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UNIVERSIDADE PAULISTA ( UNIP )
CURSO DE PSICOLOGIA
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (PDTA)
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E TEORIAS DE APRENDIZAGEM
NOME: RA:
São Paulo
2018
UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP)
CURSO DE PSICOLOGIA – CAMPUS PARAÍSO
NOME: RA: 
LIVRO PINÓQUIO AS AVESSAS (PDTA)
 
 Trabalho apresentado à disciplina de (PDTA) Psicologia 
 do Desenvolvimento e Teorias de Aprendizagem 
do curso de Psicologia da UNIP - Universidade Paulista, 
 Sob orientação da Profª: Ms.Claudia Ruggi 
São Paulo
2018
Sumario
Introdução.....................................................................................................4
Abordagem Tradicional……………………………………..............................5
Abordagem Humanista………………………………………...........................6
Abordagem Comportamental……………………………................................7
Pinóquio As Avessas –Reflexão Livro…………………………......................8
Rubem Alves e as Metodologias..................................................................9
Abordagem Tradicional……………………………………………………........9
 Abordagem Humanista…………………………………................................13
Abordagem Comportamental…………………………………........................16
Conclusão………………………………………………………. .......................19
Bibliografia……………………………………………………………………….21
INTRODUÇÃO
 Dando introdução ao presente trabalho, cujo objetivo foi avaliar e refletir sobre o livro “Pinóquio as avessas” do autor Rubem Alves, e relacionar com as três abordagens pedagógicas introduzidas em sala de aula. Sendo essas à – Abordagem Tradicional, Comportamental e Humanista.
Procuramos de início trazer um resumo explicativo de cada uma dessas abordagens, para melhor entendimento e compreensão da mesma em relação ao livro. Livro no qual o autor procura de forma simples falar sobre cada uma delas e mostrar um pouco sobre o seu ponto de vista.
 Durante a leitura do texto o autor procura de forma clara fazer uma crítica a abordagem tradicional no livro, que conta a história de Felipe, um garoto que cresceu aprendendo da maneira tradicional,ou seja, o aluno é apenas o receptor e o professor comanda a aula. Por meio da leitura deste, analisando com base nas três teorias psicológicas podemos ter uma base de qual delas oferece um melhor método de ensino segundo a história proposta no livro e se é possível uma complementar a outra.
 
Abordagem Tradicional
 A Abordagem Tradicional pode-se dizer que é uma pedagogia diretiva, pois o tipo de relação que encontramos nela é a do mito de transferência de conhecimento, aonde o professor é ativo(objeto) e o aluno é o passivo(sujeito), é um modelo verbalista e assimétrico, ou seja, o professor tem o controle da aula que através de um monologo transfere o conhecimento para o aluno, que é considerado inferior ao professor, uma tábua rasa. Nesse modo de ensino autoritarista e ditatorial, o medo imperava, pois o conhecimento estava todo centrado na figura do professor, dessa forma descartando a criatividade e curiosidade do aluno.
 Esse método de ensino passou a ser usado na época da revolução industrial que aconteceu na Inglaterra entre 1760 e 1840, considerado seguro pois era usado para reprodução de ideologias que visavam por sua vez a reprodução do autoritarismo, da heteronomia, da subserviência, entre outros.
Passada de geração em geração, se preocupando com a capacidade de armazenamento de conteúdo e descartando sua capacidade de reflexiva e critica. 
 Paulo Freire (1975) propôs que esse tipo de abordagem pode se aplicar a expressão educação “bancaria”, onde o professor deposita conhecimento, informações, fatos e etc. O aluno é apenas o receptor de informações e é considerado um “adulto em miniatura” que está sendo atualizado, não há diálogo entre aluno e professor.
 “E o ensino que não for de modo tradicional é considerado uma farsa, e o aluno que apenas escuta o professor não desenvolve o seu pensamento crítico podendo assim analisar a veracidade e utilidade da informação que es tá sendo apresentada pelo professor (o ser superior).”
