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AULA - DIREITO PENAL - TEORIA DO CRIME

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*
DIREITO PENAL PARTE GERAL
Prof. Luis Roberto Rissi
8ª. AULA
*
Teoria geral do crime 
O QUE É CRIME?
O CP não conceitua o crime.
O conceito é feito pela doutrina sob três aspectos: formal, material e analítico.
*
Conceito de crime = aspecto formal
Busca uma visão LEGISLATIVA 
não se avalia o aspecto externo do crime, não penetrando na sua essência.
	
	“Crime é um fato humano contrário à lei” (Caramagnani).
	
	“Crime é uma conduta (ação ou omissão) contrária ao Direito, a que a lei atribui uma pena” (Heleno Cláudio Fragoso).
	
	“Crime é o que está estabelecido numa norma penal incriminadora, sob ameaça de pena” (Rogério Sanches).
*
Conceito de crime = aspecto material
Busca uma visão da SOCIEDADE
a essência do crime, a razão da punição ou não de certas condutas. É prévio ao Direito Penal.
Cabe ao Estado buscar o bem coletivo diante dos inevitáveis conflitos, a fim de que se estabeleça a paz interna, a segurança e a estabilidade.
Tal equilíbrio é feito pelo Estado/sociedade que aponta os bens jurídicos a serem tutelados, o que se dá através da LEI PENAL, que comina e aplica penas.
“Crime é a conduta humana que lesa ou expõe a perigo um bem jurídico protegido pela lei penal” (Heleno Cláudio Fragoso).
*
Conceito de crime = aspecto analítico (concepção JURÍDICA)
Busca identificar os requisitos ou elementos estruturais (constitutivos) do crime. Existem quatro visões:
VISÃO BIPARTIDA: “Crime é um fato típico e antijurídico, sendo a culpabilidade um pressuposto para a aplicação da pena” (Damásio, Mirabete, Delmanto, Capez...)
VISÃO TRIPARDIDA: “Crime é um fato típico, antijurídico e culpável” (Fragoso, Assis Toledo, J. Tavares, Noronha, N. Hungria, Frederico Marques...)
A diferença entre as duas visões está na posição ocupada pela culpabilidade na estrutura do crime. 
Para a visão bipartida a culpabilidade constitui pressuposto para a aplicação da pena; para a visão tripartida, cuida-se do terceiro elemento do crime.
*
Conceito de crime = aspecto analítico (concepção JURÍDICA)
VISÃO QUADRIPARTIDA: “Crime é um fato típico, antijurídico, culpável e punível” (Basileu Garcia, Battaglini, Marinucci...).
Para a compreensão deste conceito é necessário fixar as observações a seguir: 
*
1ª. observação
O DIREITO PENAL É SELETIVO, pois somente interessam os fatos humanos indesejados.
											 DESEJADOS
					HUMANOS
FATOS						
 INDESEJADOS=> 2ª. Obs.
					
