 minutos cada parte. Ao fim, o Juiz deverá designar a data para audiência de julgamento.
- Audiência de julgamento: a rigor nesta audiência as partes não comparecem. Mais que uma audiência é uma data (prazo) que o Juiz fixa para proferir a sua decisão e publicação da sentença, do qual as partes ficam intimadas desde a audiência de instrução. Assim, proferida a decisão na data designada pelo Juiz, a contar desta data tem início o prazo para interposição de recurso. Contudo, as partes que não comparecerem na audiência de encerramento, deverão ser intimadas para decisão proferida, conforme termos da Súmula n.º 197 do TST que assim estabelece: “O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença conta-se de sua publicação.” 
Tendo em vista o princípio da concentração de atos em audiência e o princípio da celeridade processual tem sido designadas audiência UNA, nas quais se concentram todos os atos da audiência, quais seja, a conciliação, instrução e julgamento, este último em raríssimos casos, sendo a prática mais comum a concentração dos procedimentos de conciliação e instrução, sendo designada data posterior para ser proferida sentença.
10.3. PROCEDIMENTO SUMÁRIO: previsto na lei n.º 5584/70 para ações cujo valor da causa não exceda a 2 salários mínimos. Também é conhecido como rito de alçada.
Quanto à constitucionalidade do referido dispositivo, assim se posicionou o TST na Súmula n.º 356: “ALÇADA RECURSAL. VINCULAÇÃO AO SALÁRIO MÍNIMO. O art. 2º, § 4º, da Lei nº 5.584, de 26.06.1970 foi recepcionado pela CF/1988, sendo lícita a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo.”
A principal característica deste procedimento é a celeridade, razão pela qual a ata da audiência é mais simplificada, devendo constar a conclusão do juiz quanto á matéria fática. Não é admitido reconvenção ou intervenção de terceiros, além disso, nesse procedimento não há possibilidade de recurso, salvo se versar sobre matéria constitucional. Contudo, admite-se embargos de declaração se presente uma das hipóteses do artigo 535 do CPC e 897-A da CLT.
10.4. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO: introduzido pela Lei n.º 9957/2000 que acrescentou a CLT os artigos 852-A a 852-I. Conforme dispõe o art. 852-A é aplicável aos dissídios individuais cujo valor não exceda a 40 vezes o valor do salário mínimo vigente a época do ajuizamento da ação. O parágrafo único do art. 852-A impede a aplicação deste rito às demandas em que são parte a administração pública direta, autárquica ou fundacional. O processo deverá ser instruído em audiência única. O art. 852-B estabelece que o pedido deve ser certo, determinado e líquido, bem como não é aceita a citação por edital. Caso estes requistos não sejam observados o processo será extinto sem análise do mérito. Todos os incidentes e exceções devem ser decididos de plano. Cada parte poderá ouvir até duas testemunhas, sendo que rol deverá ser apresentado na petição inicial caso a parte requeira que a testemunha seja intimada judicialmente. Na sentença, há a dispensa do relatório.
11. PETIÇÃO INICIAL
É a peça inaugural do processo, também chamada de peça exordial, vestibular, de ingressou ou inicial. O art. 840 da CLT não emprega o termo petição inicial, confunde com reclamação trabalhista, que é o ”nomen iuris” atribuído a ação trabalhista.
Pode ser formulada pelos sujeitos da relação de trabalho, pelos sindicatos, pelo Ministério Público do Trabalho e pela União (em caso de cobrança de multa da DRT).
Pode ser verbal, quando será reduzida a termo, ou escrita.
11.1. REQUISITOS
O processo do trabalho é regido pelo princípio da simplicidade e não exige alguns requisitos previstos no CPC, contudo, de acordo com o art. 840 da CLT a petição inicial deverá conter:
a) Designação da autoridade judiciária a que for dirigida. É requisito essencial, cujo objetivo é a aferição do órgão judicial competente para julgar e processar e demanda. Aconselha-se a não abreviar nomes, não utilizar a expressão Juiz Federal e deixar espaço em branco antes da expressão “vara do trabalho”.
b) Qualificação das partes: nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço completo, RG, CPF, CTPS e PIS. Quando se trata de grupo econômico ou terceirização é condição necessária a inclusão das empresas no polo passivo.
c) Causa de pedir: breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio. Ainda que não seja exigido o mesmo rigor do CPC, é preciso que haja alguns elementos que tornem possível o exercício do contraditório e da ampla defesa. Nosso sistema adotou a Teoria da Substanciação, na qual a petição inicial deve conter a descrição dos fatos oriundos da relação de direito material. Contrapondo-se a Teoria da Individualização, que se contenta com a mera afirmação da relação jurídica material que fundamenta o pedido. A causa de pedir é importante porque:
- constitui, ao lado das partes e do pedido, elemento da ação;
- permite a observância do princípio da inalterabilidade da demanda;
- possibilita a verificação da possibilidade jurídica do pedido;
- auxilia no exame da verificação dos institutos da conexão, continência, litispendência e coisa julgada.
