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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PEDAGOGIA ANDRÉA RODRIGUES TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO: UM DESAFIO À PRÁTICA PEDAGÓGICA RIO DE JANEIRO 2018 ANDRÉA RODRIGUES TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO: UM DESAFIO À PRÁTICA PEDAGÓGICA Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá como pré-requisito para a conclusão do curso de Pedagogia, sob orientação do Prof. Dr. Eduardo Alves Mendonça. RIO DE JANEIRO 2018 ANDRÉA RODRIGUES TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO: UM DESAFIO À PRÁTICA PEDAGÓGICA Trabalho de conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá, como requisito parcial para obtenção do Grau de Licenciado em Pedagogia, sob orientação do Prof. Dr. Eduardo Alves Mendonça. Aprovado em ___ de junho de 2018 BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ Professor Orientador Dr. Eduardo Alves Mendonça ______________________________________________ Professor (a) Parecerista Mestre Rosamaria Ma. De Castilhos Saraiva Rio de Janeiro 2018 RESUMO O estudo aborda o Transtorno Desafiador Opositivo (TDO) e tem por objetivo explorar o tema com uma linguagem voltada para professores que convivem com crianças que apresentam comportamento desafiador e de oposição no seu dia a dia na sala de aula: suas dificuldades, tratamento, como entendê-las e conduzi-las. A estratégia de pesquisa bibliográfica foi realizada através de releituras de artigos científicos, sites especializados, livros que abordam o tema. No desenvolvimento são apresentados/analisados como o transtorno desafiador opositivo pode desenvolver-se na criança, suas características, causas e tratamento através de observação do comportamento diferenciado da criança pela escola e encaminhamento para avaliação da criança e da família por especialista. Os resultados apontaram que o transtorno desafiador opositivo é mais comum em meninos em idade escolar e que fatores biológicos, psicológicos e sociais podem influenciar no desenvolvimento e curso do transtorno acarretando discriminação da criança por seu comportamento agressivo, conflitos provocados, desestabilidade no convívio familiar e dificuldade de relacionamento social. O estudo também tem por finalidade demonstrar a importância do papel da escola quanto a atuação e orientação no diagnóstico do transtorno através da observação do comportamento da criança na escola e encaminhamento para avaliação e tratamento precoces, promovendo ao educando a possibilidade de uma adaptação escolar e um comportamento social ajustado. Palavras chave: Transtorno Desafiador Opositivo, transtornos comportamentais, Educação, Diagnóstico ABSTRACTS The aim of this study is to deal with Oppositional Defiant Disorder (ODD) and aims to explore the theme with a language aimed at teachers who coexist with children who present challenging and oppositional behavior in their daily life in the classroom: their difficulties, treatment, how understand and lead them. The strategy of bibliographic research was carried out through re-readings of scientific articles, specialized websites, books that deal with the theme. In the development are presented / analyzed how the opposing challenging disorder can develop in the child, its characteristics, causes and treatment through observation of the child's differentiated behavior by the school and referral for evaluation of the child and the family by specialist. The results pointed out that oppositional defiant disorder is more common in boys of school age and that biological, psychological and social factors can influence the development and course of the disorder causing discrimination of the child by its aggressive behavior, provoked conflicts, instability in family life and difficulty of social relationship. The purpose of this study is to demonstrate the importance of the role of the school in relation to its behavior and orientation in the diagnosis of the disorder through observation of the child's behavior in school and referral for early evaluation and treatment, promoting to the student the possibility of a school adaptation and a adjusted social behavior. Keywords: Oppositional Defiant Disorder, Behavioral Disorders, Education, Diagnosis Sumário INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8 1.1. Apresentação do tema ........................................................................................................................ 8 1.2. Questões Norteadoras .............................................................................................................................. 9 1.3. Objetivos .................................................................................................................................................. 9 1.3.1. Objetivo Geral ........................................................................................................................................... 9 1.3.2. Objetivos Específicos ................................................................................................................................ 9 1.4. Justificativa .............................................................................................................................................. 9 1.5. Procedimentos Metodológicos ................................................................................................................11 2. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 11 2.1. Transtorno Desafiador Opositivo .....................................................................................................11 2.1.1. Transtorno de Conduta (DSM-5, 2004) ........................................................................................... 14 2.1.2. Classificação .........................................................................................................................................15 2.2. Diagnóstico Diferencial .....................................................................................................................16 2.3. Prognóstico..............................................................................................................................................18 3. POSSÍVEIS CAUSAS ........................................................................................................ 19 3.1. Fatores Biológicos ...................................................................................................................................19 3.2. Fatores Psicológicos ................................................................................................................................20 3.3. Fatores Sociais ........................................................................................................................................20 3.4. Comorbidades .........................................................................................................................................21 3.4.1. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDA/H) ................................................................... 21 3.4.2. Transtorno de Ansiedade Generalizada ...................................................................................................21 3.4.3. Depressão Infantil ................................................................................................................................... 22 3.4.4. Transtorno Bipolar de Humor ................................................................................................................. 22 3.4.5. Bullying ................................................................................................................................................... 22 3. RELAÇÃO INDISCIPLINA X LIMITES .................................................................... 24 4.1. Tratamento .............................................................................................................................................25 4.1.1. Tratamento medicamentoso .................................................................................................................... 