Buscar

Anormalidades do Crescimento Ósseo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Anormalidades do Crescimento Ósseo
Exame físico e clinico: caminhar, andar, trotar; amplitude de movimentos (goniômetro avalia a angulação do andar); atrofia (observação e palpação). Deve-se:
Observar a normalidade das raças durante os primeiros meses;
Proporção de crescimento do complexo músculo/osso;
Anormalidades do aprumo;
Anormalidades da marcha/trote.
Osteocondrose/Osteocondrite dissecante 
Anormalidade vascular ou deficiência na vascularização da porção condral do osso, promovendo isquemia e consequente necrose da cartilagem articular. Porção condral não recebe nutrição suficiente e há déficit de nutrição. A osteocondrite dissecante consiste na necrose e descolamento da cartilagem condral, já a osteocondrose é o processo de deficiência na vascularização condral.
Causas: predisposição hereditária, nível alimentar energético excessivo, nível excessivo de cálcio pela dieta, distúrbios vasculares, compressão excessiva de uma cartilagem normal, compressão normal sobre uma cartilagem anormal, desequilíbrio hormonal. 
Localizações mais comuns: cabeça do úmero (face caudo-central ou caudo-centro-medial), côndilo umeral (face medial), côndilos femorais (côndilo lateral > côndilo medial) – raramente se manifestam clinicamente –, sulcos trocleares do talus (mediais > laterais).
A idade de aparecimento é de 4 a 9 meses, raças maiores são as mais predispostas, os sintomas incluem claudicação inconstante e o tratamento é clinico/cirúrgico.
Tratamento conservador: restrição das atividades por 2 a 3 semanas, glicosaminoglicanos, antiinflamatorios, atividades em locais de baixo impacto e retorno gradativo das atividades com a melhora. O tratamento cirúrgico consiste em raspagem na superfície cartilaginosa até a porção esponjosa, onde não há vascularização. Ocorrerá uma metaplasia e substituição do tecido cartilaginoso retirado. 
Displasia do cotovelo
Causas: 
Não União do Processo Ancôneo (NUPA) – ocorre normalmente em cães de grande porte e caracterizada por falha na fusão no centro de ossificação com o olécrano por volta de 5 meses. A instabilidade ou deslocamento do processo leva a alterações inflamatórias e osteoartrose da articulação; pode ser bilateral. Relacionados à etiologia: fatores genéticos familiares, fatores hormonais, traumatismo na placa de crescimento, rápidos e longos períodos de crescimento. Os sinais clínicos não são aparentes antes dos 5 a 8 meses, inicialmente é observada apenas uma claudicação ligeira, o cão fica em pé e senta como membro rotacionado, e a crepitação durante a flexão-extensão ocorre em animais velhos. Diagnostico: no RX ambos os cotovelos devem ser examinados FLEXIONADOS, pois a flexão aguda do cotovelo move o processo ancôneo distal ao epicôndilo medial e facilita sua visualização. Tratamento: fixação do fragmento por parafuso, o processo degenerativo irá ocorrer tanto com o tratamento clinico quanto o conservador. 
Fragmentação do Processo Coronóide (FPC) – As raças mais afetadas são Retrievers, Bernese e Rottweiler, com idade entre 5 e 8 meses. Pode ser apenas um fragmento ou degeneração dessa porção. Sinais clínicos: claudicação dos membros torácicos; marcha enrijecida, claudicação intensificada pelo exercício e após o repouso; a dor pode ocorrer em hiperflexão e extensão da articulação; crepitação ocasional em cães com mais de 1 ano de idade quando existe osteoartrose; tumefação da articulação pode ser palpada lateralmente entre epicôndilo lateral do úmero e o olécrano. O RX da articulação úmero-rádio-ulnar é feito nas posições: lateral, lateral flexionada e craniocaudal, porém artroscopia e tomografia são os exames mais indicados. Diagnostico: geralmente não é demonstrado no RX convencional, então o diagnóstico é presuntivo baseado na raça, idade e tumefação articular palpada. Tratamento: artroscopia (o tamanho da articulação limita, fazer se possível), sempre que possível optar pelo tratamento conservador mesmo que em alguns casos precisem de cirurgia – até para diagnóstico. 
Osteocondrose/Osteocondrite (OCD) – Na porção da crista troclear umeral medial. Pode coexistir com a FPC em aproximadamente 37% dos casos. Diagnostico: defeito triangular subcondral na porção medial da tróclea umeral na projeção craniocaudal.
Epicôndilo Medial Não Unido (EMNU) – lesão pouco comum observado em raças de grande porte – principalmente labrador. Caracterizada por corpos ossificados localizados na linha articular medial e caudalmente bem distal ao epicôndilo medial, observados em conjunto com outras alterações do cotovelo. Esses fragmentos crescem e chegam a 3-4 cm de comprimento. Sinais Clínicos: podem causar ou não claudicação, mas com o passar dos anos esses fragmentos mineralizam e aumentam de tamanho; no exame físico há espessura ao redor do côndilo umeral juntamente com a dor produzida por pressão direta. Os achados radiográficos são observados nas incidências lateral flexionada e craniocaudal do cotovelo. Tratamento: excisão cirúrgica, desde que não haja lesões como OCD, FPC e NUPA. 
