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Fontes das Obrigações e Contratos

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FONTES DAS OBRIGAÇÕES 
 
Fonte – facto jurídico de onde nasce o vínculo 
 
A fonte tem uma importância especial na vida da obrigação por virtude da atipicidade da 
relação creditória. – A obrigação tem um conteúdo variável consoante a fonte de onde 
procede. 
FONTES 
 Contratos – acordo vinculativo, assente sobre duas ou mais declarações de 
vontade (oferta ou proposta de um lado e aceitação do outro), contrapostas mais 
perfeitamente harmonizáveis entre si, que visam estabelecer uma composição unitária de 
interesses. 
 Negócios unilaterais – declaração de uma parte obrigando-a, sem necessidade de 
aceitação do credor – art. 457.º - 459.º e seguintes, Promessas públicas – Ex. – 
Recompensa. 
 Gestão de negócios – intervenção, não autorizada das pessoas na direcção de 
negócio alheio, feitas no interesse e por conta do referido dono. EX. Vizinho contrata 
empreiteiro para fazer obra em casa alheia por ser urgente e pelo facto de o dono estar 
ausente. – ⃰direcção de negócio alheio ⃰ no interesse e por conta do dono⃰ sem autorização 
deste. 
 Enriquecimento sem causa – art. 473.º aquele que, sem causa justificativa 
enriquecer à custa de outrem – EX: A pensa que móveis antigos são seus e manda-os 
restaurar. 
 Responsabilidade Civil – contratual (falta de cumprimento das obrigações 
emergente dos contratos); extracontratual (resultante da violação dos direitos absolutos 
ou da prática de certos actos que, embora lícitos, causem prejuízo a outrem). 
Responsabilidade por factos ilícitos – art. 483.º 
Responsabilidade pelo risco-sem culpa 
Responsabilidade por factos lícitos danosos – exemplo estado de necessidade... Apanha 
de fruta em terreno alheio – expropriações. 
Fora desta sistematização ficam apenas, além das obrigações não autónoma, cuja fonte se 
situa noutros lugares do código civil, alguns casos dispersos de responsabilidade por 
factos lícitos (1348.º nº 2 e 1349º nº 3) e a obrigação de indemnizar (227.º) baseada em 
conduta culposa na preparação ou formação dos contratos (responsabilidade pré-
contratual). 
 
 
 
 
1 – CONTRATOS 
 
Noção de contrato – acordo vinculativo, assente sobre duas ou mais declarações de 
vontade (oferta ou proposta de um lado e aceitação do outro), contrapostas mais 
perfeitamente harmonizáveis entre si, que visam estabelecer uma composição unitária de 
interesses. 
Enquanto para os romanos, a designação contrato englobava todos os actos voluntários 
geradores de uma obrigação, quer se tratasse de um acto bilateral, quer unilateral, a 
doutrina e legislação modernas consideram essencial ao contrato o acordo bilateral. Mas 
se os romanos limitavam o contrato a actos destinados a constituir uma obrigação, hoje 
vai-se mais longe – considera-se contrato o casamento, (não em Angola embora caiba na 
designação apresentada), o pacto sucessório, incluindo-se claramente a transmissão de 
direitos e constituição de outras relações sejam pessoais, mortis causa. Assim o contrato 
pode ser hoje, não só fonte de obrigações, mas de direitos reais, famíliares, sucessórios. 
Análise Jurídico do Contrato 
1-O contrato é essencialmente um acordo vinculativo de vontades opostas, mas 
harmonizáveis entre si. 
O seu elemento fundamental é mútuo consenso... se houver dissenso não há contrato, o 
contrato não chega a formar-se – Ex: - A diz que quer comprar apartamento do 10º andar 
e B vender o do 1º e A diz que paga 10.000 e B quer 20.000. 
Para que haja contrato, em obediência à livre determinação das partes que está na base do 
conceito, torna-se indispensável o acordo de vontades, resultante do encontro da proposta 
de um com aceitação do outro, cubra TODOS os pontos da negociação. Ver o artigo 232.º 
e 233.º do Cod.Civil. 
2- É essencial que as partes queiram um acordo vinculativo, um pacto colocado sob a 
alçada do direito. Não basta para que haja contrato um simples acordo amigável, de 
cortesia, de camaradagem ou de obsequiosidade – Ex. O passageiro promete acordar outro 
em certa estação, ou o gentlemen`s agreement. Nem basta que as partes 
estejam de acordo com as cláusulas (preparação do contrato) – é preciso pô-lo de pé, a 
valer. 
