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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ Thainá Elizabeth Freitas 2017012575 EXPERIMENTO: VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO – MÉTODO DE VOLHARD ITAJUBÁ 2018 Thainá Elizabeth Freitas 2017012575 EXPERIMENTO: VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO – MÉTODO DE VOLHARD Relatório submetido a Professora Milady Renata Apolinário Da Silva como requisito parcial para aprovação na disciplina Química Analítica Quantitativa Experimental do curso de graduação em Química Licenciatura e Bacharelado da Universidade Federal de Itajubá. Experimento realizado em 23 mai. 2018. ITAJUBÁ 2018 1 Introdução A titulometria é constituída de diversos métodos analíticos, mas tem como seu principal objetivo determinar a concentração do analito através da formação de um precipitado. [1] Entre os métodos titulométricos, existem os métodos argentriométricos, que consistem na utilização de nitrato de prata para formar compostos pouco solúveis com o analito.[2] Nessa prática, utilizou-se o método argentriométrico de Volhard, que consiste em uma titulação indireta, pois adiciona-se primeiramente um excesso de AgNO3 com o analito e esse excesso é titulado com KSCN, que também irá reagir com Ferro(III) presente no indicador, formado um complexo avermelhado, conforme equações 1,2 e 3.[1][2] Eq.1 Cl-(aq) + Ag+(aq) → AgCl(s) + Ag+(aq) [1] Eq.2 Ag+(aq) + SCN- (aq) → AgSCN(aq) [1] Eq.3 Fe3+(aq) + SCN‾(aq) → Fe(SCN)2+(s) [1] Através da determinação de números de mols de AgNO3 obtidos na reação da Equação 1 menos de números de mols de AgNO3 obtidos na reação da Equação 2, é possível estipular o número de mols de cloreto e determinar a concentração do mesmo, através da relação número de mols sobre volume utilizado. [2] O método de Volhard, assim como outros métodos argentriométricos, são muito utilizados para determinação de haletos e alguns íons metálicos. Porém, o método de Volhard difere dos demais por ser uma titulação indireta e utilização de um meio com pH ácido.[1] 2 Objetivos Determinar a concentração de cloreto em soro fisiológico utilizando o método de Volhard. 3 Materiais e Métodos Solução de KSCN AgNO3 0,1 mol L-1 padronizado Solução saturada (40% m/v) de sulfato férrico amoniacal NH4Fe(SO4)2·12 H2O HNO3 6 mol L-1 Soro Fisiológico 0,9% Bureta de 25 ml Pipeta volumétrica 10 ml Pipeta volumétrica 5 ml Pipeta volumétrica 1 ml 3 Erlenmeyer de 125 ml Béquer 250 ml Padronização da solução de KSCN 0,1 mol l-1 Colocou-se aproximadamente 100 ml da solução de KSCN em um béquer de 250 ml, em seguida ambientou-se a bureta e, com auxílio do béquer, completou-se a bureta de 25ml. Adicionou-se 10 ml da solução padrão de AgNO3 0,1 mol L-1, com auxílio de uma pipeta volumétrica de 10 ml, em um erlenmeyer de 125 ml, posteriormente, no mesmo erlenmeyer, adicionou-se 1 ml da solução saturada (40%) de sulfato férrico amoniacal (indicador) e 5 ml de HNO3 6 mol L-1, com a com auxílio respectivo de uma pipeta volumétrica de 1ml e 5 ml. Iniciou-se a titulação com o tiocianato sobre agitação constante, até ao ponto de equivalência com coloração marrom- avermelhada persistente mesmo sobe agitação. Repetiu-se o mesmo processo mais duas vezes, obtendo-se os valores de volume das triplicadas, informadas na Tabela 1. Determinação do ânion cloreto na amostra Com auxílio respectivo de uma pipeta volumétrica de 10ml e 5ml, adicionou-se em um erlenmeyer de 125 ml uma alíquota de 10 ml de soro fisiológico e 5 ml de HNO3 6 mol L-1. Em seguida, com auxilio uma pipeta volumétrica de 10ml e outra de 1ml, adicionou-se no mesmo erlenmeyer, 20ml da solução padrão de AgNO3 0,1 mol L-1 e 1ml solução saturada (40%) de sulfato férrico amoniacal. Iniciou-se a titulação com o tiocianato, utilizando-se uma bureta de 25ml, sobre agitação constante, até ao ponto de equivalência com coloração marrom- avermelhada persistente mesmo sobe agitação. Repetiu-se o mesmo processo mais duas vezes, obtendo-se os valores de volume das triplicadas, informadas na Tabela 2. 