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TERAPIA ANTIPARASITÁRIA Universidade de Brasília - UnB Faculdade de Ciências da Saúde Curso de Farmácia Farmacologia 3 2017 Profª Dra Adriana Lofrano Doutoranda: Sarah Caixêta Relação parasito x hospedeiro Parasitismo Associação entre seres vivos na qual o hospedeiro é espoliado pelo parasito; ü Hospedeiro: ü Fornece alimento e abrigo para o parasito; Parasito: ü Não só se alojam em hospedeiros como dependem bioquimicamente. Rey, L. Bases da parasitologia médica, terceira edição, 2010. Patogênese Grau de intensidade: ü Número de forma infectantes presentes; ü Virulência da cepa; ü Idade e estado nutricional do hospedeiro; ü Órgãos atingidos; ü Associação do parasito com outras espécies; ü Grau da resposta imune ou inflamatória desencadeada. Rey, L. Bases da parasitologia médica, terceira edição, 2010. ü Resposta do sistema imune: ü Defesas específicas e inespecíficas; ü Liberação de citocinas e quimiocinas; ü Ativação de linfócitos; ü Ativação de macrófagos; ü Prejuízos: ü Comprometimento nutricional: giardiase ü Lesão em diversos órgãos e sistemas: amebiase Relação parasito x hospedeiro Rey, L. Bases da parasitologia médica, terceira edição, 2010. Parasitas de interesse médico Classificação: Protozoários Helmintos Artrópodes Rey, L. Bases da parasitologia médica, terceira edição, 2010. PROTOZOÁRIOS ü Amebiase -Entamoeba Histolytica; ü Giardiase - Giardia lamblia; ü Tricomoníase urogenital - Trichomonas vaginalis; ü Toxoplasmose - Toxoplasma Gondi; ü Leishmaniose - L. braziliensis. L. guyanensis e L. amazonensis; ü Doença de chagas - Trypanosoma cruzi; ü Malária - Plasmodium vivax, P. falciparum, P. malariae; Protozoários Rey, L. Bases da parasitologia médica, terceira edição, 2010. ü Amebiase , Giardiase e Tricomoníase urogenital. Protozoários Amebiase ü Lesões intestinais; ü Acometimento: fígado, pulmonar, SNC e cutânea. Giardiase ü Síndrome da diarréia crônica; Tricomoníase ü Leucorreia (DST); Rey, L. Bases da parasitologia médica, terceira edição, 2010. Protozoários - tratamento Nitroimidazóis BENZIMIDAZOLES albendazol Parasitose Tratamento Tricomoníase Metronidazol Etofamida e teclosan: amebicidas luminal Toxoplasmose Protozoários Zoonose causada por protozoário Toxoplasma Gondi (esporozoário), desenvolve parasitismo intracelular; Fase aguda: assintomática ou quadro agudo febril e linfadenopatia; Infecção generalizada: acompanhada de exantema; Toxoplasmose neonatal - variando de assintomática à letal; Toxoplasmose ocular - coriorretinite é a lesão mais frequente; Toxoplasmose no paciente imunodeprimido: ü Infecção oportunista (HIV – encefalite toxoplásmica); Rey, L. Bases da parasitologia médica, terceira edição, 2010. Toxoplasmose Protozoários Toxoplasmose na gravidez ü Usualmente assintomática (não é detectada); ü Testes sorológicos na gestação, durante o acompanhamento pré-natal; ü Primeiros meses de gestação – lesão no Sistema Nervoso e retina; ü Últimos meses – doença branda e assintomática. Diagnóstico: Importante! ü Níveis de IgM alto- doença ativa; ü IgG positiva com níveis baixos e estáveis representam infecções crônica, passada ou persistente; ü Níveis muito alto de IgG (acima de 1:2048) - deve ser avaliado IgM. Toxoplasmose Tratamento Protozoários Profilaxia em imunocomprometidos: 1ª escolha: sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico; 2ª escolha: Clindamicina + pirimetamina + ácido folínico. Gestação: Espiramicina e/ou clindamicina; Contraindicação: Pirimetamina na 1ª semana -Teratogênica e Sulfadiazina no 3º trimestre - risco de desenvolver kernicterus. Ministério da Saúde, Doenças Infecciosas e Parasitarias, 8 edição, 2010 Toxoplasmose: Mecanismo de ação dos fármacos Protozoários ü Esperamicina: Macrolídeo ü Clindamicina: anaerobicida ü inibem a síntese protéica (50S). Pirimetamina ü Antagonista do ácido fólico; ü Liga-se à dihidrofolato redutase inibindo a redução do ácido fólico a ácido folínico; ü Inibe competitivamente a síntese do ácido hidrofólico; ü Sinergismo com Pirimetamina. Sulfadiazina Esperamicina e Clindamicina Goodman & Gilman’s. The Pharmacological basis of therapeutics. 