Nota – escrever nesses acordos que não vinculam – afastar interpretações erradas. 
3- As vontades que integram o acordo contratual, embora concordantes ou ajustáveis entre 
si, têm de ser opostas, animadas de sinal contrário. Um quer a coisa, o outro o dinheiro. 
Diferente do acordo – vontades de sentido paralelo Ex. Pessoas que se reúnem para formar 
uma associação ou escolha dos apelidos pelos pais. 
Diferente de uma deliberação – sufrágio – enquanto o contrato só vincula quem o aceitou, 
a deliberação pode impor-se a quem votou contra ela. 
 
Relações contratuais de facto – será necessário o acordo de declarações de vontade para 
se falar de contrato? O que dizer destas relações contratuais de facto, nascidas não de um 
negócio jurídico, mas assente em puras actuações de facto. 
A) Relações nascidas pelo contrato social entre as pessoas, antes da celebração ou até 
independentemente da celebração de qualquer negócio jurídico – Casos de culpa in 
contrahendo, na preparação e formação de contratos. 
B) Relações jurídicas provenientes de contratos ineficazes – a destruição do acordo não 
impede aplicação de normas válidas (ex. Prestação continuada ou periódica). 
C) Casos em que as relações entre as partes assentam sobre actos matérias reveladores da 
vontade de negociar, mas que não se encaixam nos modelos tradicionais do mútuo 
consenso – utilização de transportes públicos, cabine públicas de telefone, parques de 
estacionamento – não há nenhuma declaração de vontade do utente e toda via não se 
duvida da subordinação da situação criada pelo seu comportamento ao regime jurídico da 
relação contratuais – as pessoas limitam-se a praticar um facto, que é a forma típica de 
utilização de serviço. 
CRITICA – não é necessário recorrer a uma figura diferente 
No caso A) basta ver que a boa-fé se estende ao período de preparação do contrato – 227.º 
do Cod. Civil 
No caso B) basta ver que ao conceito naturalístico da nulidade se sobrepõe os normativos 
da nulidade, anulabilidade inoponibilidade 
No caso C) bastaria ver o art. 234.º do Código Civil (ler e saber) – casos em que a lei tem 
o contrato por concluído sem declaração de aceitação, embora se não prescinda da 
vontade de aceitação - ao entrar no parque, eu aceito a oferta contratual embora não 
emitindo uma declaração. Outros exemplos – comprar o bilhete, fazer reserva em hotel. 
Etc... 
A disciplina legislativa dos contratos 
Quanto à lei civil vigente, a maior parte do regime comum aos diferentes contratos 
(formação, capacidade dos contraentes, forma de declaração, perfeição do acordo, 
cláusulas assessoriais) é fixada na parte geral do código – 217º e seguintes. 
As obrigações interessam os efeitos do contrato como fonte de obrigações: 
a) Contratos em especial (típicos ou nominado) art. 874.º a 1250.º 
b) Teoria geral do contrato – (art. 405º a 456º) – regras aplicáveis aos contratos sejam 
regulados na lei ou os acordados pelas partes 
Princípios fundamentais dos contratos 
A – princípio da autonomia privada – nos contratos – Liberdade contratual 
O princípio da autonomia privada é mais dilatado pois compreende a liberdade de 
associação (constituição pessoas colectivas) liberdade de tomar deliberação nos órgãos 
colegiais, a liberdade de celebrar acordos, de praticar a numerosos actos unilaterais – 
passar procuração, parfilhar, anular, revogar, resolver ou denunciar negócios jurídicos. 
Uma coisa é pois a faculdade reconhecida aos particulares de fixarem livremente a 
disciplina vinculativa dos seus interesses. 
Outra(embora relacionada) é o poder reconhecido ás pessoas de estabelecerem, de 
comum acordo, as cláusulas reguladores dos interesses contrapostos, que mais 
convenham à sua vontade comum. 
B – Princípio da Confiança 
Os contraentes devem responder pelas espectativas que justificadamente criam, com a sua 
declaração, no espírito da contraparte. 406.º...230.º 
C – O princípio da justiça comutativa (ou equivalência das prestações) 
Nos contratos, a título oneroso, à prestação de cada um dos contraentes deve corresponder 
uma prestação de valor sensivelmente equivalente da parte do outro contraente. 
