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DIREITO CIVIL – PONTO 05
Contratos em geral: Teoria geral dos contratos. Princípios. Elementos constitutivos. Pressupostos de validade. Revisão. Extinção.
Atualizado em agosto de 2012 por Sophia Nóbrega Câmara
1 NOÇÕES GERAIS
O Estado Social, marcado pelo avanço tecnológico, e pela sociedade de massa subverteu a concepção clássica de contrato que pressupunha a igualdade dos contratantes. O contrato de adesão, criado em 1901, demonstrou a necessidade de o Estado limitar a autonomia privada em prol do interesse público e social. O contrato de adesão é um contrato bastante suscetível de abuso do poder econômico (RIPERT). 
A autonomia da vontade está limitada pelos princípios da BOA-FÉ OBJETIVA e FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO, que, ao lado da EQUIVALÊNCIA MATERIAL DAS PRESTAÇÕES, constituem os PRINCÍPIOS SOCIAIS DO CONTRATO..
CONTRATO BASE e CONTRATO DERIVADO (TRF1): contrato derivado tem o condão de extinguir o contrato base? Pela resposta da questão NÃO. Já que afirma: o mecanismo técnico do contrato derivado propicia, por parte de terceiro, o gozo das utilidades do contrato base, SEM, CONTUDO, LEVÁ-LO À EXTINÇÃO.
EXEMPLO 01: a sublocação, como ocorre com qualquer contrato derivado, haverá de seguir o contrato-base (LOCAÇÃO), não podendo, desta forma, permitir o que este proíbe. Assim, extinto o contrato-base, seja qual for a sua causa, serão também extintas as eventuais sublocações, ressalvados direitos indenizatórios em favor do sublocatário contra o sublocador.
EXEMPLO 02: CONTRATO DE SUBEMPREITADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL é o contrato celebrado entre empreiteira e outras empresas para a execução de obra ou de serviços na construção civil, no todo ou em parte, com ou sem fornecimento de material. A subempreitada é um contrato derivado (expressão que serve para explicar que ele depende de um contrato principal, o de empreitada. Pode ser total ou parcial (conforme abranja todo o conjunto da obra ou parte dela). 
A NOVA TEORIA CONTRATUAL
O Contrato mudou seu matiz ideológico. A teoria mudou em diversos aspectos. 
Não é possivel fixar ao longo da história uma data específica de surgimento do contrato porque o contrato acompanha o desenvolvimento moral da humanidade e não há como definir este marco do início do desenvolvimento moral da humanidade. O contrato surgiu como o 1º grande instrumento de harmonização de interesses contrapostos. O contrato teve sua 1ª função social nesta ideia de harmonização (Clóvis Beviláqua). O contrato de permuta foi a primeira figura contratual. O historiador Max Kazer afirma que o contrato teve grande desenvolvimento no período clássico do Direito Romano, contudo, não foi criado pelo Direito Romano, mas teve grande desenvolvimento nele. 
A teoria do contrato foi especialmente desenvolvida a partir do desenvolvimento da ideologia liberal e capitalista. 
Orlando Gomes diz que o Direito Romano é uma referencia histórica do contrato, mas ele foi moldado, desenvolvido pelo Capitalismo, no plano económico, e o liberalismo, no plano político, especialmente no final do sec xix, início do sec xx. Sendo assim, faria com que o Estado não se metesse nas relações contratuais. Esta teoria norteia o desenvolvimento na Europa e na América. A autonomia privada era tudo, partia-se da premissa que as partes eram iguais. A ideia era de que a autonomia privada era o núcleo da relação entre partes iguais. 
Teoria clássica do contrato:
Autonomia privada
Igualdade entre as partes contratantes
Força obrigatória “pacta sunt servanda”
	Até o sec. XX as bases contratuais eram estas. 
	Durante o sec XX, inúmeras foram as variáveis para a modificação da teoria clássica do contrato. Tivemos as revoluções socialistas, 2 guerras mundiais, completa mudança na economia global. Tudo isto obrigou a doutrina a modificar a teoria clássica do contrato. Esta teoria clássica foi reconstruida, foi reformulada em novas bases. A teoria clássica se reformulou, durante o sec XX, os Estados sentiram a necessidade de determinar na teoria dos contratos o dirigismo contratual, que é um processo de contenção ou limitação das bases da teoria clássica do contrato, porque o Estado sentiu a necessidade de limitar a autonomia privada, É o contrato de adesão, que nos dá a imagem da nova teoria do contrato. Quem criou o contrato de adesão foi um jurista francês, Raymond Saleis, em 1901, que trata-se de uma técnica de contratação que se caracteriza pelo fato de uma das partes ditar o conteúdo da relação negocial. George Ripair, analisando o contrato de adesão, diz que o contrato de adesão é o termômetro que nos mostra a mudança da teoria contratual. Ele se pergunta se ele é realmente o contrato, pq, aonde está a autonomia privada no contrato de adesão??? No contrato de adesão uma das partes dita o conteúdo do contrato. 
	