A petição inicial trabalhista deve conter, portanto, os fundamentos fáticos e jurídicos, não sendo necessária a indicação do fundamento legal. Os fatos narrados devem corresponder a causa de pedir próxima ou imediata, são eles que são origem a ameaça ou lesão ao direito alegado pela parte. A parte autora deve apontar as datas de admissão, demissão, a função, a remuneração, a jornada, etc. os fundamentos jurídicos, por sua vez, compõem a causa de pedir remota ou mediata, a parte autora deve indicar o porquê dos seus pedidos. Assim, se a parte autora pede horas extras, por exemplo, deve indicar a jornada de trabalho extraordinária.
Contudo, cumpre destacar que não há unanimidade na jurisprudência a respeito da necessidade de indicar na ação trabalhista os fundamentos jurídicos do pedido.
Existem situações especiais em que o Juiz não está adstrito a causa de pedir, podendo proferir decisão extra petita. Ex. Súmula 293 do TST, que trata da condenação ao pagamento de adicional de insalubridade com base em agente insalubre diverso daquele indicado na petição inicial.
d) Pedido: é o objeto da ação, o “projeto da sentença”. Com a reforma, passou a ser obrigatório, segundo art. 840, §1º, da CLT, que o pedido seja certo, determinado e com indicação do seu valor. O §3º deste mesmo artigo estabelece que os pedidos que não atendam ao disposto no §1º serão julgados extintos sem resolução de mérito.
 
e) Valor da causa: a exigência de declará-lo no ato da propositura da ação trabalhista tem duas finalidades: (i) servir como base de cálculo para as custas e demais taxasjudiciárias, (ii) indicar o procedimento a ser seguido. 
f) Data e Assinatura da petição inicial: ao contrário da petição inicial no processo civil, a CLT exige que a petição inicial esteja assinada pelo reclamante ou por seu advogado.
12. RESPOSTA DO RÉU
A resposta do reclamado pode revestir-se da forma de contestação, reconvenção ou exceção. O art. 847 da CLT faz expressa referência à defesa, termo que designa o gênero das espécies: contestação, reconvenção ou exceção. 
A CLT disciplina duas modalidades de respostas, quais sejam: a contestação (art. 847) e a exceção (arts. 799 e seguintes). Não obstante, outras modalidades de respostas previstas no CPC são compatíveis com o processo do trabalho, como a reconvenção, a ação declaratória incidental e o reconhecimento jurídico do pedido. Quanto a intervenção de terceiros, há divergências na doutrina e da jurisprudência sobre o cabimento na Justiça do Trabalho.
Segundo o “caput” do art. 847, não havendo acordo, o reclamado terá 20min para aduzir a sua defesa. Com a reforma, foi introduzido o parágrafo único deste artigo, que estabelece que a parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.
Formas de impugnação:
- defesa indireta de processo: 
- defesa indireta de mérito
- defesa direta do mérito
A defesa indireta do processo dirige-se aos pressupostos de constituição e desenvolvimento do processo e às condições da ação, ou seja, aquelas questões situadas entre o processo e o mérito propriamente dito, que se referem à legitimidade da parte, possibilidade jurídica do pedido e interesse de agir.
A defesa de mérito converge-se ao fato que constitui o fundamento jurídico do pedido, seja em relação à sua existência, validade ou de suas consequências jurídicas, sendo, nesse aspecto, caracterizada como defesa direta do mérito.
Ocorre que o reclamado pode aceitar como verdadeiros os fatos narrados na inicial, argüindo outros que implicam modificação, extinção ou impedimento do direito subjetivo do reclamante. Esse tipo de defesa é conhecida como defesa indireta do
mérito. 
12.1. DEFESA INDIRETA DE PROCESSO: As preliminares de mérito, na realidade, referem-se a algumas das denominadas defesas processuais. Antes de discutir o mérito, o reclamado pode alegar as questões que se encontram previstas no art. 3337 do NCPC. São questões relativas à relação processual ou às condições da ação e podem ser peremptórias, quando implicam a extinção do feito, ou dilatórias, quando apontam a existência de um vício sanável na peça inicial ou provocam a remessa dos autos para outra unidade judiciária. 