Daí o art. 282.º (anulação ou modificação de negócios usurários) 
Daí o art. 812.º (redução oficiosa da cláusula penal excessiva) 
Daí o art. 913.º (redução de preços de coisa defeituosas) 
Daí o art. 437.º (resolução ou modificação do contrato por alteração anormal das 
circunstâncias). 
O princípio básico da Liberdade contratual – 405.º Cod. Civil 
A faculdade que as partes têm, dentro dos limites da lei de fixar de acordo com a sua 
vontade, o conteúdo dos contratos que realizam celebrar contrato diferente dos prescritos 
no código ou incluir nestes as cláusulas que lhes as aprouver. 
É pois o corolário da autonomia privada. 
Antes da liberdade de fixar o conteúdo dos contratos esta implícita á liberdade de 
contratar – a liberdade de as pessoas criarem acordos que regulam os interesses 
recíprocos. E ao lado desta está a liberdade de escolha do outro contraente (caso ela 
também esteja disposto a negociar connosco). 
E esta liberdade deve respeitar apenas os limites da lei – moral pública, bons costumes, 
certos tipos contratuais (Ex. Sociedades comerciais). 
Liberdade de contratar e suas limitações 
Duas ideias: 
a) Liberdade – faculdade dos indivíduos formularem sem limitações as suas propostas e 
decidirem sem nenhuma espécie de coacção externa sobre a adesão as propostas que os 
outros lhe apresentem. Liberdade na escolha da pessoa e na decisão de contratar - 230.º, 
246.º e 256.º do Cod. Civil. 
b) Liberdade para a criação de um contrato – instrumento jurídico vinculativo com força 
obrigatória. Um pacto que depois de concluído sem constrangimentos nega a cada uma 
das partes a possibilidade de se afastar (unilateralmente) dele. 
Ou seja, ao interesse na livre ordenação de interesses recíprocos sucede a necessidade de 
protecção da confiança na validade do pacto formado. 
Esta vinculação recíproca não viola o princípio da autonomia privada, na medida em que 
assenta sobre auto-derminação de cada um dos contraentes. 
Há pós uma livre criação de acto vinculativo – assim se deve entender a liberdade de 
contratar. 
LIMITAÇÕES À LIBERDADE DE CONTRATAR: 
a) Dever de contratar 
A.1- Resultante de convenção entre as partes Ex. Contrato promessa- os promitentes 
passam a ter o dever de contratar sob pena de a contra parte poder exigir judicialmente o 
cumprimento da promessa ou a indeminização pelo dano proveniente da sua violação. 
Resultante da lei Ex: seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel. 
A.2- Dever de contratar relativo a serviços públicos Ex: empresas concessionárias de 
água, luz, transportes, telecomunicação. 
A.3- Profissão de exercício condicionado – Ex. Médicos em caso de urgência, até certo 
ponto advogado. 
A.4 Venda de bens essenciais á vida das pessoais- Ex. Situações de monopólio muitas 
vezes reguladas na lei. 
b) Proibição de contratar com certas pessoas – 579.º e 876.º secção a venda de direitos e 
coisas litigiosas; 877.º venda por pais a filhos ou avôs a netos sem consentimentos dos 
outros filhos ou netos; doações com indisponibilidades relativas. 
c) Renovação ou transmissão do contrato imposta a um dos contraentes 
Ex. Renovação do contrato pelo arrendatário, sujeitando-se o senhorio a ela ou 
transmissão da sua posição (divorcio ou morte). 
d) Necessidade do consentimento, sentimento ou aprovação ou aprovação de outrem. – 
Ex. Autorização do cônjuge para vender, autorização do tribunal para certos actos de 
representantes legais de incapazes 
DEFESA DO CONSUMIDOR 
Reação ético-social contra liberdade de contratar destinada: 
- A defender as pessoas mais expostas aos inconvenientes de coisas como jogo, drogas. 
- A proteger o mais ignorante ou débil economicamente. 
LIMITAÇÕES A LIBERDADE DE ESCOLHA DO OUTRO CONTRAENTE 
Depois de se decidir contratar a pessoa goza ainda faculdade de escolher a pessoa com 
quem vai fazer o contrato. Também aqui há limitações: 
- Por vontade das partes Ex. Pactos de preferência 
-Por imposição legal - direitos legais de preferência (em regra tem eficácia real). 
