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Linfadenite caseosa

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LINFADENITE CASEOSA (Mal do caroço, furúnculo ovino)
Corynebacterium pseudotuberculosis
Cocobacilo gram-positivo que possui dois biótipos – Ovis e equi (Bovinos podem ser infectados por ambos, sendo mais comum a infecção pelo biotipo equi).
Presença de lipídeos na parede celular ou ácidos corinomicólicos (característica dos actinomicetos). Esses ácidos conferem resistência à fagocitose impedindo a ação enzimática dos lisossomos (diretamente relacionado com a característica piogênica da infecção). 
Alta resistência no ambiente – composição da parede 
Fosfolipase D: Enzima que hidrolisa a esfingomielina, um fosfolipídeo das membranas das células. Atua também no epitélio vascular, aumentando a permeabilidade, permitindo a disseminação do patógeno no organismo. 
Epidemiologia
Microrganismo cosmopolita encontrado no solo, na pele ou mucosa dos animais. Reconhecida como doença de importância mundial, em decorrência da alta prevalência e pelos prejuízos econômicos nos rebanhos. A linfadenite caseosa provoca a redução na produção de carne e leite, depreciação da lã, retardo no desenvolvimento dos animais, gastos com tratamento e honorários veterinários, deficiências nos índices reprodutivos do rebanho, condenação de carcaças, descarte precoce e morte ocasional de animais.
Em bovinos e equinos causa, respectivamente, linfangite ulcerativa e abcesso de peito.
 A identificação de lesões na linha de abate nos frigoríficos gera perda econômica significativa por condenação de carcaças, além de representar fator limitante para a exportação de carne.
Infecção dos ovinos: Contaminação de feridas em procedimentos de rotina (Tosquia, castração e caudectomia); Banhos de imersão (disseminação do agente); Agrupamento dos animais em galpões ou currais – Abcessos de pele multifocais e enfartamentos de linfonodos regionais. 
Infecção dos caprinos: a alimentação com forragens grosseiras e as abrasões em animais alimentados em canzis, determinariam o predomínio da linfoadenomegalia em região de cabeça e pescoço. 
Aspiração de aerossóis em ambientes altamente contaminados também é sugerida como via de transmissão. 
A forma mais comum de infecção por C. pseudotuberculosis em animais de produção é representada pela contaminação de água, alimentos e feridas por descargas purulentas resultantes da fistulação dos abscessos. As lesões supuradas contaminam também o ambiente, utensílios (corda, tosquiadeira, pinças de casco), materiais cirúrgicos (bisturis, tesouras, pinças) e canzis. Ao contrário dos equinos, os vetores como mosca doméstica, Stomoxys calcitrans e Culicoides apresentam pouca importância epidemiológica na disseminação do microrganismo em pequenos ruminantes. 
Patogenia
Nos ovinos, a partir da infecção por via oral, respiratória e ou contaminação de feridas, a bactéria é ativamente fagocitada por neutrófilos e macrófagos. Nos fagócitos, o microrganismo mantém-se viável no interior celular e é sequestrado para os linfonodos regionais principalmente, pré-crurais, pré-escapulares ou sub-mandibulares, nos quais induz a formação de múltiplos piogranulomas, que podem coalescer e formar grandes abscessos. 
Disseminação para os órgãos – Dependem da virulência da linhagem, carga bacteriana e higidez do animal. Acometimento de órgãos como fígado, pulmão, rins e encéfalo via linfo-hemática (Forma visceral grave). 
A arquitetura dos piogranulomas revela geralmente grande contingente de células epitelióides, macrófagos, neutrófilos, caseum e em menor número linfócitos, anticorpos, células gigantes e o agente no centro, circundado por cápsula fibrosa. 