26 4.1.2. Tratamento psicossocial .......................................................................................................................... 27 4.2. Papel da Família .....................................................................................................................................30 4.3. Papel da Escola .......................................................................................................................................31 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 33 ANEXO 1 ................................................................................................................................. 34 ANEXO 2 ................................................................................................................................. 35 ANEXO 3 ................................................................................................................................. 36 Introdução 1.1. Apresentação do tema Na tentativa de compreender melhor o comportamento de crianças e adolescentes que apresentam condutas indisciplinadas ou antissociais, principalmente, em sala de aula, foi feita a escolha e realização desse trabalho. Temos observado na mídia, reportagens que sinalizam que não só no Brasil, mas como no mundo, que é cada vez maior o número de crianças e adolescentes que apresentam dificuldades de socialização no lar, na escola e na sociedade. Consideramos alguns exemplos: notícias em que adolescentes cometem crimes/atentados contra crianças, adolescentes e até contra adultos; determinados programas de televisão em que pais pedem ajuda à profissionais especialistas em infância e adolescência para aprenderem a lidar com o comportamento difícil de seus filhos e a pôr em prática limites e disciplina. De acordo com observações em comunidades escolares, percebe-se o desenvolvimento de condutas agressivas por parte de alguns educandos contra colegas, professores e demais funcionários dentro da Instituição Escolar. Sendo o comportamento agressivo próprio da espécie humana não devemos, por isso, deixar de investigar as causas que desencadeiam essa agressividade. Sobre esse aspecto, podemos pontuar alguns agravantes como estrutura familiar e nível socioeconômico que podem influenciar no desenvolvimento sócio emocional desses alunos. Com base no referencial (DMS-5, 2004) que descreve os comportamentos agressivos e indisciplinados, cabe mencionar que a ciência estuda os fatos e nos esclarece que esses comportamentos são chamados de transtornos disruptivos na infância e adolescência, ou seja, comportamentos que tendem a desordem. Vale ressaltar que nem todo comportamento agressivo é um transtorno disruptivo, somente em alguns casos específicos, como o que será estudado. O Transtorno desafiador-opositivo (TDO) é caracterizado por um padrão global de desobediência, desafio e comportamento hostil. Crianças e adolescentes com TDO apresentam dificuldade em aceitar regras e ordens, perdem facilmente o controle da situação quando a mesma não segue da forma que ela deseja. Na maioria das vezes, a criança apresenta Comorbidades (outro transtorno associado), sendo comum o Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDA/H). Os sintomas iniciam-se normalmente antes dos oitos anos de idade e comumente em meninos. Por ser um transtorno disruptivo, o TDO quando não diagnosticado e tratado precocemente, pode evoluir para o transtorno de conduta (TC), porém, tendo o diagnóstico correto e tratamento, a criança poderá desenvolver sua capacidade social plena. (TEIXEIRA, 2014) 1.2. Questões Norteadoras O que é TDO? Quais as causas? Quais os tratamentos? Como deverá ser a prática pedagógica? 1.3. Objetivos 1.3.1. Objetivo Geral Compreender quais contribuições as pesquisas atuais trazem para professores e profissionais da educação sobre o TDO. 1.3.2. Objetivos Específicos Definir e conceituar o TDO; Conhecer e identificar as características da criança com TODO; Conhecer algumas formas de tratamento. 1.4. Justificativa Algumas crianças podem apresentar dificuldade em aceitar regras e limites, mas, quando esse comportamento torna-se frequente, é preciso investigar pois, provavelmente, podemos estar diante de um Transtorno Desafiador Opositivo (TDO). Muitos pais se queixam de não saber como lidar com esse comportamento e alguns professores alegam que não estão qualificados para enfrenta-lo. O interesse pelo tema acima referido iniciou-se a partir de uma experiência vivida em sala de aula com um educando de 12 anos de idade, no 3º ano do Ensino Fundamental que apresentava características de um comportamento antissocial e constantemente estava envolvido em embates, discussões, enfrentamentos desafiando colegas e autoridades competentes da unidade Escolar, dentro e fora da classe. A mãe era chamada frequentemente para conversas com a Orientação Pedagógica e a Direção escolar, pois o aluno trazia desconforto para os discentes e pais que tinham seus filhos repetidamente ameaçados e/ou desafiados e constrangidos por esse estudante. Após tantas discussões sobre o comportamento do educando citado, foi pedido um laudo médico para investigar o caso. Com base nesse documento, descobrimos que o estudante apresentava o Transtorno Desafiador Opositivo (TDO) e que deveria ter acompanhamento com especialistas, indicação de medicamento apropriado com o objetivo de diminuir os sintomas para facilitar o trabalho da mãe e educadores. Não tínhamos, ainda, ouvido falar desse transtorno apesar de sermos uma instituição de Educação Especial com classes regulares inclusivas. Isso nos causou grande alívio por estar no caminho certo de investigação do caso. Houve um pouco de resistência por parte da mãe em administrar o medicamento pois, foi indicado por um médico psiquiatra e isso mexeu com a expectativa que tinha a respeito de seu filho. Segundo a própria mãe, ela nutria esperanças que seu filho fosse uma criança dita “normal” e tivesse apenas um comportamento e gênio difíceis de conviver. Porém, com a indicação também de acompanhamento psiquiátrico e psicológico, as pessoas iriam chamá-lo de “maluco”. A mãe foi orientada de que seria para o bem de seu filho, pois, a criança, também sofria com tudo isso e que ser chamado à atenção toda hora não fazia bem para ninguém: para ela, para a escola e principalmente para ele. A partir dessa conversa, a mãe resolveu colaborar para o “bem-estar”do filho. Após a descoberta do transtorno o aluno que era assíduo nas aulas passou a ter frequência inconstante e ao final do ano letivo, sua mãe pediu transferência de escola alegando o motivo de que seu filho estava causando transtornos também aos colegas e pessoas na comunidade onde morava. Iniciei o trabalho com a turma como professora regente no mês de agosto, como dobra de carga horária 1 e foram meses de muitos desafios à prática pedagógica e motivação para buscar conhecimento sobre o TDO. 1 Aumento da jornada de trabalho, além da carga horária regular, com remuneração. 1.5. Procedimentos Metodológicos A finalidade deste estudo é conciliar o campo científico com a realidade de quem convive diretamente com esse diagnóstico ou com características do transtorno para retratar de forma simples e humanizada o TDO. Através de consulta de literatura já escrita sobre o tema, manuais de diagnósticos clínicos e observação direta de criança com características de comportamento antissocial, gerar um olhar pedagógico para auxiliar o corpo docente da escola em suas práticas educacionais. 