Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Alimentos funcionais Probióticos, Prebióticos e Lipídeos Grazielle V. B. Huguenin graziellevbhuguenin@gmail.com Conceito de alimentos funcionais surgiu no Japão – anos 80 Baseia-se no alimentos que, devido aos seus componentes fisiologicamente ativos, pode beneficiar a saúde das pessoas e fornecer alimentação básica. Japão investiu em pesquisas nessa área devido ao aumento da expectativa de vida e de gastos com saúde. Histórico, conceitos e legislação Expectativa de vida no Mundo 3 Dados IBGE (2012): 74,6 anos Histórico, conceitos e legislação Década de 90 FOSHU (foods for specific health use). Alimentos usados como parte de uma dieta normal que demonstram benefícios fisiológicos e/ou reduzem o risco de doenças crônicas. Estados Unidos foi o primeiro país a decretar uma lei para alegações de saúde (health claims) para alimentos que contém naturalmente o nutriente. American Dietetic Association (ADA, 2009) considera alimentos integrais, fortificados, enriquecidos e modificados como funcionais, alegando seus efeitos potencialmente benéficos sobre a saúde, quando consumidos como parte de uma dieta variada e em níveis efetivos. (ADA Reports, 1999; Silveira et al, Physis Revista de Saúde Coletiva, 19 [ 4 ]: 1189-1202, 2009) Todos os alimentos são funcionais em algum nível fisiológico!! Histórico, conceitos e legislação Países Definição Canadá (Health Canada) Componentes alimentares que, além das suas funções nutritivas básicas, fornecem benefícios fisiológicos comprovados ou reduzem o risco de doença crônica. Um alimento funcional é semelhante a um alimento convencional, e seus componentes ativos ocorrem naturalmente. EUA (Institute of Food Technologists) Alimentos e componentes alimentares que, além da nutrição básica, trazem benefícios à saúde de uma determinada população. Existem nesses alimentos, nutrientes essenciais além das quantidades necessárias para manutenção, crescimento e desenvolvimento normais e/ou outros componentes biologicamente ativos que beneficiam a saúde com efeitos fisiológicos esperados. Japão (Japanese Department of Health) Com base no conhecimento acerca da relação entre o alimento e seus componentes e a saúde, são substâncias que propiciam benefícios à saúde e recebem selo de certificação com essa garantia. União Européia (European Commission, Health and Consumer Protection) Alimento que, além do seu valor nutritivo, beneficia comprovadamente uma ou várias funções do organismo, de modo que melhore o estado de saúde, promova o bem-estar e/ou reduza os riscos de doença. Australia (National Center of Excellence in Functional Foods) Alimentos que correspondem às demandas dos consumidores em relação à saúde e ao bem-estar gerais e que previnem ou reverte condições que comprometem a saúde. As alegações de saúde/propriedades funcionais variam entre os países. O interesse pelos alimentos funcionais é crescente e tem atraído a atenção dos consumidores e das indústrias. O mercado de funcionais no Brasil representa 15% do mercado de alimentos. E cresce anualmente 20% Tem como grande desafio conquistar a confiança do consumidor. (www.prevencao.cardiol.br , www.programaminhasescolha.com.br, www.anad.gov.br ) FOSHU Histórico, conceitos e legislação Selo SBC alimentos aprovados em quantidades de gorduras trans, colesterol, açúcares, fibras e sódio Margarina BECEL e BECEL pro Activ; Ades; Biscoito 3 cereais (Nestlé); Linhas de Pães Puraví e o queijo frescatino da Polenghi. www.prevencao.cardiol.br ANAD Não apresentam adição de açúcar. Adoçante GOLD; Ovo de Páscoa Talento Diet; Grain Flakes diet Jasmine, Frutas desidratadas Fruit Co, entre outros. www.anad.gov.br Representantes da indústria de alimentos alimentos que o recebem tem controlado as quantidades de gordura saturada, trans, açúcares e sódio maionese Hellman´s, bebida à base de soja ADES, Barra de cereal Nutry, Extrato de Tomante Elefante, entre outros. www.programaminhasescolha.com.br Histórico, conceitos e legislação Histórico, conceitos e legislação “Alegação de propriedade funcional é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano” “Alegação de propriedade de saúde é aquela que afirma, sugere ou implica a existência da relação entre o alimento ou ingrediente com doença ou condição relacionada à saúde” No Brasil Resolução nº 19, de 30 de abril de 1999 No Brasil são considerados alimentos com propriedades funcionais e/ou de saúde: (IX - Lista de alegações de propriedade funcional aprovadas. Atualizado em 2016) Probióticos Fibras alimentares: beta glucana, dextrina resistente, FOS, goma guar parcialmente hidrolisada, inulina, lactulose, polidextrose, psillium, quitosana Fitoesteróis EPA e DHA: AGPI n-3 Polióis: manitol, xilitol, sorbitol Proteína de Soja Carotenóides: Histórico, conceitos e legislação PROBIÓTICOS Probióticos “Temos mais bactérias no nosso intestino do que células no corpo.” (Jeffrey Bland) Probióticos - Histórico Pasteur (1877) * “ Microorganismos são necessários para a vida humana normal.” * Antagonismo bacteriano. Escherich * “ Interação entre hospedeiro e as bactérias é muito importante.” * “...a composição da microbiota intestinal é essencial para a saúde e bem-estar do ser humano.” Patricia Davidson e Gabriel Carvalho. Assimilação. Em Nutrição Clínica Funcional: dos princípios a prática clínica. 1 Ed, VP Editora. 2010. Probióticos - Histórico Elie Metchnikof Nobel de Medicina e Fisiologia em 1908 Populações camponesas com alta longevidade, e baixo índice de morbidade Consumo de leite fermentados Isolou o chamado Lactobacillus bulgaricus se dedicou à observação e à comprovação da importância dos probióticos na alimentação e sua relação com a saúde humana. Patricia Davidson e Gabriel Carvalho. Assimilação. Em Nutrição Clínica Funcional: dos princípios a prática clínica. 1 Ed, VP Editora. 