Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2018/01 Experimento 3: Movimento de um corpo em um plano inclinado – Determinação da aceleração da gravidade Integrantes: Larissa Bral e Ana Clara Marques Turma: 422/ EP2 Resumo O experimento III teve por objetivo determinar a aceleração da gravidade (g) a partir do movimento de um carrinho em um plano inclinado. Foram utilizados: um trilho de ar, com atrito desprezível, blocos de madeira, um sistema de vídeo que consistiu na gravação de um filme com uma câmera digital, e o programa ImageJ para auxiliar no levantamento de dados. Cada dupla realizou o experimento com duas inclinações diferentes; no experimento que segue, foram utilizados 3 blocos de madeira no vídeo 1 e 4 blocos de madeira no vídeo 2. Introdução Neste experimento determinamos a aceleração da gravidade (g) a partir do movimento de um corpo em um plano inclinado. O método utilizado foi: Um trilho de ar de 2m de comprimento para tornar o atrito do carrinho desprezível, Um carrinho para deslizar sobre o plano com a faixa branca para frente para facilitar na análise dos vídeos, Blocos de madeira para fazer a inclinação do trilho, 3 e 4 blocos, Tripé e câmera digital para filmar, estando o trilho alinhado com a parede e a câmera alinhada com o trilho para facilitar a análise dos vídeos. A partir das Leis de Newton, para um corpo em um plano inclinado com atrito desprezível, o qual se espera que realize um movimento retilíneo uniformemente acelerado, a aceleração da gravidade pode ser determinada pela Equação 1 abaixo: a = g sin(θ) » g = a/ sin(θ) (1) O seno do ângulo foi obtido por meio de duas medições diretas de altura (h) e duas medições de posição (x) em cada inclinação e calculado a partir da Equação 2 abaixo: sin(θ) = (h2 – h1)/(x2 – x1) (2) E a incerteza do seno foi obtida considerando α = x2 – x1 e β = h2 – h1, e suas incertezas, respectivamente, δα = e δβ = . Resultando na Equação 2.1 da incerteza do seno de θ abaixo: sin(θ) = sin(θ) (2.1) A principal motivação para esse experimento é medir a aceleração da gravidade e comparar com o valor estabelecido para a cidade do Rio de Janeiro, assim como discutir se o método é preciso e as possíveis influências de erros sistemáticos. Procedimento experimental O trilho de ar é um sistema que permite estudar movimentos unidimensionais reduzindo drasticamente as forças de atrito habitualmente presente. Durante o uso do equipamento, tanto o trilho quanto o carrinho devem ser devidamente tratados, evitando choques mecânicos fortes e colocando um dispositivo com elástico ao final do trilho para parar o movimento do carrinho, afim de evitar que eles sofram marcas ou deformações que comprometam a redução do atrito. O tripé com a câmera digital deve estar adequadamente posicionado de forma que todo o trilho esteja compreendido no campo de visão e a câmera alinhada com a horizontal. Para isso, antes de colocar os blocos de madeira para inclinação do trilho, analisamos se o trilho estava bem posicionado de acordo com as linhas de enquadramento da câmera. Os blocos de madeira, 3 e 4, foram colocados embaixo da haste de suporte do trilho que fica em uma das suas extremidades. Após a colocação