Abordagem Humanista 
 A Abordagem Humanista é uma pedagogia não diretiva, foi a partir da teoria de Carl Rogers, que essa abordagem começou a ser usada em algumas escolas onde o aluno é o centro do processo.
Nesse tipo de abordagem o aluno é o ativo (sujeito) e o professor é o passivo (objeto), portanto a preocupação aqui é com o emocional e psico lógico do aluno. Esse aluno em questão tem a capacidade de controlar a aula, ou seja, escolher o que ele vai aprender, e os outros alunos caso se identifiquem com tal tema s e juntam ao outro aluno formando assim grupos de aprendizagem de determinados assuntos. Essa abordagem de aprendizagem foi utilizada na escola de Sumerhill, fundada por Alexander Neill em 1921 em Leiston Inglaterra.
 A escola de Sumerhill era baseada em princípios Humanistas, e não haviam provas, testes ou exames, a aprendizagem estava no processo e não na avaliação final, os alunos escolhiam o que aprenderiam respeitando assim seus interesses e o seu emocional, o ensino era centrado no aluno. E a conclusão desse ensino seria a de o aluno ser mais feliz e não ficar preso em um mundo de bens materiais e consumo. O professor não interferia na aprendizagem do aluno para não causar pressão, porém ele atendia o aluno caso fosse solicitado.
Abordagem Comportamental 
 A Abordagem Comportamental é uma pedagogia diretiva disfarçada de interacionista, tendo como um dos principais nomes do Comportamentalismo, Skinner considerado por muitos o criador da Psicologia Comportamentalista. N esse tipo de abordagem o ensino e aprendizagem caminham juntos, o professor molda o aluno para ser o que a sociedade deseja e que ele aprenda coisas úteis para sua vida em meio a sociedade. O professor procura transmite o conhecimento para o aluno, decidindo o que ele vai aprender, porém o aluno não precisa se esquecer de seus sonhos ou desejos vindos dele, tendo assim uma relação participava na sala de aula, usando de conhecimentos antigos para que o novo possa ser assimilado, mas nesse tipo de abordagem o professor ainda possui o controle do processo de aprendizagem.
 Nessa abordagem é necessário que o aluno tenha um professor, transmissor da cultura, que o molde para conviver na sociedade e que seja influenciado por ela podendo assim tomar suas decisões. Ao final do processo de aprendiz agem o aluno passa por um teste que o resultado pode revelar se ele realmente aprendeu e está pronto para prosseguir, e a conclusãodesse ensino seria a de o aluno viver na sociedade fazendo seu papel e ser influenciado para tomar suas decisões.
PINÓQUIO AS AVESSAS – RUBEM ALVES ( RESUMO )
 “Recontada por Rubem Alves, a história do boneco de pau que vira menino, ganha novos contornos, e de história para crianças, passa à história para gente grande pensar.
 Nesta versão, ilustrada por Maurício de Sousa, ele aponta para o perigo que cor rem nossas crianças ao ingressar em es colas que não consideram seu potencial e suas capacidades individuais e criativas, mas antes tentam enquadrá-las num sistema educacional rígido, conservador, anacrônico e sufocante.
 O conto é, assim apresentado “às avessas”, para provocar uma reflexão que suscite mudanças significativas em favor de um a educação verdadeira, edificante, que preserve a criança no ser humano – a capacidade de sonhar, criar, transformara e se realizar.”
Como podemos observar na resenha encontrada no livro, está contida uma crítica velada ao sistema educacional tradicional, porém é importante ressaltar que Rubem Alves não nega em nenhum momento durante a história a eficácia da abordagem pedagógica tradicional. Já que a mesma é totalmente eficaz naquilo que s e propõe a ser, um conhecimento modelado por pessoas e transmitido a sociedade através do âmbito escolar, gerando assim uma sociedade alienada.
 A frase encontrada no livro “É preciso ir à escola par a não ficar burro, para ser gente de verdade.
E pensou: Ainda não fui à escola. Ainda não sou gente de verdade...”. (Alves R, 2005 p.11) demonstra perfeitamente o assunto que o autor deseja abordar e esclarecer durante a sua escrita.