2010. Distribuição da microbiota no TGI ufc ufc ufc ufc pH 6-7 pH 6-7 pH 6-7 pH 5-7 pH 1-2 Nature Reviews Immunology 14, 667–685 (2014) doi:10.1038/nri3738 Quantidade e variedade Pergunta... Será que um suprimento diário de alguns gramas de lactobacilos teria um efeito pronunciado em pessoas que já possuem 1 ou 2 kg de bactérias no intestino grosso? Probióticos - Lactobacillus • É o gênero normalmente predominante no intestino delgado. • São anaeróbias facultativas. • Existem mais de 100 espécies, porém as mais utilizadas como probióticos são: L. brevis L. bulgaricus L. casei L. crispatus L. rhamnosus GG L. rhamnosus 271 L. acidophilus NCFM L. acidophilus DDS-1 L. acidophilus LA1 L. casei Shirota L. casei CRL-431 L. fermentum RC-14 L. reuteri L. plantarum 299 L. plantarum 299V L. gasseri L. helveticus L. jensenii L. johnsonii L. paracasei L.salivarius Patricia Davidson e Gabriel Carvalho. Assimilação. Em Nutrição Clínica Funcional: dos princípios a prática clínica. 1 Ed, VP Editora. 2010. Probióticos - Bifidobacterium • Predominantes no intestino grosso. • São aeróbias estritas ou anaeróbicas. • Existem mais de 30 espécies, porém as mais utilizadas como probióticos são: B. adolescentes B animalis B. bifidum B. thermophilum B. breve B. infatis B. lactis B. longum Patricia Davidson e Gabriel Carvalho. Assimilação. Em Nutrição Clínica Funcional: dos princípios a prática clínica. 1 Ed, VP Editora. 2010. Probióticos - Streptococcus • S. thermophilus• Anaeróbica facultativa. • Uma das duas espécies mais comumente utilizadas para produção de iogurtes, sendo a outra o L. bulgaricus. Patricia Davidson e Gabriel Carvalho. Assimilação. Em Nutrição Clínica Funcional: dos princípios a prática clínica. 1 Ed, VP Editora. 2010. Probióticos - Enterococcus • Gênero reconhecido como causador de infecções no ser humano, porém... • E. faecium (anaeróbica facultativa) tem sido estudada pelos efeitos benéficos à saúde gastrointestinal. Patricia Davidson e Gabriel Carvalho. Assimilação. Em Nutrição Clínica Funcional: dos princípios a prática clínica. 1 Ed, VP Editora. 2010. E. faecium Enterococcus faecalis Enterococcus faecalis é uma bactéria Gram-positiva comensal (flora normal) do sistema digestivo humano e de outros mamíferos. Amplamente encontrada no ambiente, pode causar infecção urinária, meningite e bacteriemia, especialmente em ambientes hospitalares. Função dos Probióticos • Função Nutricional: síntese de vitaminas do complexo B e vitamina K. • Função na digestão: síntese de enzimas digestivas (lactase, proteases e peptidases). Regulação do trânsito intestinal e absorção de nutrientes. • Função cardiovascular: relacionada à redução dos níveis de colesterol plasmático. Participa de forma importante do pool de vitamina K no organismo. Nutrition Volume 16, Numbers 7/8, 2000 Função dos Probióticos • Função metabólica: produção de AGCC (butirato, propionato e acetato) são substrato energético para os colonócitos (40-50% da energia requerida) produção de enzimas citocromo P450-like estimulam a expressão gênica do citocromo no fígado favorece a destoxificação hepática. Conversão de flavonoides à sua forma ativa. Efeito inibitório sobre HMG-CoA redutase (enzima responsável pela produção de colesterol) efeito hipocolesterolêmico. Patricia Davidson e Gabriel Carvalho. Assimilação. Em Nutrição Clínica Funcional: dos princípios a prática clínica. 1 Ed, VP Editora. 2010. Função dos Probióticos • Função imunomoduladora: Contribuem para o desenvolvimento e maturação dos sistemas imunes entérico (GALT) e sistêmico (MALT) estimulam a expansão clonal dos linfócitos e previnem sua apoptose. Produção de subst. antimicrobianas Reduz a adesão de patógenos competição pelos sítios receptores Promoção da tolerância oral menor susceptilidade à antígenos Manutenção da barreira mucosa intestinal, produção de IgA intestinal e sérica, atividade de fagócitos e linfócitos NK (natural killer). Nutrition Volume 16, Numbers 7/8, 2000 Função dos Probióticos • Função imunomoduladora: Modulam fator nuclear kappa B (NF-kB) Redução de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, Interferon-γ, IL-8) Aumento de citocinas anti-inflamatórias (IL-10 e TGF-β). Nutrition Volume 16, Numbers 7/8, 2000 NOTA: - NF-kB é um fator de transcrição nuclear em resposta ao estresse, citocinas, EROs, raios UV, antígenos virais e bacterianos. - TGF-beta atua como um fator antiproliferativo em células epiteliais normais e em estágios iniciais da oncogênese. Aumentos relativos na atividade tumoricida das células NK após consumo de leite suplementado com L rhamnosus HN001. Os dados são as variações médias (EP) percentuais na atividade tumoricida das células mononucleares do sangue periférico entre o ponto T1 (antes do suplemento probiótico) e o ponto T2 (imediatamente após três semanas de suplementação de L. rhamnosus). Adaptado de Gill et al. • Todos mostraram aumento da atividade linfócitos NK. • Idosos >70 anos foram os mais beneficiados. Postgrad Med J 2004;80:516–526 Pergunta... As pessoas que comem quantidades satisfatórias de frutas e hortaliças frescas, que têm um estilo de vida normal sem muito estresse, e que não consomem produtos farmacêuticos ou antibióticos requerem suplementação diária ou regular com bactérias probióticas favoráveis à saúde? Fatores que interferem na composição da microbiota • Idade • Tempo de transito intestinal • pH intestinal • Disponibilidade de material fermentável • Interação entre os componentes da microbiota • Suscetibilidade a infecções • Estado imunológico • Requerimentos nutricionais • Uso de antibióticos • Uso de imunossupressores Fatores que interferem na microbiota inicial TIPO DE PARTO • 1ª fonte de colonização: fezes maternas e canal de parto. • A utilização de probióticos durante a gestação pode melhorar a colonização inicial reduzindo a incidência de doenças alérgicas. Trends Mol Med. 2015 Feb; 21(2): 109–117. Fatores que interferem na microbiota inicial ALIMENTACAO/DIETA • Crianças amamentadas ao seio melhor colonização inicial efeito trófico e bifidogênico do leite materno. • Colonização inicial determinante para a composição permanente da microbiota nos adultos. • Leite materno primeiro ALIMENTO FUNCIONAL do ser humano!!! Microbiol Immunol. 