2. Referencial Teórico 2.1. Transtorno Desafiador Opositivo De acordo com os Manuais da literatura médica especializada, são várias as nomenclaturas apresentadas para esse transtorno: Transtorno de Oposição Desafiante - TOD – (DSM-5) Transtorno Desafiador de Oposição - TDO – (CID10)2 Transtorno Opositivo Desafiador Transtorno Desafiador Opositor Transtorno Desafiador Opositivo Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatísticas das Perturbações Mentais (DSM-5) da Associação Americana de Psiquiatria (American Psichiatry Association – APA), o Transtorno de Oposição Desafiante (TOD) é definido como: A. Um padrão de humor raivoso/irritável, de comportamento questionador/desafiante ou índole vingativa com duração de pelo menos seis meses, como evidenciado por pelo 2 CID10: Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde. Fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças, utilizadas por médicos, outros profissionais da saúde, pesquisadores e gestores em saúde nos registros em saúde. menos quatro sintomas de qualquer das categorias seguintes e exibido na interação com pelo menos um indivíduo que não seja um irmão. (DMS-5, 2004, p.462-463). Humor Raivoso/Irritável 1. Com frequência perde a calma. 2. Com frequência é sensível ou facilmente incomodado. 3. Com frequência é raivoso e ressentido. Comportamento Questionador/Desafiante 4. Frequentemente questiona figuras de autoridade ou, no caso de crianças e adolescentes, adultos. 5. Frequentemente desafia acintosamente ou se recusa a obedecer a regras ou pedidos de figuras de autoridade. 6. Frequentemente incomoda deliberadamente outras pessoas. 7. Frequentemente culpa outros por seus erros ou mau comportamento. Índole Vingativa 8. Foi malvado ou vingativo pelo menos duas vezes nos últimos seis meses. Nota: A persistência e a frequência desses comportamentos devem ser utilizadas para fazer a distinção entre um comportamento dentro dos limites normais e um comportamento sintomático. No caso de crianças com idade abaixo de 5 anos, o comportamento deve ocorrer na maioria dos dias durante um período mínimo de seis meses, exceto se explicitado de outro modo (Critério A8). No caso de crianças com 5 anos ou mais, o comportamento deve ocorrer pelo menos uma vez por semana durante no mínimo seis meses, exceto se explicitado de outro modo (Critério A8). Embora tais critérios de frequência sirvam de orientação quanto a um nível mínimo de frequência para definir os sintomas, outros fatores também devem ser considerados, tais como se a frequência e a intensidade dos comportamentos estão fora de uma faixa normativa para o nível de desenvolvimento, o gênero e a cultura do indivíduo. B. A perturbação no comportamento está associada a sofrimento para o indivíduo ou para os outros em seu contexto social imediato (p. ex., família, grupo de pares, colegas de trabalho) ou causa impactos negativos no funcionamento social, educacional, profissional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo. C. Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante o curso de um transtorno psicótico, por uso de substância, depressivo ou bipolar. Além disso, os critérios para transtorno disruptivo da desregulação do humor não são preenchidos. Especificar a gravidade atual: Leve: Os sintomas limitam-se a apenas um ambiente (p. ex., em casa, na escola, no trabalho, com os colegas). Moderada: Alguns sintomas estão presentes em pelo menos dois ambientes. Grave: Alguns sintomas estão presentes em três ou mais ambientes. Especificadores Não é raro indivíduos com transtorno de oposição desafiante apresentarem sintomas somente em casa e apenas com membros da família. No entanto, a difusão dos sintomas é um indicador da gravidade do transtorno. Características Diagnósticas A característica essencial do transtorno de oposição desafiante é um padrão frequente e persistente de humor raivoso/irritável, de comportamento questionador/desafiante ou de índole vingativa (Critério A). Não é raro indivíduos com transtorno de oposição desafiante apresentarem características comportamentais do transtorno na ausência de problemas de humor negativo. Entretanto, as pessoas com o transtorno que apresentam sintomas de humor raivoso/irritável costumam também demonstrar características comportamentais. Os sintomas do transtorno de oposição desafiante podem se limitar a apenas um ambiente, mais frequentemente em casa. Os indivíduos que apresentam sintomas suficientes para atingir o limiar diagnóstico, mesmo que isso ocorra somente em casa, podem ter prejuízos significativos em seu funcionamento social. Todavia, nos casos mais graves, os sintomas do transtorno estão presentes em múltiplos ambientes. Levando-se em conta que a difusão dos sintomas é um indicador da gravidade do transtorno, é extremamente importante avaliar o comportamento do indivíduo em vários ambientes e relacionamentos. Como são comuns entre irmãos, esses comportamentos devem ser observados nas interações com outras pessoas. Além disso, considerando que, em geral, os sintomas do transtorno são mais evidentes nas interações com adultos ou pares que o indivíduo conhece bem, eles podem não ficar tão evidentes no exame clínico. A nomenclatura que será usada para esse trabalho será Transtorno Desafiador Opositivo (TDO). Classificação nos manuais de diagnósticos para TDO: DSM-5: F91.3 CID10: 313.18 2.1.1. Transtorno de Conduta (DSM-5, 2004) Esse transtorno é um conjunto de alterações comportamentais apresentadas por: A. Um padrão de comportamento repetitivo e persistente no qual são violados direitos básicos de outras pessoas ou normas ou regras sociais relevantes e apropriadas para a idade, tal como manifestado pela presença de ao menos três dos 15 critérios seguintes, nos últimos 12 meses, de qualquer uma das categorias adiante, com ao menos um critério presente nos últimos seis meses: Agressão a Pessoas e Animais 1. Frequentemente provoca, ameaça ou intimida outros. 2. Frequentemente inicia brigas físicas. 3. Usou alguma arma que pode causar danos físicos graves a outros (p.ex., bastão, tijolo, garrafa quebrada, faca, arma de fogo). 4. Foi fisicamente cruel com pessoas. 5. Foi fisicamente cruel com animais. 6. Roubou durante o confronto com uma vítima (p. ex., assalto, roubo de bolsa, extorsão, roubo à mão armada). 7. Forçou alguém a atividade sexual. Destruição de Propriedade 8. Envolveu-se deliberadamente na provocação de incêndios com a intenção de causar danos graves. 9. Destruiu deliberadamente propriedade de outras pessoas (excluindo provocação de incêndios). Falsidade ou Furto 10. Invadiu a casa, o edifício ou o carro de outra pessoa. 11. Frequentemente mente para obter bens materiais ou favores ou para evitar obrigações (i.e., “trapaceia”). 12. Furtou itens de valores consideráveis sem confrontar a vítima (p. ex., furto em lojas, mas sem invadir ou forçar a entrada; falsificação). Violações Graves de Regras 13. Frequentemente fica fora de casa à noite, apesar da proibição dos pais, com início antes dos 13 anos de idade. 14. Fugiu de casa, passando a noite fora, pelo menos duas vezes enquanto morando com os pais ou em lar substituto, ou uma vez sem retornar por um longo período. 15. Com frequência falta às aulas, com início antes dos 13 anos de idade. B. A perturbação comportamental causa prejuízos clinicamente significativos no funcionamento social, acadêmico ou profissional. C. Se o indivíduo tem 18 anos ou mais, os critérios para transtorno da personalidade antissocial não são preenchidos. Convém destacar a relação de diferenciação entre o transtorno desafiador opositivo e o transtorno de conduta segundo HANISH et al (1999): um fator que diferencia o transtorno desafiador opositivo e o transtorno de conduta é o fato de que este último envolve a não consideração e o desrespeito pelo direito dos outros.[...] As crianças com transtorno de conduta normalmente tem pouca, ou nenhuma, preocupação em relação, ao impacto de sua conduta sobre os outros.