RUBEM ALVES E AS METODOLOGIAS
Abordagem Tradicional
Nesta abordagem sugere-se que o adulto é um ser pronto, acabado e a criança, uma “tábua rasa”, ou que os alunos precisam ser atualizados por meio de informações provenientes do externo através da transmissão de conteúdos, previamente selecionados e organizados. 
 “Felipe não disse nada. Ouvira a estória, gostava dela, mas não pensara sobre ela.” Alves R,2005 p.10 E, Santos (2005), vem reforçar por meio de análise, em seu artigo Abordagens do processo de ensino e aprendizagem , que o aluno é um ser passivo que deve obter conteúdos transmitidos pelo professor, pela escola. Assim, o home m é considerado um receptáculo vazio até que informações externas (provenientes do mundo, da sociedade) lhe serão fornecidas. As informações mais coerentes, importantes ou úteis, determinadas pelo mundo exterior ao sujeito, chegará a ele.
“...e o menino adormeceu repetindo o que o pai lhe dissera: “É preciso ir à escola para não ficar burro, para ser gente de verdade. E pensou: Ainda não fui à escola. Ainda não sou gente de verdade...”. (Alves R, 2005 p.11).
Nesta concepção de ensino- aprendizagem, tanto o professor te m um papel central quanto as instituições escolares – local organizado para a preparar indivíduos no torna- se cidadãos através da realização educação . SANTOS (2005).
Quando nem seu pai nem sua mãe sabiam as respostas para suas perguntas, eles diziam: “Na escola você aprenderá...”. E Felipe dormia feliz, pensando: “A escola deve ser um lugar maravilhoso! Lá os professores responderão as minhas perguntas...”. (Alves R, 2005 p.16,17)
O externo ao aluno (o programa, as disciplinas, as notas) tem destaque considerável sobre o que o aluno aprenderá; sendo a abordagem tradicional um norte para o ‘fazer ’ do docente, que transmite se utiliza de autoridade. PERES (2012)
“- É assim: você entra para a escola no primeiro ano. Lá vão ensinar muitas coisas. Se você aprender e tirar boas notas, você passará para o segundo ano. No segundo ano vão ensinar muitas outras coisas a você. Se você as aprender e t irar boas notas, você passará para o terceiro ano. E assim você vai aprendendo coisas, tirando boas notas e passando de ano até chegar o momento mais importante, o momento em que você deverá escolher o que vai ser quando adulto. É a hora de entrar na universidade.” (Alves R, 2005 p. 20)
Através da educação formal, na qual a sociedade (igreja, instituições, família) se impõe, ideias prontas sobre os fatos históricos, modelos científicos e tecnológicos são oferecidos. E o objetivo educacional fica subjugado aos valores estabelecidos em sociedade.
 A partir desta visão, os programas, a reprovação ou a aprovação, as provas são necessárias para visualizar se o aluno atingiu o mínimo estabelecido como necessário para cada série. 
 “Felipe não estava entendendo.
- O que são notas, papai? – ele perguntou.
- Notas são números que os professores colocam no boletim, números que dizem o quanto você aprendeu. ” (Alves R, 2005 p. 21)
“Para darem notas, os professores fazem o que se chama de provas, com uma série de perguntas sobre aquilo que eles ensinaram. Os alunos devem responder.” (Alves R, 2005 p. 23)
“Se suas notas forem ruins, você não passa de ano. Se forem boas, você passa.” (Alves R, 2005 p23)
Desta forma, os alunos que melhor se utilizam da estratégia de memorização dos conteúdos, conseguem melhor nota e são aprovados. Os conteúdos precisam ser adquiridos e a repetição de modelos reforçado.
 Segundo Mizukami (2016), o diploma era concebido como instrumento de aquisição de status quo dos indivíduos, trazendo-os às projeções sociais por meio do mercado de trabalho. Na abordagem tradicional, a concepção de educação alia-se ao produto, aos resultados e não ao processo. 
 E, a própria estrutura física da escola possui uma austeridade que se faz a relação social professor-aluno distanciada, vertical, na qual o professor assume sua autoridade e o aluno, a subordinação.