1984;28(9):975-86. Fatores que interferem na microbiota inicial HOSPITALIZAÇÃO ANTIBIOTICOTERAPIA Maior susceptibilidade à infecção hospitalar Está sendo alimentado com leite materno, leite Humano (Banco de Leite)? Redução da flora natural Maior risco de bactérias resistentes Disbiose: um problema que começa na infância Imagine o seguinte quadro: Uma criança que nasce em um hospital (ambiente), de parto cesáreo (canal de parto), de uma mãe com disbiose intestinal (candidíase crônica intestinal, por exemplo), que não foi amamentada e recebe alimentos ricos em dissacarídeos e monossacarídeos (promotores da disbiose) como mel, xarope de frutose e açúcar. Disbiose: um problema que começa na infância Imagine o seguinte quadro: Uma criança que nasce em um hospital (ambiente), de parto cesáreo (canal de parto), de uma mãe com disbiose intestinal (candidíase crônica intestinal, por exemplo), que não foi amamentada e recebe alimentos ricos em dissacarídeos e monossacarídeos (promotores da disbiose) como mel, xarope de frutose e açúcar. Alta probabilidade de um quadro intenso de disbiose. Perturbações à colonização do microbioma neonatal, estratégias de prevenção e abordagens para a restauração de microbiomas Perturbações para colonização inicial Estratégias de prevenção Abordagens para restabelecimento Parto cesariana Apoiar esforços para aumentar o uso de parteiras Gestão de trabalho baseada em evidências Otimizar o manejo do trabalho de parto (reduzir a dor, aumentar o conforto materno) Educar as mulheres sobre as possíveis consequências do parto cesáreo. Alterar políticas em torno de incentivos médicos e seguros em caso de negligência. Inoculação de neonatos com flora vaginal materna imediatamente após o parto cesáreo. Amamentação Suplementação pré e probiótica do recém- nascido Antibióticos gestacionais, perinatais ou pós-natais Implementar programas de administração de antimicrobianos para o combate às bactérias resistentes. Desenvolver estratégias seguras que limitam o uso de antibióticos em mulheres no trabalho de parto (por exemplo, teste de PCR rápido para Streptococcus do grupo B no momento da admissão na unidade de parto) Durante o parto cesáreo, administre antibióticos após o clampeamento do cordão para eliminar a exposição fetal aos antibióticos. Use mais prudência na administração de antibióticos durante a gravidez Amamentação Suplemento pré e probiótico da mãe durante a gravidez e neonato após o parto Alimentação com fórmula infantil Adote a Iniciativa do Hospital Amigo da Criança OMS / UNICEF Desenvolva outras políticas que incentivem a amamentação Não ofereça fórmula para recém-nascidos sem pedido ou indicação médica Promover o uso do leite materno doador em vez da fórmula quando o leite materno não é uma opção Reintroduza a amamentação Suplemento pré e probiótico Trends Mol Med. 2015 Feb; 21(2): 109–117. Como a microbiota varia durante a vida? • AMAMENTAÇÃO AO SEIO: Aumenta o conteúdo de lactobacilos e bifidobactérias e diminui bacteroides na primeira semana de vida (1). • DESMAME: Diminuição de bifidobactérias e aumento de clostridia, enterobacteria, eubacteria, streptococos e lactobacillos (2). • NA FASE ADULTA: A homesostasia pode ser alterada por diversos fatores como uso de medicamentos, dieta e estresse (2). • IDOSOS: Diminuição acelerada de bifidobactérias após 55 anos (3). HAMILTON HAMILTON –– MILLER, JMT. Probiotic and prebiotics in the MILLER, JMT. Probiotic and prebiotics in the eldery eldery. Postgrad Med J; 80: 447 . Postgrad Med J; 80: 447--51, 2004 51, 2004 1. BENNO,Y.,SAWADA, K., MITSUOKA, T. The intestinal microflora microflora of infants: composition of faecal flora in breast flora in breast--fed and bottle fed and bottle--fed infants. fed infants. Microbiology and Immunology, 984;28,975 2. FOOKS, L.J., GIBSON, G.R. Probiotics as modulators of the gut flora. BJN, 2002;88 ( supp supp 1): 39S 1): 39S--49S. 49S. 3. RASTALL, A. R; MAITIN, V. Prebiotics and 3. RASTALL, A. R; MAITIN, V. Prebiotics and symbiotics symbiotics: toward the next generation. Current Opinion in Biotechnology, 2002; v. 13, n. 5, p. Gut Microbes (2017), DOI: 10.1080/19490976.2017.1345414 Uso de probióticos no diabetes • 5 metanálises publicadas até à data, 4 envolvendo indivíduos adultos e 1 em adultos e crianças • Concordam em uma redução significativa em Glicemia plasmática em jejum e hemoglobina glicosilada após uso de probióticos. • No entanto, não há concordância na demonstração de redução nos níveis de insulina no sangue. • A meta-análise não especifica se existem estirpes mais efetivas no controle de glicose no sangue, mas todos enfatizam a necessidade de uma intervenção com duração de pelo menos 8 semanas para obter um resultado significativo. Zhang et al., Medicina (Kaunas), 2016 Samah et al., Diabetes Res Clin Pract, 2016 Kasioska et al., Pol Arch Med Wewn, 2015 Ruan et al., PLoS One, 2015 Sun et al., Br J Nutr, 2016 Gut Microbes (2017), DOI: 10.1080/19490976.2017.1345414 Uso de probióticos no diabetes Uso de probióticos na dislipidemia • 4 metanálises publicadas até à data, 3 em adultos e 1 em adultos e crianças. • Concordam em afirmar que o uso de probióticos resulta em uma redução significativa em Colesterol total e LDL-colesterol. • Quanto ao HDL-colesterol, todos os estudos mostram que a ingestão de probióticos não determina um aumento. • No que diz respeito às cepas probióticas avaliadas nestas 4 metanálises, 2 deles que existe uma maior eficácia de Lactobacillus Acidophilus do que as outras espécies na redução do colesterol total e LDL-c. Shimizu et al., PLoS One 2015 Sun J et al., Ann Med 2015 Guo et al., Nutr Metab Cardiovasc Dis 2011 Cho et al., Medicine (Baltimore), 2015 Gut Microbes (2017), DOI: 10.1080/19490976.2017.1345414 Shimizu et al., PLoS One 2015 Shimizu et al., PLoS One 2015 Shimizu et al., PLoS One 2015 OBS: Gaio é um produto de iogurte fermentado composto por uma cepa de Enterococcus faecium e duas cepas de Streptococcus thermophilus. Uso de probióticos na Hipertensão • 01 meta-análise observou que a ingestão de probióticos leva a uma melhora na pressão arterial sistólica e diastólica. • Especialmente se a pressão arterial basal for ≥ 130 / 85 mm Hg, com uma duração de tratamento de pelo menos 8 semanas, com o uso de múltiplas estirpes e com um consumo diário de 1011 ou mais ufc. Hypertension. 