4 Resultados e Discussão 4.1 Padronização da solução de KSCN 0,1 mol l-1 Para iniciar o processo de padronização da solução KSCN, utilizou-se os dados informados na Tabela1, referente aos volumes de KSCN obtidos experimentalmente, concentração e volumes conhecidos de AgNO3 e aplicou-se a equação 4. Eq. 4 C= Concentração (mol/l) m = Massa (g) MM = Massa Molar (g/mol) V= volume (l) Aplicando-se a Eq. 4 Os dados utilizados e resultado encontram-se na Tabela 1. Aplicou-se o mesmo cálculo para as outras duas titulações e calculou-se a médias das concentrações de KSCN, obtendo-se o resultado Os dados utilizados de KSCN e AgNO3 para as triplicatas podem ser observados na Tabela 1, juntamente com suas respectivas concentrações. Para transformar a concentração de mol/l para g/l, aplicou-se a equação 5 Eq.5 Sendo, C= concentração em g/l e mol/l MM= Massa molar Logo, aplicando-se a concentração de mol/l do KSCN informando na Tabela 1 e considerando a massa molar da substância igual a 97,181 g/mol, aplicou-se a equação 5. Eq.5 Aplicou-se o mesmo cálculo para as outras duas concentrações e calculou-se a médias das concentrações de KSCN em g/l, obtendo-se o resultado 4.2 Determinação do ânion cloreto na amostra No ponto de equivalência, observou-se a formação de um precipitado com uma leve coloração marrom- avermelhada. Sabe-se que foi utilizado 10 ml de soro fisiológico e adicionado 20 ml de AgNO3 para cada titulação. Para cálculo da concentração do ânion cloreto, definiu-se o número de mols de AgNO3, aplicando-se a equação 6. Eq. 6 Sendo, n= número de mols C= concentração V= volume utilizado Utilizando os dados da Tabela 2, aplicou-se a equação 6 Eq.6 Sabe-se que o número de mols de AgNO3 remanescente é igual ao número de mols de KSCN, devido a relação estequiométrica 1:1. Assim, aplicando-se a equação 7 Eq. 7 Para esse cálculo, utilizou-se a média da concentração de KSCN, informado na Tabela 1 e volumes utilizados de KSCN, informados na Tabela 2. Logo, aplicando-se equação 8 Eq. 8 Utilizando a equação 9, Eq. 9 Sendo, C= concentração n= número de mols que reagiu V= volume de NaCl utilizado Para transformar em g/l, basta multiplicar a concentração mol/l pela massa molar do cloro. Assim, aplicando-se a equação 5 Aplicou-se o mesmo cálculo para os outros dois volumes de KSCN utilizados. Os resultados estão informados na Tabela 3. Para calcular a porcentagem, dividiu-se o valor da concentração de cloreto em g/l por 100, onde obteve-se o valor médio de 0,51% de cloreto. Para calcular a concentração de NaCl, utilizou-se a concentração encontrada de cloreto em mol/l e multiplicou-se pela massa molar de NaCl, assim, aplicando-se a equação Y Aplicou-se o mesmo cálculo para os outros dois volumes de KSCN utilizados. Os resultados estão informados na Tabela 3. Para calcular a porcentagem, dividiu-se o valor da concentração em g/l de NaCl por 100, onde obteve-se o valor médio de 0,84% de cloreto Para cálculo do intervalo de confiança (IC) a 95%, aplicou-se a equação 10. Eq. 10 Onde, Antes de calcular o intervalo de confiança, foi necessário utilizar a equação 11, para calcular o desvio padrão. Eq. 11 Onde, Aplicando-se a Eq. 11, utilizando os dados da Tabela 3. Eq. 11 Logo, Retornando a Eq. 10 e utilizando os