[...] Traduzindo em termos cognitivos, as crianças com transtorno de conduta parecem pensar pouco sabre as consequências de suas atitudes e apresentam menor habilidade de raciocínio moral, enquanto as crianças com transtorno desafiador opositivo apresentam pouca habilidade de resolução de problemas e tentam utilizar a oposição como forma de coerção de condutas em especial de outras pessoas significativas. (por exemplo: os pais). (p.64) 2.1.2. Classificação De acordo com SERRA – PINHEIRO et al (2004), O transtorno desafiador de oposição (TDO) é um transtorno disruptivo, caracterizado por um padrão global de desobediência, desafio e comportamento hostil. Os pacientes discutem excessivamente com adultos, não aceitam responsabilidade por sua má conduta, incomodam deliberadamente os demais, possuem dificuldade em aceitar regras e perdem facilmente o controle se as coisas não seguem a forma que eles desejam. (p.273) Os transtornos disruptivos são caracterizados por comportamento de transgressão de regras, comportamentos desafiadores e antissociais que provocam desconforto nas pessoas, gerando conflito no ambiente social, provocando sequelas de fato. São eles: transtorno de conduta (TC), transtorno desafiador opositivo (TDO), dentre outros. Costuma-se apontar que as crianças com algum tipo de transtorno disruptivo geram sentimentos negativos nas pessoas, incluindo raiva, frustração e ansiedade. São 3 transtornos mentais com mais recorrência na infância e tem grande consequência na vida adulta se não forem detectados de imediato, pois, são difíceis de diagnosticar e tratar. Iniciam-se nos anos pré-escolares, progredindo até os Transtornos de Conduta (TC). Sendo o TDO considerado, por diversos autores, como um antecedente evolutivo do TC. Assim são descritos pala literatura da área de saúde mental. De acordo com o DSM-5: Todos os transtornos disruptivos, do controle de impulsos e da conduta tendem a ser mais comuns no sexo masculino do que no feminino, embora o grau relativo da predominância masculina possa ser diferente entre os transtornos e em um determinado transtorno em idades diferentes. (2004, p.505), Existem vários transtornos mentais que, durante seu desenvolvimento, podem prejudicar tanto a aprendizagem, quanto a socialização e a formação da personalidade. 2.2. Diagnóstico Diferencial Crianças que tendem a fazer birras por tudo o que querem e que não lidam bem com o “não”, não necessariamente possuem algum distúrbio psicológico. Por muitas vezes pais ou responsáveis por não poderem dar a atenção necessária à criança, recompensa-a realizando suas vontades e desejos mesmo não sendo indicados para sua idade, provocando o surgimento desta conduta. O comportamento da criança com o TDO vai mais adiante de que uma simples birra não podendo ser confundido com comportamentos opositivos temporários, que são comuns em determinadas faixas etárias e fazem parte da evolução normal da criança, e devendo durar, pelo menos, 6 meses, e deve conter provavelmente, no mínimo, quatro das características apresentadas pelo DSM-5, acima citadas no item 2.1. Os sintomas iniciais do TDO ocorrem normalmente entre 6 e 8 anos de idade. (DSM-5, 2004) Por terem bastante energia, as crianças costumam ser agitadas e comumente acabam desobedecendo a regras ou até mesmo desafiando adultos, com o objetivo de testar sua autoridade, mas a preocupação dos pais ou responsáveis deve existir quando essa prática começa a interferir na vida da criança em família, na escola e na sociedade como um todo. 3 Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental. (DSM-5, 2004, p.20). Consideramos pertinente a definição abaixo de Moraes (2014): Uma primeira importante característica é o aspecto dimensional do transtorno: apesar de haver alguns sintomas que são observados no desenvolvimento normal, a alta frequência e a intensidade dos sintomas transformam comportamentos considerados normais em comportamentos disfuncionais, geradores de forte impacto negativo sobre a dinâmica familiar e a vida social e escolar dos indivíduos afetados. (apud TEIXEIRA, p.11) Investigações clínicas são importantes para a avaliação e diagnóstico de crianças com o transtorno desafiador opositivo. Inicia-se a avaliação com uma entrevista com pais ou responsáveis pela criança, onde serão investigados sintomas, características e agravos que ocasionaram a busca por auxílio médico. Essa avaliação familiar será de suma importância para entender o padrão de comportamento dos pais, o estilo e o método de criação parental utilizado, o convívio social entre familiares, a comunicação em família, além de histórico familiar de transtornos comportamentais, alcoolismo, drogas, agressividade e violência. Outra avaliação fundamental no processo de investigação do TDO é a escolar, pois, a criança permanece na escola grande parte do seu dia. Através de uma avaliação escolar descritiva, podemos conseguir informações indispensáveis a respeito do desempenho escolar, padrão de comportamento em sala de aula, no recreio e intervalos escolares, relação social com os colegas, professores e funcionários da instituição de ensino. Seu desempenho escolar pode ser comprometido e são frequentes as reprovações escolares. Características do TDO, na escola, descritas por Teixeira (2014): Discute comprofessores e colegas. Recusa-se a trabalhar em grupo. Não aceita ordens. Não realiza deveres escolares. Não aceita críticas. Desafia a autoridade de professores e coordenadores. Deseja tudo ao seu redor. É o “pavio curto” ou o “esquentado da escola”. Perturba outros alunos. Responsabiliza os outros por seu comportamento hostil. Em outras palavras, o transtorno desafiador opositivo deve ser diagnosticado mais precocemente possível, pois suas características diferenciadas em crianças na idade escolar são visíveis, inclusive para que não se agrave os sintomas, tornando essa criança discriminada, prejudicando seu desempenho acadêmico e gerando transtornos no ambiente escolar. 2.3. Prognóstico O prognóstico para o transtorno desafiador opositivo é inconstante e depende de inúmeros fatores, tendo melhor resultado quando aqueles em que os sintomas são menos severos e apresente um ambiente familiar estável. Tratados imediatamente, têm resultados positivos a medida que sintomas mais severos se destinam a tornar-se permanentes, caso não tratados. Desta forma, segundo Teixeira (2014): Crianças com início precoce e sintomas severos do transtorno desafiador opositivo, incluindo brigas corporais, agressividade, pais usuários de drogas e níveis socioeconômicos e cultural menos favorecidos são fatores que aumentam o risco para a piora do quadro e futuro desenvolvimento do transtorno de condutas na adolescência. (p.26) Para que haja prognóstico mais favorável e resultados terapêuticos proveitosos, é necessário que crianças diagnosticadas com TDO sejam submetidas a intervenções imediatas, isto é, o tratamento deve ser realizado logo após o aparecimento dos sintomas e podem exercer um papel preventivo com o controle dessas manifestações. 3. Possíveis causas Suas causas são complexas e multifatoriais. Estudos científicos revelam que múltiplos fatores de risco se encontram ligados com o surgimento do transtorno e estão relacionados com a proporção de fatores de risco presente na vida da criança. Diversos fatores podem influenciar no desenvolvimento do transtorno desafiador opositivo: sociais, psicológicos e biológicos. O entendimento das causas faz-se necessário para a aplicação da intervenção imediata, pois, ao passo que quanto mais fatores forem agregando-se mais difícil será o controle dos sintomas e de um resultado terapêutico favorável. A seguir, serão descritas segundo Teixeira (2014) em seu livro “O Reizinho da Casa”, algumas características desses aspectos: 3.1. Fatores Biológicos Segundo Teixeira (2014), as pesquisas médicas não são conclusivas com relação à origem genética do transtorno desafiador opositivo, entretanto diversos artigos descrevem a possível relação genética familiar em seu desencadeamento, assim como reforçam a ideia de que o temperamento da criança modula o surgimento do transtorno no futuro. De acordo com Teixeira (2014), estudos identificaram que gestantes que fumam, que abusam do álcool, apresentam maiores chances de gerar um filho com o diagnóstico de transtorno desafiador opositivo. Como, também, crianças prematuras, com doenças crônicas, complicações na gestação ou no parto, apresentam mais chances de desenvolver a alteração comportamental. Alguns fatores biológicos relacionados com características da própria criança, como temperamento, negativismo, baixa capacidade de adaptação a mudanças, déficits neuropsicológicos, dificuldades acadêmicas entre outras, estariam ligadas ao surgimento do transtorno desafiador opositivo. (TEIXEIRA, 2014) Teixeira (2014, p. 31), destaca a importância de que não existem exames laboratoriais ou de imagem capazes de realizar o diagnóstico, sendo este efetuado através de uma avaliação clínica criteriosa envolvendo a criança, a família e a escola. 