2014;64:897-903 Gut Microbes (2017), DOI: 10.1080/19490976.2017.1345414 Hypertension. 2014;64:897-903 Pressão arterial sistólica Pressão arterial diastólica Uso de probióticos na obesidade • 02 meta-análises, ambas publicadas em 2015. • Mostram resultados conflitantes: Zhang, Wu, Fei (2015) mostraram que a ingestão de probióticos resulta em uma redução significativa do peso corporal e do IMC, informando que a perda de peso é mais consistente se o consumo for realizado por um período superior a 8 semanas e quando forem tomadas múltiplas cepas. Park e Bae (2015) mostraram que não há eficiência em termos de redução de peso e IMC. Gut Microbes (2017), DOI: 10.1080/19490976.2017.1345414 Zhang Q, Wu Y, Fei X. Effect of probiotics on body weight and body-mass index: a systematic review and meta-analysis of randomized, controlled trials. Int J Food Sci Nutr. 2015;67:571-580. Park S, Bae JH. Probiotics for weight loss: a systematic review and meta-analysis. Nutr Res. 2015;35:566- 575. Uso de probióticos nos trastornos do TGI • HELICOBACTER PYLORI Pacientes adultos e pediátricos recebendo tratamento para a erradicação de Helicobacter Pylori apresentaram melhora da taxa de erradicação das bactérias quando os probióticos foram utilizados em combinação com terapia padrão para a erradicação. A ingestão de probióticos ajuda no controle dos efeitos colaterais e, em particular, da diarréia associada aos antibióticos. Os estudos não especificam se existem cepas mais eficazes no tratamento, embora em 02 metanálises, consideraram combinações de probióticos contendo L. acidophilus e Bifidobactemium animalis mais eficazes do que o uso de uma única cepa. Gut Microbes (2017), DOI: 10.1080/19490976.2017.1345414 Uso de probióticos nos trastornos do TGI • DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL 02 metanálises da Cochrane foram publicados. Em 2011, específico para colite ulcerativa em paciente adulto. Em 2006 especificamente para doença de Crohn em pacientes adultos e pediátricos. Ambos concordam em relatar que não há evidências suficientes para demonstrar que a administração de probióticos pode ser útil na manutenção da remissão em pacientes com DII. Por outro lado, uma meta-análise mais recente publicada em 2014, mostra que o tratamento com probióticos pode ser uma opção terapêutica útil para pacientes adultos e pediátricos com colite ulcerativa tanto em combinação com terapia específica na fase de manutenção. Para pacientes adultos e pediátricos que sofrem de doença de Crohn, esta meta-análise confirma os resultados das duas análises Cochrane mencionadas anteriormente, relatando que não há evidência de eficácia. Gut Microbes (2017), DOI: 10.1080/19490976.2017.1345414 Naidoo K, Gordon M, Fagbemi AO, Thomas AG, Akobeng AK. Probiotics for maintenance of remission in ulcerative colitis. Cochrane Database Syst Rev. 2011; Rolfe VE, Fortun PJ, Hawkey CJ, Bath-Hextall F. Probiotics for maintenance of remission in Crohn’s disease. Cochrane Database Syst Rev. 2006; Uso de probióticos nos trastornos do TGI • SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL a eficácia do uso de probióticos na redução da dor e gravidade dos sintomas relacionados, demonstrando assim um efeito benéfico dos probióticos em comparação com placebo. • CONSTIPAÇÃO o uso pode melhorar o trânsito intestinal, a frequência de evacuação e a consistência das fezes, com um subgrupo analisado indicaria que os efeitos benéficos do Bifidobacterium Lactis em particular. Gut Microbes (2017), DOI: 10.1080/19490976.2017.1345414 Uso de probióticos nos trastornos do TGI • DIARRÉIA ASSOCIADA ANTIBIÓTICO 01 publicação Cochrane de 2015 enfatizou que seu uso em pacientes pediátricos pode ter um papel protetor fundamental na prevenção de diarréia associada aos antibióticos. Entre as várias cepas avaliadas, em particular, Lactobacillus rhamnosus e Saccharomyces boulardii, tomadas em quantidade de 50 UFC/ dia, mostraram-se úteis, dada a baixa probabilidade de ocorrência de eventos adversos. Gut Microbes(2017), DOI: 10.1080/19490976.2017.1345414 Uso de probióticos nos trastornos do TGI • DIARRÉIA ASSOCIADA AO Clostridium difícile Em pacientes adultos com diarréia associada ao Clostridium difficile (CDAD), foi publicada uma análise Cochrane de 2013, que mostrou que o uso de probióticos representa um meio seguro e eficaz para o tratamento desta doença, reduzindo o risco em 64%. • DIARREIA RELACIONADA À QUIMIOTERAPIA Em pacientes adultos com diarréia associada à quimioterapia para tratamento de câncer abdominal ou pélvico, a única meta-análise até hoje publicada enfatizou que seu uso poderia ter um efeito benéfico na prevenção da diarréia, em particular a diarréia grau 2, sem causar eventos adversos . ANVISA: alegação de propriedade funcional ou de saúde Requisitos específicos para probióticos: 1. Caracterização do micro-organismo: 2. Perfil de resistência a antimicrobianos e informações sobre a base genética da resistência antimicrobiana, conforme metodologia descrita pela European Food Safety Authority (EFSA)2. 3. Determinação da atividade hemolítica para espécies com potencial hemolítico. 4. Estudos disponíveis na literatura que descrevam efeitos adversos observados com a cepa em questão (ex. relatos de casos). 5. Demonstração de eficácia. 