	O tripé da teoria clássica foi reformulado (autonomia privada, igualdade entre as partes contratantes, força obrigatória do contrato “pacta sunt servanda”). A nova teoria contratual reconstruida em perspectiva constitucional, sem menoscabar os elementos da teoria clássica, aponta no sentido de reconhecer na autonomia privada, uma função socializante, de maneira a permitir a pactuação de relações negociais em harmonia com o valor máximo da dignidade da pessoa humana. (Gustavo Tepedino – Problema de direito civil constitucional / Fachim/ Hironaca). O que se busca não é desaparecer a autonomia privada, isto nunca, sempre o núcleo do contrato é a autonomia privada. Esta liberdade contratual foi funcionalizada. Não se quer fazer justiça social, uma justiça distributiva do contrato. 
	O contrato é um NJ por meio do qual as partes criam deveres jurídicos manifestando a sua autonomia privada, limitada por valores constitucionais. A autonomia privada é a base do contrato. Mas o que seria a autonomia privada?
PRINCÍPIOS CONTRATUAIS
1. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA – primeiro desenvolvida pela escola jusnaturalista que sufragava que o homem era livre em suas ações. Todavia, hoje, ela é empregada de forma mais comedida. Não são sinonimos autonomia privada e livre iniciativa econômica, quem diz isto é Pietro Peringiele – Perfis de Direito Civil Constitucional/ Editora Renovar, porque autonomia privada é um conceito mais amplo que o conceito de livre iniciativa economica negocial. Dentro do direito contratual, a autonomia privada significa liberdade negocial. Devemos ter alguma margem de liberdade negocial, decidindo com quem se contrata. A autonomia privada é limitada, é contida, sofre incidência de elementos de contenção.
	A professora Judith Martins Costa fala em autonomia solidária, porque ele é condicionada a valores sociais solidarizantes. A autonomia privada é contida pela eficácia horizontal dos direitos fundamentais, pelo princípio da função social e também pelo princípio da boa-fé objetiva. 
Autonomia solidária - autonomia condicionada a valores sociais solidarizantes. 
- eficácia horizontal dos direitos humanos
-princípio da função social
- princípio da boa-fé objetiva
2. PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA DO CONTRATO. “pacta sunt servanda” – o contrato tem força de lei entre as partes. Este princípio da força obrigatória é relativizado pela teoria da imprevisão. No Direito do Consumidor se chama teoria da onerosidade excessiva (ou quebra da base objetiva do contrato). 
Art. 478 CC/02 > nos contratos de execução continuada, ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
3. PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA MATERIAL - prof. Paulo Lobo trata bem deste princípio. Tem intima conexão com a função social. Enunciado 22 da 1ª jornada de direito civil. Significa que em um contrato, as partes devem guardar equilíbrio entre as prestações pactuadas. Mas há situaçõesem que o contratante assume o risco, com no caso dos contratos aleatórios. 
4. PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO - um contrato vincula, em nível obrigacional, regra geral, apenas as próprias partes contratantes. Este princípio, contudo, sofre mitigações, uma vez que o contrato pode ter uma eficácia transubjetiva, à luz do princípio da boa-fé. Ex. estipulação em favor de terceiro (seguro de vida); contrato com pessoa a declarar, que nada mais é que uma promessa de fato de terceiro (os efeitos atingem terceiros) (Luiz Roldão de Freitas – desembargador – Contrato com pessoa a declarar).
	O contrato de pessoa a declarar – 467 do CC02 – excepciona o princípio da relatividade dos efeitos do contrato, e traduz uma promessa de prestação de fato por terceiro. Se o terceiro não quiser ou não puder assumir, o contrato valerá pelas pessoas originárias. Também como exceção ao princípio da relatividade dos efeitos é a tutela externa do crédito (expressão cunhada pelo prof Antônio Junqueira de Azevedo) porque sustenta a responsabilização do 3º que interfere na relação jurídica alheia, violando o princípio da boa-fé – ex. prof Judith Martins - o caso do Zeca Pagodinho, havia firmado um contrato com a Nova Skin, intrometeu-se na relação contratual a Brahma. A Brahma pode ser responsabilizada porque ela interferiu na relação jurídica alheia, e houve quebra da boa-fé pós-contratual por parte de Zeca Pagodinho.
5. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO - no direito chinês, atender à função social do contrato, significa respeitar o interesse da República Popular Chinesa, lá, função social se confunde com interesse do Estado. Não é nesta perspectiva que vamos analisá-la. O respeito à função social não tem conotação de política de Estado, significando, diferentemente, o respeito a valores socialmente objetivados. Este princípio consagrado em cláusula geral no art. 421, traduz um forte elemento de contenção da autonomia privada, a ideologia é a limitação da autonomia privada de acordo com valores como defesa ambiental, do consumidor, da ética. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Resp 476649 SP que diz em sua ementa que multa moratória escolar de 10% foi limitada a 2% em respeito ao princípio da função social em defesa do consumidor. Este princípio se projeta no âmbito interno e no âmbito externo do contrato.
Função social traduz uma cláusula geral de conteúdo de natureza principiológica, limitativa da liberdade de contratar. Ela é ao mesmo tempo cláusula geral e princípio. 
Obs: o que é uma CLÁUSULA GERAL? Segundo a prof. Judith Martins Costa, trata-se de uma disposição normativa dirigida ao juiz para que, a vista do caso concreto, crie, complemente, ou desenvolva uma norma jurídica. Ela tem conteúdo aberto que impõe ao juiz uma conduta, um comportamento, no sentido de desenvolver a norma jurídica. Tem conteúdo aberto, mas não trata-se de conceito aberto. 
	 A melhor doutrina no Brasil é de Flávio Tartucci, Paulo Roberto Naline quando cuida do princípio da função social, ele incide tanto no âmbito intrínseco como extrínseco da relação contratual.No ambito interno, significa que as partes devem guardar equilíbrio e lealdade entre elas. No âmbito externo, temos, como exemplo, que um contrato não pode violar regras do direito ambiental, ele internamente é perfeito, mas se, externamente, violar o direito ambiental, então ele estará ferindo a função social do contrato. O contrato deixou de ser um átomo para se contextualizar socialmente. Isto mostra a mudança de mentalidade o amadurecimento do direito brasileiro. 
O CC16 não tratou do principio da função social, quem trata no CC02 é no art. 421.
6. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA - para entendermos a boa-fé temos que voltar ao tempo e fazer um histórico deste princípio. Ela tem raiz na denominada bona fides do Direito Romano, significando à época, um conceito ético individual. Cícero em diversas passagens fala em bona fides, na mentalidade do direito romano, a boa-fé é atuar de acordo com o comportamento que você espera do outro. A nossa atual doutrina tem suas bases no Direito Alemão, que é a nossa principal referencia histórica, que recepcionou o direito romano, reconstruindo a bona fides,
	A base da boa fé é o §242 do código alemão quando os alemães tratam do conceito de lealdade e confiança. A doutrina traduz lealdade e confiança como boa-fé objetiva. Em Roma, a boa-fé tem padrão individual, e os alemães transformaram a boa-fé em regra, em valor objetivo de conduta. Há influencia do direito alemão no código italiano, no código de portugal, e no código brasileiro. O Direito Alemão é o berço desta influencia no Brasil, que está no art. 422 do NCC. A BOA FÉ OBJETIVA É INFLUÊNCIA DOS ALEMÃES. 
Qual a diferença entre boa-fé subjetiva e boa-fé objetiva? Boa-fé subjetiva traduz um estado psicológico de inocência. Já a boa-fé objetiva trata-se de uma cláusula geral de natureza principiológica e que consiste em uma regra de conteúdo ético e exigibilidade jurídica. 
Antônio Menezes de Cordeiro e sua clássica obra – da boa-fé objetiva no Direito Civil/ Editora Almedina de Portugal. 
Estudando este autor, chegamos à conclusão que a boa-fé objetiva possui funções:
	1. função interpretativa - Orlando Gomes já tratou disto. O juiz quando interpreta um contrato deve, de toda maneira, resguardar a boa-fé – art. 113 do NCC. (o negócio jurídico deve ser interpretado segundo a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração).
	2. função constitutiva – função integrativa da boa-fé de deveres anexos ou de proteção, informação e cooperação> a boa-fé traz direitos anexos ao contrato. 
Trata-se da violação positiva do contrato. Expressão também conhecida como “cumprimento defeituoso” ou “cumprimento imperfeito”, a “violação positiva do contrato” é uma espécie de inadimplemento contratual a imputar responsabilidade contratual objetiva àquele que viola direitos anexos do contrato. A “violação positiva do contrato” não decorrerá do descumprimento da prestação principal do mesmo, mas sim da inobservância dos deveres anexos decorrentes do princípio da boa-fé objetiva em sua função de proteção e de tutela. São exemplos desta “violação” o dever de informação, de proteção, de assistência, de cooperação, e de sigilo. Se, qualquer desses deveres for descumprido haverá a “violação positiva do contrato”, que poderá ensejar o pedido, pela parte inocente, da resolução do contrato ou até mesmo a oposição da exceção de contrato não cumprido.
	3. função de controle – art. 187 – abuso de direito – também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé, ou pelos bons costumes.
O dever de informação decorre da Boa-fé objetiva, da sua função integrativa. Em todo e qualquer contrato, não apenas nos contratos de consumo, as partes devem, reciprocamente, prestar informações necessárias uma à outra. A doutrina hoje entende, enunciado 24 da 1ª jornada, que, dada a grande importância ético-jurídica dos deveres anexos, a responsabilidade civil de quem os descumpre é objetiva. A responsabilidade civil de quem descumpre os deveres anexos é objetiva. 
Criticas ao art. 422 do NCC - este artigo mandou aplicar o princípio da boa-fé na conclusão e durante a execução, e esqueceu o codificador de se referir que, este princípio da boa-fé aplica-se também nas fases pré e pós contratual. A pós-eficácia objetiva do contrato: o princípio da boa-fé deve ser também observado após a consumação do contrato. 
A fase pré-contratual é a fase das tratativas preliminares. Não se trata de promessa, porque ai seria contrato preliminar. Aqui, redige-se a minuta do contrato. Ex. caso da CICA e dos agricultores do RS, a indústria incentivava a safra e depois assinavam o contrato de venda dos tomates. A empresa resolveu não assinar o contrato, houve quebra de boa-fé objetiva pré-contratual. 
2 CONCEITOCONTRATO é um negócio jurídico em que as partes convergem vontades contrapostas, com o escopo de atingir determinados interesses, segundo as limitações impostas pelos princípios da FUNÇÃO SOCIAL e da BOA-FÉ OBJETIVA.
O contrato é um negócio jurídico, que tem forma livre, exceto no que for determinado pela lei.
	CONTRATO
	INSTRUMENTO CONTRATUAL
	Relação jurídica, ou seja, é o negócio jurídico, o acordo de vontades.
	É o documento do contrato, é a forma física do contrato.
	
	Requisitos
	
	Preâmbulo
	Ë a introdução do contrato, é a cabeça, é a parte na qual os contratantes são qualificados
	
	Contexto
	É o corpo do contrato no qual estão previstas as cláusulas
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
MARIA HELENA DINIZ: os contratos podem ser classificados de acordo com os critérios abaixo identificados:
	CONSIDERADOS EM SI MESMOS
	RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS
	Quanto à natureza da obrigação
	Unilaterais ou bilaterais
	CONTRATOS PRINCIPAIS ou CONTRATOS-BASE
	
	Onerosos ou gratuitos
	
	
	Comutativos ou aleatórios
	
	
	Formais ou reais
	
	Quanto à forma
	Consensuais, formais ou reais
	
	Quanto à designação
	Nominados e inominados
	
	Quanto ao objeto (conteúdo do direito conferido)
	Alienação de bens
	
	
	Transmissão de uso e gozo
	CONTRATOS ACESSÓRIOS ou CONTRATOS-DERIVADOS
	
	Prestação se serviço
	
	
	Conteúdo especial
	
	Quanto ao tempo de execução
	Execução imediata
	
	
	Execução mediata
	
	
	Execução diferida
	
	Quanto à pessoa do contratante
	Intuito personae ou impessoal
	
4.1.1 CONSIDERADOS EM SI MESMOS (principais classificações)
BILATERAIS ou UNILATERAIS
Unilaterais: se um só dos contratantes assumir obrigações em face do outro, de tal sorte que os efeitos são ativos de um lado e passivos do outro, pois uma das partes não se obrigará, não havendo, portanto, qualquer contraprestação. EXEMPLO: doação pura e simples, em que do concurso de vontades nascem obrigações somente para o doador.
EXEMPLOS: depósito, comodato, mútuo, mandato.
Os contratos unilaterais requerem duas manifestações de vontade, mas colocam um só dos contratantes na posição de devedor, ficando o outro como credor.
Bilaterais: são os contratos em que cada um dos contratantes é simultânea e reciprocamente credor e devedor do outro, pois produz direitos e obrigações para ambos, tendo por característica principal o SINALAGMA, ou seja, a dependência recíproca de obrigações (CONTRATOS SINALAGMÁTICOS).
Vantagens dos contratos bilaterais:
	SOMENTE SE APLICAM AOS CONTRATOS BILATERAIS
	EXCEPTIO INADIMPLETI CONTRACTUS
	Exceção do contrato não cumprido. NÃO se aplica a contratos unilaterais
	CLÁUSULA RESOLUTIVA TÁCITA
	Admite o inadimplemento como condição resolutiva. Os contratos bilaterais contêm implícita ou explicitamente essa cláusula.
	TEORIAS DOS RISCOS
	CONTRATOS UNILATERAIS: o contraente a quem o contrato aproveite responde por culpa e por dolo responde aquele a quem não favoreça.
Princípio da res perit creditori.
	
