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EFEITOS DA SHANTALA

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EFEITOS DA SHANTALA EM BEBÊS PREMATUROS– REVISÃO DA 
LITERATURA 
 
SILVA, J.S.; DUARTE, H.F. 
 
Resumo: São considerados prematuros, crianças que nascem com menos de 37 
semanas completas de gestação. É um bebê biologicamente mais vulnerável, 
devido a sua imaturidade orgânica, podendo levar a inúmeras complicações no 
decorrer de seu desenvolvimento, necessitando de cuidados especiais. A 
massagem Shantala trás grandes benefícios para o bebê, desde estímulos 
sensoriais até a melhora do vinculo familiar. Este é um estudo de revisão 
sistemática da literatura sobre o tema. 
Palavras-chave: Prematuro, Shantala, Fisioterapia. 
Abstract: Are considered preterm, children born at less than 37 completed weeks 
of gestation. It's a baby biologically more vulnerable due to their organic immaturity 
and can lead to many complications during their development, needing special 
care. Shantala massage provides a great benefits for the baby, from sensory 
stimulation to the improvement of family. This study is a systematic review of the 
literature on the subject. 
Key Words: Premature, Shantala, Physioterapy. 
 
Introdução: Segundo o Comitê de Normas da Organização Mundial da Saúde, 
são considerados prematuros ou pré-termo, crianças que nascem com menos de 
259 dias contados a partir do primeiro dia do último período menstrual, ou seja, 
com menos de 37 semanas completas de gestação (NEME, 2006). O prematuro é 
um bebê biologicamente mais vulnerável do que os bebês nascidos a termo (com 
37 semanas de gestação ou mais), devido a sua imaturidade orgânica, 
necessitando de cuidados especiais logo ao seu nascimento (FONSECA et al, 
2012). 
 A prematuridade de maneira geral ainda não tem causa especifica, mas 
existem alguns fatores que podem induzir o nascimento prematuro, como fatores 
maternos, fetais, iatrogênicos, causas relacionadas ao aparelho genital feminino, 
alterações placentárias (placenta prévia e descolamento prematuro), excesso de 
líquido amniótico, idade materna (principalmente em jovens com menos de 17 
anos), infecções maternas, primariedade, hemorragia tecidual, estresse fetal ou 
materno e níveis elevados de cortisol (COSTA et al, 2009). 
 A prematuridade pode ser classificada em duas categorias responsáveis pelo 
nascimento pré-termo: a categoria espontânea, consequência de um trabalho de 
parto espontâneo, ou seja, a rotura prematura de membranas sem uma causa 
aparente e a categoria eletiva, quando ocorre por indicação médica devido a 
intercorrências maternas ou fetais. A prematuridade eletiva é responsável por 20 
a 30% dos partos prematuros (RADES et al, 2004). 
 O recém-nascido prematuro pode ser classificado de três maneiras: pré-termo 
limítrofe, pré-termo moderado e pré-termo extremo. Os recém-nascidos pré-termo 
limítrofes de 37 semanas até 38 semanas, são crianças com peso entre 2.500 e 
3.250g. São realizados exames físicos para distingui-los do recém-nascido a 
termo, pois muitas vezes são confundidos. Os recém-nascidos limítrofes 
apresentam pregas mais escassas na planta dos pés, mamilos e glândulas 
mamárias menores, genitália menos desenvolvida, lanugo e cabelo mais ralo. Os 
recém-nascidos pré-termo moderado, nascidos de 31semanas até 36 semanas, 
pesam em média 1.500g. Os recém-nascidos pré-termo extremo, entre 24 e 30 
semanas geralmente pesam em média de 500 a 1.500g. Os recém-nascidos pré-
termo moderado e pré-termo extremo apresentam características semelhantes: 
pele de cor avermelhada e fina, presença de lanugo, tecido adiposo reduzido, 
musculatura pouco desenvolvida, genitália pouco desenvolvida e face enrugada 
(BARACHO, 2002). 
 As complicações da imaturidade do bebê prematuro são inúmeras podendo 
levar á disfunção em qualquer órgão ou sistema corporal, e o neonato prematuro 
também pode sofrer comprometimento no decorrer do seu desenvolvimento 
(CUMAN et al, 2009). 
 A criança prematura tem como características a hipotonia global, o padrão 
flexor é bem diminuído por causa da redução do tempo no ambiente uterino, o 
que contribui para a falta de flexão fisiológica, além da força da gravidade que 
atua contra a musculatura fraca o que propicia uma postura em extensão. Os 
movimentos espontâneos de braços e pernas são lentos e a resistência a 
movimentação passiva é fraca, os reflexos primitivos podem estar ausentes, 
anormais ou inconscientes podendo ainda se apresentar assimétricos em um ou 
em todos os membros. A criança prematura pode apresentar desequilíbrio entre a 
musculatura flexora e extensora o que interfere nas reações de retificação, 
proteção e equilíbrio, na não integração do reflexo tônico cervical assimétrico, na 
coordenação e nas habilidades motoras grosseiras e finas e no atraso nas 
passagens de postura e marcha (MEDEIROS et al 2009). 
 A fisioterapia tem um papel de grande importância sobre os cuidados do 
recém-nascido prematuro, reduzindo a morbidade neonatal e o tempo de 
internação. Os cuidados da fisioterapia com esses bebês começam desde a 
unidade neonatal até ao longo de seu crescimento e desenvolvimento. Dentro da 
UTI neonatal a fisioterapia assume os cuidados respiratórios como manutenção 
das vias aéreas, e com manobras especificas para cuidados de higiene brônquica 
e mudanças de decúbito, pois a criança prematura é submetida muitas vezes a 
ventilação mecânica (NICOLAU et al, 2010). 
 A intervenção fisioterapêutica precoce vem mostrando cada vez melhores 
resultados, mas geralmente as crianças chegam ao setor de fisioterapia quando já 
apresentam algum distúrbio decorrente da prematuridade. Portanto a fisioterapia 
nessa fase assume um papel de promover o desenvolvimento neuro-psico-motor 
da criança e prevenir demais complicações (MEDEIROS et al, 2009). 
 A massagem Shantala é uma técnica de massagem indiana composta de 
movimentos pelo corpo todo que necessita de dedicação e domínio de quem 
realiza. Foi descoberta por Frédérick Leboyer na cidade de Calcutá durante sua 
viagem pela Índia, onde conheceu Shantala uma mulher que massageava seus 
filhos. Admirado a observou, estudou este método e trouxe para o Ocidente 
(LIMA, 2004). 
 A massagem traz grandes benefícios para o bebê, como estimulo 
musculoesquelético, nervoso, linfático, gastrointestinal e circulatório, estimulando 
o processo bioquímico e fisiológico regulados por esses sistemas (BRETAS, 
1999). A massagem ajuda na digestão, promove o equilíbrio na respiração 
diminuindo a tensão da caixa torácica, auxilia na circulação, promove aumento do 
oxigênio que contribui para eliminação de toxinas. Auxilia no equilíbrio do sistema 
imunitário, alivia as dores de dentição, estimula sistemas sensoriais, estimula a 
coordenação motora, alivia a tensão nas articulações. A Shantala também traz 
outros benefícios como: melhorar o vínculo mãe e bebê, promover o relaxamento, 
melhorar a qualidade do sono, ajudar a eliminar gazes, diminuir as cólicas assim 
como tornar a criança mais calma (CICATTI, 2009). 
 Além disso, faz com que toda a tensão muscular mantida no corpo da criança 
seja retirada, a sequência de exercícios acentuam as distensões musculares e a 
massagem também age sobre os ligamentos provocando o relaxamento e sobre a 
coluna liberando-a simultaneamente de qualquer tensão (LEBOYER, 1995). 
 O objetivo deste trabalho foi analisar na literatura os efeitos fisiológicos, 
comportamentais e no desenvolvimento global proporcionado pela Shantala sobre 
os bebês prematuros. 
Referências teórico-metodológicos: este é um estudo de revisão sistemática da 
literatura, foi conduzida nos bancos de dados Scielo e Medline,. A pesquisa foi 
realizada no idioma Português respectivamente com os seguintes descritores: 
“Fisioterapia”, “Prematuros” e “Shantala”, os artigos selecionados são de 1999 a 
2013. Também foram utilizados livros consagrados, com conteúdos pertinentesao 
tema proposto. 
Conclusão: Pôde-se concluir com esta pesquisa que a massagem Shantala traz 
grandes benefícios ao desenvolvimento global dos bebês prematuros, 
melhorando a qualidade do sono e o vinculo familiar, melhorando o 
funcionamento de vários sistemas como o respiratório e circulatório, inclusive 
estimulando o desenvolvimento motor dos bebês. Portanto, esta técnica pode ser 
utilizada por profissionais fisioterapeutas como coadjuvante no tratamento dessas 
crianças. 
 