6. Viabilidade Composição Lactobacillus paracasei 109 UFC Lactobacillus rhamnosus 109 UFC Lactobacillus acidophillus 109 UFC Bifidobacterium lactis 109 UFC Adulto: 1 a 2 c. de sopa ao dia > 2 anos: 1 a 2 colheres de sopa ao dia < 2,5 anos: 1 c. sopa sache ao dia Composição Lactobacillus paracasei 109 a 108 UFC Bifidobacterium lactis 109 a 108 UFC + FOS > de 2 anos: 1 a 2 saches ao dia <2 anos: ½ a 1 sache ao dia Probióticos e simbióticos Probióticos e simbióticos Ingredientes: L. Acidophilus, L.Casei, Lc. Lactis, B.Bifidum, B.Lactis, amido de milho, maltodextrina (agentes de massa). Cada sachê fornece: 109 UFC de Lactobacillus Acidophilus, 109 UFC de Lactobacillus Casei, 109 UFC de Lactococus Lactis, 109 UFC de Bifidobacterium Lactis e 109 UFC de Bifidobacterium Bifidum. Activia Bífidobacterium animalis DN173010 (Dan regularis) 10 9-10 UFC/ 100g > 3 anos Probióticos Ingredientes: Leite parciamente desnatado e/ou leite parciamente desnatado reconstituído, açúcar e/ou xarope de açúcar, preparado de ameixa (água, açúcar, polpa de ameixa, amido modificado, aromatizantes, acidulante ácido cítrico, corante caramelo IV, conservador sorbato de potássio e espessante goma xantana), fibra alimentar goma acácia, amido modificado e fermento lácteo. Probióticos L casei defensis 10 10 UFC/ 100g > 3 anos Actimel Lactobacillus casei Shirota 4x 1010 UFC Yakult Probióticos: Kefir Kefir do turco “keif” = sentir-se bem Origem 2000 a.C. nas montanhas do Cáucaso – Rússia Kefir era considerado um presente de Alá pelas tribos muçulmanas outros povos não podiam ter acesso. Após expedição Russa - 1908 chegou até Moscou. (Gorski, 1994; Santos, 2008) 57 Comercializado na Rússia, Turquia, EUA, Canadá e França. Brasil apenas consumo artesanal, porém muito difundido. Probióticos: Kefir Características: bebida refrescante, sabor ligeiramente ácido e consistência cremosa. Constituintes: microbiota diversificada Lactococos: multiplicam-se nas primeiras horas da fermentação ( pH), propicia crescimento dos Lactobacilos. Leveduras, bactérias do ácido acético (Acetobacter): crescimento mais lento (maturação) fase da refrigeração 58 Lactobacilos, lactococos, bactérias do ácido acético e leveduras. (Powell, 2006, Rea et al, 1996) Probióticos: Kefir Leveduras Caráter diferenciado aroma, produção das vitaminas do complexo B, atuação mesmo sob refrigeração (produção de etanol e CO2). Leveduras fermentadoras de lactose: (Kluyveromyces marxianus) e Leveduras não fermentadoras de lactose: Saccharomyces omnisporus , Saccharomyces cerevisiae eSaccharomyces exiguus, + Lactobacillus casei, Bifidobaterium sp e Streptococcus salivarius subsp thermophilus. Pode ser produzido em leite de vaca, cabra, ovelha, camela, búfala, leite pasteurizado integral, semidesnatado ou desnatado. Composição do quefirato: pH 4,2 a 4,6, etanol 0,5% e 2,0% (v/v), redução no teor de lactose, pequeno aumento da proteólise (aa livres). 59 (Powell, 2006,Kosilowski, 1982) Probióticos: Kefir Produção a partir de grãos ou cultura starter ou de fermento (parte da própria bebida pronta). Grãos ou fermento: adicionar 5 a 3% ao leite e manter por 18h - temperatura ambiente ou até coagulação. Se usar grãos coar! Quefirato (produto coado): armazenar em geladeira por 24 a 48h (produção de etanol, CO2 e vits B). Após esse período, está pronto para consumo! Manter na geladeira. 60 (Garrote et al, 1997) Probióticos: Kefir Modo de preparo: 1. Colocar o leite em um recipiente limpo de vidro e preferencialmente de boca larga. 2. Adicionar os "grãos" na proporção de 01 parte para cada 10 partes de leite. 3. Deixar à temperatura ambiente por aproximadamente 24 horas. 4. Após a fermentação, o quefirado (leite fermentado) deve ser coado em peneira de plástico para separar e recuperar os "grãos" do quefir, que serão adicionados a mais leite fresco, repetindo o processo, possibilitando o reaproveitamento contínuo dos "grãos", que se multiplicam. 61 Probióticos: Kefir Ingredientes bioativos do Quefir: Polissacarídeos: quefiran ou quefirina Estudos experimentais estimular o sistema imunológico e retardar o crescimento de células tumorais. Substâncias antimicrobianas: Ácidos orgânicos (láctico e acético): inibem o crescimento de E. coli e B. cereus. 62 Probióticos: Kefir Ingredientes bioativos do Quefir: Peróxido de hidrogênio: produzida pelas BAL efeito altamente oxidante ação bactericida: promove peroxidação dos lipídeos da membrana e destruição das proteínas celulares das bactérias (não possuem catalase). Bacteriocinas: peptídeos com ação bactericida contra m.o. patogênicos promovem inibição da produção de energia, biossíntese de ácidos nucléicos e proteínas morte celular!! 63 Probióticos: Kefir Atividade funcional do Quefir: Estímulo do sistema imune: Vinderola (2006) melhora em 2 a 7 dias de consumo. Efeito antitumoral Ação antagônica à patógenos Tolerância por indivíduos intolerantes à lactose, contribui com lactase ativa. 64 Perguntas frequentes quanto ao uso de probióticos 1) Como posso saber se preciso de probióticos? 2) Como posso saber se o uso do probiótico me ajudou? 3) Existe algum efeito colateral associado ao uso de probióticos? 4) Eu devo comprar um produto probiótico cotendo prébióticos? 5) Quando e como devo usar probióticos? 6) Se eu estiver usando antibiótico, posso associar com o uso de probióticos? 7) Quanto probiótico eu devo usar? Perguntas frequentes quanto ao uso de probióticos 1) Como posso saber se preciso de probióticos? Os probióticos devem ser usados para manter a microbiota intestinal em equilíbrio. Pouco adianta apenas reinocular probióticos e continuar “matando-os” com hábitos de vida inadequados. Estimular sempre a melhora dos hábitos de vida. 2) Como posso saber se o uso do probiótico me ajudou? Redução ou resolução de sintomas é o melhor indicador. Porém isso pode levar dias ou semanas, depende da resposta individual e severidade da doença/sintomas. Exames laboratoriais ainda não estão disponíveis no Brasil. Perguntas frequentes quanto ao uso de probióticos 3) Existe algum efeito colateral associado ao uso de probióticos? Algumas pessoas podem vivenciar piora inicial dos sintomas (geralmente duram 4 a 5 dias) pela liberação de produtos celulares tóxicosdevido a morte dos patógenos. Devendo persistir no uso dos probióticos para obter o efeito desejado. E indicado evitar para pcientes em UTI com estado imunológico extremante debilitado e alta permeabilidade intestinal, para que não ocorra translocação bacteriana e bacteremia. Perguntas frequentes quanto ao uso de probióticos 4) Eu devo comprar um produto probiótico cotendo prébióticos? Os prebióticos consegue aumentar significativamente as bifidobactérias e reduzir as bactérias patogênicas como clostridium, fusobactéria, e coco gram-positivos. A combinação é bem-vinda. 