dos blocos foram medidas alturas com finalidade de encontrar o seno do ângulo (θ) de inclinação como segue na Tabela 1. Para manter o carrinho em repouso, uma das integrantes da dupla ficou segurando o carrinho até a outra iniciar a gravação e o carrinho ser solto. Tabela 1 Inclinação h1 (cm) h2 (cm) L (cm) sin(θ) a 3 blocos 14,6 ± 0,1 16,5 ± 0,1 70 0,027 ± 0,002 27 ± 3 4 blocos 14,7 ± 0,1 17,4 ± 0,1 70 0,039 ± 0,002 35 ± 2 Após a gravação dos filmes, os arquivos de vídeo foram salvos pelas integrantes e deu-se início ao processamento do mesmo pelo programa ImageJ. A análise do filme permitiu a obtenção de outras medidas necessárias à determinação da aceleração da gravidade. O primeiro procedimento feito foi a rotação de ambos os vídeos, utilizando o método de rotação manual determinando o ângulo de inclinação do trilho de ar durante o experimento. Isso deve ser feito, pois, para realizar a análise de dados, é necessário que a medida do deslocamento do carrinho seja apenas em uma dimensão, no caso, na horizontal. Por meio de coordenadas x e y, o ângulo foi obtido a partir da Equação 3 abaixo: arctan (y2 - y1)/(x2 – x1) (3) Após feita a rotação dos vídeos, fizemos 20 medições da posição p em pixels do ponto de referência no carrinho, o início da parte branca da etiqueta para instantes de tempo de 0,1 segundo ao longo do percurso, de três em três quadros. A incerteza dos pixels foi medida olhando a quantidade que quadrados borrados, aproximando da estimativa da posição exata do ponto de referência. Esses valores de encontram nas Tabela 2(vídeo 1) e Tabela 3(vídeo 2) abaixo: Tabela 2 Video 1 (3 blocos) Quadro t (s) p δp x (cm) δx (cm) v (cm/s) δv (cm/s) 78 0 549 2 0 0,7 - - 81 0,1 546 3 1,1 1,1 10,6 6,5 84 0,2 543 3 2,1 1,1 10,6 7,8 87 0,3 540 3 3,2 1,1 15,9 7,8 90 0,4 534 3 5,3 1,1 17,7 7,8 93 0,5 530 3 6,7 1,1 17,7 7,8 96 0,6 524 3 8,9 1,1 23,0 7,8 99 0,7 517 3 11,3 1,1 26,6 7,8 102 0,8 509 3 14,2 1,1 28,3 7,8 105 0,9 501 3 17,0 1,1 30,1 7,8 108 1 492 3 20,2 1,1 33,7 7,8 111 1,1 482 3 23,7 1,1 37,2 7,8 114 1,2 471 3 27,6 1,1 40,7 7,8 117 1,3 459 3 31,9 1,1 44,3 7,8 120 1,4 446 3 36,5 1,1 44,3 7,8 123 1,5 434 3 40,7 1,1 46,1 7,8 126 1,6 420 3 45,7 1,1 49,6 7,8 129 1,7 406 3 50,6 1,1 51,3 7,8 132 1,8 391 3 55,9 1,1 53,1 7,8 135 1,9 376 3 61,2 1,1 - - Tabela 3 Video 2 (4 blocos) Quadro t (s) p δp x (cm) δx (cm) v (cm/s) δv (cm/s) 76 0 545 2 0 0,7 - - 79 0,1 542 2 1,1 0,7 14,1 4,9 82 0,2 537 2 2,8 0,7 17,7 4,9 85 0,3 532 2 4,6 0,7 19,4 4,9 88 0,4 526 2 6,7 0,7 22,9 4,9 91 0,5 519 2 9,2 0,7 26,5 6,5 94 0,6 511 3 12,0 1,1 30,0 6,5 97 0,7 502 3 15,2 1,1 33,6 7,8 100 0,8 492 3 18,7 1,1 38,8 7,8 103 0,9 480 3 22,9 1,1 42,3 7,8 106 1 468 3 27,2 1,1 44,1 7,8 109 1,1 455 3 31,8 1,1 49,4 7,8 112 1,2 440 3 37,0 1,1 51,2 7,8 115 1,3 426 3 42,0 1,1 54,7 7,8 118 1,4 409 3 48,0 1,1 60,0 7,8 121 1,5 392 3 54,0 1,1 61,8 7,8 124 1,6 374 3 60,3 1,1 65,3 7,8 127 1,7 355 3 67,0 1,1 68,8 7,8 130 1,8 335 3 74,1 1,1 70,6 7,8 133 1,9 315 3 81,1 1,1 - - Análise de dados Os resultados obtidos para a posição do carrinho foram calculados por meio da transformação das medidas em pixels p para medidas em centímetros x, através da determinação da constante de calibração ou