Sinais clínicos
Na linfadenite caseosa os abscessos externos predominam nos linfonodos mandibulares, parotídeos, pré-femorais ou pré-escapulares, embora possam ocorrer também nos linfonodos mesentéricos, vísceras abdominais ou torácicas. Raramente são encontrados nos rins, coração, testículos, útero e articulações. Nos casos de abscessos internos, pode-se constatar perda de peso crônica, subfertililidade, redução na produção de leite, menor número de crias, baixo peso dos cordeiros à desmama,“déficit” no desenvolvimento e baixa produção de. A presença de abscessos nos pulmões determina sinais de dispnéia crônica.
Bovinos: Formação de úlceras na região dos flancos, membros, pescoço e face (linfangite ulcerativa). As úlceras contêm restos celulares necrosados com coloração escura e intenso tecido de granulação. 
Pode ser auto-limitante, regredindo entre 2 a 4 semanas. 
Equinos: Distingue-se em 3 formas típicas – Formação de abcessos em área ventral ou peitoral (forma mais comum), Abcessos internos e linfangite ulcerativa. 
A linfangite ulcerativa por C. pseudotuberculosis consiste na inflamação dos vasos linfáticos, particularmente, na porção distal dos membros, sendo manifestada clinicamente por celulite severa. Os linfonodos regionais (cervical superficial e axilar) também desencadeiam linfadenite purulenta. Ocasionalmente são observadas febre, claudicação, anorexia e letargia. Este conjunto de sinais clínicos também é observado no mormo em equídeos, tornando necessário o diagnóstico diferencial entre estas enfermidades. 
Diagnóstico
Achados clínicos + laboratorial.
Diagnóstico definitivo: cultivo e isolamento do microorganismo a partir do conteúdo dos abcessos. 
Na rotina é utilizada a coloração de Gram, Giemsa e Panóptico. Na coloração de Gram o microrganismo se apresenta como cocobacilos Gram-positivos, irregulares ou pleomórficos lembrando “letras chinesas”.
No meio de ágar-sangue ovino ou bovino (5%) desfibrinado, as colônias são observadas com aproximadamente 48 horas de incubação, de aspecto diminuto, brancas e secas, rodeadas por discreto halo de beta-hemólise.
Como confirmação de C.pseuotuberculosis é realizado o teste de CAMP, semeando de forma perpendicular no ágar sangue linhagem de R. equi, que resultará em hemólise sinérgica na intercessão das semeaduras, ao redor de 48 horas de incubação a 37°C.
Diferentes técnicas são utilizadas como alternativas no diagnóstico das corinebacterioses, que incluem a citologia aspirativa por agulha fina (CAAF) e métodos sorológicos. A citologia das lesões por C. pseudotuberculosis apresenta vantagens como baixo custo, simplicidade de execução, reduzida agressão no local da punção e a possibilidade de diagnóstico citológico acurado, em curto espaço de tempo, quando comparada a histopatologia. Assim, a CAAF pode ser incluída como método prático no diagnóstico da linfadenite caseosa em ovinos e caprinos.
Sorologia: Imunofluorescência indireta, microaglutinação, imunodifusão em gel de Agar, western blotting, fixação do complemento, hemaglutinação indireta e ELISA (falsos positivos devido a similaridade entre os agentes ou animais vacinados).
Tratamento
Oxitetraciclina, florfenicol, eritromicina, sulfonamidas-trimetropim, penicilina e rifampicina são eficazes contra o agente, mas o grande encapsulamento dentro do abcesso e a viabilidade intracelular da bactéria limita a ação do fármaco, não atingindo o nível terapêutico necessário nos locais de infecção. 
A extirpação cirúrgica dos abscessos e ou linfonodos externos é sugerida como parte do tratamento em animais de grande valor zootécnico. Outra opção é a lancetagem dos nódulos, com limpeza diária até a cicatrização com tintura de iodo 2 a 5%, aliado ao tratamento parenteral prolongado por até oito semanas com antimicrobianos. No entanto, a extirpação dos linfonodos retira o órgão de defesa regional, predispondo á disseminação linfática e infecção de outros órgãos.

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