5) Quando e como devo usar probióticos? Bastante controverso, alguns rótulos sugerem uso nas refeições e outros, entre referições. Estudos administraram com alimentos e mostraram resultados benéficos. Proposta mais segura seria consumir com quantidades moderadas de alimentos à temperatura ambiente. Perguntas frequentes quanto ao uso de probióticos 6) Se eu estiver usando antibiótico, posso associar com o uso de probióticos? Podem ser administrado durante o uso de antibióticos, devendo ser ingerido 1h antes ou 2h depois da ingestão do medicamento. 7) Quanto probiótico eu devo usar? Depende do motivo pelo qual deseja usar: terapêutico ou manutenção do equilíbrio da microbiota intestinal. Em geral 109 UFC, mas varia conforme o tipo de bactéria, qualidade da preparação e o objetivo. Fibras e Prebióticos Fibras alimentares x Prebióticos “Um ingrediente seletivamente fermentado que permite alterações específicas, tanto na composição e / ou atividade na microflora gastrointestinal que confere benefícios sobre o bem-estar e a saúde do hospedeiro.” (Roberfroid, M.; J. Nutr. 137: 830S–837S, 2007) Fibra x PrebióticoFibra x Prebiótico Fibras alimentares Classe de compostos de origem vegetal constituída sobretudo de polissacarídeos e substâncias associadas que, quando ingeridas, não sofrem hidrólise, digestão e absorção no intestino de humanos. “ Qualquer material comestível que não seja hidrolisado pelas enzimas endógenas do trato digestivo de humanos”. Para alegação de propriedade funcional ou de saúde, o alimentos deve conter no mínimo 2,5 g de fibras por porção. (ANVISA - Resolução RDC nº 40, 2001) Brasil (ANVISA, 2016) Papel das Fibras nas diferentes enfermidades Obesidade Redução da densidade calórica da dieta (alta capacidade das fibras solúveis em reter água – pectinas, gomas, mucilagens, psyllium) Diminuição da absorção de ácidos graxos e sais biliares, Melhora da resposta glicêmica, Redução da insulinemia pós-prandial e consequentemente da lipogênese, Aumento da sensibilidade à insulina e redução de peso (observado em modelos animais). Percegoni, Moreira, Gomes. Papel das fibras na promoção da saúde e na dieta. Em Compostos bioativos dos alimentos. VP Editora. 2015. Papel das Fibras nas diferentes enfermidades Promove distensão gástrica + centro da saciedade no cérebro Alimentos fonte de fibras insolúveis Formam “teia” no estômago Controle de peso Alimentos fonte de fibras solúveis Formam gel e tornam bolo alimentar viscoso Lentifica esvaziamento gástrico Permanece + tempo no estômago Prolongando sensação de saciedade Controle de peso Papel das Fibras nas diferentes enfermidades Controle glicêmico e DM Alimentos fonte de fibra solúvel Absorve água e forma gel Se adere à mucosa do intestino delgado e forma barreira Diminui velocidade de absorção do CHO Transporte de glicose para dentro da célula intestinal se torna mais lento Reduz glicemia após a refeição e portanto a necessidade de insulina. Papel das Fibras nas diferentes enfermidades Alimentos fonte de fibras solúveis Se ligam aos ácidos biliares e formam complexo não digerível Diminuindo reabsorção de ácidos biliares no intestino Eliminando-os nas fezes Necessidade de síntese de novos ácidos biliares pelo fígado Fígado utiliza colesterol sanguíneo para sintetizar ácidos biliares Diminuindo a concentração sanguínea de colesterol Efeito hipocolesterolêmico Fibras alimentares Melhora funcionamento intestinal e diminui risco de doenças intestinais: Fibras solúveis Chegam intactas ao intestino grosso Bac benéficas as utilizam como substrato Promovendo a fermentação Acido lático, ácidos graxos de cadeia curta e gases Redução do pH do lúmen intestinal Proliferação de células epiteliais do cólon e renovação da microflora intestinal Fibras insolúveis Aumento do volume do bolo fecal Dilui subst tóxicas e cancerígenas Aumenta velocidade de passagem pelo intestino grosso Agride menos a mucosa intestinal Constipação, hemorróidas, diverticulite, fissura anal, câncer de cólon dentre outras Papel das Fibras nas diferentes enfermidades • Doença inflamatória intestinal O consumo de fibras está relacionado à redução do risco de DII. Coorte das Enfermeiras (Nurses Health Study) acompanhamento por 26 anos Efeito está associado a produção de butirato (AGCC). o consumo mais elevado de fibras (24,3g/d) redução de 40% Doença de Crohn 1º acetato (50-60%), 2º propionato (20-25%), 3º butirato (15-20%) Percegoni, Moreira, Gomes. Papel das fibras na promoção da saúde e na dieta. Em Compostos bioativos dos alimentos. VP Editora. 2015. Papel das Fibras nas diferentes enfermidades Efeito do Ácido butírico: Combustível primário para as células do intestino grosso Atua na manutenção e integridade do cólon Redução do risco de câncer de cólon supressão da proliferação das células tumorais. Inibição da resposta inflamatória pela regulação da expressão do fator nuclear kappa B (NF-kB – fator de transcrição). Redução do pH colônico – inativação da 7-alfa-desidroxilase desconjugação de ácidos biliares primários para secundários (citotóxicos) Papel das Fibras nas diferentes enfermidades Uso de fibras nos pacientes com DII promove melhora clínica Pela redução da produção de citocinas inflamatórias locais Redução intracelular de STAT-2 Sinalização de NFkB Expressão reduzida de marcadores inflamatórios Aumento da liberação de citocina imunorreguladora IL-10. Percegoni, Moreira, Gomes. Papel das fibras na promoção da saúde e na dieta. Em Compostos bioativos dos alimentos. VP Editora. 