Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
REVISÃO/AV 2/ TARDE Data: 13/06/2018 Direito Civil IV Professor: Léa Feitosa Aluno: João Paulo Nascimento Araújo Matrícula: 201601218151 1° Explique a função social da propriedade R. R: A propriedade anteriormente era individual, absoluta, patrimonialista; deixou se ser um interesse meramente individual e passou a ser relativa, para atender a função social. Art. 1.228 § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. § 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. Explique evolução do conceito de propriedade. R: a propriedade antes era individual, absoluta e patrimonialista; houve um rompimento do caráter individualista da propriedade que prevalecia na visão anterior, a função social da propriedade constante da CF/88 e do C.C de 2002, sofreu forte influência da clássica doutrina, para quem a propriedade já não é direito subjetivo do indivíduo, mas uma função social a ser exercida pelo detentor da riqueza. 2° Com se transfere a titularidade da propriedade móvel/imóvel? IMÓVEL: No caso de bens imóveis, a transferência do domínio somente se opera com o registro do título aquisitivo no Oficial de Registro de Imóveis da circunscrição imobiliária competente (Lei n. 6015/73, art. 167), corolário dos arts. 1.245 e 1.267 do Código Civil brasileiro. Trata-se, no caso, de tradição solene: Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. § 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. § 2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. Portanto, antes de registrar o título e adquirir o direito real, o credor possui apenas um direito pessoal, independentemente da posse. A tradição solene no caso de imóveis possui uma função constitutiva do direito real, no caso em tela, do direito real de propriedade. ➔ O Código Civil estabeleceu formas distintas para a aquisição de direitos reais (arts. 1.226 e 1.227 do CC) e, consequentemente, de propriedade sobre os bens. Em razão disso, você estudará, neste primeiro momento, as formas de aquisição da propriedade imóvel. Adquire-se a propriedade imóvel por meio de: • Usucapião (art. 1.238 a 1.244); • Registro do título (art. 1.245 a 1.247); • Acessão (art. 1.238 a 1.259); • Direito hereditário (aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários – CC, art. 1.784). MÓVEL: ➔ Hodiernamente, percebe-se a ascenção da Tradição como instituto de aquisição dos bens móveis por excelência, ante a perda da relevância das outras modalidades de aquisição da propriedade móvel. Não obstante, o Novo Código Civil elenca as seguintes modalidades de aquisição dos bens móveis: usucapião, ocupação, achado do tesouro, tradição, especificação, confusão, comistão e adjunção. ➔ Os modos aquisitivos podem ser originários, se não houver um ato volitivo de transmissibilidade, como o que ocorre na ocupação e usucapião, ou derivados, que se aperfeiçoam diante de um ato de vontade, como confusão, especificação, comistão, tradição e sucessão hereditária. ➔ De certa forma, é possível afirmar que as formas de aquisição e perda da propriedade móvel se assemelham, posto que, ao se adquirir um direito de propriedade, regra geral, infere-se que outro sujeito perderá tal direito. ➔ O Código Civil estabeleceu formas distintas para a aquisição do direito de propriedade, variando segundo a natureza do bem, se móvel ou imóvel. A seguir, Adquire-se a propriedade móvel por meio de Usucapião (art. 1.260 a 1.262); • Ocupação (art. 1.263); • Achado de tesouro (art. 1.264 a 1.266); • Tradição (art. 1.267 e 1.268); • Especificação (art. 1.269 a 1.271); • Confusão, comissão e adjunção (art. 1.272 a 1.274). 3° Diferencie o condomínio edilício, necessário e voluntário. EDILÍCIO: ➔ O condomínio edilício tem como principal característica o fato de ser constituído de partes que são de utilização exclusiva, que correspondem ao direito de propriedade sobre a unidade do seu titular, e partes que são comuns a todos, devendo o direito sobre as mesmas ser subordinado ao conceito de condomínio ,tendo cada um dos condôminos uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns (art. 1.331, §3º, do CC). ➔ O condomínio edilício, por sua vez, refere-se exclusivamente aos imóveis onde coexistem partes comuns e partes exclusivas, por exemplo: num edifício residencial, o apartamento