LIVRE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO DOS CONTRATOS – LIMITAÇÕES 
Além da liberdade de contratar a liberdade da escolha do contraente reconhece-se aos 
contraentes a faculdade de fixarem livremente os conteúdos dos contratos. 
- Celebrar os contratos típicos ou nominados previstos na lei 
-Aditar a essas cláusulas especiais convenientes. 
-Celebrar contratos distintos dos que a lei prevê e regula 
LIMITAÇÕES 
A) – Ofensa dos bons costumes, a ordem pública, negócios usurários (280º e seguintes). 
B) - O objectivo do contrato tem de ser um interesse do credor digno de protecção legal. 
398.º n.º 2 
C) - Normas que proíbem a celebração de contratos de certo conteúdo – 809.º e 800.º nº 
2 – limitação ou exclusão da responsabilidade; proibição de doação de coisas futuras 
(942.º). 
D) - Contratos normativos e contratos colectivos. (Ex. Convenções colectivas de 
trabalho) – padrão que os contraentes são obrigados a observar. 
E) - Normas imperativas – gerais – 762.º n.º 2 – boa fé e especiais – limites e resolução 
(Ex. Lei do Arrendamento Urbano) fixação de prazos. 
F) Contratos de adesão – contrato em que um dos contraente não tendo a menor 
participação na preparação e redacção da respectivas cláusulas, se limita a aceitar o texto 
que o outro contraente oferece, em massa, ao público interessado – (Ex. Contrato de 
seguro e bancário) – á medida que o poder económico dos grupos se foi fortalecendo e as 
actividades da empresa se foi massificando, começaram a surgir casos em que o contrato 
é elaborado por um dos contraentes, sem nenhum debate prévio acerca do seu conteúdo. 
Ao outro contraente fica apenas, na prática, a liberdade de aceitar ou não o contrato mais 
não de o discutir. 
Ao modelo ou padrão oferecido por um, o outro pode apenas aderir, aceitar. Daí contrato 
de adesão. – NOTA – não precisa de ser assim. Nos termos da lei podemos discutir e 
reagir contra cláusulas abusivas – ver princípios dos contratos. Mais aí entra a força 
negocial das partes. 
A RESPONSABILIDADE PRÉ CONTRATUAL, A CULPA IN CONTRAENDO E O 
PRÍNCIPIO DA BOA-FÉ 
Os contraentes são responsáveis pela sua deficiente conduta ao longo da preparação do 
contrato. A interessado em vender o prédio que possui em Luanda, marca com B residente 
em viana, interessado em compra-lo, uma visita para daí a 15 dias. 
Entretanto vende-o a C mais não avisa B que no dia combinado aparece, deslocando-se 
de viana a luanda. Haverá responsabilidade de A pela despesa de B? 
Artigo 227.º Cod. Civil – LER E SABER 
1º - Consagra a responsabilidade civil pré contratual 
2º- Mais não se circunscreve apenas a culpa e contrahendo - abrange os danos 
provenientes dos deveres secundários de informação, lealdade, em que se desdobra o 
princípio da boa-fé. 
3º- Da o caminho (a boa fé) e a sanção – reparar os danos causados á contraparte 
4º- E não a perda da expectativa do negócio, mais todos os danos que sofra. 
5º- Mas não obriga o faltoso a cumprir o contrato. A lei respeita assim até ao fim o valor 
da liberdade de contratar. 
6º- A determinação da indemnização de vida pelaparte que viola o princípio da boa-fé, 
na fase preliminar do contrato, depende da natureza do dever acessório infringido. 
O interesse que faltoso tem de ressarcir é sempre (quando tenha havido roptura 
injustificada do contrato), o interesse contratual negativo: - a perda patrimonial que não 
teria tido se não fosse a expectativa na conclusão do contrato frustrado ou a vantagem que 
não alcançou por causa da mesma expectativa gorada – teria vendido a terceiro por melhor 
preço ou teria comprado a terceira por melhor preço. 
Assim, a relação jurídica que se estabelece entre as partes, antes da conclusão do contrato, 
é uma relação legal – e por ser tão próxima do contratual são-lhes aplicáveis as regras 
própria da responsabilidade contratual, apesar de não ainda um vínculo entre as partes. 
CONTRATOS TÍPICOS (NOMINADOS) 
874.º e seguintes – contratos em especiais – são os que, além de possuir um nome próprio, 
que os distingue, constituem objectos de uma regulamentação legal especifica. 