2015. É difícil atingir o consumo de fibras? Refeição Alimento Medica caseira Fibras (g) Desjejum Pão de forma integral 2 fatias 7 Colação Mamão papaia 1/2 unidade 2,79 Almoço Alface 3 folhas médias 0,4 Tomate 1/2 unidade média 0,52 Arroz branco cozido 4 colheres de sopa 0,49 Feijão preto 2 conchas rasas 6,72 Laranja 1 unidade média 3,42 Lanche Pão de forma integral 2 fatias 7 Jantar Abóbora cozida 2 colheres de sopa 0,66 Batata cozida 1 unidade média 2,52 Refeição Alimento Medica caseira Fibras (g) Desjejum Pão francês 1 unidade 1,4 Colação Mamão papaia 1/2 unidade 2,79 Almoço Alface 3 folhas médias 0,4 Tomate 1/2 unidade média 0,52 Arroz branco cozido 4 colheres de sopa 0,49 Feijão preto 2 conchas rasas 6,72 Laranja 1 unidade média 3,42 Lanche Pão francês 1 unidade 1,4 Jantar Abóbora cozida 2 colheres de sopa 0,66 Batata cozida 1 unidade média 2,52 Refeição Alimento Medica caseira Fibras (g) Desjejum Pão francês 1 unidade 1,4 Almoço Arroz branco cozido 4 colheres de sopa 0,49 Feijão preto 2 conchas rasas 6,72 Lanche Pão francês 1 unidade 1,4 Jantar Batata cozida 1 unidade média 2,52 Total de fibras 31,52g Total de fibras 20,32g Total de fibras 12,53g . . . Recomendação: 20 a 30g/dia Consumo dos 5 ao dia: 3 porções de hortaliças e 2 porções de frutas Efeito na dislipidemia • Goma guar • 15 a 21 g/dia• Reduziu colesterolemia e trigliceridemia • β-Glicano (derivado de aveia) • 9 g/dia • Reduz colesterolemia seletivamente de colesterol e LDL de pacientes DMII e dislipidêmicos • Não tem efeito sobre indivíduos saudáveis Fibras alimentares: Evidências Costa e Rosa. Alimentos funcionais – componentes bioativos e efeitos fisiológicos. 2010 Efeito no Colesterol sérico • Pectina – 10 e 15g/dia – Reduz colesterolemia • Psyllium (mucilagem) – 10,2 g/dia – Redução em homens hipercolesterolêmicos de: • 4% colesterol total • 7% LDL • Resultados controversos para: – Quitosana, inulina, oligofrutose, fruto-oligossacarídeo e amido resistente. • Celulose não tem efeito! Fibras alimentares: Evidências Costa e Rosa. Alimentos funcionais – componentes bioativos e efeitos fisiológicos. 2010 Efeito na glicemia e insulinemia • Goma guar – 10 a 30 g/dia – Reduz glicemia – Promove redução por estimular a liberação de insulina ou por menor absorção de glicose. • Pectina – Reduz glicemia • Psyllium – 10,2 g/dia – Reduz glicemia e insulinemia Fibras alimentares: Evidências • β-glicana • Quando utilizado junto a cereais matinais e leite, reduz em 50% a resposta glicêmica. • é encontrado no farelo de aveia em uma proporção de 6 a 10%. Fibras alimentares: Evidências • Exemplos: amido da batata crua, da banana verde, da batata cozida resfriada, pães duros, etc. • Propriedade biológica: semelhante aos das fibras. Os grânulos de amido se encontram envolvidos em uma parede de celulose dentro da célula vegetal e são insolúveis em água fria. O cozimento ajuda a romper esta parede, além de dar consistência de gelatina, ficando mais biodisponível para o organismo. Existem frações de amido que não são digeridas pela α-amilase pancreática Cereais – 0,4 a 2% de AR Batatas – 1 a 3,5 % de AR Leguminosas – 3,5 a 5,7% de AR Amido Resistente (AR) Cerca de 10% do amido ingerido → AR; Efeitos no trato intestinal: proliferação das criptas celulares; ↓ pH intestinal. Efeitos na microbiota intestinal: Atua como um prebiótico (bactérias lácticas). Recomendação quanto à ingestão de AR: Países da Europa → 4 g/dia. (Freitas, 2002) Amido resistente → cólon → fermentação → AGCC (butirato) 87 Amido Resistente (AR) Efeitos fisiológicos Melhora da resposta glicêmica e insulinêmica – retardo da absorção de glicose consequente utilização de lipídeos e benefício no controle do apetite. Metabolismo AR (5-7h após consumo) vs. amido cozido (imediato) Melhora da saúde intestinal – fermentação e produção de AGCC (principalmente butirato e propionato), estímulo à atividade motora. Melhora do perfil lipídico – menos eficaz que as fibras solúveis, porém leva a precipitação e excreção de ácidos biliares do intestino, influencia na concentração pós-prandial de insulina (redução da atividade das enzimas lipogênicas), propionato inibe as vias de síntese de colesterol e a lipogênese. Absorção de minerais – redução do pH pode tornar os minerais mais solúveis (Freitas, 2002) 88 Amido Resistente (AR) (Freitas, 2002) Alimentos AR% Arroz polido, cozido 0,66 Aveia em flocos 1,41 Macarrão cozido 0,42 Milho cozido 1,05 Fubá de milho cozido 1,26 Mandioca frita 1,31 Pão francês 1,34 Batata cozida 0,48 Ervilha cozida 1,55 Feijão preto cozido 1,54 Quadro 2: Conteúdo de AR em alimentos brasileiros 89 Amido Resistente (AR) 90 91 Biomassa de Banana Verde Ingredientes: 8 bananas 1 copo de água morna Modo de preparo Lavar as bananas, colocar em uma panela com água fervendo e deixar cozinhar por 20 minutos. Apagar o fogo e manter a panela fechada por mais 10 minutos. Depois retirar as bananas, cortar as pontas e descascar. Picar as bananas no processador e adicionar um pouco de água morna. Processar até ficar consistente. Consumir uma colher de sopa por dia. Baixo Índice Glicêmico Yacon O Yacon (Smallanthus sonchifolius) raiz tuberosa comumente utilizada como alimento na América do Sul. Apresenta possível poder de reduzir o IG de uma refeição. Composição: são encontrados frutose, glicose, sacarose e oligossacarídeos de baixo grau de polimerização (ligações β 2→1), os FOS do tipo inulina. (Teixeira et al. Alim. Nutr., v.20, n.2, p. 313-319, 2009) Como usar? Consumo cru é o mais indicado (melhor sabor, preservação das propriedades). Sucos, ralado em saladas, como lanche da tarde, ou até em forma de chá. Baixo Índice Glicêmico Yacon Estudo com estudantes universitários. 