Osteodistrofia hipertrófica
Já foi associada com deficiência de vitamina C, osteodistrofia metafisária e escorbuto. Caracterizada por espessamento e opacidade na área de deposito de Ca2+ próximo as articulações – principalmente radio e ulna, tíbia e fíbula – que ficam tumefeitas e podem ser confundidas com edema. É uma síndrome vista em cães jovens de raças de porte médio e grande. É uma doença de curso agudo, em que a fase pode durar de 7 a 10 dias, mas os casos recorrentes são comuns. 
Sinais clínicos: cão com pirexia, anorexia, dor, coluna arqueada e relutância ao movimento devido à posição de proteção dos membros torácicos; histórico de diarreia; abaulamento cranial dos membros torácicos e deformidade valga do corpo.
Sinais radiográficos: linha radioluscente fina na metáfise, paralela à placa epifisária, especialmente do radio. Área de calcificação extra periosteal ao longo da metáfise. 
Tratamento: antibióticos, corticoides, analgésicos e vitamina C. Por ser uma doença autolimitante, o uso de corticoides como Prednisolona em doses imunossupressoras causa a remissão dos sintomas. O uso de opióides como Tramadol e Morfina também causam a remissão dos sintomas. Repouso também é recomendado. 
Consolidação precoce da fise distal de radio e/ou ulna
Deformidades de membros anteriores são observadas em raças como shi tsu, maltes. A diferença de crescimento de ossos que se articulam na mesma base leva a deformidade durante a movimentação da articulação. Uma consolidação precoce de radio e ulna distal vai levar a uma incongruência. Compreendem 83% das anormalidades de crescimento ósseo dos membros torácicos. Conhecida também como síndrome de radio e ulna ou síndrome do calcâneo. Deve ser feito o bloqueio do crescimento do osso mais proeminente para evitar o arqueamento do membro. 
O animal sente dor durante a flexão e extensão do membro afetado, há claudicação. O tratamento é cirúrgico. Osteotomia, quando necessária, deve ser feita o mais breve possível. A colocação de grampo ortopédico interrompe o crescimento do osso maior, com objetivo de reduzir ou evitar incongruência.
Hiperflexão do carpo
O tendão flexor carpo ulnar passa pelo acessório do carpo, e uma enfermidade músculo tendinosa provoca a contratura do flexor carpal. “Avanço” da porção carpo medial, o que dá a impressão de luxação. Não é doloroso. A gravidade do arqueamento é avaliada em graus. 
O tratamento é conservador, com a colocação de uma bandagem sobre o carpo por até 4 semanas: provoca relaxamento sobre a porção extensora e flexora, revertendo o quadro de hiperextensão do tendão.
O diagnostico diferencial é descartar qualquer deformidade óssea antes de fechar o diagnostico. 
Displasia coxofemoral
Distúrbio hereditário caracterizado por incongruência articular entre acetábulo e cabeça femoral. Quando não há sinais clínicos, não é necessário intervir. Forma-se artrose em áreas de sobrecarga – articulações inflamadas que levam a formação de espículos. 
Sintomas: dor, claudicação,dificuldade de apoio, andar com “rebolado” – defesa do animal para a articulação não bater no osso e causar dor, quadril em “mesa” ou plano, hiperextensão do tarso. A hipertrofia muscular que ocorre em animais entre quatro meses e um ano compensa qualquer frouxidão da região articular.
Exame físico: amplitude de movimento, dor a movimentação, “click” articular – teste de Ortolani, na abdução do membro com entrada e saída do membro com a articulação. O sinal de Ortolani positivo é patognômonico para displasia. O Penn Hip avalia a frouxidão do ligamento redondo. 
Tratamento: considerar animais muito jovens, histórico familiar. Menos de quatro meses: sinfisiodese (cauterização da sínfise pélvica) ou tratamento conservador; entre quatro meses e um ano: tratamento conservador, dependendo da condição do animal; mais de um ano e menos de dois anos: tratamento cirúrgico. A denervação do quadril auxilia na resolução de dor crônica, e assim como a colo-cefalectomia é um tratamento eficaz para animais jovens. A prótese substitui a porção do acetábulo e a porção do fêmur. Tratamento conservador: AINES, glicosaminoglicanos, opióides e fisioterapia – hipertrofia muscular no quadril.
Osteopatia pulmonar hipertrófica (OPH)
Também conhecida como Osteoartropatia Pulmonar Hipertrófica (OAPH), Osteoartropatia Hipertrófica (OAH) e Acropaquia. 
Sinais clínicos: claudicação, relutância ao movimento e edemas firmas nas porções distais dos membros. Os pulmões geralmente estão envolvidos.

Outros materiais