(Ex. Compra e venda, doação, sociedade, locação, mandato, depósito, empreitada ou 
transacção). 
CONTRATOS ATIPÍCOS (INOMINADOS) 
Aqueles que as partes, ao abrigo do princípio da liberdade contratual (405.º), criam fora 
dos modelos traçados e regulados na lei. 
E quando se misturam? Para sabermos se estamos perante um típico a típico precisamos 
de conhecer o esquema essencial de cada contrato típico, seu núcleo essencial. Se este 
não perder, continuará a pertencer ao tipo legal definido 
 
 
NOVAS FÍGURAS CONTRATUAIS. 
TIPOS 
Leasing (Locação) – contrato pelo qual uma das partes se obriga, contra retribuição, a 
conceder a outra o gozo temporário de uma coisa adquirida ou construída por indicação 
desta e que a mesma pode comprar mediante o pagamento de um preço determinado ou 
determinável, nos termos do próprio contrato. 
Franchising - operação perante a qual um empresário consegue a outro o direito de usar 
a marca de produto seu com assistência técnica para sua comercialização, recebendo em 
troca determinada remuneração. 
Factoring (Cessão)- o factor é a entidade para bancária que adquire os créditos e corre os 
riscos de não os receber, em troca do pagamento de certa comissão por parte do cedente. 
Joint venture - associação de duas ou mais empresas, por tempo limitado para consecução 
de um fim lucrativo comum. 
Know- how – contrato pelo qual uma pessoa (singular ou colectiva) se obriga a transmitir 
a outra para que está os aproveite, os processos especiais de fabrico ou outros 
conhecimentos especiais que só ela possui. 
Engineering - contrato em que uma empresa de engenharia se obriga, perante uma outra 
empresa interessada em instalar novo processo industrial, a estudar e a implantar no local 
todo o equipamento dele e acompanhar o inicio do seu funcionamento. 
Garantia autonoma (on first demand – à primeira solicitação) – promessa feita por um 
terceiro (entidade bancária) de que pagará a contraprestação devida logo que este prove 
determinado facto – Ex. Paga mal prove a expedição de mercadoria 
 
CONTRATOS MISTOS – contrato na qual se reúnam elementos de dois ou mais 
negócios jurídicos total ou parcialmente regulados na lei. 
Diferente da união ou coligação de contratos – dois ou mais contratos que, sem perda da 
sua individualidade, se acham ligados entre si ou pôr certo nexo. 
Quando assim é, como os contratos são não só distintos mais autónomos, aplicar-se-á a 
cada um o regime que lhes compete. Nunca se destrói a individualidade de cada contrato. 
Ex. Junção exterior acidental. A compra um relógio e manda concertar ao mesmo 
relojoeiro. A arrenda local para instalação de restaurante a B e vende-lhe ao mesmo tempo 
móveis que tinha noutro restaurante seu. 
Ex. Junção com nexo funcional – condição — a encomenda refeição no restaurante de B 
se este lhe garantir hotel próximo. 
No contrato misto, pelo contrário, a fusão num negócio de elementos contratuais distintos 
que, além de perderem a sua autonomia no esquema negocial unitário, fazem 
simultaneamente parte do conteúdo deste. 
Ex. Arrendar casa de praia com cama mesa e roupa lavada, banco aluga cofre tornando-
se simultaneamente locador e depositário. 
Interesse prática – 292.º Cod.Civil (redução em caso de nulidade parcial) 232.º 
Como resolver – ajuda pode ser a unidade ou pluralidade da contraprestação - uma 
prestação faz presumir que as partes quiseram um só contrato; como também poderá ser 
a unidade ou pluralidade do esquema económico subjacente a prestação. Ex. Viagem de 
cruzeiro. 
Devemos ver se há composição de interesses e aí aplicar os regimes de cada contrato tipo 
(Ex. A presta actividade a B e este sede um em troca gozo temporário de certo imóvel 
aplicam-se o regime de contrato de trabalho e da locação), ou se há subordinação (ao lado 
de uma prestação principal uma outra acessória – aqui o regime dos elementos acessórios 
só se observará na medida em que não colida com o regime da parte principal), Ex. – 
Arrendamento urbano para fim industrial dizendo que nele habitar trabalhadores este fim 
fica subordinado ao primeiro). 