3.2. Fatores Psicológicos De acordo com (Teixeira, 2014), hipóteses comportamentais retratam que o surgimento do transtorno desafiador opositivo estaria relacionado com o aprendizado de experiências sociais. A criança apresenta dificuldade no processo de informações ligadas ao relacionamento social, demostrando bloqueio para solucionar problemas e lidar com frustações do dia a dia, culpalizando as outras pessoas por mau comportamento. Essa criança pode assumir o comportamento agressivo dos pais como “normal” e levar essa conduta para o ambiente escolar. Desta forma ela aprende que tudo deve ser resolvido com “violência, no grito e na agressividade”. Outro padrão de comportamento aprendido e reforçado é quando os pais não dão limites aos filhos, no qual a criança exerce controle sobre a figura de autoridade. 3.3. Fatores Sociais Segundo Teixeira (2014), não existem padrões sociais definidos, contudo algumas pesquisas científicas identificaram uma relação entre famílias com baixos níveis socioeconômicos e o transtorno desafiador opositivo, porém, uma criança que apresenta comportamento agressivo precocemente e tenha rejeição pelo grupo de amigos na escola, pode desenvolver um comportamento delinquente, aumentando a chance de apresentar o diagnóstico. Questões sociais como violência doméstica, falta de estrutura familiar, moradia em área de grande criminalidade e ambientes familiares em que regras e limites sejam poucos claros podem contribuir para o desencadeamento dessa condição comportamental. Teixeira (2014), descreve também que ambientes escolares inadequados, com salas de aula superlotadas, professores despreparados, negligentes e com dificuldade para aplicar a disciplina e lidar com alunos que apresentem problemas comportamentais podem favorecer o surgimento do transtorno. Vasconcellos (2006), sinaliza que é importante que os atores envolvidos conheçam o comportamento para que possam antecipar as reações, agindo adequadamente: O conhecimento por parte de pais e professores de acontecimentos que perturbam a vida das crianças é fundamental para que se possa tomar as medidas adequadas ainda no ambiente escolar. (VASCONCELLOS, 2006 apud TEIXEIRA, 2004, p. 18) Diante dos aspectos apresentados, podemos concluir que esses fatores de risco aumentam a possibilidade de uma criança desenvolver distúrbios emocionais ou comportamentais que interferem no controle das suas emoções, impulsividade, raciocínio prejudicando seu relacionamento e convívio com família, escola e sociedade. 3.4. Comorbidades Segundo os dicionários Aurélio (online) e Priberam (online), Comorbidades é a presença de duas ou mais doença no mesmo paciente que, nesse contexto, podemos definir como presença simultânea ou sequencial de mais de um transtorno numa mesma pessoa. O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é o mais comum e tornando-se frequente em até 14% dos casos (DSM-5). Crianças com TDO podem apresentar outros transtornos associados acentuando ainda mais os sintomas como: Transtorno de Ansiedade Generalizada, Depressão Infantil, transtorno Bipolar de Humor e Bullying. Essa associação agrava ainda mais o prognóstico do tratamento, podendo contribuir para o transtorno de conduta. 3.4.1. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDA/H) Dificuldade em focar a atenção em um único objeto. Eles são facilmente distraídos, parecendo não escutar quando alguém lhe dirige a palavra, e agem como se estivessem no “mundo da lua”. Podem não terminarem seus deveres de casa, apresentando grande dificuldade em se organizar, e frequentemente perdem seus materiais escolares, chaves, dinheiro ou brinquedos. Crianças com esse diagnóstico apresentamprejuízo no desempenho acadêmico e social, pois têm dificuldade em se organizar, manter atenção em sala de aula, realizar deveres escolares ou permanecer sentados ou quietos. (TEIXEIRA, 2014, p.36-37) Crianças que têm o transtorno desafiador opositivo associado com o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade apresentam maior agressividade, impulsividade, pior desempenho escolar dentre outros sintomas. 3.4.2. Transtorno de Ansiedade Generalizada É caracterizado por grande e excessiva preocupação, muita ansiedade e intensa dificuldade para controlá-la. Essas preocupações causam dificuldade no funcionamento social, acadêmico e ocupacional dessas crianças e adolescentes. O transtorno está relacionado com sentimentos de apreensão e dúvida, cansaço, fadiga, tensão muscular, distúrbio do sono, dificuldade de concentração e irritabilidade. (TEIXERA, 2014, p.37) 3.4.3. Depressão Infantil Crianças e adolescentes com depressão normalmente apresentam-se com os seguintes sintomas: tristeza, falta de motivação e humor deprimido, contudo é comumente observado um humor irritável ou instável. Esses jovens podem acreditar mudanças súbitas de comportamento com explosões de raiva ou envolver-se em brigas corporais no ambiente escolar ou durante a prática esportiva. (TEIXEIRA, 2014, p.38-39) 3.4.4. Transtorno Bipolar de Humor É uma condição grave que afeta consideravelmente a vida de crianças e adolescentes acometidos. Apresenta como característica principal a fase maníaca do transtorno, alteração ou oscilação do humor, que pode se apresentar exaltado ou irritável, e essa mudança súbita de humor comumente produz ataques prolongados de raiva ou agressividade, chamados de tempestades comportamentais. As tempestades comportamentais estão associadas com irritabilidade, ataque de fúria, impulsividade, dificuldade nos relacionamentos, brigas com colegas e familiares. Esse temperamento agressivo provoca piora dos sintomas opositivos e desafiadores que com frequência estão presentes. (TEIXEIRA, 2014, p.39-40) 3.4.5. Bullying São atos de agressão física, verbal ou moral que ocorrem de modo repetitivo, sem motivação evidente, e são executados por um ou vários estudantes contra outro, em uma relação desigual de poder, normalmente dentro da escola, sobretudo na sala de aula e no recreio. (TEIXEIRA, 2014, p.40-41) É importante pontuar que: Frequentemente é na escola, por alteração do desempenho, que estes problemas se manifestam. Já existe tratamento eficaz para a maioria deles. Reconhecê-los e tratá-los efetivamente é a maior provação de amor que alguém pode dar a uma criança e/ou adolescente. (VASCONCELLOS, 2006 apud TEIXEIRA, 2014, p.18) Vimos como os sintomas do transtorno desafiador opositivo podem agravar-se quando associados a outros transtornos tornando a vida escolar do educando, dos colegas, dos pais e responsáveis e demais convívio, mais difíceis. Torna-se também um desafio à prática pedagógica, pois, o professor precisa ter um olhar diferenciado para identificar essas características e transformar o ambiente de conflito em ambiente adequado para a aprendizagem através de atividades interessantes para os estudantes como jogos pedagógicos que auxiliam na socialização, geram satisfação, formam hábitos e contém regras permitindo que aprendam a lidar com situações de perdas e ganhos, superando suas frustações e fazendo que compreendam que regras devem ser cumpridas não só nos jogos, mas na convivência diária: na escola, na família e na sociedade; orientação aos pais e responsáveis para procurarem avaliação da criança com especialistas em saúde e doença mental infantil, ressaltando que só eles poderão auxiliar com terapias e técnicas que ajudarão a superar suas dificuldades para que ela atinja um ajustamento emocional adequado. 