	CONTRATOS BILATERAIS: cada contratante responde por dolo.
Princípio da res perit debitori.
	ARTIGO 477
	Fica a obrigação em suspenso até que seja prestada garantia real ou fidejussória suficiente, já que as circunstâncias supervenientes de modificação no patrimônio do devedor alteram os termos contratuais, permitindo ao contratante que se comprometeu a realizar a sua prestação em primeiro lugar recusar-se a cumpri-la, até que o outro satisfaça sua obrigação ou dê garantia bastante de que cumprirá o prometido.
Contrato bilateral imperfeito – é o contrato unilateral que, por circunstância acidental, ocorrida no curso da execução, gera alguma obrigação para o contratante que não se comprometera. Pode ocorrer com o depósito e o comodato quando, por exemplo, surgir para o depositante e o comodante, no decorrer da execução, a obrigação de indenizar certas despesas realizadas pelo comodatário e pelo depositário. O contrato bilateral imperfeito subordina-se ao regime dos contratos unilaterais, porque as contraprestações não nascem com a avença (Carlos Roberto Gonçalves).
ONEROSOS ou GRATUITOS 
Gratuitos ou benéficos são os contratos em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem. 
Nos onerosos, ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício. 
A doutrina distingue os contratos gratuitos propriamente ditos dos contratos desinteressados. Aqueles acarretam uma diminuição patrimonial a uma das partes, como se dá nas doações puras. Estes, subespécies dos primeiros, não produzem esse efeito, malgrado beneficiem a outra parte (comodato e mútuo, p.ex.).
COMUTATIVOS ou ALEATÓRIOS
Os contratos onerosos subdividem-se em comutativos e aleatórios. Comutativos são os de prestações certas e determinadas. Os contratos aleatórios caracterizam-se pela incerteza, para as duas partes, acerca das vantagens e sacrifícios que deles pode advir. 
CONSENSUAIS ou REAIS
Contratos consensuais, ou formais, são aqueles que se perfectibilizam com a simples manifestação do consentimento. Contratos reais são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega da coisa que lhe serve de objeto, como os de depósito, comodato ou mútuo, por exemplo. Todos são, também, unilaterais.
 NOMINADOS ou INOMINADOS
Contratos nominados são os que têm designação própria. Inominados são as que não a têm. 
Contratos típicos são os regulados pela lei, os que têm o seu perfil nela traçado. Contratos atípicos são os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e requisitos definidos e regulados na lei. 
4.1.2 RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS
Contratos principais: são os que existem por si, exercendo sua função e finalidade independentemente de outro.
Contratos acessórios: são aqueles cuja existência jurídica supõe a dos principais, pois visam a assegurar a sua execução. EXEMPLO: a fiança é contrato acessório, estabelecido para garantir a locação, que é contrato principal.
Regras gerais: devem obedecer aos seguintes princípios fundamentais:
nulidade da obrigação principal acarretará a das acessórias, porém a destas não implica a da principal;
a prescrição da pretensão relativa à obrigação principal induzirá à alusiva às acessórias, mas a recíproca não é verdadeira; assim, a prescrição da pretensão a direitos acessórios não atinge a do direito principal.
CONTRATOS NO CC/02
O Código Civil de 2002 os disciplinou da seguinte forma: 
a) Título V – Dos contratos em Geral, subdividido em dois Capítulos (Capítulo I - “Das Disposições Gerais” - e Capítulo 2 - “Da Extinção do Contrato”). Tais capítulos são ainda estruturados em Seções, que versam sobre aspectos gerais da matéria contratual;
b) Título VI – Das Várias Espécies de Contratos, subdividido em 20 capítulos, compartimentados em várias outras Seções, cuidando dos Contratos em Espécie. Nota-se, no estudo dessa disciplina, que o codificador inovou, ao tratar de temas não regulados pelo Código anterior, a exemplo do contrato preliminar, do contrato com pessoa a declarar, da resolução por onerosidade excessiva (aplicação da teoria da imprevisão), da venda com reserva de domínio, da venda sobre documentos e do contrato estimatório. 
Além disso, disciplinou contratos novos, como a comissão, a agência/distribuição, a corretagem e o contrato de transporte, deixando de fazer referencia a alguns outros institutos, como, por exemplo, a cláusula comissória na compra e venda (art. 1163 do CC-16). 
4 PRINCÍPIOS DO DIREITO CONTRATUAL
Temos, portanto, como princípios mais relevantes e difundidos em doutrina:
a) o princípio da autonomia da vontade ou do consensualismo;
b) o princípio da força obrigatória do contrato;
c) o princípio da relatividade subjetiva dos efeitos do contrato;
d) o princípio da função social do contrato;
e) o princípio da boa fé objetiva;
4.1 PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE
Esse princípio traduz a ideia de que o contratotem por pedra de toque o consensualismo. Todo contrato pressupõe uma certa liberdade intelectual.
No contrato de adesão, a parte que adere a proposta ainda tem uma liberdade, mesmo que reduzida, porque há a liberdade de aderir ou não. Se for retirada totalmente a autonomia da vontade do contrato, não será contrato, será outra figura.
4.2 PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO ou PRINCÍPIO DO RES INTER ALIOS ACTA
Segundo tal princípio, o contrato deve, como regra geral, gerar efeitos apenas entre as próprias partes. Mas a doutrina elenca algumas exceções, ou seja, que geram efeitos para terceiros. EXEMPLO 01: contrato de seguro de vida, já que por meio do qual é feita uma estipulação em favor de terceiro (beneficiário), que não é parte do contrato, mas sofre a sua influência. EXEMPLO 02: contrato com pessoa a declarar.
4.3 PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS ou PRINCÍPIO DO PACTA SUNT SERVANDA
Por meio desse princípio, todo o contrato tem força obrigatória, que faz lei entre as partes. O fundamento histórico de seu surgimento é a LIBERDADE E A IGUALDADE ENTRE AS PARTES, a vontade entre os iguais faz lei entre as partes. Atualmente, esse princípio foi relativizado porque a igualdade é uma exceção. Essa relativização ocorreu especialmente em virtude da TEORIA DA IMPREVISÃO.
A TEORIA DA IMPREVISÃO tem raiz histórica no Código de Hamurábi. Mas essa teoria modernamente foi cunhada pelos franceses, que moldaram o conceito moderno de teoria da imprevisão, por meio da LEI FaILLIOT DE 1916. 
4.3.1 Conceito da teoria da imprevisão
A teoria consiste no reconhecimento de que a ocorrência de acontecimento novo e imprevisível, com impacto na base econômica do contrato, justificaria a sua revisão ou resolução. A presente teoria somente interessa aos contratos de execução continuada ou de trato sucessivo, ou seja, de médio ou longo prazo, uma vez que se mostraria inútil nos de consumação instantânea. 
4.3.2 Requisitos da teoria da imprevisão
Podemos, nessa linha de intelecção, decompor essa importante construção dogmática, nos seguintes elementos:
4.3.2.1 superveniência de circunstância imprevisível – claro está, assim, que se a onerosidade excessiva imposta a uma das partes inserir-se na álea de previsão contratual, não se poderá, em tal caso, pretender-se mudar os termos da avença, eis que, na vida negocial, nada impede que uma das partes tenha feito um “mau negócio”;
4.3.2.2 alteração da base econômica objetiva do contrato – a ocorrência da circunstância superveniente altera a balança econômica do contrato, impondo a uma ou ambas as partes onerosidade excessiva; 
“CONTRATO ADMINISTRATIVO. CONGELAMENTO DE PREÇOS. DECRETO N.º 2.284.86. PRAZO DE EXECUÇÃO DA AVENÇA INFERIOR A UM ANO. CLÁUSULA DE IRREAJUSTIBILIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. DIFERENÇA ENTRE EQUILÍBRIO-ECONÔMICO FINANCEIRO E REAJUSTE MONETÁRIO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO DESEQUILÍBRIO.(..) 6. Em suma: a) os contratos sub examine, com prazos de duração inferiores a um ano, foram firmados sob a égide do Decreto-lei n.º 2.284.86 que vedava a inclusão de cláusula de reajuste; b) muito embora a possibilidade de, nos termos do art. 55, II, “d”, do Decreto-lei n.º 2.300.86, realizar-se atualização dos preços inicialmente ajustados, os recorrentes não lograram comprovar o desequilíbrio, consoante ressaltado pelas instâncias ordinárias; (...). 7. Deveras, se instância local, com ampla cognição fático-probatória não verificou imprevisão capaz de alterar a força obrigatória do vínculo, vedado seria à esta Corte Superior, a teor do verbete sumular n.º 07, acolher a pretensão da empresa recorrente. 8. Recurso especial improvido.” (STJ, Acórdão RESP 509.986/DF; RECURSO ESPECIAL (2003.0020044-7), Fonte DJ DATA: 09/12/2003; Relator Min LUIZ FUX, Data da Decisão: 20/11/2003, Órgão Julgador PRIMEIRA TURMA)
4.3.2.3 onerosidade excessiva – consequentemente, uma ou até mesmo ambas as partes experimentam um aumento na gravidade econômica da prestação a que se obrigou. Com isso, podemos concluir, consoante anotamos linhas acima, que a teoria da imprevisão não pressupõe necessariamente, enriquecimento de uma parte em detrimento do empobrecimento da outra. Isso porque, a superveniência da circunstância não esperada poderá haver determinado onerosidade para ambas as partes, sem que, com isso, se afaste a aplicação da teoria.
4.3.2.4 enriquecimento ilícito – Não teria que haver um quarto requisito: ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DA PARTE? Parte da doutrina defende a necessidade desse requisito. Entretanto, a menção a somente 03 requisitos acima é defendida por outra parte da doutrina (RUY ROSADO DE AGUIAR), porque NEM sempre o enriquecimento ilícito é INDISPENSÁVEL, para a doutrina. Mas o CC/02 exige o enriquecimento ilícito, nos termos do artigo 478, que afirma a necessidade de a onerosidade excessiva gerar uma vantagem exagerada para a outra parte.(arts. 478 a 480 CC)
No CDC, a TEORIA DA IMPREVISÃO é diferente, é denominada de TEORIA DA BASE OBJETIVA DO NEGÓCIO JURÍDICO (Direito Alemão).
O artigo 317 do CC é uma aplicação específica da teoria da imprevisão para fins de revisão de uma prestação do contrato. O artigo 478 é o artigo que serve para resolver o CONTRATO e não somente revisar uma prestação específica do contrato.
OBS: Não confundir o instituto da lesão com a teoria da imprevisão. Na lesão, o contrate já surge viciado. Nesse caso não se aplica a teoria da imprevisão, a qual só tem uso quando o contrato nasceu válido, porém, com o decurso do tempo, desequilibrou-se os deveres entre os contratantes.
4.4 PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
É mais do que lógico que sendo socializada a propriedade, é feita a socialização dos contratos. O direito de propriedade é um direito complexo de usar, gozar, fruir e dispor, assim a manifestação da propriedade é feita por meio de contratos. 
4.4.1 Conceito
Trata-se de um conceito jurídico de conteúdo indeterminado, em que se compreende, na medida em que lhe reconhecemos o efeito de impor limites à liberdade de contratar. É um princípio limitativo da liberdade de contratar, estabelecendo parâmetros para a liberdade de contratar. Está previsto no artigo 421, CC/02.
4.4.2 Níveis de manifestação
PAULO NALIN, na busca por delimitar as suas bases de intelecção, lembra-nos, com acerto, que a função social manifestar-se-ia em dois níveis (THEODORO JR., Humberto. O Contrato e sua Função Social. Rio de Janeiro: Forense, 2003, pág. 43):
4.4.2.1 nível intrínseco: o contrato visto como relação jurídica entre as partes negociais, impondo-se o respeito à lealdade negocial e à boa fé objetiva, buscando-se uma equivalência material entre os contratantes; em todos os contratos, socializar o contrato é reconhecer a BOA-FÉ OBJETIVA.
4.4.2.2 nível extrínseco: o contrato em face da coletividade, ou seja, visto sob o aspecto de seu impacto eficacial na sociedade em que fora celebrado; trata-se da interferência CONTRATO – SOCIEDADE. O contrato não é um átomo que interessa somente às partes, interessa também à sociedade.
Socializar o contrato significa verificar o seu atendimento do interesse social.
OBS: O art. 2.033 § único, do CC/02, dispõe que a função social é preceito de ordem pública. Nesse passo, pode ser reconhecida de ofício a nulidade de convenção das partes que a contrariar.
4.5 PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA
Foram os Alemães, por meio da cláusula TREU UND GLAUBEN , que estabeleceram modernamente o conceito de boa-fé objetiva.
	BOA-FÉ SUJETIVA
	BOA-FÉ OBJETIVA
	Trata-se de um estado psicológico de inocência. É a boa-fé do: “eu não sabia”, ou seja o indivíduo ignora o possível vício. EXEMPLO: posse de boa-fé.
	É uma cláusula geral implícita em todos os contratos, ela tem status principiológico, e que se traduz em uma regra de conteúdo ético e exigibilidade jurídica.
	