dados das Tabelas 3 e 4, calculou-se o intervalo de confiança a 95%. Logo, 0,0083mol/l Tabela 1. Volumes e concentrações de KSCN e AgNO3, e massa molar de KSCN. Amostras Volume (ml) AgNO3 Concentração (mol/l) AgNO3 Volume (ml) KSCN Concentração (mol/l) KSCN Massa molar (g/mol) KSCN Concentração (g/l) KSCN 1 10,00 0,100 9,718 2 10,00 0,100 10,100,099 97,181 9,622 3 10,00 0,100 9,718 Média 0,100 9,686 Tabela 2. Volumes e concentrações de KSCN e AgNO3, e massa molar de NaCl. Amostras Volume (ml) AgNO3 Concentração (mol/l) AgNO3 Concentração (mol/l) KSCN Volume (ml) KSCN número de mols (remanescente) AgNO3 número de mols (reagiu) AgNO3 Massa molar (g/mol) NaCl 1 5,70 0,0006 0,0014 2 20,00 0,100 0,100 5,80 0,0006 0,0014 58,440 3 5,40 0,0005 0,0015 Tabela 3. Dados de cloreto e cloreto de sódio. Amostras Concentração (mol/l) Cl Massa molar (g/mol) NaCl Concentração (g/l) Cl Concentração (%) Cl Concentração (g/l) NaCl Concentração (%) NaCl 1 0,1400 4,9634 0,50 8,1816 0,818 2 0,1400 35,4530 4,9634 0,50 8,1816 0,818 3 0,1500 5,3180 0,53 8,7660 0,877 Média 0,1433 5,0816 0,51 8,3764 0,838 Tabela 4. Dados utilizados para calcular o intervalo de confiança de 95%. Média concentração Cl t tabelado Desvio padrão Número de amostras IC 95% 0,1433 4,30 0,0058 3 0,0083 Questões Os métodos de Mohr e Volhard são fundamentados em qual princípio de equilíbrio químico? Ambos os métodos são titulações argentimétricas, logo tendem a formar sais de prata pouco solúveis, ou seja, de baixo Kps. [1] Quais são as principais diferenças entre o método de Mohr e Volhard para determinação de haletos? Existem várias diferenças entre o método de Mohr e Volhard. Por exemplo,o primeiro método é considerado como um método de titulação direta, já o segundo é um método de titulação indireta, uma vez que adiciona-se excesso de nitrato de prata para depois iniciar-se a titulação com tiocianato que por sua vez complexa com o indicador de sulfato férrico amoniacal. Outra diferença importante entre os métodos, é a faixa de pH. Enquanto, o método de Mohr é necessário utilizar a faixa de pH básico, para que não ocorra precipitação de interferentes, no método de Volhard, o pH utilizado é ácido.[1][2] Os resultados obtidos pelos métodos de Mohr e Volhard são significativamente (com 95% de confiança) diferentes do informado pelo fabricante? Os resultados a 95% de confiança são próximos ao informado pelo fabricante, porém o intervalo de confiança que apresenta menor diferença é o método do Mohr (±0,0026 mol/l), enquanto o método de Volhard apresentou o intervalo de ±0,0083 mol/l. O método de Mohr apresenta mesma precisão que o de Volhard? Baseando-se no resultado das porcentagens do experimento de Mohr, 0,89% e o de Volhard, 0,84%, e que a porcentagem informada pelo fabricante é de 0,9%, pode-se concluir que o método de Mohr tem maior precisão em relação ao método de Volhard. 5 Conclusão Conforme pode-se observar nos resultados, o teor obtido foi de 0,84% (m/v), valor é relativamente próximo de 0,9% (m/v) que é o teor informado pelo fabricante. Porém, em comparação com o método de Mohr, o método de Volhard não é um método relativamente preciso para determinar a concentração de cloreto. Para melhor precisão, é recomendado aumentar o número de amostras, assim o intervalo de confiança a 95% seria menor, diminuindo o erro. Referências [1] BACCAN, N.; ANDADRE, J. C.; GODINHO, O. E. S.; BARONE, J. S. Química Analítica Quantitativa Elementar, 3ª edição. Editora Blucher, São Paulo,2001. [2] SKOOG D.A., et al. Fundamentos de Química Analítica, 8 ed., Editora Cengage Learning, São Paulo, 2008.
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