3. Relação Indisciplina x Limites A questão indisciplina abrange diversas partes de um dilema: educando, escola, família, sociedade. Não existe uma explicação, mas uma combinação de causas que se relacionam afetando o aspecto comportamental e o aprendizado do estudante. A motivação é um aspecto fundamental para que a criança tenha um bom desempenho escolar: família incentivando-a a permanecer na instituição de ensino, a realizar as tarefas necessárias para o seu conhecimento e aprendizagem. Considera-se, dentre outras coisas, que a motivação seja uma das causas de êxito da criança no sistema educacional. A questão da indisciplina pode ser conhecida como decorrência de sucessivas vivências familiares; pais inseguros em colocar o filho na escola; limites; conflitos familiares; pais autoritários ou permissivos; ausência de pais por trabalharem fora; excesso de zelo dos pais; dentre outras. São crianças com histórias de vida, as mais variadas possíveis, que adentram em uma escola e se deparam com normas rígidas ou a ausência delas. São professores com uma sequência de limitações na sua formação humana e acadêmica, que passam a desempenhar o papel de educadores em sala de aula. O indivíduo ao ingressar na escola já teve experiências relacionadas a diversas situações e irá reagir a esse novo ambiente. Para que haja bom resultado no desempenho acadêmico do educando, é preciso que a família e a escola trabalhem em parceria, pois, elas são o alicerce e o modelo para que o mesmo aprenda não somente os conteúdos, mas também a conviver em sociedade com normas e regras sociais, aprender disciplina, valores para que possam atingir um comportamento satisfatório. A disciplina deve ser aplicada por pais e educadores com persistência, firmeza, segurança, com carinho e sem culpa. É importante destacar a definição entre disciplina e limites, segundo OLIVEIRA et al: A disciplina é o todo, que engloba a organização que mantêm a ordem entre as coisas e as pessoas. O limite, é a fator que determina o campo e a espaço da atuação. Portanto, os limites são um dos principais fundamentos da disciplina. O limite é que determina onde os meus direitos terminam e onde iniciam os dos outros. [...] É necessário que o limite comece a ser estabelecido desde a formação da personalidade da criança, ou seja, desde o nascimento [...]. Ensinar a criança a obedecer limites é treiná-la para a vida.. (1999, p. 151). O limite também está relacionado com a agressividade e exclusivamente à indisciplina. Pais, responsáveis e professores precisam trabalhar nas crianças normas e regras para que possam identificar o que devem ou não devem fazer nas situações de convívio diário com as pessoas, mantendo assim a harmonia no ambiente em que esteja. Na sala de aula a manutenção da disciplina deve ser feita através de combinados estabelecidos entre professor e educando em que um deve exige do outro a obediência e cumprimento dos mesmos. 4.1. Tratamento Com o conhecimento dos sintomas, características e desenvolvimento do TDO, a intervenção imediata deve ser realizada para não se transformar possivelmente em transtorno de conduta (TC), podendo causar envolvimento prematuro e obviamente complicado com álcool e outras drogas e a probabilidade de progredir para um transtorno de personalidade antissocial na idade adulta. Diante dos aspectos apresentados, concluímos que para o êxito do tratamento terapêutico, a prevenção e a intervenção precoce são de suma importância, pois, quanto mais tardio é feito o diagnóstico e o início do tratamento, dar-se-á o agravamento e piora dos sintomas a cada dia, dificultando ainda mais o tratamento e a reversão do quadro comportamental. Nesse contexto é fundamental que escola e família comoinstituições passem a refletir sobre a importância da sua função na formação do indivíduo capacitando-o ao convívio em ambientes sociais e deixem de ficar transferindo a culpa reciprocamente por atitudes e comportamento inadequados apresentados pela criança. De acordo com Teixeira (2014), intervenções escolares devem trabalhar na prevenção ao bullying e na identificação de possíveis quadros de transtorno desafiador opositivo, encaminhando a criança, inicialmente, para uma avaliação criteriosa e acompanhamento com médico psiquiatra especialista em infância e adolescência e se houver outros transtornos associados, o tratamento deve ser concomitante. Sobre esse aspecto, cabe-nos acrescentar que o tratamento utilizado é a terapia cognitivo-comportamental (TCC) que tem como objetivo modificar o comportamento da criança, onde pais e responsáveis aprendem a lidar com ela. Segundo Teixeira (2014), as intervenções preventivas em idade escolar se baseiam em programas psicoeducacionais para pais com estratégias de controle comportamental, treinamento em habilidades sociais, resolução de conflitos e técnica de controle de raiva. Com base nos relatos de Serra-Pinheiro et al (2004) e Teixeira (2014), o tratamento com alguns medicamentos, apresentam resultados satisfatórios sendo capazes de diminuírem a agressividade, impulsividade, nervosismo e ataques de raiva que são características do transtorno. Conforme nos diz Teixeira (2014), É muito importante ressaltar que tais medicamentos não são curativos; na verdade, eles aliviam alguns sintomas do transtorno, melhorando a adequação comportamental, elevando a autoestima, dando qualidade de vida à criança, à sua família, aos amigos, professores e a todas as pessoas que interagem com ela. Essa melhoria favorece o trabalho dos demais profissionais envolvidos com o tratamento e produz uma melhor eficácia terapêutica, levando a um melhor prognóstico. (p.45) Sobre esses aspectos podemos concluir que a avaliação e a intervenção precoce para o transtorno desafiador opositivo é o que deve ser realizados em crianças com idade escolar que demonstram aspectos característicos desse transtorno, sendo o tratamento medicamentoso indicado pelo médico especialista quando necessário e/ou transtorno apresentar Comorbidades como, por exemplo, o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e tendo as terapias como aliadas para controle e monitoramento dos sintomas. Estratégicas terapêuticas mais utilizadas no tratamento do transtorno desafiador opositivo, segundo Teixeira (2014): 4.1.1. Tratamento medicamentoso Indicado para amenizar os sintomas do transtorno e para que a criança atinja um comportamento emocional ajustado. Principais classes de medicamentos utilizados segundo Teixeira (2014): Antipsicóticos ou neurolépticos: São medicamentos utilizados para tratamento de quadros de agressividade, impulsividade e explosão de raiva frequentemente presentes no transtorno desafiador opositivo. Estabilizadores do humor: São medicamentos utilizados para controle de comportamentos agressivos, para diminuição da impulsividade e nos casos associados ao transtorno bipolar de humor. Psicoestimulantes: São medicamentos utilizados para o tratamento do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Antidepressivos inibidores seletivos da receptação de serotonina: São medicamentos muito seguros, eficientes e bem tolerados, sendo utilizados para tratamento de episódios depressivos ou quadros ansiosos associados ao transtorno desafiador opositivo. 