	Tem várias funções: INTERPETATIVA, LIMITADORA e REGRA BÁSICA PARA OS DEVERES ANEXOS DO DEVER PRINCIPAL
CONTRATO VÁLIDO ------------------------ RELAÇÃO OBRIGACIONAL:(FONTE PRIMORDIAL DE OBRIGAÇÕES)
a) dever jurídico principal: prestação de DAR, FAZER ou NÃO FAZER;
b) deveres jurídicos anexos ou satelitários ou deveres colaterais ou deveres secundários (decorrentes da BOA-FÉ OBJETIVA): lealdade e confiança, proteção, assistência, informação, confidencialidade ou sigilo etc.
Hermann Staub, em 1902, denominou violações positivas do contrato essas expressões do inadimplemento. Karl Larenz, em 1953, alargou a denominação para violações positivas do crédito (ou pretensão), por entender que sua aplicação extrapola o âmbito dos contratos. Pontes de Miranda sugere extensão ainda maior: violações positivas do negócio jurídico e atos jurídicos stricto sensu.
O artigo ignora que a boa-fé objetiva deve ser observada inclusive nas fases PRÉ e PÓS-CONTRATUAL. Depois de concluído o contrato há uma fase de pós-eficácia objetiva dos contratos. EXEMPLO: depois da execução do contrato, o empregado divulgar os segredos que teve acesso em razão do contrato de trabalho.
Na FASE DAS TRATATIVAS ou FASE DE PONTUAÇÃO ou FASE DA PUNCTAÇÃO é feita a negociação prévia do contrato. É a fase preliminar. Há um caso clássico de quebra de boa-fé objetiva na fase preliminar: PLANTADORES DE TOMATE E A CICA.
Qual é a conseqüência jurídica da quebra da boa-fé objetiva? Segundo doutrina, a violação de um dos deveres anexos, gera RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA.
4.5.1 TEORIAS RELEVANTES PARA OS CONTRATOS: SUPRESSIO, SURRECTIO, TU QUOQUE e VENIRE CONTRA FACTUM PROPIUM NO POTEST
À idéia de “supressio”, “surrectio”, “tu quoque”, “venire contra factum proprium no potest” necessita, preliminarmente, de uma exata compreensão sobre o princípio da confiança e sobre abuso de direito. A confiança instalada nas tratativas e execuções de um negócio jurídico, expõem o sujeito a uma correspondência de considerações éticas e morais. Por outro lado, defraudada a pessoa da confiança depositada, desenvolve-se uma instabilidade social, que deve ser, desde logo, refutada do convívio social. A proteção conferida a confiança se revela, assim, num princípio fundamental de concretização da boa-fé, onde o Direito deve proteger o investimento confiado pelos indivíduos. Logo, a confiança guardada pelas partes, merece uma tutela jurídica específica, já que não pode ficar descampada de uma eventual frustração. Essa proteção, de um modo geral, em nosso ordenamento jurídico deriva de um preceito constitucional fundamental, inerente a todos os indivíduos, que assegura um acesso irrestrito ao Poder Judiciário, pela lesão sofrida, sendo outrossim, exercitável através do direito de petição (art. 5º, XXXIV e XXXV, CF). Portanto, sendo legítima a expectativa criada, e por ser a boa-fé uma cláusula geral inserida no ordenamento jurídico brasileiro, a tutela jurídica ampara o sujeito que teve a sua confiança violada, conforme, por exemplo, é a vedação do “venire contra factum proprium”. Igualmente, o abuso do direito decorre da violação de um direito subjetivo, cuja conceituação varia conforme a maioria da doutrina. Logo, em rápida síntese, direito subjetivo é aquele conferido ao indivíduo que visa à satisfação dos próprios interesses. Desse modo, visando o direito subjetivo à satisfação de determinados interesses, da sua violação verifica-se o seu abuso, ou seja, dá-se o abuso de direito toda vez que um interesse se sobrepujar ao interesse reciprocamente contraposto na relação jurídica. A conjectura gerada pela violação do princípio da confiança, respaldada na cláusula geral da boa-fé (art. 422, CC), como o abuso de direito, tutelado pela responsabilidade civil dos atos ilícitos [14], transpõem-se de uma responsabilidade meramente subjetiva, para uma responsabilidade que independe de culpa. Ou seja, a ilicitude do ato praticado com abuso de direito possui natureza objetiva, auferível independentemente de culpa ou dolo.
Neste contexto de objetivação de responsabilidade civil, está o Enunciado nº 37 do Conselho Superior da Justiça Federal, cujo teor se reproduz: “a responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa, e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico”. 
O “venire contra factum proprium” é uma vedação decorrente do princípio da confiança. Trata-se de um tipo de ato abusivo de direito. Referida vedação assegura a manutenção da situação de confiança legitimamente criada nas relações jurídicas contratuais, onde não se admite a adoção de condutas contraditórias. Trata-se de “uma regra de coerência, por meio do qual se veda que se aja em determinado momento de uma certa maneira e, ulteriormente, adote-se um comportamento que frustra, vai contra aquela conduta tomada em primeiro lugar”. Portanto, o “venire contra factum proprium no potest” significa a proibição de ir contra fatos próprios já praticados.
Como afirma Menezes de Cordeiro “o venire contra factum proprium coloca a hipótese de, independentemente de ter sido acionado qualquer previsão normativa comum de tipo contratual, o agente fica adstrito a não contradizer o que fez e disse”. A título de exemplo, é a situação em que o credor, durante anos, aceita o pagamento da obrigação em data posterior ao do vencimento estipulado no contrato – configurando-se uma violação deste – e, depois, vem pleitear a rescisão contratual com base na conduta anteriormente, por ele, tolerada. O “venire contra factum proprium non potest” ocorreu nesta hipótese, quando se criou a confiança, no sentido de que nada seria feito contra essa violação contratual – pagamento da obrigação em data posterior à estipulada. Logo, essa rescisão pleiteada com base na conduta tolerada, resulta numa violação do princípio da confiança, além de mostrar-se um verdadeiro abuso de direito, gerando as consequências já mencionadas. Perante um comportamento contraditório, portanto, a ordem jurídica não visa à manutenção do estado pela primeira atuação, que o direito não reconheceu, mas antes a proteção da pessoa que teve por boa, com justificação, a atuação em causa. 
O Superior Tribunal de Justiça abriu precedente de aplicação do venire contra factum proprium¸ antes mesmo do advento do Novo Código Civil, em julgado que afastou a possibilidade de anulação de compra e venda de um imóvel, celebrado somente pelo marido sem a outorga uxória, uma vez que a própria esposa declarou, como testemunha, em outro processo, a anuência tácita à venda. 
Já as expressões “surrectio” e “supressio” são classificações dadas em Portugal às expressões “verwirkung” e “erwirkung”, originárias da Alemanha. A “supressio” refere-se ao fenômeno da supressão de determinadas relações jurídicas pelo decurso do tempo. A “surrectio”, por sua vez, consagra o fenômeno inverso, ou seja, o surgimento de uma prática de usos e costumes locais. Assim, tanto a “supressio” como a “surrectio” consagram formas de perda e de aquisição de direito pelo decurso do tempo. Por outro lado, essas aquisições e restrições, em nosso ordenamento jurídico, somente são admitidos mediante expressa disposição de lei, como se vê no art. 1.238 que trata da aquisição de propriedade pela usucapião extraordinária, bem como pelos arts. 205 e 206, do Código Civil, que tratam de prescrição extintiva, uma vez que a prescrição consiste na aquisição ou extinção de direitos, pelo decurso do tempo. É admitido, outrossim, a aquisição ou perda de direitos – “surrectio” ou “supressio”, respectivamente – pelo transcurso do tempo, em nosso ordenamento jurídico, desde de que a ele se relacionam uma situação de confiança, investida numa relação jurídica. Portanto, o transcurso de tempo, como forma de aquisição ou perda de um direito, afora das previsões legais, somente é possível mediante à conjugação do “venire contra factum proprium no potest”.
Encontra-se exemplo de “supressio” e “surrectio”, assim, como bem acertadamente expõe Maria Helena Diniz, no art. 330 do Código Civil, ao dispor que se o devedor efetuar, reiteradamente o pagamento da prestação em lugar diverso do estipulado no negócio jurídico, há presunção“juris tantum” de que o credor a ele renunciou, baseado no princípio da boa-fé objetiva e nessas formas de aquisição e perda de direito pelo decurso do tempo. Consequentemente, se o devedor efetuar o pagamento em local diverso do previsto no contrato, de forma reiterada, surge o direito subjetivo de assim continuar fazendo-o – “surrectio” – e o credor não poderá contrariá-lo, pois houve a perda do direito – “supressio” -, desde que, contudo, com observância do “venire contra factum proprium no potest”. Desse modo, a “surrectio”, nas palavras de Menezes de Cordeiro “é o instituto que faz surgir um direito que não existe juridicamente, mas que tem existência na efetividade social”.
 