“Mas de repente soou uma campainha. As crianças pararam de brincar. 
Os professores e as professoras as separaram em pequenos grupos e as organizaram em filas. 
Havia a fila dos pequenos, na qual ele foi colocado. 
A fila dos um pouco maiores, a fila dos maiores ainda e afila dos grandes. 
Aí os professores conduziram as filas para dentro da escola.” 
(Alves R 2005 p. 26)
“- Agora não é hora de pensar em pássaros. 
Os nomes dos pássaros não estão no programa de português. Na aula de português temos de pensar e falar sobre aquilo que o programa manda.” (Alves R, 2005 p. 29)
 Neste modelo, a aprendizagem ocorre por meio de ‘tarefas’ (dar e tomar a lição) que são padronizadas e repetitivas , pois há necessidade de reprodução de forma automática e sem variações. Sendo anulados todos elementos intuitivos e afetivos.
“O professor mandou Felipe para a psicóloga. A psicóloga diagnosticou “distúrbio de atenção”.
Felipe não conseguia concentrar sua atenção nos pensamentos que deveriam ser pensados, os pensamentos que o professor falava. ... A psicóloga mandou chamar os pais de Felipe. Disse que ele precisava ser tratado, para aprender a prestar atenção no que o professor dizia.” (Alves R. 2005p. 39,40).
 Nesta realidade educacional, não há trabalhos coletivos, porque a troca que se torna inerente ao trabalho grupal, entre seus integrantes, é desvalorizada. Privilegiam disciplinas que enfatizam a escrita e o oral, as atividades intelectuais e o raciocínio abstrato. Enfatiza Santos (2005) que no processo de ensino e aprendizageme, na relação com o professor, há o distanciamento do aluno diante de sua realidade e do seu cotidiano.
“Felipe achou curioso o jeito dos professores. Tocava uma campainha. Entrava a professora de geografia. Por quarenta e cinco minutos ela falava sobre montanhas, rios, mares. Aí tocava uma campainha. Ela arrumava suas coisas e ia embora. Entrava outro professor, de história. Por quarenta e cinco minutos ele falava sobre navegações, países, revoluções, guerras , nomes de heróis, datas. Aí tocava a campainha. Ele arrumava suas coisas e ia embora. Entrava a professora de português e por quarenta e cinco minutos falava sobre as coisas da língua...” (Alves R, 2005 p.34).
 Existe a tendência de se impor o mesmo ritmo e velocidade a todos os alunos uniformemente.
“- A escola é para você aprender aquilo que você deve aprender. O que você deve aprender é aquilo que disseram os homens inteligentes do governo. Tudo na ordem certa. Uma coisa de cada vez. Todas as crianças ao mesmo tempo. Na mesma velocidade...”(Alves R, 2005 p. 31)
Abordagem Humanista
 Segundo a Abordagem Humanista o aluno é o centro da aprendizagem, o professor apenas está lá para ser uma espécie de “facilitador”, que ajuda o aluno a aprender us ando da sua experiência de vida. No livro, Felipe era um menino curioso e ativo, segundo a abordagem Humanista, se o modo de ensino tivesse sido diferente, não fosse algo imposto e Felipe pudesse aprender por meio da sua experiência, ele teria uma capacidade muito maior e seria um processo muito menos doloroso e de total agrado para Felipe, pois no Humanismo a aprendizagem está no processo e não em exames ou provas finais.
 Nessa abordagem, a aprendizagem serve para levar ao aluno uma vida feliz no futuro, e Felipe foi alienado pelos pais e professores como podemos ver no trecho que o pai dele diz ;
“Os adultos trabalham, assim é a vida, trabalhamos para ganhar dinheiro, casar, ter filhos.”(Alves R, 2005 p. 18).