4.1.2. Tratamento psicossocial A proposta do tratamento psicossocial visa criar estratégias com o objetivo de melhorar as relações sociais da criança com seus pais, familiares, professores, orientadores pedagógicos, funcionários da escola e amigos, enfim, todos os atores envolvidos em suas relações interpessoais. Psicoterapia cognitivo-comportamental: São técnicas que visam a diminuir o negativismo observado nesses pacientes e a modificar deficiências cognitivas, como: habilidades de comunicação, controle do impulso, controle da raiva e agressividade, realizando também um treinamento em habilidades de resolução de problemas e treinamento de habilidades sociais objetivando a melhoria da flexibilidade e o aumento do limiar de tolerância à frustação. Estas psicoterapias, agem em forma de intervenções no nível cognitivo, visando a ajudar a criança com o transtorno, a modificar suas cognições, segundo Welzel: A intervenção no nível cognitivo pode significar muitas coisas, desde ajudar os clientes a modificar suas cognições, ajudá-los a distanciarem-se e viverem suas vidas da maneira que valorizam a despeito delas, até treiná-los a fazer algo habilmente para resolver seus problemas de vida, de modo que uma mudança na cognição venha a ocorrer. Do ponto de vista comportamental, os terapeutas ajudam os clientes a superar a evitação, adotar hábitos saudáveis de autocuidado, responder habilmente a desafios e adversidades e participar de atividades que considerem significativas e lhes deem um senso de reforço positivo. (2018, p. 1) Teixeira (2004), reforça que métodos comportamentais como o de “economia de fichas” podem auxiliar na organização de rotinas e criação social dessas crianças. (p.47). Terapia familiar: Tem por objetivo promover a melhora do relacionamento familiar e social, podendo propiciar a transformação do sistema familiar. Para isso, técnicas comportamentais , estruturais e de comunicação podem ser apresentadas e estimuladas. O desenvolvimento de habilidades para resolução de conflitos entre membros da família e aplicação de soluções práticas para conflitos do dia a dia são enfatizados. Psicoeducação familiar: É o trabalho de informação e orientação aos pais e familiares da criança sobre o diagnóstico, sintomas, etapas do tratamento, curso e prognóstico. Treinamento de pais: É a aplicação técnicas de treinamento e orientação de pais para beneficiar a interação e a relação entre pais e filhos, propiciando comportamentos positivos da criança e diminuindo os sintomas do transtorno desafiador opositivo. Os pais são orientados sobre o funcionamento comportamental da criança, a modificação de sua postura perante seu filho, aprendem a corrigir e a desencorajar comportamentos desafiadores e encorajando condutas adequadas do filho. Psicoeducação escolar: É o trabalho fundamental de informação e orientação aos professores, diretores, orientadores pedagógicos e funcionários da escola para aprenderem a lidar com os sintomas no ambiente escolar objetivando o sucesso do tratamento. Intervenções escolares: Na escola, professores e funcionários podem encontrar procedimentos capazes de restabelecer o convívio do aluno em sala de aula e no recreio. Técnicas comportamentais podem ser aprendidas para que realização e o incentivo de comportamentos aceitáveis da criança sejam inseridos e atitudes de desrespeito e agressão sejam desencorajadas. Estratégias comportamentais, treinamento em habilidades sociais e aulas de reforço escolar, podem ajudar muito para um bom prognóstico desses alunos. Assim, como vimos nas orientações de Teixeira (2014), o tratamento com essas crianças para que tenha um bom prognóstico do transtorno desafiador opositivo, depende de vários fatores como a interação da família com a escola associada às terapias e treinamentos, quando praticadas conforme orientações dos terapeutas e especialistas, apresentam resultados positivos quanto à mudança comportamentalda criança. Skinner, através de seus estudos e pesquisas importantes na área da análise do comportamento, descreveu que a aprendizagem do ser humano poderia ser realizada a partir de estratégias de recompensa e punição para a modificação do comportamento, denominado de condicionamento operante. (Teixeira, 2014) Com base no referencial de Skinner, cabe aqui algumas sugestões de técnicas para pais e responsáveis no tratamento do transtorno desafiador opositivo que podem ser adaptadas para o ambiente escolar: Premiação de comportamentos positivos: Elogiar comportamentos positivos para que venham a se repetir e passem, no decorrer do tempo, a fazer parte da vida da criança, tornando-se um comportamento automático. (Teixeira, 2014, p.67) Método de economia de fichas: Técnica de aplicar o conceito de premiação para estimular comportamentos positivos, através de uma tabela contendo comportamentos-alvo a serem estimulados na criança. Esses comportamentos são colocados em um calendário semanal, e cada item da tabela receberá uma nota no fim do dia: 1 ponto, caso o comportamento adequado tenha sido realizado corretamente, e 0 ponto, caso o comportamento não tenha sido realizado. A pontuação pode ser realizada de diferentes formas: desenhos de carinhas, cores, símbolos, etc. A tabela contará com os sete dias da semana, e a criança que alcançar determinado número de pontos no fim da semana, após a somatória de todos os itens, poderá ser premiada ou não. Para esse reforçador positivo surtir efeito, a técnica deve ser realizada ininterruptamente por pelos menos 6 semanas. (TEIXEIRA, 2014, p.68) Essas práticas também são denominadas de monitorias positivas nas quais pais e responsáveis adquirem práticas de acompanhamento das atividades, ambientes e os modos de ajustamento de seus filhos, inserindo regras de comportamento, observação quanto à realização dos combinados e com correção de comportamento, quando necessário. Porém, em nenhum caso deve-se utilizar a punição física, condutas agressivas ou ameaças que irão ensiná-la que tudo pode ser resolvido com violência. 4.2. Papel da Família Contrariamente às monitorias positivas, temos as monitorias negativas que difere do acompanhamento para o controle e vigilância excessivos e grande quantidade de ordens que pode causar exaustão e estresse originando relacionamento desrespeitoso e inseguro entre pais e filhos. Os pais devem saber diferenciar entre dar limites e impor limites. Entendemos que dar limites é fazer com que a criança compreenda que as regras devem ser cumpridas e saiba que ela não está proibida, apenas devemos ter o momento certo de realizar determinadas atividades e os pais devem ser firmes diante de sua posição. Essa conduta deve ser posta em prática mesmo a criança sendo muito pequena. Outro aspecto negativo que ocasiona efeito prejudicial quanto ao comportamento da criança é o relaxamento das regras, da disciplina. Elas são estabelecidas, mas não cumpridas, os pais ou responsáveis até intimidam mas abrem mão da punição quando são confrontados com comportamentos desafiadores e agressivos, dando a criança a entender que agindo assim, conseguem o que quiser. Temos mais um ponto desfavorável, os abusos físicos ou psicológicos que são comumente praticados por familiares que, com isso, reforçam a agressividade, podendo facilitar também para uma sucessão de consequências negativas para a criança como baixa autoestima, dificuldade no desenvolvimento da autonomia e atitude delinquente. Fatore como perda de um dos pais, briga entre eles, nascimento de um irmão podem também contribuir para manifestações agressivas. Diante dessas possibilidades, os pais e responsáveis precisam estar atentos também às suas condutas com e diante de seus filhos para que caso estejam se deparando com o transtorno desafiador opositivo, não reforcem seus sintomas e dificultem seu tratamento, podendo transformá-los em jovens com comportamentos antissociais. Algumas orientações aos pais segundo Teixeira (2006): Dedique um tempo ao seu filho diariamente. Converse com ele e realize atividades esportivas ou de lazer. Esportes coletivos (inclusive esporte de luta como judô, caratê e capoeira) auxiliam na socialização e na formação de conceitos como respeito e disciplina. Explique claramente regras, instruções e as consequências de seu não cumprimento (limites). Proponha acordos e privilégios em caso de atitudes assertivas. Elogie atitudes positivas. Evite punições físicas (bater na criança reforçará comportamentos agressivos contra outros colegas na escola, por exemplo). Retire privilégios em caso de mau comportamento. Comunique-se com professores e coordenadores sempre que necessário. Realize passeios com toda família (a integração familiar é essencial para auxiliar no manejo do transtorno). 