Com relação ao “tu quoque”, é esta expressão que, de fato, revela os deveres anexos de uma relação contratual, decorrentes da boa-fé. Essa locução é designativa de uma situação gerada de um abuso de direito, que se verifica quando uma das partes viola a norma jurídica e, após tenta aproveitar-se dessa conduta em benefício próprio, que conforme o brocardo “turpitudinem suam allegans non auditur” – o sujeito não pode valer-se da própria torpeza -, que é vedada pelo direito. Assim, quem viola as suas obrigações contratuais não pode se valer da sua própria falta para se favorecer diante da contra parte. 
Conforme o Enunciado nº 24 do Conselho Superior da Justiça Federal, a violação dos deveres anexos decorrentes da cláusula geral da boa-fé objetiva, constitui-se espécie de inadimplemento, independentemente de culpa.
Consequentemente, chega-se à conclusão de que tanto o “tu quoque” como o venire contra factum proprium no potest são autênticos representantes dos deveres anexos implícitos nos contratos, que devem ser observados à integralização pela boa-fé objetiva. Logo, da sua não observância que configura uma usurpação dissimulada de uma conduta juridicamente válida, como visto, acarreta numa responsabilização objetiva desse inadimplemento contratual. Por outro lado, o “venire contra factum proprium no potest” representa, também, diametralmente, um nexo de ligação da “supressio” e da “surrectio”, para que essas formas de aquisição e extinção de direitos possam ser validamente considerados, uma vez que, repita-se, essas formas de criação e perda de direitos, pelo decurso do tempo, somente são abarcadas como legítimas, em nosso ordenamento jurídico, mediante expressa disposição legal.
CONCEITOS IMPORTANTES RELACIONADOS AOS PRINCÍPIOS DA FUNÇÃO SOCIAL E DA BOA-FÉ OBJETIVA. 
 DUTY TO MITIGATE THE LOSS> o conceito é desenvolvido no direito norte-americano e cristaliza o imperativo da boa-fé na relação obrigacional para impor à parte, que evite o dano evitável, sob pena de perder o direito à indenização. Traduz a expressão “o dever de mitigar”. Mesmo sendo vítima, há dever de mitigar os efeitos do dano, se estiver ao alcance. 
Mesmo sendo vítima, há o dever de mitigar os efeitos do dano. 
VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM> também conhecido como doutrina dos atos próprios. Segundo a doutrina do prof. Wagner Souza, o venire, tem raiz na obra do Azo, e, em tradução, significa que a ninguém é permitido vir, atuar, contra um fato que lhe é próprio. Em outras palavras, o venire, a luz da boa-fé e da confiança, proíbe comportamento contraditório. Menezes de Cordeiro diz que uma mesma pessoa não pode ter na linha do tempo, dois comportamentos, ainda que lícitos, contraditórios entre si. O venire dá base ao supressio e à surretio. 
CLÁUSULA DE ESTOPPEL > traduz ou consiste na aplicação do venire no direito internacional. É a clausula que proíbe comportamento contraditório entre Estados. Ex. a Bolívia, no caso da Petrobras, que criou condições para empresa atuar lá, e, em momento depois, se comportou de forma contraditória. É a aplicação do venire no direito internacional. 
TU QUOQUE > é uma expressão que se retira de uma frase clássica de Júlio César para Brutos e significa “até tu!!”. Este conceito quer evitar, à luz da boa-fé e da confiança, que a parte seja surpreendida dentro do contrato. Ex. chamada exceção do contrato não cumprido “exepcio non adimpleti contractus” que tem a ampla defesa para que não seja pego de surpresa, é quando uma das partes exige da outra prestação sem que haja realizado a sua primeiro, o demandado ou réu, pode propor em defesa a exceção de contrato não cumprido para evitar ser pego de surpresa. 
4.6 EQUIVALÊNCIA MATERIAL
O princípio da equivalência material busca realizar e preservar o equilíbrio real de direitos e deveres no contrato, antes, durante e após sua execução, para harmonização dos interesses. Assim, o princípio pacta sunt servanda passa a ser entendido no sentido de que o contrato obriga as partes contratantes nos limites do equilíbrio dos direitos e deveres entre elas. 
Para alguns autores (ex.: PAULO LUIZ NETTO LOBO) é princípio; para outros (ex.: PABLO STOLZE E RODOLFO PAMPLONA) é “subproduto normativo do princípio maior, senão axial, da função social do contrato.”
5 FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Os contratos são a convergência de duas vontades contrapostas:
A parte que faz a proposta (POLICITAMENTO) é a parte PROPONENTE ou POLICITANTE. A parte que aceita é chamada de ACEITANTE ou OBLATO.
Declaração receptícia de vontade só surte efeitos quando do conhecimento da parte contrária.
Proposta trata-se de uma declaração receptícia de vontade, séria e concreta, dirigida ao aceitante. A proposta obriga o proponente, salvo nas hipóteses em que a própria lei afirma que a proposta não é obrigatória. (arts. 427 e 428 do CC)
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
RESULTAR DOS TERMOS DELA = previsão de desistência
NATUREZA DO NEGÓCIO = limitação de estoque
CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO = conceito aberto que será avaliado pelo juiz, EXEMPLO: proposta jocosa, feita de brincadeira.
A proposta entre presentes é aquela feita entre pessoas que mantém contato direto e simultâneo uma com a outra. Entre ausentes, todavia, a proposta pressupõe não haver contato direto e imediato entre as partes. EXEMPLOS ENTRE PRESENTES: telefone e internet (MSN, Skype e similares). EXEMPLO ENTRE AUSENTES: por carta ou por e-mail.
A aceitação é a manifestação concordante do oblato. O consentimento somente existe com a aceitação da proposta. 
Se o aceitante modificar a proposta ele estará fazendo uma contra-proposta.
4.1 TEORIAS DA FORMAÇÃO
O maior problema que temos na matéria de contratos é formação de contratos entre ausentes, digladiando-se a doutrina ao sabor de 02 teorias: TEORIA DA COGNIÇÃO e TEORIA DA AGNIÇÃO.
Fundamentalmente, a doutrina criou duas teorias explicativas a respeito da formação do contrato entre ausentes (PEREIRA, Caio Mário da Silva, ob. cit., pág. 25 e RODRIGUES, Silvio. Direito Civil – Dos Contratos e Declarações Unilaterais de Vontade. vol 3. 25 ed. São Paulo: Saraiva, 1997):
4.1.1 teoria da cognição: para os adeptos dessa linha de pensamento, o contrato entre ausentes somente se consideraria formado quando a resposta do aceitante chegasse ao conhecimento do proponente. CRÍTICA: não se sabe qual o exato momento em que o proponente tomou conhecimento da aceitação.
4.1.2 teoria da agnição: dispensa-se que a resposta chegue efetivamente ao conhecimento do proponente:
4.1.2.1 sub-teoria da declaração propriamente dita: o contrato se formaria no momento em que o aceitante ou oblato redige ou datilografa a sua resposta. Peca por ser extremamente insegura, dada a dificuldade em se precisar o instante da resposta.
4.1.2.2 sub-teoria da expedição: considera formado o contrato, no momento em que a resposta é expedida.
4.1.2.3 sub-teoria da recepção: reputa celebrado o negócio no instante em que o proponente recebe a resposta. Dispensa, como vimos, que leia a mesma. Trata-se de uma sub-teoria mais segura do que as demais, pois a sua comprovação é menos dificultosa, podendo ser provada, por exemplo, por meiodo A.R. (aviso de recebimento), nas correspondências.
Mas, afinal, qual seria a teoria adotada pelo nosso direito positivo? 
No Direito brasileiro, parte da doutrina entende que se deve aplicar a sub-teoria da EXPEDIÇÃO e outra parte sustenta que se deve aplicar a sub-teoria da RECEPÇÃO.
CLÓVIS BEVILÁQUA, autor do anteprojeto do Código Civil de 1916 era, nitidamente, adepto da sub-teoria da expedição, por reputá-la “a mais razoável e a mais jurídica”. (BEVILÁQUA, Clóvis. Direito das Obrigações.São Paulo: RED, 2000, pág. 238). Por isso, boa parte da doutrina brasileira, debruçando-se sobre o art. 1086 do Código revogado, concluía tratar-se de dispositivo afinado com o pensamento de CLÓVIS;
Na mesma linha, se cotejarmos esse dispositivo com o correspondente do Código Civil em vigor, teremos a nítida impressão de que foi adotada a vertente teórica da expedição:Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:I - no caso do artigo antecedente;II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;III - se ela não chegar no prazo convencionado.
Note-se, entretanto, que o referido dispositivo enumera situações em que o contrato não se reputará celebrado: no caso do art. 433; se o proponente se houver comprometido a esperar a resposta (nesta hipótese, o próprio policitante comprometeu-se a aguardar a manifestação do oblato); ou, finalmente, se a resposta não chegar no prazo assinado pelo policitante.
Ocorre que, se nós observarmos a ressalva constante no inciso I desse artigo, que faz remissão ao art. 433, chegaremos à inarredável conclusão de que a aceitação não se reputará existente, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. Atente para essa expressão: “se antes dela ou com ela CHEGAR ao proponente a retratação do aceitante”. 
Ora, ao fazer tal referência, o próprio legislador acabou por negar a força conclusiva da expedição, para reconhecer que, enquanto não tiver havido a RECEPÇÃO, o contrato não se reputará perfeito, pois, antes do recebimento da resposta ou simultaneamente a esta, poderá vir o arrependimento do aceitante. Podemos concluir que o contrato somente se forma quando o PROPONENTE RECEBE A RESPOSTA, SEM ARREPENDIMENTO.
Dada a amplitude da ressalva constante no art. 433, que admite, como vimos, a retratação do aceitante até que a resposta seja recebida pelo proponente, entendemos que o nosso Código Civil adotou a sub-teoria da recepção, e não a da expedição.
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
CONCEITO
Os vícios redibitórios, por definição, são defeitos ocultos que diminuem o valor ou prejudicam a utilização da coisa recebida por força de um contrato comutativo (é o contrato que tem regras certas, sendo o oposto ao contrato aleatório). EXEMPLO: aparelho de celular que não aceita determinadas ligações (matéria que tem regramento próprio pelo CDC).
Esquema do examinador Olindo Menezes: têm fundamento no princípio da garantia: o alienante, no contrato oneroso, tem o dever de assegurar a funcionalidade da coisa, dentro da sua finalidade. Boa-fé objetiva.
6.2 REQUISITOS
Poderíamos, assim, elencar os seguintes elementos caracterizadores ou requisitos do vício redibitórios:
a) a existência de um contrato comutativo (translativo da posse e da propriedade da coisa);
b) um defeito oculto existente no momento da tradição (contemporaneidade);
c) a diminuição do valor econômico ou o prejuízo à adequada utilização da coisa.
Esquema do examinador Olindo Menezes: acresce ao requisito da alínea c o fator gravidade, não envolvendo defeitos insignificantes e removíveis. Ademais, acresce um quarto requisito: desconhecimento pelo adquirente, em face da diligência ordinária.
6.3 FUNDAMENTO
A regulação dos vícios redibitórios é uma garantia para o adquirente.
OBS: Não confundir vício redibitório com erro. Este é uma falsa percepção da realidade. É um defeito na percepção da coisa que, em si, não contém qualquer vício. Aquele é defeito da coisa.
AÇÕES EDILÍCIAS
Diante da ocorrência dos vícios redibitórios, o adquirente pode propor dois tipos de ação (não cumuláveis: TRF1), há um concurso de ações:
 ação redibitória: rejeição da coisa. As perdas e danos estão referidas no artigo 443. Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
 ação estimatória ou ação quanti minoris: abatimento (artigo 442) Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Prazos: para a propositura das ações edilícias foram poucos dos prazos que foram aumentados (artigo 445): 
* venda de animais - os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais
São prazos decadenciais:
	BEM MÓVEL
	30 DIAS
	Contado da entrega efetiva
	SE JÁ ESTAVA NA POSSE
	15 DIAS
	Contado da alienação
	BEM IMÓVEL
	01 ANO
	