12th edition , 2011 HELMINTOSES Dentre as mais frequentes ou de grande importância epidemiológica: ü Ascaridíase - Ascaris lumbricoides; ü Estrongiloidose - Strongyloides stercoralis; ü Teníase - Taenia solium e T. Saginata; ü Esquistossomose mansônica- Shistosoma mansoni; Helmintoses Helmintoses ü Ascaridíase e Estrongiloidose: ü Lesões intestinais; ü Ciclo pulmonar; ü Teníase: ü Taenia saginata: alteração da m o t r i c i d a d e e s e c r e ç ã o digestiva; ü Taenia solium: ü Comprometimento do sistema neural. ü Esquistossomose: ciclo em polimorfonucleares; ü Hepatoesplenomegalia – ascite; ü Lesões cardiopulmonares; Anti-helmínticos (Parasicidas, vermicidas ou vermífugos) 1. Ação independente de canais iônicos ü β-tubulina – Comprometimento da formação de microtúbulos da células; inibe captação de glicose ü Mais seletivo para β-tubulina do parasita. ü Benzimidazoles: ü Mais tóxico é o tiabendazol: anorexia, náusea, vomito, e tontura. 2. Ação em canais iônicos ü Receptores dos parasitas são diferentes dos receptores de mamíferos; GABA: ü Atua nos músculos somáticos, ü hiperpolarização; ü Piperazina; ü Dietilcarbamazina. ü Derivado de Piperazina. RECEPTORES DE GLUTAMATO E CLORETO Aumenta a condutância de cloreto que favorece atividade sobre receptor nicotínico de acetilcolina, causando aumento da transmissão e paralisia motora. ü Usualmente bem tolerado; ü Cuidado: interações com medicamentos metabolizados pela CYP3A4. Anti-helmínticos (Parasicidas, vermicidas ou vermífugos) 1. Ação independente de canais iônicos ü Desacoplamento da fosforilação oxidativa – reduz o gradiente de p r ó t o n s n a m i t o c ô n d r i a , comprometendo a produção de ATP; ü Niclosamida ou clorossalicilamida ü Ação a nível de DNA – alquilação 2. Ação em canais iônicos Permeadores da membrana de cálcio ü Canal indutor e liberador de cálcio que fica no retículo sarcoplasmático de células musculares; ü IH ajustar dose EA: Desconforto abdominal, náusea, diarreia e dor de cabeça; Antiparasitários Nitazoxanida ü Fármaco com espectro para protozoários e helmintos – amplo espectro; ü Poliparasitismo; Andrade et al., Ensaio clínico randomizado controlado duplo-cego da nitazoxanida no tratamento do poliparasitismo intestinal, 2011 FÁRMACOS ANTIFÚNGICOS Cryptococcus neoformans levedura Candida albicans pseudo- micélio Aspergillus fumigatus Fungos filamentos com micélio verdadeiro Histoplasma capsulatum Fungos • Estão presentes no ambiente • Comensais • Importância comercial • 50 – patogênicos Infecções fúngicas • Superficiais • Dermatomicoses • Pele • Cabelo • Unha • Candidíase • Boca e vagina Infecções fúngicas • Sistêmicas • Candidíase • Meningite criptocócica • Endocardite • Histoplasmose - pulmonar• Paracocciodiomicose - pele, a boca, a garganta e os linfonodos, embora por vezes surja nos pulmões, no fígado ou no baço. Antifúngicos Polienos Sem classificação Azóis: Alilaminas: Anfotericina B Terbinafina Amorolfina Imidazol: clotrimazol, cetoconazol, miconazol, Triazol: itraconazol, fluconazol Griseofulvina Nistatina Fungos INFECÇÕES FÚNGICAS SUPERFICIAIS tratamento Griseofulvina • Mecanismo de ação: interação com microtúbulos fúngicos, promovendo a ruptura do fuso mitótico, inibindo a mitose • Pele, cabelos e unha - tto local for ineficaz • Deposita-se na pele recém-formada, ligando-se a queratina. • Induz P450 – interações ( varfarina) • Efeitos adversos: GI, cefaléia, fotossensibilidade, reações alérgicas, hepatotoxicidade, hematológicos • Doses altas: carcinogênicas e teratogênicas Alilamina • Terbinafina • Amorolfina Mecanismo de ação: • Age inibindo a enzima esqualeno epoxidase, inibindo a biossíntese do ergosterol. Amorolfina Terbinafina • Esmalte • onicomicoses • Tinea corporis • Tines cruris • Tines pedis • Oral e tópico • Rapidamente absorvido – pele, unhas, tecido adiposo • Metabolizado P450 • Eliminado urina • IH e IR • EA: distúrbios gastrointestinais, erupções cutâneas, cefaléias e tontura. Nistatina • Mecanismo de ação = anfotericina B • Mais tóxica e não é usada sistemicamente • Não é absorvida TGI, PELE OU VAGINA • Uso limitado as infecções por Candida da pele, das membranas mucosas (vaginal ou oral), TGI Efeitos Adversos: Gosto amargo • Náusea, vômito e diarréia. Polienos INFECÇÕES FÚNGICAS SUPERFICIAIS E SISTÊMICAS tratamento Azóis • Compostos sintéticos Cetoconazol Miconazol Clotrimazol Itraconazol Fluconazol Imidazol Triazol Azóis Mecanismo de Ação Azóis Uso clínico: • Espectro de ação amplo. • Candida albicans, C. tropicalis, C. glabrata • Cryptococcus neoformans – meningites (HIV) • Histoplasma capsulatum • Dermatófitos cetoconazol • Ad: Com alimentos ao deitar melhora dTGI • N ã o a t i n g e c o n c e n t r a ç õ e s terapêuticas no SNC; • Tóxico e a recidiva é comum; • M e t a b o l i z a d o n o fígado e eliminado na bile e na urina. • Toxicidade hepática → Rara, porém pode ser fatal; • Inibição da síntese de e s t e r ó i d e s adrenocorticais e de t es tos te rona com altas doses. itraconazol A d m i n i s t r a d o oralmente; reduz em pacientes em jejum 90% l igado as proteínas Insolúvel em água → β-ciclodextrina; Metabolizado pelo fígado E l i m i n a d o n a urina; Não penetra o l í q u i d o cefalorraquidiano. fluconazol Administrado oralmente ou intravenosamente; A t i n g e g r a n d e s concentrações no líquido cefalorraquidiano e nos líquidos oculares; Saliva, tecido vaginal, pele e unhas 90% são eliminados sem alterações na urina e 10% nas fezes. Brandos; Náuseas, cefaléia, dor a b d o m i n a l , l e s õ e s es fo l ia t i vas da pe le (Stevens - Johnson); U s o p r o f i l á t i c o e m pacientes com AIDS e em receptores de transplante de medula óssea, porém a p a r e c e r a m f u n g o s resistentes. Interações devido inibição da P450 IQT Candidíase vaginal Fonte: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Infecções Sexualmente Transmissíveis, 2015 INFECÇÕES FÚNGICAS SISTÊMICAS tratamento Anfotericina B Mecanismo de Ação Anfotericina B Farmacocinética: • Pouco absorvida pelo trato gastrointestinal. • 90% ligado a proteínas Excreção até 2 meses após uso • 2 a 3% dos níveis sanguíneos são alcançados no líquido cefalorraquidiano. Anfotericina B – precauções e efeitos adversos Ajuste de doses na insuficiência renal Relacionados à infusão: • Febre, calafrios • espamos musculares,náuseas, vômitos, cefaléia e hipotensão, zumbido. • Tromboflebite Diluir e aplicar lentamente • Lesão Renal 80%. • Reversível → Pré-renal; • Irreversível → Lesão tubular renal. Comprometimento hepático Trombocitopenia, leucopenia , anemia Reações anafiláticas Hipocalemia 25% Referências • Goodman • Rang • Manual da USP • Infecções fúngicas e parasitárias, MS 2010
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