4.3. Papel da Escola A escola tem como compromisso moral e ético a preocupação com a formação e o desenvolvimento integral do educando, promovendo uma harmonia entre ensino- aprendizagem através de ações pedagógicas em que desperte na criança o “gostar da escola e de estar na escola”, porém, não deixando de auxiliar aqueles alunos que se encontram em dificuldades de adaptar-se à limites e regras sociais como as que apresentam o transtorno desafiador opositivo, que são crianças com atitudes que muitas vezes levam a situação de conflito entre colegas, professores e funcionários. É preciso que a escola aprenda a respeitar as diferenças e esteja aberta para receber essa criança que algumas vezes irá trazer preocupações, fazendo com que a instituição busque alternativas de como lidar com esses casos, através de pesquisas com especialistas e leituras bibliográficas que irão esclarecer e ampliar o leque de possibilidades de atitudes e convívio com esse educando que apresenta comportamento diferenciado dos demais. A partir desse contexto, podemos concluir que não basta trabalhar somente com o educando, é necessário também um trabalho junto aos professores e família, criando estratégias que modifiquem o ambiente, tornando o relacionamento aluno x professor x família mais equilibrado, permitindo assim, um bom desempenho acadêmico para o educando e um bom convívio desse aluno com toda a comunidade escolar. Considerações Finais Analisando de modo crítico-reflexivo sobre a dificuldade de lidar com comportamentos agressivos, desafiadores no ambiente escolar, percebe-se que o transtorno desafiador opositivo (TDO) é um transtorno pouco conhecido pelos profissionais da educação e muitas vezes tratados como “crianças difíceis, com gênio forte e mau educadas”. Crianças transtorno desafiador opositivo são discriminadas em todos os ambientes por apresentar comportamentos não convencionais, provocando conflitos e desconforto onde quer que estejam: família, escola, sociedade. Suas causas são multifatoriais podendo ser influenciada por aspectos biológicos como características próprias da criança e/ou mães fumantes e outros; psicológicos em que a relação parental é violenta, pais com dificuldade em por limites etc.; social onde é discriminada por seu comportamento agressivo, desafiante entre outros. Esses fatores podem aumentar as chances de desenvolver o transtorno. Sobre esse aspecto, compete à escola ter um olhar diferenciado para essas crianças e encaminhá-las a profissionais especializados em infância e adolescência para avaliação dos casos e tratamento através de terapias e treinamento para pais. A escola poderá também utilizar técnicas das terapias, adaptadas para o ambiente escolar, no atendimento aoeducando, contribuindo para sua adaptação e convívio escolar. Nesse sentido, cabe-nos concluir que esses educandos precisam ser acolhidos pela escola, respeitando-se às especificidades das necessidades educativas de cada criança e tendo também que promover a adaptação dessas crianças através de acompanhamento da vida escolar proporcionando-lhe segurança, com orientações a seus profissionais e pais para que a criança obtenha o melhor desempenho escolar possível, garantindo-lhes o direito de pertencimento, estimulando a amizade, negociando conflitos, que ocasionará no autocontrole de suas ações, possibilitando-lhe a adaptação escolar e o convívio social ajustado. Referências Bibliográficas AURÉLIO, dicionário online: Abril, 19, 2018. Disponível em: https://dicionariodoaurelio.com/comorbidade BARLETT, J. B. Avaliação e Intervenção Psicoterapêutica nos Transtornos Disruptivos: Algumas reflexões. Disponível em: http://www.rbtc.org.br/detalhe_artigo.asp?id=147 BARROS, Patrícia; SILVA, Fábio Barbirato Nascimento. Origem e Manutenção do Comportamento Agressivo na Infância e Adolescência. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas vol2 nº1 Rio de Janeiro 2006. Disponível em: http://www.rbtc.org.br/detalhe_artigo.asp?id=36 HANISH, L.D.; Tolan, P.H.; Guerra, N.G. Tratamento do transtorno desafiador opositivo. In: Terapia cognitiva com crianças e adolescentes: manual para a prática clínica, REINECKE et al. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS [recurso eletrônico]: DSM-5 / [American Psychiatric Association; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento... et al.]; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli... [et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2014. Disponível em: http://aempreendedora.com.br/wp-content/uploads/2017/04/Manual-Diagn%C3%B3stico- e-Estat%C3%ADstico-de-Transtornos-Mentais-DSM-5.pdf OLIVEIRA, T. de; Oliveira, C. E. D. de. Erros e acertos na educação. Rio Grande do Sul, 1999. PAULO, Marta Mantovanelli de; RONDINA, Regina de Cássia. Os Principais Fatores que Contribuem para o Aparecimento e Evolução do Transtorno Desafiador Opositor (TDO). Disponível em: http://faef.revista.inf.br/site/e/psicologia-14-edicao-maio-de-2010. Revista Cientifica Eletrônica de Psicologia lssn1806-0625. Ano VIII- n°14-maio de 2010- Periódicos Semestral. PRIBERAM, dicionário online: Disponível em: https://www.priberam.pt/dlpo/comorbidade SERRA-PINHEIRO et al (2004). Transtorno Desafiador de Oposição: uma revisão de correlatos neurobiológicos e ambientais, comorbidades, tratamento e prognóstico. Revista Brasileira de Psiquiatria - vol.26 nº4 São Paulo 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v26n4/a13v26n4.pdf WENZEL, Myer. Inovações em terapia cognitivo-comportamental: intervenções estratégicas para uma prática criativa. Porto Alegre: Artmed, 2018. 216 p. TEIXEIRA, Dr. Gustavo. Transtornos Comportamentais na Infância e Adolescência. Rio de Janeiro: Rubio, 2006. ___________________. O Reizinho da Casa: Manual para pais de crianças opositivas, desafiadoras e desobedientes. Rio de Janeiro: Best Seller Ltda, 2014. Anexo 1 Observação direta de uma criança em ambiente escolar de uma escola municipal, localizada na zona oeste do Município do Rio de Janeiro, em abril de 2018. “Ryan têm 7 anos, está no 2º ano da escola Municipal Moacyr Padilha. Esta criança vem apresentando alguns comportamentos diferenciados dos demais, bastante parecido com o Transtorno Desafiador Opositivo (TDO). Ele apresenta ser uma criança bipolar, desafiadora, manipuladora e com amostras de agressividade, entretanto ainda encontra-se sem diagnóstico fechado. Dentro de sala, sua relação com os amigos não é das melhores; o educando incomoda as outras crianças o tempo inteiro, esconde o material dos alunos, para que a professora possa brigar com os demais e não com ele, por não estar sentado. As coisas precisam ser do jeito dele; quando não são, perde a linha e acaba por machucar outras crianças ou até mesmo a professora, além de manipular os colegas para fazerem coisas erradas e tomarem a culpa por ele. Quando a professora já não consegue mais controlar essa situação dentro de sala, opta por mandá-lo à direção e lá ele é outra criança; a diretora não acredita que ele faça tudo isso e acaba por passar a mão na cabeça, deixando-o jogar no computador e tal situação acaba por se tornar um ciclo. Todas as vezes que ele já não está mais interessado em ficar na sala, faz a professora perder a paciência para que ela o mande até a secretaria e lá fique jogando até o momento de ir embora. A diretora não acredita que o menino apresenta um transtorno; apenas acha que é falta de carinho ou atenção dos pais, mesmo os pais relatando que ele recebe atenção em casa. Na concepção dos pais, ele é uma criança insubordinada, não consegue receber ordens, optando por ter momentos de agressividade até com os familiares. Os pais ficam sem saber o que fazer, permanecendo nessa situação.” Anexo 2 TÉCNICAS PARA PAIS E RESPONSÁVEIS NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO QUE PODEM SER ADAPTADAS PARA O AMBIENTE ESCOLAR: Teixeira (2014) Figura 1 Comportamento positivo = 1 ponto Comportamento negativo = 0 ponto Pontos necessários para o prêmio semanal + 1 ficha = 25 pontos Prêmio da semana: ___________________________________ (Adaptado de Clark, L. SOS: Help for parentes, 2003.) Anexo 3 Figura 2 PONTUAÇÃO TOTAL DA SEMANA Excelente = 4 Bom = 3 Regular = 2 Insuficiente = 1 Nome do(a) professor (a): ________________________ Comentários sobre o comportamento do aluno na semana: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ (Adaptado de Barkley, R. A. e Benton, C. M. Your Defiant Child, 1998.)
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