NATUREZA
*
2ª. Obs. FATO TÍPICO
Fatos humanos indesejados = princípio da intervenção mínima = relevante ataque aos bens jurídicos do cidadão.
Nem todos os fatos humanos indesejados são considerados crimes.
Para existir o crime é necessário: que haja uma conduta, que tenha um resultado, o nexo causal entre ambos, além da tipicidade.
Daí o surgimento do primeiro elemento do crime que é o FATO TÍPICO.
FATO TÍPICO – “é um comportamento humano voluntário (positivo ou negativo) que provoca, em regra, um resultado, e é previsto como infração penal”.
*
3ª. obs. FATO ANTIJURÍDICO
Nem todos os fatos típicos são considerados crimes=> devem ser ilícitos ou contrários à lei.
Daí o segundo elemento do crime=> 
FATO ANTIJURÍDICO – aquele que se traduz na “contrariedade de uma conduta com o direito, causando lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico protegido”. É um fato contrário à lei. 
Em regra, todo fato típico é antijurídico, a menos que esteja presente uma das causas excludentes da antijuridicidade expressamente previstas em lei – Art. 23 (legítima defesa, estado de necessidade...), Art. 128, I e II (aborto necessário e sentimental), Art. 150 (violação de domicílio quando estiver ocorrendo um crime). Nesses casos, o nosso legislador usa a expressão “não há crime...” (artigo 23 e 150, § 3°).
*
4ª. obs. CULPABILIDADE
Não basta ser o fato típico e antijurídico. É necessário se verificar o elemento subjetivo do autor do crime=> sua CULPABILIDADE, que é o terceiro elemento do crime.
CULPABILIDADE: É o elemento subjetivo do autor do crime, aquilo que passa em sua mente no instante da infração. 
O agente poderia ter desejado um resultado criminoso (dolo direto); assumido o risco de produzir um resultado (dolo indireto ou eventual), ou não desejava o resultado, mas a ele deu causa por imprudência, negligência ou imperícia(crime culposo) 
A culpabilidade, portanto, é a culpa em sentido amplo, que abrange o dolo (direto e eventual) e a culpa em sentido estrito (culposo).
*
5ª. Observação 
Para se definir o conceito de culpabilidade, deve-se avaliar o ponto de vista de cada uma das duas teorias da conduta, dividida entre “causalistas” e “finalistas”.
*
Teoria causalista (clássica ou naturalista) da ação
1.Histórico: com o absolutismo até o séc. XIX, as regras eram ditadas pelo poder central e, muitas vezes, em discordância com a vontade da maioria do povo, pois abusivas ou ilegais.
2.Mudança: visando mudar tal condição surgiu a TEORIA CAUSALISTA DA AÇÃO, por meio da qual passou a se exigir a criação de regras gerais, visando se evitar as influências do poder central.
3.Conclusão: a ação foi considerada como “um puro fator de causalidade, uma simples produção do resultado, mediante o emprego de forças físicas, desprovida de qualquer finalidade”.
4.Crítica: não havia campo para interpretação das normas: elas deveriam ser cumpridas sem discussão de seu conteúdo, pois, caso contrário, poderia se retroceder ao estado anterior.
5.Para a teoria a análise do fato típico visava somente comparar o fato ocorrido com a lei, independentemente da vontade do agente. Só interessava esclarecer: a) quem foi o causador do resultado e, b) se este resultado estava definido na lei como crime.
*
Teoria causalista (clássica ou naturalista) da ação
6.Assim, a análise do dolo ou culpa fica para momento posterior, na aferição da CULPABILIDADE (3º elemento do CRIME) para a TEORIA CAUSALISTA.
7.Ex: um motorista dirigindo em perfeitas condições de trânsito depara-se com um suicida que se atira sob o veículo vindo a falecer. Para a teoria causalista, o motorista praticou homicídio, pois não se avalia o dolo ou culpa quando da análise do fato típico.
8.Conclusão final: para a teoria CAUSALISTA necessariamente se adota a visão TRIPARTIDA DO CRIME: fato típico, antijurídico e culpável, pois o DOLO E A CULPA são componentes da culpabilidade.
*
Teoria causalista (clássica ou naturalista) da ação
Histórico: com os avanços da humanidade, percebeu-se que a TEORIA CAUSALISTA não era aplicável em muitos casos. 
Ex. Nos crimes que se exige a finalidade (o elemento subjetivo) como na tortura, na falsidade ideológica, na extorsão mediante sequestro. 	
O homicídio doloso (intencional) era tratado de forma idêntica ao homicídio culposo (não intencional).
Na tentativa: sem o exame da intenção do agente não há como descobrir qual fato típico ocorreu e, por vezes, nem sequer é possível determinar se ocorreu ou não algum fato típico. 
Ex. se um homem agarra à força uma mulher e é impedido de levá-la a um local ermo por terceiros, é imprescindível verificar sua intenção para tipificar sua conduta; se ele pretendia matá-la, haverá uma tentativa de homicídio; se ele pretendia realizar com ela conjunção carnal, tentativa de estupro; se objetivava agredi-la, tentativa de lesão corporal. 
Nesses casos, se a intenção fosse analisada somente por ocasião da culpabilidade, não seria possível dizer qual o fato típico que se praticou.
Regra: a imposição de leis injustas (imorais ou ilegais) gera uma percepção negativa e não há vontade por parte dos cidadãos de acatá-las. Seu cumprimento somente é conseguido mediante força e não pelo respeito das pessoas às normas.
Daí o surgimento da teoria finalista da ação.
*
Teoria finalista da ação
Para a teoria (atualmente adotada) não se pode separar da conduta (ação) a vontade (finalidade) do agente. 
A conduta é “um comportamento humano, voluntário e consciente (dolosoou culposo), dirigido a uma finalidade”. 
Conclusão: o dolo e a culpa fazem parte da CONDUTA (que é o 1º requisito do FATO TÍPICO) e, quando ausentes, o fato é atípico.
Ex.: no caso do motorista anteriormente mencionado, o fato seria considerado atípico.
Ao DIREITO PENAL não interessam os resultados produzidos sem dolo ou culpa, eis que as condutas são propulsionadas pela vontade, pois só essas poderiam ter sido evitadas.
*
Teoria clássica x teoria finalista
Causalistas ou clássicos=> a “conduta é uma ação ou omissão voluntária e consciente que exterioriza o movimento corpóreo”, sendo que a relação psíquica do agente com o fato (dolo ou culpa) são analisados na culpabilidade. Daí, podermos afirmar que a culpabilidade é necessariamente componente do crime.
Finalistas=> a “conduta é a ação ou omissão voluntária e consciente que se volta para uma finalidade”. Para que se estude tal finalidade, deve-se verificar o dolo e culpa por ocasião da conduta, que é o primeiro elemento do fato típico.
Para os finalistas, com a retirada do dolo e culpa da culpabilidade, esta passou a ser mero juízo de valoração externo ao crime, não tendo mais nada que interessa ao conceito do crime, pois o juízo de reprovabilidade deixa de incidir sobre o fato e recai sobre o sujeito (não se trata de fato culpável, mas de sujeito culpável). Portanto, a culpabilidade deixa de fazer parte do conceito do crime e passa a figurar como pressuposto da aplicação da pena.
*
Teoria finalista da ação
A culpabilidade fica restringida aos seguintes elementos: 
a) imputabilidade; 
b) potencial consciência da ilicitude; 
c) exigibilidade de conduta diversa. 
Assim, o legislador trouxe situações de excludentes da culpabilidade, como é o caso da menoridade, aqueles com doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, embriaguez completa por caso fortuito ou força maior.
Conclusão: haverá crime (fato típico e antijurídico), mesmo sem a culpabilidade. 
Quando uma pessoa comete um fato típico e antijurídico, mas age sem culpabilidade, nosso CP declara que o agente é “isento de pena” (art. 22, 26 e 28). 
*
6ª. Obs. PUNIBILIDADE
PUNIBILIDADE – é apenas uma conseqüência jurídica do delito e não uma sua característica. Portanto, não é substrato (elemento) do crime.

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