 Por mais que o pai quisesse ajudar o filho com essa frase, mostrando para ele o tipo de vida que uma pessoa “normal” te m na sociedade, ele está alienando o seu filho o colocando em um caminho que na verdade ele tinha que decidir se quer ou não, pois na abordagem Humanista a criança não pode ter os seus sonhos reprimidos e ter a noção de valores baseada no consumo, mas sim uma noção de valores baseada no ser e fazer aquilo que lhe interessa. Mas Felipe não aprendeu desse modo, e como diz no trecho;
“Felipe se tornou profissional respeitado. Fez doutorado em universidade Americana e colocou Ph.D. depois do nome. Ficou rico. (Alves R, 2005 p.44)
Mas a despeito do sucesso profissional, não s e sentia feliz.” (Alves R, 2005 p. 45). Ou seja, ele foi alienado desde pequeno tendo hora pra pensar e sempre medindo o que pensar, tendo como direito só pensar em o que estivesse dentro do seu plano de ensino, e não seguiu o seu sonho caindo assim no mundo do consumismo.
 A educação não é apenas educar uma criança em âmbito escolar, mas também nas situações que se apresentam fora da mesma. A aprendizagem é crucial para uma sociedade melhor e mais desenvolvida, onde a criança possa se tornar um adulto que saiba viver em sociedade e colaborar com os outros, sem precisar deixar de ser a si mesmo.
 O método de aprendizagem de Felipe, que foi claramente a abordagem Tradicional, leva em consideração que o aluno é inferior ao professor. O professor é quem comanda a aula e dita as regras do que vai ser aprendido conforme ideologia governamental.
 Segundo o Humanismo esse método é totalmente prejudicial ao desenvolvimento e aprendizagem do aluno, pois o aluno não pode ser de qualquer modo pressionado e deve aprender segundo as suas experiências, podendo assim se adequar a uma vida feliz.
 O Humanismo se distancia das outras abordagens, no sentido em que o subjetivo do indivíduo e auto realização do mesmo é o fator principal, procurando permitir o livre aprendizado. Na escola de Felipe a aprendizagem está centrada no plano de ensino que controla e manipula os alunos de um jeito que os impede de se expressar e aprender o que realmente eles querem, podemos ver isso no texto no trecho onde Felipe questiona a professora por não entender como funciona esse tal programa, dizendo; “professora, o que é programa ?”
E a professora responde...
“Programa é uma fila com todas as coisas que você deve aprender na escola, colocadas uma atrás da outra.”
“E professora... – Felipe continuou – “quem é que diz quais são as coisas que eu devo aprender?
Quem foi que colocou em fila as coisas que devo aprender ?” 
E então a professora responde...
“Quem põe os conhecimentos em filas são pessoas muito inteligentes, do governo ”(Alves R, 2005 p. 30).
Analisando esse trecho podemos perceber claramente a manipulação de aprendizagem que é feita pelo governo, e o livro faz essa crítica ao modo tradicional como também o próprio movimento Humanista, cujo tenta não pressionar o aluno de modo algum deixando ele se desenvolver a partir de suas experiências, porém com um professor (facilitador de aprendizagem) ao seu lado dando todo o “auxílio necessário” , e segundo a abordagem Humanista esse tal “ programa de ensino” que foi citado pela professora, está manipulando e atrapalhando o desenvolvi mento do aluno, sem considerar a aprendizagem do aluno com um fim em si mesmo.
 Em uma parte do livro, Felipe foi mandado para o psicólogo, e foi diagnosticado com “distúrbio de atenção”, pois ele estava se distraindo na aula enquanto olhava para um pássaro azul lá fora, e mais uma vez vemos a pressão colocada pelos pais, quando após falarem com o psicólogo, ficam tristes e dizem;
“Se você continuar a pensar em passarinhos, vai ficar burro! Grandes orelhas e um rabo vão crescer em você! Você nunca leu a estória do Pinóquio? Se você não concentrar a atenção nos pensamentos que devem ser pensados, não aprenderá o que está no programa, tirará notas baixas nas provas. E não passará no vestibular. Não entrará na universidade. Não tirará o diploma. Não será ninguém na vida!.(Alves R, 2005 p. 38).