E se houver fusão de interesse? Cruzeiro- tem transporte, alojamento, refeições – têm que 
se analisar a causa do contrato misto, sua função socioeconómica 
Doação mista - contrato em que, segundo a vontade dos contraentes a prestação de um 
deles só em parte é coberta pelo da contraprestação para que a diferença valor entre ambas 
beneficie gratuitamente outro contraente. Ex. A venda um prédio a B que vale 500.000 
pelo preço de 10.000 para beneficiar gratuitamente B – não há uma venda e uma doação. 
A estrutura de negócio é outra. A doação faz- se através da compra e venda. A compra e 
venda mediante a redução intencional de um dos seus elementos fundamentais foi assim 
assimilada pela doação. Aqui a uma assimilação de um dos contratos pelo outro – utilizou-
se a compra e venda para fazer uma doação. 
Se houver fundamento para resolução do contrato para ingratidão do donatário como 
fazer? – Não se devolve os 40.000 (doados) nem fica A com direito 4/5 do prédio. 
Tem que se desfazer a doação. Mas para isso é necessário a restituição do prédio e a 
devolução de dinheiro. 
OS CENTROS COMERCIAIS 
Como qualificar a relação contratual nascida entre fundador/organizador do centro 
comercial e cada dos legistas. 
A prestação realizada pelo fundador ou organizador do centro (escolha de 
estabelecimento implantação de lojas ancora, decoração, serviços comuns, áreas de 
recreio, de alimentação, serviço de limpeza, de segurança). É muito rica. 
Dois pontos: 
1- O contrato realizado entre o promotor e cada lojista não pode reduzir-se ao esquema 
do arrendamento urbanos para fins comerciais. Gozo temporário de imóvel versus renda 
2- Não se resume também a um contrato misto (contratos com várias prestações que 
pertencem a dois ou mais contratos típicos) por duas razões: 
a) A elementos essenciais que não cabem nesses contratos típicos. Ex. Existência de 
parques de estacionamento para clientes, ou locais de diversão ou seja factores que 
representam um enorme beneficio para o logista e que não revestem a forma de uma 
prestação serviços aqui o fundador fique adstrito em face de qualquer lojista. 
b) O conjunto de prestações efectuadas pelo promotor do centro introduz no contrato uma 
causa típica, global, e que encontra tradução em nenhum dos contratos típicos previstos 
na Lei, nem na junção de qualquer deles. 
TRATA-SE POIS DE UM CONTRATO ATÍPICO OU INOMINADO 
- Assim são aceites soluções como renda mista (parte fixa e parte variável em função do 
rendimento da loja, validade de cláusula limitativa da duração do contrato). 
CONTRATO DE EFICÁCIA REAL 
Art.º408º (ler e saber) 
Dos contratos não nascem obrigações: nascem relações de família, direitos sucessórios e 
também direitos reais. 
A vendeu a B uma coisa devendo ser paga e entregue no dia 5. Se no dia 3 C furtar ou 
danificar ou vender a D, quem pode revindicar ou exigir a reparação é B. 
A estes contratos a doutrina da o nome de contratos com eficácia real. 
A transferência imediata do direito real, por mero efeito do contrato, não impede que, 
subjacente a ela se mantenha latente obrigação de o alienante transferir não apena a posse 
mas também domínio da coisa para o adquirente só assim se explica aliás a 
responsabilidade em que incorre o alienante se, por qualquer razão (porque a coisa 
alienada lhe não pertença ou porque não possa dispor dela), o domínio se não transferir 
com contrato – Ex. Falta de consentimento do cônjuge. 
Reserva de propriedade 
- 409.º -934.º- Cláusulas importantes na vendas a prestações e nas vendas com espera de 
preço. Se reservar para se a propriedade da coisa ao cumprimento das obrigações da outra 
parte ou verificação de qualquer outro evento a venda é feita sobre condição suspensiva. 
Para que tenha efeitos em relação a terceiros, tratando-se de coisas imoveis ou de móveis 
sujeitos a registros, é necessário que o direito emergente da cláusula (reserva de 
propriedade) tenha sido inscrito no registro. 
Nos outros casos, a reserva vale mesmo em relação a terceiros por simples convenção das 
partes. 
Só mediatamente está cláusula ou pela reserva de resolução do contrato o vencedor poderá 
recuperar o domínio da coisa vendida, depois de efeituada entrega, com fundamento na 
falta de pagamento de preço, dada a disposição do Art.886.º.

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