Referências 
BARACHO,Elza.Fisioterapia Aplicada á Obstetricia-Aspectos de Ginecologia 
e Neonatologia.3.ed. 2002. 
 
BRETAS,Jose Roberto da silva. A arte de Massagear bebes: a qualidade no 
tocar. São Paulo,1999. 
 
CICATTI,Vanessa. Revista Primeiros Passos. Setembro 2009. 
 
COSTA, Helenilce de Paula Fiod e LIPPI, Umberto Gazi. Perinatologia 
fundamentos e pratica. 2.ed.São Paulo, 2009. 
 
CUMAN, Roberto Kinji Nakamura e RAMOS, Helena Angela de Camargo. 
Fatores de Risco para Prematuridade: Pesquisas Documentadas. Revista De 
Enfermagem, 2009. 
 
FONSECA,Luciana Mara Monti e SILVAN Carmen Gracinda.Cuidados com bebê 
prematuro,orientações aos pais.4ed.Ribeirão Preto, 2012. 
 
LEBOYER, Frederick. Shantala uma arte tradicional massagem para bebês. 
7.ed. São Paulo,1995. 
 
LIMA, Patricia Luciane Santos. Estudo Exploratorio sobre os benefícios da 
Shantala em bebes portadores de Sindrome de Down. Curitiba, 2004. 
 
MEDEIROS,Juliana Karina Brugnolli, ZANIN, Rafaela Olivetti e ALVES, Katia da 
Silva.Perfil do desenvolvimento motor do prematuro atendido pela 
fisioterapia.Londrina, 2009. 
 
NEME,Bussâmara.Obstetricia Básica. 3.ed. São Paulo, 2006. 
 
NICOLAU,Carla Marques e FALCÃO, Mario Cicero.Influencia da fisioterapia 
respiratória sobre a função cardiopulmonar em recém-nascido de muito 
baixo peso. Revista de Pediatria,2010. 
 
RADES,Erica,BITTAR Roberto Eduardo e ZUGAIB, Marcelo.Determinantes 
diretos do parto prematuro eletivo e os resultados neonatais.São Paulo, 
2004.

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