é propriedade exclusiva e partes como elevadores, piscinas, portaria etc, são partes comuns, sendo que cada condômino é dono de seu apartamento mais uma fração ideal nas partes comuns. CONDOMÍNIO NECESSÁRIO ➔ O condomínio necessário não se origina de uma convenção ou de sucessão hereditária, como as hipóteses anteriores. Trata-se de forma de condomínio que é imposta por lei, em decorrência de dois direitos de vizinhança o direito de tapagem e o direito de construir. ➔ Tal espécie de comunhão da propriedade, também chamada de condomínio forçado ou legal, tem por objeto paredes, cercas, muros, valas, tapumes, conforme disposto no art. 1.327 do CC, por usucapião coletivo. CONDOMÍNIO VOLUNTÁRIO ➔ Também chamado de convencional, é aquele que surge a partir da vontade das partes, nascendo de um negócio jurídico quando duas ou mais pessoas adquirem um bem conjuntamente para dele usar e gozar. (DINIZ, 2013, p. 236) ➔ O Código Civil trata dessa espécie de condomínio em seus arts. 1.314 a 1.326, que versam sobre os direitos e deveres dos condôminos e da administração do condomínio. 4° Explique o direito de passagem forçada A passagem forçada é prevista como direito de vizinhança e é imposta em decorrência da lei, a fim de beneficiar aqueles imóveis incrustados, ou seja, que não possuem acesso ao logradouro público, nascente ou porto, nos termos do art. 1.285, sendo considerada, portanto, uma hipótese de servidão legal. 5° Como ocorre o direito de preferência entre os condôminos ?, ➔ Direito de preferência consiste em prerrogativa de uma parte obter um bem lançado ao mercado pelas mesmas condições oferecidas a terceiro. Não significa, frise-se, garantir mais vantagens negociais, mas sim de usufruir da preferência em adquirir o bem nas exatas circunstâncias ofertadas pelo terceiro (preço e forma de pagamento, por exemplo). E as vezes tratando-se de bem de múltipla titularidade, o direito de preferência tem por finalidade obstar o ingresso de terceiro para dividir o domínio do bem “ante o potencial conflituoso inerente a essa forma anômala de propriedade”.É certo que se constata que um bem que possui mais de um proprietário tem a possibilidade de gerar conflitos sobre a sua gestão. Assim, com a manutenção da titularidade do bem de propriedade comum por aquele que já detém parte de seu domínio, evita-se, em tese, maiores dissabores entre os donos sobre o destino do bem. O art. 1.314 do Código Civil estabelece o direito do coproprietário alienar a respectiva parte ideal[1], o que deve ser feito observando-se o direito de preferência dos demais condôminos. Portanto, é direito do condomínio adquirir o quinhão que cabe ao outro, nas mesmas condições ofertadas por terceiro alheio à comunhão. ➔ Em caso de haver vários condôminos interessados na aquisição do bem, entre os condôminos será estabelecida também ordem de preferência, preferindo aquele que tiver na coisa benfeitorias mais valiosas, e, não as havendo, o de quinhão maior. Caso nenhum dos condôminos tenha feito benfeitorias na coisa comum e participem todos do condomínio em partes iguais, realizar-se-á licitação entre estranhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que ofereceu maior lanço, proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim de que a coisa seja adjudicada a quem afinal oferecer melhor lanço, preferindo, em condições iguais, o condômino ao estranho. ➔ É importante destacar a necessidade de observância do direito de preferência dos condôminos, estabelecido no art. 1.322 do CC. Assim, “quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, indenizando os outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho”. 6° As despesas oriundas da manutenção do condomínio é relação de consumo ? ➔ É inaplicável o Código de Defesa de Consumidor às relações entre os condôminos e o condomínio quanto às despesas de manutenção deste, existe relação de consumo entre o condomínio de quem é cobrado indevidamente taxa de manutenção do condomínio, poderá ser aplicação o artigo 42 do Código de Defesa de Consumidor que determina o reembolso em dobro ao mesmo, pois poderá ser resposável pelo consumo conforme o “Art. 1.467. São credores pignoratícios, independentemente de convenção: “I - os hospedeiros, ou fornecedores de pousada ou alimento, sobre as bagagens, móveis, joias ou dinheiro que os seus consumidores ou fregueses tiverem consigo nas respectivas casas ou estabelecimentos, pelas despesas ou consumo que aí tiverem feito; ➔ Além de direito, o condômino também tem deveres, em conformidade com o estabelecido no art. 1.336. A manutenção da área comum e a contratação de empregados apresentam um custo que deverá ser rateado entre todas as unidades do condomínio. Em razão disso, o condômino tem a obrigação de contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção. O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de 1% ao mês e multa de até 2% sobre o débito. 