 E essa situação apresentada é suficiente para de mostrar como o aluno foi pressionado, tomando assim a decisão de estudar o que os outros queriam, passar na universidade, se formar e ficar rico em um mundo consumista, e sem realizar o seu verdade iro sonho que era aprender mais sobre os pássaros e virar um especialista, e no modo Humanista esse seria o verdadeiro foco de aprendizagem dele, onde ele aprenderia sobre os pássaros que eram sua paixão, assim podendo ser feliz como ele ficou no final do livro ao voltar a colocar os seus sonhos e subjetividade acima do materialismo e o desejo dos outros como seus pais e professores.
Abordagem Comportamental
 Nesta abordagem verificamos a pretensão de relacionar a experiência como a base do conhecimento, e vêo indivíduo preso às situações do mundo externo. Santos (2005) decorre que homem é visto como o resultado de forças existentes do meio, sendo o seu produto. Contudo, o intuito final é tornar o homem controlador das suas próprias contingências.
“Agora você é criança. As crianças brincam. Quando você crescer, você deixará de ser criança e se transformará em adulto. Os adultos trabalham. Assim é a vida. É preciso trabalhar para ganhar dinheiro, para comprar uma casa, para casar, para ter filhos.” (Alves R 2005 p. 18)
Segundo Mizukami (2016), o meio controla o homem, sendo este um produto deste ambiente externo e; ao mesmo tempo, o homem é controlador do ambiente em que vive, conforme reage a ele. E, a mesma autora expõe, tanto a educação quanto os meios de ensino e aprendizagem são maneiras utilizadas para transmissão de construtos culturalmente e socialmente aceitos através de arranjos e rearranjos que julguem necessários por instâncias reguladoras.
“As escolas existem para transformar as crianças que brincam em adultos que trabalham. É preciso entrar no mercado de trabalho.” (Alves R 2005, p.20)
“É o diploma que diz o que você é. Os adultos são a sua profissão. Aí você vai trabalhar, ganhar dinheiro, ter filhos, que irão para a es cola e lá lhes ensinarão muitas coisas...” (Alves R 2005, p.21).
Neste modelo, existe a implicação de ações pelas quais são reforçadas ou há recompensas, visam a aquisição de habilidades pelo sujeito, através das contingências de reforço. Desta forma, o indivíduo ora responde e ora é passivo às solicitações do meio.
 O ensino em si é compreendido por padrões de comportamentos estabelecidos em sequências específicas; contudo é gradual respeitando a individualidade de cada aluno. 
 E, a educação preocupa-se com os aspectos mensuráveis e outros observáveis, consideram o processo de aprendizagem pelos princípios científicos, nos quais os alunos e instrumentos de ensino são analisados pela via comportamental, através da aquisição de competências a serem desenvolvidas ou mudadas através de treinamentos.
“Felipe obedeceu. Passou a pintar os elefantes e todas as outras coisas do jeito como eram.” (Alves R 2005 p. 37)
 Nesta abordagem, neste processo de aprendizagem o professor carrega o papel de engendrar contingências de reforço, uma vez que, seleciona, organiza e coloca em execução formas que aplicam a seus alunos para melhor fixação dos conteúdos. Segundo Santos (2005), os educadores dão meios para que o aluno incorpore conteúdo (respostas prontas e aprendidas) que são socialmente aceitos e convertidos em comportamentos autogerados.
“Desde esse dia Felipe passou a olhar na direção certa. Olhava para os olhos do professor. Olhava para as lições dos livros. Passou a tirar as melhores notas da classe. Nunca mais foi mandado ao psicólogo.” (Alves R 2005 p. 42)
Os condicionantes poderiam variam desde elogios, o próprio reconhecimento do professor como o dos colegas até o diploma ou a ascensão social.
‘Felipe ficou pensativo e voltou a pensar sobre sua profissão. 
... Ainda não havia aprendido as regras do mundo adulto. Afinal de contas, ele ainda não havia entrado na escola.” (Alves R. 2005, p. 24).
“Ficou pesando: “Eu quero deixar de ser criança. Quero me transformar em adulto. Quero entrar na escola. Tenho de tirar boas notas. Tenho de tirar as melhores notas e entrar na universidade.
