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RESPONSABILIDADE PELO FATO DAS COISAS

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Izabela Portolan - FAG
Aulas c/c Programa de Responsabilidade Civil – Sergio Cavalieri Filho.
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RESPONSABILIDADE PELO FATO DAS COISAS
Só se deve falar em responsabilidade pelo fato da coisa quando ela dá causa ao evento sem a conduta direta do dono ou de seu preposto, por exemplo, a explosão de um transformador de energia elétrica; elevador que, por mau funcionamento, abre a porta indevidamente, acarretando a precipitação da vítima no vazio, etc. A aplicação das regras pertinentes à responsabilidade pela guarda da coisa só terá lugar quando não houver prova da participação direta do guarda da coisa no evento danoso. 
Da guarda – nesse caso não se responsabiliza qualquer pessoa, mas sim aquela que tem relação de fato com a coisa, ou seja, tem um certo poder sobre ela. Para estabelecer a responsabilidade pelo fato da coisa, cumpre apurar quem tem o efetivo poder de comando ou direção sobre ela no momento em que provocou o dano, e não, simplesmente, quem a detém. 
Veículo emprestado – há responsabilidade solidária entre o proprietário do veículo emprestado e aquele que o dirigia no momento do acidente, conforme o STF (AgrRg no REsp 233.111/SP). 
Responsabilidade por fato de animais – art. 936, CC; art. 932, I, CC. A rigor, a responsabilidade do dono do animal não decorre propriamente da situação de proprietário mas de guardião. Uma vez que a responsabilidade é do proprietário ou detentor, o que importa é verificar qual a pessoa que tem sobre ele o poder de direção; e nesta posição, em geral, encontra-se o dono. E o guardião é aquele que tem o poder de direção, de controle e de uso do animal. Em caso de furto do animal, se este se deu não obstante as cautelas da custódia devida, o dono se exonera, equiparado que é o furto à força maior. Se o dono perde o comando, a responsabilidade incumbe a quem o tem, ainda que não fundado em direito.
Animais em rodovia – quem paga é o Estado! REsp 467.883/RJ. 
Exemplificativamente: casal com seu filho pequeno se hospedam em hotel fazenda. No segundo dia de hospedagem, o pequeno garoto, como parte de seu entretenimento, acompanhado de responsável realiza a monta em cavalo. No correr da montada, o menor cai do animal, em vista de natural galope do cavalo. Assim, à espécie qual é o instituto jurídico aplicável e que de melhor maneira dará guarida aos pais a fim de busca reparação em face do hotel pelos danos causados ao seu filho? – por ser relação de consumo, aplica-se o CDC, arts. 12 e 14. O responsável encontra-se no CDC!!! No caso específico, será o hotel, pois este está prestando um serviço. 
Responsabilidade pela ruína de edifício - art. 937, CC. A ruína do prédio pode causar dano para o proprietário do edifício, para seu ocupante (locatário, comodatário, posseiro) e, ainda, para terceiros (vizinhos e transeuntes). A ação terá que ser proposta contra o construtor do prédio com fundamento no art. 618, CC, tenha sido a obra construída por empreitada ou não, conforme entendimento solidificado pela doutrina e pela jurisprudência. Se estiver configurada uma relação de consumo (e quase sempre estará), a indenização poderá ser pleiteada com base nos arts. 12 ou 14 do CDC. Tratando-se de vizinhos, poderão pleitear a indenização também com base no direito de vizinhança – arts. 1.277 e 1.299, CC. 
Responsabilidade por coisas caídas do prédio – art. 937, CC, tratando-se de proprietário, e art. 938, CC, tratando-se de locatário. Se não há possibilidade de identificação de onde caiu, “estica-se” o nexo causal. Exemplo: caiu do prédio mas não sabe de que andar, qual apartamento, então coloca-se todo o prédio como culpado, cabendo ao conjunto determinar de onde caiu, ou responder conjuntamente.

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