fator de conversão. Essa constante é obtida a partir de uma distância conhecida (distância de referência em cm) na imagem, o comprimento de 2m (200 cm), seu valor em pixels, as posições das extremidades no eixo das abscissas, e realizando Regra de três. Fator de conversão do vídeo 1: 2,825 Fator de conversão do vídeo 2: 2,835 Ao analisarmos o gráfico de Posiçãox Tempo para cada vídeo, podemos observar que o carrinho está realizando um movimento retilíneo uniformemente acelerado, como se esperava. Os gráficos 1 e 2 a seguir, referentes ao vídeo 1 e vídeo 2, respectivamente, demonstram a afirmação acima a partir dos dados das tabelas 2 e 3. Gráfico 1: Gráfico 2: Para obtenção das velocidades em ambos os vídeos, foi usada a Equação 4 a seguir, que é o cálculo da velocidade média entre os instantes x(t + ∆t) e x(t - ∆t) com ∆t constante. (Note que o valor da última velocidade não pode ser encontrado). V(t) = [x(t + ∆t) - x(t - ∆t)] / 2∆t (4) A incerteza da velocidade foi calculada pela Equação 5 abaixo: δV = (5) Os valores encontrados das velocidades e suas incertezas dos vídeos 1 e 2 estão na Tabela 2, para o vídeo 1, e na Tabela 3, para o vídeo 2. Os gráficos a seguir são de Velocidade x Tempo e fornecem informações acerca da aceleração do carrinho por dois métodos: o método gráfico, feito manualmente em folha milimetrada, e o método de mínimos quadrados, usando ajuste linear através do QtiPlot. O gráfico 3 é referente ao vídeo 1 e o gráfico 4, referente ao vídeo 2. Gráfico 3 : Ajuste linear do gráfico 3: [2018-05-08 13:59:33 Gráfico: ''Gráfico1''] Regressão linear do conjunto de dados: Tabela1_2, usando função: A*x+B Ordenar: Não Método de ponderação: Instrumental, usando barras de erro: Tabela1_3 De x = 1,0000000000000e-01 a x = 1,8000000000000e+00 (18 pontos de dados) -------------------------------------------------------------------------------------- B (y-intercept) = 7,0431372549020e+00 +/- 3,1964543265058e+00 A (slope) = 2,6551083591331e+01 +/- 2,9530205277577e+00 -------------------------------------------------------------------------------------- Chi^2/doF = 4,3237584040156e-02 R^2 = 9,9151505277257e-01 R^2 ajustado = 9,9038372647558e-01 RMSE (Raiz do erro quadrado médio) = 2,0793649040069e-01 RSS (Soma residual dos quadrados) = 6,9180134464250e-01 Traduzindo... B = V inicial = 7 ± 3 cm/s A = a = 27 ± 3 cm/s² Qualidade do ajuste (Chi^2/doF) = 0,04 Alta correlação linear entre y e x (R^2) = 1 Gráfico 4: Ajuste linear do gráfico 4: [2018-05-08 14:05:56 Gráfico: ''Gráfico2''] Regressão linear do conjunto de dados: Tabela1_2, usando função: A*x+B Ordenar: Não Método de ponderação: Instrumental, usando barras de erro: Tabela1_3 De x = 1,0000000000000e-01 a x = 1,8000000000000e+00 (18 pontos de dados) -------------------------------------------------------------------------------------- B (y-intercept) = 1,0024836601307e+01 +/- 2,4096347999813e+00 A (slope) = 3,4546955624355e+01 +/- 2,2261231670788e+00 -------------------------------------------------------------------------------------- Chi^2/doF = 3,7835828925197e-02 R^2 = 9,9749266846710e-01 R^2 ajustado = 9,9715835759605e-01 RMSE (Raiz do erro quadrado médio) = 1,9451434118130e-01 