Quero ter um diploma onde esteja escrito ‘cuidador de pássaros’”...” (Alves R. 2005, p. 24, 26 ).
 Nota-se neste contexto metodológico a instrução individualizada, no qual verifica-se respeito ao ritmo individual, retornos avaliatórios aos alunos que possibilitem ver como estão na aquisição dos conteúdos, e os conteúdos são oferecidos em módulos para facilitar a aquisição gradua l das instruções. 
 Peres (2012) refere que na abordagem comportamentalista há o enfoque pela adaptação e integração do sujeito ao ambiente, A coisa mais importante que aprendera é que é preciso entrar no mercado de trabalho. Acontece que passarinhos livres não voam no mercado de trabalho... Não podem ser vendidos. Trocou-os, então por aves-frangos-que circulam no mercado de trabalho, lugar onde se vende ou se compra. (Alves R 2005 p. 43).
CONCLUSÃO
 Após discussão entre os membros do grupo chegamos ao acordo de que sim, o assunto abordado pelo autor Rubem Alves é uma crítica velada a realidade do ensino que conhecemos nas escolas dos dias atuais, o que ma is vemos nas instituições de ensino é o cerceamento do livre pensamento, da crítica e da oposição a certos assuntos, isso acontece seja por meio dos professores, como algumas vezes pelos próprios alunos. Também é abordado de forma clara a interferência de ideais políticos nas instituições de ensino, seja pela grade de matérias disponibilizadas e exigidas pelo Governo Federal, quanto também pela própria ideologia dos professores.
 Acreditamos que durante o desenvolvimento do livro o autor não quis diminuir uma abordagem e exaltar outra, muito pelo contrário o que vemos no livro é uma proposta de encontrar o equilíbrio, entre essas abordagens. Proporcionando um ensino, onde o aluno seja direcionado para assuntos de
Conhecimento básico e geral, mas de uma forma que ele possa ter também o livre acesso de aprender sobre aquilo que gosta, que desperta a sua curiosidade e o seu desejo de mais conhecimento.
 Também identificamos durante a leitura que o autor busca trazer também um pouco da Abordagem Psicanalítica, onde os sonhos de Felipe representam aquilo que faz seu coração palpitar. Durante todo o livro os sonhos de Felipe são de suma importância, pois mostram como ao crescermos em ambientes rígidos e de forma controlada, nossa sede de conhecimento morre aos poucos. As de conhecimento é algo que faz parte do ser humano enquanto criança, é nessa fase que somos descobridores do mundo, cada pequeno ato é um grande acontecimento e nos enche de alegria, mas isso só é possível quando você deixa a criança ter liberdade para conhecer o mundo em que está inserida, s em impor ideais. Nessa fase o ideal é equilibrar a liberdade que a criança tem com algumas responsabilidades, de forma que ela possa aprender que existe a possibilidade de ser aquilo que ama e viver em sociedade sem prejudicar ninguém.
 É possível encontrar também durante a leitura, uma crítica a ideia falaciosa de igualdade. O autor procura através dos sonhos de Felipe mostrar a realidade que encontramos em alguns lugares e mostrar como é a indústria escolar, onde as crianças entram diferentes uma das outras e saem iguais,levando consigo conteúdos armazenados que não foram absorvidos completamente pela consciência, mas que ainda assim serão repetidos e repassados para gerações futuras, seja de forma consciente ou inconsciente.
BIBLIOGRAFIA
ALVES, R. Pinóquio às avessas: uma estória sobre crianças e escolas para pais e professores.Campinas,SP: Verus Editora, 2005.
MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: E.P.U., 2016.
PERES, V A. Abordagens de ensino: a busca do equilíbrio. Revista eletrônica da ~Faculdade de Iporá-FAI,05 NOV. 2012. Disponível em:https://edisciplina.usp.br/pluginfile.php/3167002/mod/resource/contente/1/Avaliaçção%202.pdf. 
SANTOS, R V. Abordagens do processo de ensino e aprendizagem. Revista Integração,Jan/Fev/Mai. 2005, AnoXI, no. 40, p. 19-31. 
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