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COMO BION ENTENDE O HOMEM

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COMO W. R. BION ENTENDE O HOMEM E SEUS PRINCIPAIS CONCEITOS
O homem para Bion é um sujeito determinado pelo seu inconsciente, tendo certas atitudes sem a consciência do porque daquela ação. Mas, responsável por suas próprias neuroses e pelas suas resoluções.
Para suas teorias, Bion teve como influência a psicanálise freudiana sobre a psicologia das massas, as contribuições de Melaine Klein tanto com sua teoria quanto como sua terapeuta e a teoria das três pulsões do Dr. Hadfield, da clinica Tavistock. As influências para o ponto de vista empírico foram seus grupos terapêuticos criados nas instituições em que passou, que eram trabalhados sem regras estabelecidas, na tentativa de convencer os integrantes a trabalharem com questões das suas próprias tensões.
Um dos seus conceitos é a teoria do funcionamento dos grupos, onde divide em: grupo de trabalho ou grupo refinado e os grupos de base ou mentalidade de grupo.
O grupo de trabalho é entendido como uma reunião de pessoas com nível refinado de comportamento de cooperação para a realização de uma determinada tarefa, ou seja, cada indivíduo contribui para o grupo de acordo com suas capacidades, conseguindo assim um bom espírito de grupo. Bion entende que para gerar um bom espírito de grupo é necessário que exista um propósito comum, o reconhecimento dos limites de cada integrante do grupo para não subestimar ou sobrecarregar o sujeito, entendimento da posição e função de cada membro do grupo, deverá também existir a distinção, a valorização e o respeito de subgrupos internos, liberdade de locomoção dentro do grupo, valorização dos membros por suas contribuições e capacidade de enfrentar conflitos. Para Bion, apenas quando se adquire o conhecimento e experiências em relação ao próprio desenvolvimento do grupo gerando um bom espírito de grupo, é que esse grupo se encontra em trabalho terapêutico.
Contudo, algumas experiências com determinados grupos fez Bion observar comportamentos variados e não esperados para a realização dos objetivos. Bion qualificou esse fenômeno como mentalidade de grupo, que é, de maneira inconsciente, a influência desagradável de um componente do grupo quando ele se comporta ou pensa de um modo diferente do esperado eliciando o grupo a uma expressão unânime. A mentalidade de grupo associa-se ao inconsciente da psicanálise. Ela é responsável pelo “fracasso dos grupos”, existe uma vontade, mas que acaba o indivíduo se boicotando sem se dar conta, levando esse boicote para o grupo.
Para entender melhor, Bion criou o conceito dos níveis de grupo: nível da tarefa e nível da valência. O nível da tarefa está ligado ao que é racional, consciente. E o nível da valência está ligado à esfera emocional do trabalho, inconsciente.
A partir desse inconsciente, Bion traz a teoria dos pressupostos básicos, que é um padrão de comportamento para definir a mentalidade de grupo e distingue três padrões de comportamentos: dependência, luta-fuga e acasalamento.
No padrão de dependência, o comportamento do grupo demanda o tempo inteiro do líder, é um comportamento dependente. Esse grupo é incapaz de lidar com as próprias emoções, necessita de um líder para fornecer segurança aos mais imaturos, trazendo para o líder características de uma divindade. O grupo é incapaz de enfrentar
problemas sem a presença de algo que traz a responsabilidade sobre tudo o que acontece. Por isso, o líder é autoritário, tendo que ser onipresente e onisciente. Essa dependência é de uma importância tão grande que se uma pessoa quiser se colocar no lugar desse líder, ela será menosprezada pelo grupo, ou quando o líder recusa-se a ter uma ação esperada de acordo com o seu papel, é gerado um mal estar e a resposta para manter-se coeso poderá ser fantasiosa. Os integrantes do grupo possuem frequentemente sentimentos de inadaptação e de frustração por desconfiarem da sua capacidade de aprendizado pela própria experiência que consideram insatisfatórias para lidarem com a realidade.
Pressuposto básico do grupo de dependência: “existe um objetivo externo cuja função é fornecer segurança para o organismo imaturo”. Bion acredita que as pessoas entram no grupo de dependência para evitar as experiências emocionais características dos grupos de acasalamento e de luta-fuga.
No grupo de luta-fuga, o grupo tem o sentimento de ameaça à coesão, se sente em risco, em perigo de desfacelamento. E para se trabalhar essa questão, pensa o que ameaça esse grupo e começa a criticar as pessoas ausentes. A forma de fuga do grupo é discutir assuntos pensando estar chegando ao objetivo, mas que na verdade não se chega a lugar algum, levando a perda da coesão do grupo. Com esse comportamento, o líder é uma pessoa que permite os integrantes a fugir, que crie oportunidade de fuga.
Pressuposto básico do grupo de luta-fuga: “estamos reunidos para lutar com alguma coisa ou dela fugir”.
No grupo de acasalamento, o comportamento começa pela fala entre duas pessoas por uma insatisfação. Esse casal é visto pelo grupo como uma forma de esperança, como uma promessa que os problemas dentro do grupo serão resolvidos. O principal sentimento é a esperança, além da atenção voltada para o futuro. O casal é entendido como de postura messiânica, no sentido de salvar o grupo da sua desintegração. O grupo espera um novo líder para dar conta dessas angústias e tensões, como um salvador.
Pressuposto básico do grupo de acasalamento, “estar por vir um novo grupo melhorado”. Bion refere-se a esse pressuposto como “esperança messiânica”, onde a salvação é entendida como sentimentos de ódio, desespero e destrutividade com relação ao próprio grupo.
Todos os padrões de comportamento da teoria dos pressupostos básicos de Bion utilizam os comportamentos para evitar o desmantelamento do grupo frente a uma ameaça.
Outro conceito de Bion é a Cultura de Grupo, que é a reação à mentalidade de grupo. São aspectos de comportamento do grupo que nasce do conflito entre a mentalidade do grupo e o desejo dos indivíduos. É um aspecto consciente. A cultura de grupo nasce para dar estratégias e soluções para as angústias trazidas pela mentalidade de grupo.
O terapeuta para Bion é o profissional que interpreta a mentalidade do grupo e que por isso não pode ser incisivo. Ele precisa estar mais ligado à interpretação que na atuação. O terapeuta deverá evitar ao máximo ocupar o lugar do líder, só devendo atuar em último caso.

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