7° O terço do condomínio é área comum ou exclusiva ? É exclusiva conforme o art. 1.331, § 1º, do CC/02, que dispõe: "§ 1 As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio. (Redação dada pela lei 12.607/12). 8° Diferencie coisa perdida de coisa abandonada ? Coisa abandonada: É a aquisição de propriedade por ocupação que se restringe à aquisição de propriedade de coisas móveis sem dono, pois é a forma de perda da propriedade, conforme previsto no art.1.275, III, do CC, devendo resultar claramente da vontade do proprietário de se desfazer do que lhe pertence. Logo, o abandono não deve ser presumido, por quanto que ocorre porque quem perde um bem, na verdade, perde, momentaneamente, apenas a sua posse, mantendo a propriedade sobre a coisa Coisa Perdida: É quando o proprietário mantém a intenção de tê-la em seu patrimônio, pois em regra, não pode haver ocupação, tendo em vista que, segundo disposto no art. 1.233 do CC, quem encontrar coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor. Não o conhecendo, deverá fazer por encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente 9° Quais os direitos do possuidor de boa fé e má fé ? Boa fé: O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Má fé: O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. 10° Como se deve proceder para realização de obras no condomínio edilício ? ➔ Para que sejam realizadas obras necessárias no condomínio edilício, exige-se ao menos o voto de dois terço dos condôminos; para as voluptuárias e para as úteis, dois terços dos votantes, conforme o art. 1351,CC. ➔ Se as obras ou reparos necessários não forem urgentes e importarem em despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autorização da assembleia, especialmente convocada pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qualquer dos condôminos (art. 1.341, §3º). ➔ No que tange às benfeitorias voluptuárias, a sua realização depende de voto de dois terços dos condôminos; no caso das benfeitorias úteis, a sua realização depende de voto da maioria dos condôminos (art. 1.341, I e II). ➔ Caso um dos condôminos realize benfeitoria necessária, será reembolsado das despesas que efetuar, não tendo direito à restituição das que fizer com obras ou reparos de outra natureza, embora de interesse comum (art. 1.341, §4º). 11° A quem pertence os frutos da árvore situada na linha divisória ? Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes. vizinho A - árvore - vizinho B Parede-meia = árvore-meia É a árvore meio a meio. Condomínio legal, condomínio necessário ou condomínio forçado. Não posso cortar a árvore, se o vizinho não concordar, pois ela pertence, em idênticas proporções, a ele, também. As decisões a respeito da árvore pertencem aos dois. Os frutos pertencem, igualmente, aos dois, meio a meio. 12° Pode ser usucapido bem movel ? Sim, por que o usucapião de bem móvel é um meio de aquisição origináriada propriedade de coisa móvel, nos termos do art. 1260 a 1262 do CC/02. Trata-se de aquisição originária, pois torna aquele que usucapiu o único proprietário da coisa desde a sua existência, de modo que a usucapião tem, por consequência, apagar os eventuais registros de proprietários anteriores. 13° Quais as agressões a posse e as ações provisórias ? Precária: é a posse que foi adquirida em caráter provisório, mas que após findado o prazo estabelecido, o dever de restituição é descumprido. Clandestina: é a detenção da coisa de forma oculta de quem interessa conhecê-la, exercida por meios ilícitos. Violenta: é a posse obtida por meio de emprego de violência física, moral ou psicológica. Em conformidade com o disposto no art. 1.210, caput, do CC, a proteção possessória é provocada
Compartilhar