	
	6 MESES
	
O legislador entende que se o adquirente já estava na posse, já conhecia a coisa, então deve ter um prazo menor para ingressar com ação contra o alienante. 
CRÍTICA: a lei não estabeleceu um prazo mínimo da posse, assim pela letra fria da lei até o prazo de posse de 01 dia seria suficiente para a perda da metade do prazo decadencial. Assim seria justo que o legislador estabelecesse um período de tempo suficiente para o efeito de perda da metade do prazo, na hipótese prevista na segunda parte do artigo 445.
Há GARANTIA LEGAL (essa estabelecida nos artigos acima), mas há também a GARANTIA CONTRATUAL. Enquanto o prazo de GARANTIA CONTRATUAL está em curso, o prazo de garantia legal está suspenso, nos termos do artigo 446, CC, que deve ser aplicado também às relações de consumo, já que não há regulação no CDC.
OBS: o CDC protege o consumidor não só dos vícios ocultos, mas também dos aparentes. Nesses casos, o consumidor pode exigir a substituição do produto, o abatimento do preço ou o cancelamento do contrato.
 EVICÇÃO
 CONCEITO
A evicção, prevista como garantia legal do adquirente, ocorre quando o adquirente vem a perder a posse ou a propriedade da coisa, em virtude do reconhecimento judicial ou administrativo do direito anterior de terceiro. Consiste a evicção na perda, pelo adquirente (evicto), da posse ou propriedade da coisa transferida, por força de uma sentença judicial ou ato administrativo que reconheceu o direito anterior de terceiro, denominado evictor. 
Para o examinador Olindo Menezes, tem fundamento no princípio da garantia.
Em nosso Código Civil, a evicção é disciplinada a partir do seu art. 447 (art. 1107, CC-16): Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
 Aquisição da coisa em hasta pública: o Código de 2002 apresenta uma inova​ ção no art. 447 retrotranscrito, dispondo que subsiste a garantia da evicção “ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública”. A dúvida que o dispositivo suscita, não dirimida pelo Código, consiste em saber quem responde pela evicção, tendo em vista que a venda não se dá de modo espontâneo pelo proprietário da coisa, mas forçado pelo Estado, a fim de que terceiro seja favorecido. Diferente a situação quando o proprietário escolhe livremente a alienação de bem de sua propriedade em leilão, como sucede com a venda de obras de arte e de animais em rodeios. Nesse caso, a sua responsabilidade pela evicção permanece, sem que paire qualquer dúvida a esse respeito. O problema se propõe apenas nas vendas forçadas realizadas pelo Estado, como se dá, por exemplo, nas hastas públicas de bens penhorados em execução movida contra o proprietário. Indaga​se se, neste caso, ocorrendo a evicção, o adquirente do bem deve exigir a indenização do antigo proprietário ou do credor que obteve o proveito com a venda que veio a ser prejudicada em razãode um direito anterior.
Parece​nos que o arrematante ou adjudicante que sofreu a evicção total ou par​ cial pode exigir a restituição do preço da coisa evicta ou o valor do desfalque, voltando​se contra o credor ou credores que se beneficiaram com o produto da arrematação ou contra o devedor​executado, proprietário do bem, se este recebeu saldo remanescente.
Personagens fundamentais:
ALIENANTE: que responde pelo risco da evicção.
ADQUIRENTE ou EVICTO: que é a pessoa que perde a coisa.
TERCEIRO ou EVICTOR: que é a pessoa que reivindica a coisa provando direito anterior.
A mesma sentença que condena o adquirente a devolver, determina que o alienante responda junto ao adquirente. No aspecto processual, há uma discussão afirmando que esse não seria um caso de denunciação NÃO obrigatória.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ALIENANTE
A primeira parte do artigo 447 deixa bem claro quem responde pelos riscos: o alienante. 
E para que a sua responsabilidade se manifeste, três requisitos devem se conjugar:
a) aquisição de um bem;
b) perda da posse ou da propriedade; (note-se que a evicção pode ser parcial)
c) prolação de sentença judicial ou execução de ato administrativo.
DIREITOS DO EVICTO (art. 450) 
7.3 EXCLUSÃO DA GARANTIA
O contrato pode aumentar a garantia da evicção além do estabelecido no artigo 450, da mesma forma pode ser diminuída. 
Mas a evicção pode ser EXCLUÍDA, por admissão do CC. A exclusão pode ser: LEGAL (artigo 457) ou CONVENCIONAL (artigo 449)
Ora, se o adquirente sabia que a coisa era de terceiro, não pode demandar contra a evicção. Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. (TRF1)
O contrato pode dizer que o alienante não responde pela evicção (até poderia ser revisada sob a luz do princípio da função social do contrato, mas a lei permite). Mas se isso ocorrer (cláusula que exclui a garantia), o evicto terá pelo menos o direito a receber o PREÇO QUE PAGOU, o que pode significar a não exclusão total da garantia. Entretanto, o contrato pode prever que o adquirente ciente do ato está assumindo-o, o que implicará a total exclusão da garantia.
Para que haja a exclusão total da garantia (artigo 449), é preciso que o adquirente expressamente tome ciência e assuma os riscos da evicção. (ver arts 451 a 456 CC) 
8 CONTRATOS E O DIREITO INTEREMPORAL
O NOVO CÓDIGO CIVIL E OS CONTRATOS CELEBRADOS ANTES DA SUA VIGÊNCIA
Com a entrada em vigor do novo Código Civil, importantes problemas referentes ao Direito Intertemporal poderão ser suscitados, exigindo do magistrado redobrada cautela. Um desses problemas diz respeito à possibilidade de incidência da lei nova em contratos celebrados antes de 11 de janeiro de 2003. 
Segundo o art. 2035, os negócios jurídicos celebrados antes da entrada em vigor do novo Código continuarão regidos pelas leis anteriores (Código Civil de 1916, Código Comercial), no que tange aos seus pressupostos de validade (nulidade e anulabilidade). 
Da mesma forma, não se deve pretender aplicar as regras da lesão e do estado de perigo (defeitos do negócio jurídico), inauguradas pelo Código de 2002 (art. 156 e 157), restando ao hermeneuta recorrer a outros meios de colmatação, eventualmente aplicáveis, e à luz da disciplina normativa anterior.
Por tais razões, um contrato celebrado por um menor de 18 anos, antes de 11 de janeiro (data da entrada em vigor do novo Código), continua sendo anulável (art. 147, I, CC-16), a despeito da redução da maioridade civil (18 anos), eis que, à época da celebração do negócio, segundo a lei então vigente, o ato seria considerado inválido.
Aliás, esta impossibilidade de retroação dos efeitos da lei nova para atingir a validez dos negócios já celebrados apenas consubstancia a observância da regra constitucional que impõe o respeito ao ato jurídico perfeito (art. 5°, XXXVI, CF). 
No entanto, se, por um lado, não pode a lei nova atingir a validade dos negócios jurídicos já constituídos, por outro, se os efeitos do ato penetrarem o âmbito de vigência do novo Código, deverão se subordinar aos seus preceitos, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução. Esta parte final do caput deverá causar polêmica, e abrir margem à insegurança jurídica. (MÁRIO DELGADO = direito intertemporal). (ANTONIO JEOVÁ DOS SANTOS = a segunda parte é inconstitucional).
Para melhor entendê-lo, cumpre-nos marcar, neste ponto, um divisor de águas: quanto ao aspecto de sua validade, não poderá o Código de 2002 atingir negócios celebrados antes da sua vigência; no entanto, quanto ao seu aspecto eficacial, ou seja, de executoriedade ou produção de seus efeitos, caso estes invadam o âmbito temporal de vigência da nova lei, estarão a esta subordinados. 
Um exemplo. Imaginemos um contrato de financiamento celebrado em 1999, de execução repetida no tempo (trato sucessivo), em que o financiado se obrigou a pagar, mensalmente, prestações pecuniárias à instituição financeira pelo prazo de 5 anos. Pois bem. 
Entra em vigor o novo Código Civil. Este, por expressa dicção legal, não poderá interferir na validade do negócio celebrado, embora os efeitos do contrato – de execução protraída no tempo – se sujeitem às suas normas (art. 2.035). Com isso, regras como as relativas à “resolução por onerosidade excessiva” (arts. 478 a 480), à “correção econômica das prestações pactuadas” (art. 317), ao “aumento progressivo de prestações sucessivas” (art. 316), ou às “perdas e danos” (arts. 402 a 405), para citar apenas alguns exemplos, poderão ser imediatamente aplicadas aos negócios jurídicos já constituídos, por interferirem, apenas, em seu campo eficacial ou de executoriedade. EXEMPLO: desconsideração da personalidade jurídica, porque atinge o plano da eficácia.
Entretanto, nos termos da parte final do art. 2.035, se as partes houverem previsto outra forma de execução, a exemplo da execução instantânea (que se consuma imediatamente, em um só ato), ou se afastaram a incidência de determinadas regras consagradas na lei nova – que não tenham substrato de ordem pública – a exemplo do aumento progressivo das prestações sucessivas, poderá ser evitada a incidência da nova lei. 
Mas observe: determinadas normas, como a que prevê a resolução por onerosidade excessiva ou a correção econômica das prestações pactuadas, em nosso pensamento, por seu indiscutível caráter publicístico e social, não podem, a prioristicamente, ser afastadas pela vontade das partes. 
Finalmente, o parágrafo único do artigo sob comento, utilizando linguagem contundente, determina que “nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social dos contratos e da propriedade”. 
Utilizando a expressão “nenhuma convenção”, o legislador impõe a todos os negócios jurídicos, não importando se celebrados antes ou após a entrada em vigor do novo Código, a fiel observância dos seus preceitos de ordem pública, especialmente a função social da propriedade e dos contratos. Assim, contratos que violem regras ambientais ou a utilização econômica racional do solo, assim como as convenções que infrinjam deveres anexos decorrentes da cláusula de boa fé objetiva (lealdade, respeito, assistência, confidencialidade, informação), expressamente prevista no art. 422 do novo Código, não poderão prevalecer, ante a nova ordem civil.
Muitos autores têm defendido que por meio desse dispositivo, há a extinção de toda e qualquer cláusula leonina.
 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
9.1 FORMA NATURAL
É a execução do contrato, o próprio cumprimento do contrato.
9.1 CAUSAS ESPECIAIS DE DISSOLUÇÃO DO CONTRATO
	RESILIÇÃO 
	RESOLUÇÃO 
	RESCISÃO 
	Opera-se quando há o desfazimento de um contrato por simples manifestação de vontade de uma ou de ambas as partes.
	Opera-se quandohouver INADIMPLEMENTO, ou seja, quando uma das partes descumpre o contrato.
	Tem dois sentidos:
TEORIA CLÁSSICA (FRANCESCO MESSINEO): opera-se quando houver LESÃO ou ESTADO DE PERIGO. 
TEORIA PRAGMÁTICA (jurisprudência brasileira): mesmo sentido de resolução.
	“NÃO DÁ MAIS”
não interessa mais o vínculo contratual
	
	
	Aplica-se, especialmente, a contratos de atividades ou serviços por tempo indeterminado
	Normalmente, os contratos trazem uma cláusula resolutiva expressa.
	
	EXEMPLOS: resilição de contrato de linha de celular ou de canal por assinatura ou renúncia de mandato ou manifestação do locatário de não continuar na locação.
	
	
	CONCURSO: que nome se dá ao ato jurídico que concretiza uma resilição? Depende do tipo de resilição:
BILATERAL: é o DISTRATO
UNILATERAL: é a DENÚNCIA
	Havendo uma cláusula resolutória, a resolução é imediata.
	O que é EXCEPTIO NOM ADIMPLENTI CONTRACTUS? 
Trata-se de uma defesa conferida à parte demandada, no sentido de apontar o descumprimento prévio da prestação cabível à parte adversa.
	REQUISITO: notificação prévia, para a denúncia, (artigo 473, parágrafo único)
	Sem a cláusula resolutória, o inadimplemento demanda uma notificação para a resolução.
	