RSS (Soma residual dos quadrados) = 6,0537326280315e-01 Traduzindo... B = V inicial = 10 ± 2 cm/s A = a = 35 ± 2 cm/s² Qualidade do ajuste (Chi^2/doF) = 0,04 Alta correlação linear entre y e x (R^2) = 1 Conforme a Equação 1, a aceleração da gravidade é proporcional à aceleração do carrinho dividida pelo seno do ângulo. Assim, foram reunidos os valores de toda a turma, com diferentes quantidades de blocos, e foi feito um gráfico Seno x Aceleração e realizado um ajuste linear no QtiPlot para encontrar a aceleração da gravidade e sua incerteza. A Tabela 4 abaixo reúne os dados da turma (enviados até 8h30min do dia da entrega do relatório, 09/05/2018). Tabela 4 Inclinação sin(θ) δsin(θ) a δa 3 blocos 0,027 0,002 27 3 4 blocos 0,039 0,002 35 2 5 blocos 0,05 0,001 48,3 1,7 7 blocos 0,067 0,001 61 5 8 blocos 0,077 0,001 69 4 11 blocos 0,1 0,003 89,9 0,02 12 blocos 0,11 0,003 108,3 0,02 13 blocos 0,12 0,01 111 4 14 blocos 0,125 0,004 115 2 Fazendo o Gráfico 5 e o ajuste linear da tabela 4, obtemos: Gráfico 5: [2018-05-09 08:43:28 Gráfico: ''Seno x Aceleração''] Regressão linear do conjunto de dados: Tabela 4, usando função: A*x+B Ordenar: Não Método de ponderação: Instrumental, usando barras de erro: Tabela1_3 De x = 2,7000000000000e-02 a x = 1,2500000000000e-01 (9 pontos de dados) -------------------------------------------------------------------------------------- B (y-intercept) = 2,5095856458923e-01 +/- 1,6885010764784e-02 A (slope) = 9,2621171037580e+02 +/- 1,9527095557609e-01 -------------------------------------------------------------------------------------- Chi^2/doF = 2,2968804775119e+04 R^2 = 9,9290424565122e-01 R^2 ajustado = 9,9053899420163e-01 RMSE (Raiz do erro quadrado médio) = 1,5155462637320e+02 RSS (Soma residual dos quadrados) = 1,6078163342584e+05 Traduzindo... B = V inicial = 0,25 ± 0,02 cm/s A = g = 926,2 ± 0,2 cm/s² Qualidade do ajuste (Chi^2/doF) = 22969 (ruim) Alta correlação linear entre y e x (R^2) = 1 Conclusões Esse experimento foi essencial ter sido finalizado em grupo com a turma, pois observamos que os valores da aceleração da gravidade flutuam de acordo com os dados de cada dupla. Alguns possíveis erros sistemáticos podem ser considerados para o valor da gravidade encontrado ser menor do que esperado para a cidade do Rio de Janeiro (g = 987,7 ± 0,1 cm/s²), como: o atrito do carrinho no trilho de ar não é exatamente nulo, erros nos cálculos envolvendo ângulo, posição, velocidade ou outros dados do experimento, erros na análise dos vídeos, entre outros. Comparando os valores, observamos que o valor encontrado é considerado muito incompatível, pois a discrepância entre eles é muito maior que 3 (61,5 > 0,7). O cálculo da discrepância se dá pela Equação 6 abaixo: < 3 × (6) Portanto, os resultados obtidos com o experimento não foram satisfatórios para obtenção da aceleração da gravidade através do movimento, retilíneo uniformemente acelerado, de um carrinho em um plano inclinado, com atrito consideravelmente desprezível. Provavelmente, se o experimento for refeito com mais atenção e cuidado de todas as duplas, o resultado se dará diferente. Referências Apostila Física Experimental I, IF-UFRJ, 02/2016 1 1 1
Compartilhar