- exceções: 799 da CLT (de incompetência, suspeição ou impedimento)
- inexistência ou nulidade de citação
- inépcia da petição inicial. Considera-se inepta a petição inicial quando: faltar-lhe pedido ou causa de pedir; da narração dos fatos não decorrer uma conclusão lógica; quando o pedido for juridicamente impossível; ou quando contiver pedidos incompatíveis entre si.
- art. 840 CLT x art. 319 do NCPC: No processo do trabalho, não se exige um maior rigor técnico quando da redação da petição inicial, por conta da subsistência do ius postulandi das partes, de forma que somente se for muito grave o defeito, autoriza-se o indeferimento da exordial.
- litispendência e coisa julgada: as objeções de litispendência e de coisa julgada visam obstar que duas ou mais ações idênticas sejam submetidas à apreciação do Poder Judiciário, evitando-se, conseqüentemente, decisões contraditórias. Duas ações são idênticas quando possuem a mesma causa de pedir, pedido e partes. Constatada essa tríplice identidade, haverá litispendência, desde que as duas ações estejam pendentes de julgamento, caso contrário, se já houver sentença transitado em julgado, a hipótese será de coisa julgada.
- conexão ou continência: quando duas ou mais ações têm em comum o pedido ou a causa de pedir, há conexão entre elas. Para evitar a prolação de decisões contraditórias, a lei processual civil determina que as ações, com as características acima mencionadas, sejam reunidas para serem apreciadas por um mesmo órgão judicial, observando as regras de prevenção, desde que ambas estejam em curso e não haja decisão transitada em julgado. Pela mesma razão, deve-se proceder à reunião das ações que tenham relação de continência entre si, apesar de o art. 337, VIII, do NCPC só fazer referência expressa à hipótese de conexão. Duas ações possuem relação de continência entre si quando o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o da outra e há identidade de partes. O reconhecimento da conexão ou da continência implica a reunião dos processos, quando estiverem em tramitação na mesma Vara do Trabalho. Se o reclamante já tem conhecimento prévio da existência de uma causa conexa, deve postular que a distribuição de sua ação proceda-se por dependência.
- perempção: arquivamento da ação por duas vezes em razão da ausência da parte autora na audiência, art. 731 e 732 da CLT. A perempção constitui a cominação aplicável ao autor que abandona a causa ou deixa de promover as diligências que lhe competem, ex vi do disposto no art. 485, III, do NCPC, implicando a extinção do processo sem a resolução do mérito. Se essa situação repete-se por três vezes, além da extinção do processo sem o exame do mérito, é cominada uma pena ao autor, representada pela impossibilidade de intentar nova ação contra o mesmo réu e com o mesmo pedido e causa de pedir. A Consolidação das Leis do Trabalho, em seu art. 732, combinado com o art. 731, prevê uma espécie de perempção temporária quando o reclamante dá causa a dois arquivamentos consecutivos, fato que o impossibilita de exercer o direito de ação pelo prazo de seis meses:
- carência da ação (ausência das condições da ação)
- incapacidade da parte
- defeito de representação (procuração, contrato social, preposição)
12.2. EXCEÇÕES: art. 799 da CLT
- incompetência 
- impedimento
- suspensão
- nomenclatura das partes: excipiente e excepto
- O NCPC retirou a exceção como sendo uma das modalidades de resposta e a colocou no próprio texto da contestação como preliminar.
No impedimento há presunção absoluta (juris et de jure) de parcialidade do juiz em determinado processo por ele analisado, enquanto na suspeição há apenas presunção relativa (juris tantum).
12.3. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
- descumprimento do art. 651 da CLT
- estabelece o art. 800 da CLT que, apresentada a exceção de incompetência territorial no prazo de 5 dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência deste exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo. Qual seja: protocolada a petição, será suspenso o processo, será concedido prazo de cinco dias para a parte reclamante se manifestar sobre a exceção e não será realizada audiência até que se decida a exceção. Os autos serão imediatamente conclusos e o juiz designará audiência, garantindo o direito do excipiente e de suas testemunhas serem ouvidas. Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará o seu curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e instrução processual perante o juízo competente.
12.4. IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO
- artigos 144 e 145 do NCPC
- ambos devem ser apresentados em peça separa no momento da audiência
A imparcialidade representa uma das principais características do juiz. Qualquer circunstância que coloque em dúvida ou que efetivamente limite essa característica do julgador tem o condão de afastá-lo da condução e julgamento do processo, de preferência por atuação ex officio. As causas que impedem o magistrado de exercer suas funções, em determinada demanda, estão descritas no art. 144 do NCPC, e aquelas que implicam suspeição, constam do artigo subseqüente.
A Consolidação das Leis do Trabalho, por sua vez, não faz referência às causas de impedimento. Diz apenas, em seu art. 801, que o juiz deve considerar-se suspeito e afastar-se da condução do processo quando

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