EXTINÇÃO DO CONTRATO VÁLIDO
Se o contrato for inválido, temos o problema da invalidade e não extinção.
A extinção pode se dar de 3 maneiras:
1. RESCISÃO> a doutrina clássica representada por Franchesco Mescinel e no Brasil, Cerpa Lopes e Orlando Gomes, preferem utilizar o termo rescisão para o caso de invalidação do contrato por lesão ou estado de perigo. O vício é anterior ao contrato. NA RESCISÃO, O VÍCIO É ANTERIOR AO CONTRATO. 
2. RESILIÇÃO> se opera independentemente de inadimplemento por simples manifestação de vontade, podendo ser bilateral, é o famoso distrato, ou unilateral (denúncia). É o “não dá mais”. O ato jurídico por meio do qual a resilição se opera, se chama denúncia. Dada a natureza dos contratos, se uma das partes já houver feito investimentos consideráveis, a denúncia só produzirá efeitos decorrido prazo compatível com o vulto do investimento. SE OPERA INDEPENDENTEMENTE DE SIMPLES INADIMPLEMENTO, POR MEIO DE MANIFESTAÇÃO DE VONTADE, PODENDO SER BILATERAL O UNILATERAL.
3. RESOLUÇÃO> traduz a dissolução do contrato em caso de inadimplemento; vale dizer, havendo descumprimento da obrigação, o contrato deve ser tecnicamente resolvido. A vantagem da cláusula resolutiva expressa é que o contrato, em caso de inadimplemento, fica automaticamente resolvido; não constando a cláusula, esta é considerada tácita, e o credor terá de comunicar ao devedor a resolução do contrato. 
PABLO: existem críticas em relação a impossibilidade de alegação em alguns casos, especificamente em relação aos contratos firmados pelo Poder Público, quando não envolverem prestação de serviço público. Ele ressalta a impossibilidade de o contratado opor a exceção contra a administração pública, por força do Lei 8.666.
OBS: A EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO TEM NATUREZA DE DEFESA DE MÉRITO INDIRETA, I.E., DE EXCEÇÃO SUBSTANCIAL.
“Exceptio non adimpleti contractus”> trata-se de aplicação do tu quoque (a parte não pode ser surpreendida dentro do contrato). É uma defesa de mérito que uma parte opõe à outra, caso esta esteja exigindo prestação sem ter realizado a sua. É UMA DEFESA DE MÉRITO, CONTRA A PARTE QUE EXIGE A PRESTAÇÃO 
Nos contratos bilaterais gera-se obrigação para as duas partes, nenhum dos contratantes, antes de adimplir sua obrigação pode exigir a do outro. 
Se a primeira prestação houver sido cumprida de forma defeituosa, a outra parte, ainda assim pode opor a defesa, mas o nome dela muda para “exceptio non rite adimpleti contractus”. Exceptio non rite adimpleti contractus
Obs: o ordenamento brasileiro, todavia, admite renúncia à esta defesa por meio da denominada “solve et repete”. 
A “solve et repete” é uma renúncia à “exceptio non adimpleti contractus”.
A "EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO " E A CLÁUSULA "SOLVE ET REPETE"
A cláusula "solve et repete", significa "pague e depois reclame", é a que se estabelece num, contrato, com o objetivo de tornar a exigibilidade de sua prestação a qualquer intenção contrária do devedor, sendo que o mesmo só poderá reclamar desta em outra ação, visando assim o pagamento ao credor sem outra oposição.
A jurisprudência italiana durante algum tempo dividiu-se em torno da "solve et repete, considerando essa como cláusula leonina, restando a ela alguma restrição no que tange a questão dos limites a ela imposta".
Esses limites consistem em determinar se a cláusula é valida de todos os modos em sua extensão, ou se precisaria impor algumas exceções quando fosse alegada na demanda nulidade. Sua validade ficou afirmada desde que seja consignada no contrato, partindo assim do principio da autonomia da vontade, e sua eficácia consiste precisamente no seguinte: uma das partes não pode eximir-se da prestação, nem retardá-la em razão de exceções subordinadas ao comportamento da outra contraparte.
Essa cláusula age em sentido contrário a exceção do contrato não cumprido, pois a exceção age no sentido de paralisar a ação do autor condicionando o pagamento da outra prestação devida ao réu, sendo que a "solve et repete" paralisa qualquer oposição do réu, que nessas condições não outra saída terá de solver o debito, com a possibilidade de que em outra ação possa reaver o que indevidamente pagou.
A "solve et repete" foi uma modalidade contratual nascida da jurisprudência, que foi introduzida na pratica de assegurar ao contraente, que se desapossa da coisa, que executa de imediato a sua prestação a possibilidade de receber seguramente a contraprestação em determinado lapso de tempo.
Dessa maneira a "solve et repete" convencionadas pelos contratantes representa uma renúncia a exceção de contrato não cumprido e consente numa voluntária mudança da ordem normal da execução. (arts. 478 a 480 cc)
9-A CONTRATO DE ADESÃO
É uma técnica de contratação típica das sociedades de massa, na qual um dos pactuantes pré-determina as cláusulas do negócio. 
Ele possui as seguintes características:
Uniformidade: as cláusulas são gerais e homogêneas para todas as pessoas.
Pré-determinação unilateral: o conteúdo do contrato é pré-determinado.
Rigidez: não há discussão sobre as cláusulas. 
Superioridade material de uma das partes: essa característica está presente em quase todos os contratos de adesão.
Não se pode confundir o contrato de adesão com o contrato obrigatório. O último não é nem tanto um contrato, mas uma determinação da lei. EXEMPLO: contrato de seguro obrigatório (só é contrato no nome, mas não tem qualquer expressão de vontade); trata-se na verdade de uma imposição da lei. 
O NCC é muito tímido ao regular o contrato de adesão somente trata do assunto em dois artigos 423 e 424.
CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR
Surgiu na Idade Média. Era muito vergonhoso para os nobres comparecerem na praça para fazer o contrato e também era vergonhoso fazer um contrato de mandato.
Atualmente, esse contrato é mais uma cláusula do que um contrato em si. EXEMPLO 01: no contrato de compra e venda, uma das partes pode indicar quem é a pessoa que vai assumir o contrato. EXEMPLO 02: no contrato de locação que conste a pessoa que irá assumir (o locador somente celebraria o contrato com pessoa jurídica e o locatário ainda não tinha constituído a pessoa jurídica).
Não se trata de uma cessão contratual.
Segundo ORLANDO GOMES, trata-se de um contrato em que se introduz a cláusula PRO AMICO ELIGENDO ou PRO AMICO ELECTO, por meio da qual uma das partes se reserva a faculdade de indicar quem irá assumir a posição de contratante. 
O contrato deve estabelecer qual é o prazo para a indicação. Não havendo prazo aplica-se o artigo 468. 
Há casos em que a cláusula perde a eficácia
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:
I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar aaceitá-la;
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação.
DO CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.
JURISPRUDÊNCIA
Contratos
16/07/2009 - 09h04 
DECISÃO STJ
Após desistir de imóvel, comprador tem direito à devolução de parcelas pagas corrigidas 
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve, por unanimidade, a decisão que considerou abusiva cláusula de contrato de compra de imóvel comercializado pela empresa Franere – Comércio Construções Imobiliária Ltda. que previa a retenção de 30% dos valores pagos em caso de desistência do negócio.
O ministro afirmou que o artigo 53 do CDC não revogou o 418 do CC, mas se um beneficia quem não deu motivo ao não cumprimento do contrato, o outro garante que o consumidor não perca tudo. O magistrado destacou que a jurisprudência do STJ tem entendido que a retenção de um percentual entre 10% e 20% do valor pago seria razoável para cobrir despesas administrativas. Com essa fundamentação, o ministro negou o recurso da empresa.
Contratos de compra e venda (STJ 2009)
O ministro Massami Uyeda reconheceu o direito de uma viúva à escritura definitiva de um imóvel adquirido por seu marido financiado pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB). 
TRF 1 
A comissão de permanência quando pactuada, não cumulada com outros encargos, pode ser exigida até o efetivo pagamento da dívida, conforme precedentes do STJ (cf. REsp. 151.614/AL, rel. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 14.9.1998 REsp. 334.418/SP, rel. Ministro Cesar Asfor Rocha, DJ 4.8.2003).
	Processo: 
	AC 0015003-69.2001.4.01.3500/GO; APELAÇÃO CIVEL
	Relator: 
	DESEMBARGADORA FEDERAL MARIA ISABEL GALLOTTI RODRIGUES  
	Convocado: 
	JUIZ FEDERAL RODRIGO NAVARRO DE OLIVEIRA  
	Órgão Julgador: 
	SEXTA TURMA  
	Publicação:   
	e-DJF1 p.225 de 24/05/2010
	Data da Decisão:   
	23/04/2010 
	Decisão:  
	A Turma, por unanimidade, negou provimento à apelação. 
	Ementa:  
	CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH). AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO. LIMITAÇÃO DOS JUROS CONTRATUAIS. INOCORRÊNCIA DE CAPITALIZAÇÃO INDEVIDA DE JUROS. APLICAÇÃO DO PES. CORREÇÃO DO SALDO DEVEDOR PELA TR. INAPLICABILIDADE DO INPC. APLICABILIDADE DO CDC. MULTA POR IMPONTUALIDADE. AUSÊNCIA DE ABUSIVIDADE. RESTIUIÇÃO INDEVIDA.
1. Inaplicabilidade das disposições do Decreto 22.626/1933. Súmula Vinculante n.º 7 e Súmula 596 do STF.
2. É legítima a estipulação contratual de taxa nominal e taxa efetiva de juros e não caracteriza anatocismo quando a taxa efetiva resulta da aplicação mensal da taxa nominal nos contratos de financiamento imobiliário. Ocorre capitalização indevida quando a prestação, que se compõe de parcelas de amortização e juros, reduz-se a ponto de ser insuficiente para o pagamento dos juros contratuais. Hipótese não demonstrada no presente caso.
3. Se o contrato de mútuo habitacional encontra-se vinculado ao Plano de Equivalência Salarial - PES, como no caso em apreço, o reajuste das respectivas prestações deverá observar o índice de variação salarial da categoria profissional a que pertence o mutuário, respeitada a relação estabelecida inicialmente entre a renda do mutuário e o valor da prestação, nos termos do Decreto Lei 2.164/84 e jurisprudência pacífica deste Tribunal. 4. Diante da previsão contratual de cláusula de correção monetária de acordo com a aplicação do coeficiente de remuneração da caderneta de poupança é cabível a incidência da TR como fator de atualização do saldo devedor. Jurisprudência do STJ e do STF. 5. Improcedência da pretensão de redução do percentual da multa ou taxa de juros de moral para 2% quando o contrato foi celebrado antes do advento da Lei 9.298/1996, que alterou o § 1º do artigo 52 da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor). A lei não pode ser aplicada retroativamente (CF, artigo 5º, XXXVI). Legalidade da cobrança na forma prevista no contrato.
6. As regras do CDC têm aplicação aos contratos vinculados ao SFH. Precedentes do STJ e do TRF. No entanto, o fato de se tratar de contrato de adesão, cujas cláusulas estruturais decorrem do disposto em lei, não afasta a caracterização do contrato de financiamento habitacional como ato jurídico perfeito (Carta Magna, artigo 5º, XXXVI). Não há, ademais, evidência de ilegalidade ou de situação de abusividade no contrato que enseje sua revisão judicial por aplicação de normas do CDC. Restituição indevida.
7. Apelação a que se nega provimento. 
A jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça vem entendendo que "as normas do Código de Defesa do Consumidor incidem, sim, sobre os contratos bancários" (AGRESP 300713/MG, Terceira Turma, Rel. Min. Ari Pagendler, DJ 24.09.2001, p. 298).
2. Consoante entendimento do TRF da 1.ª Região e do STJ, ao beneficiário do seguro não se aplica a prescrição prevista no art. 178, parágrafo 6º, inciso II, do Código Civil, que dispõe sobre a ação do segurado (a empresa estipulante) contra o segurador.

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