50 mL de suco de laranja puro ou adicionado de 15% de yacon. (Teixeira et al. Alim. Nutr., v.20, n.2, p. 313-319, 2009) Pico hipergligêmico Obtida das sementes da planta nativa da Índia e Paquistão Cyamopsis Tetragonolobus ou Cyamopsis Psoraloides. Desde 1950, as sementes da planta de onde se extrai o guar têm sido processadas em goma guar e usadas como aditivo alimentar, como espessante ou como fibra alimentar. É uma fibra do tipo solúvel – em contato com a água forma um gel altamente viscoso. Efeitos fisiológicos: Aumento do bolo fecal – laxante natural 11g/dia – 3 semanas ou 15g/dia – 3x/sem efeito laxativo 5g/dia redução dos sintomas Síndrome Intestino Irritável (SII) (flatulência, tensão abdominal, espasmos abdominais) Slavin and Greenberg . Nutrition Volume 19, Number 6, 2003 94 Goma Guar parcialmente hidrolizada Goma Guar parcialmente hidrolizada Ingredientes: Goma Guar Parcialmente Hidrolisada e Inulina Modo de preparo: Coloque um sache ou uma colher de sopa (5g) em, no mínimo, 100ml de líquido ou 100g pastoso, mexendo simultaneamente à adição. Em preparações sólidas, polvilhe um sachê ou uma colher de sopa (5g) em 100g de alimento e misture bem. É um açúcar sintético não digerível produzido pela isomerização da lactose. Usado no tratamento da constipação crônica. Seus metabólitos atraem água para a luz intestinal efeito catártico através de uma ação osmótica diarréia osmótica. Não é indicado para pessoas com intolerância à lactose. A dose padrão é 1c.chá. Tratamento da encefalopatia hepática ajuda na remoção corporal da amônia (NH3) em caso de hiperamoniemia por encefalopatia hepática ou pela administração de ácido valpróico. 96 Lactulose Obtido através do vegetal Plantago. É usado comercialmente para a produção de mucilagem ingrediente de cereais matinais integrais. Trata-se de uma fibra solúvel com potencial para redução do colesterol sérico. 97 Psillium ou Psyllium E um polissacarídeo catiônico produzido através desacetilação da quitina, um polissacarídeo encontrado no exoesqueleto de crustáceos, através de um processo de alcalinização sob altas temperaturas. A sua ação anti-obesidade é ainda discutida na literatura podendo agir de duas formas: Complexação com lipídeos no trato intestinal, sendo eliminado através das fezes. Retardamento da ação de lipases digestivas. 98 Quitosana 1. Farelo: Rico em fibra solúvel (β-glucana), vitaminas e minerais. Ação redutora do nível de colesterol. 2. Endosperma ou núcleo: Formado por grânulos de amido e proteína. 3. Gérmen: Muito rico em vitaminas B e E. Aveia 3% β-glicana Farelo de aveia 5,5% β-glicana 99 Farelo de Aveia β-glicanas Polissacarídeos – fração solúvel Cadeia linear de β-D-glicopiranosil unidas por ligações β 1-4 e β 1-3 Principais fontes: cevada e aveia Aveia (Aveia sativa) Teores de β-glicanas em torno de 9% no Farelo de Aveia comercial Ligações β 1-4 e β 1-3 – redução do colesterol sanguíneo e a glicemia. (FUJITA E FIGUEROA, 2003) Farelo de Aveia Mecanismo de ação (Pereiraet al. 2002) Ingestão de Fibra solúvel Fermentação bacteriana no cólon AGCC Hepatócitos Circulação portal oxidação da glicose produção de ác. graxos clearance de insulina Teor de β-glicanas em aveia, trigo e cevada * Amostra β-glicanas (%) Aveia IAC-7 6,48 Aveia IAC-Preta 5,94 Trigo IAC-24 0,55 Trigo IAC-288 0,54 Trigo IAC-350 0,51 Trigo IAC-364 0,66 Trigo IAC-370 0,72 Triticale IAC-2 0,47 Triticale IAC-3 0,50 Cevada IAC CB8403-222 7,00 Cevada IAC CB8403-245 6,06 Cevada IAC CB8404-292 5,42 Cevada IAC CB8404-296 7,56 Cevada IAC CB8501-12 9,68 Cevada IAC CB8501-22 3,82 Cevada IAC CB8501-31 7,03 Cevada IAC CB8501-63 2,04 Cevada IAC CB75741 4,05 Cevada IBON139/83 3,18 * Base seca. (FUJITA E FIGUEROA, 2003) Teor de β-glicanas em alimentos que contém cereais* Amostra β-glicanas (%) aveia em flocos 6,56 aveia em flocos 6,10 aveia em flocos 5,33 aveia em flocos 7,56 farelo de aveia 9,68 farinha de aveia 3,82 aveia integral, farelo de trigo, acúcar, gérmen de trigo, gergelim, coco ralado, uva passa, mel, sal, corante 7,03 flocos de milho, açúcar demerara, aveia tostada, flocos de arroz, coco ralado, gordura vegetal hidrogenada, sal 2,04 flocos de milho, aveia tostada, açúcar demerara, aveia em flocos, uvas passas, maçã desidratada, flocos de arroz, malte em pó, mel, sal, farelo de trigo, coco ralado e vitaminas 4,05 flocos de aveia integral, açúcar, óleo vegetal, extrusado de trigo, farinha de arroz, coco ralado, farinha de trigo, xarope de glucosa, mel, sal, cacau desengordurado, glúten de trigo, extrato de malte seco, romatizante 3,18 trigo, cevada, açúcar, aveia, maltodextrina, vitaminas e sais minerais 0,82 farelo de trigo, açúcar, extrato de malte, sais minerais e vitaminas 1,46 farelo de trigo e aveia, farinha de trigo, stevia, vitaminas e sais minerais 2,48 farelo de trigo, amido, farelo de milho, 0,82 Farelo de aveia = OAT BRAN 103 Prebióticos Os critérios são: 1) resistência à acidez gástrica, à hidrólise por enzimas de mamíferos e à absorção gastrointestinal; 2) fermentação por microflora intestinal; e 3) estimulação seletiva do crescimento e / ou atividade das bactérias intestinais que contribuem para a saúde e o bem-estar. Nutr Res Rev. 2004;17:257–9. FRUTOOLIGOSSACARÍDEOS (FOS): Polímeros de Fru com 1 unidade de Gli na extremidade terminal. O emprego e a utilização de FOS como ingredientes alimentares tem crescido consideravelmente devido suas características de fibra, além de não interferirem nas propriedades organolépticas dos produtos. Podem ser encontrados em quantidades expressivas em alimentos como cebola, banana, alcachofra, alho, raízes de almeirão, beterraba. A ingestão média diária per capita de FOS é de 2 a 4 g para norte americanos e 2 a 12 g para europeus. Prebióticos B.CEPPA, 25(2): 295-304,2007 INULINA E OLIGOFRUTOSE: Ligações β12 (CHOs não digeríveis por enzimas humanas); Classificados como fibras alimentares; Prebióticos: estimulam o crescimento e a atividade de bactérias (Bifidobacterium e Lactobacillus) de forma que competem por substrato em ambiente favorável (ácido) com bactérias patogênicas ou indesejáveis; Prebióticos INULINA E OLIGOFRUTOSE: Pode aumentar a massa fecal pelo aumento da massa microbiana no cólon; AGCC (acetato, propionato, butirato): diminuem o pH do cólon e são substratos energéticos para as células da mucosa intestinal; Proteção contra osteoporose (pH do cólon ácido → ↑ absorção de Ca). Prebióticos Oligossacarídeos: Inulina Oligofrutose Efeitos positivos sobre a saúde: A inulina e a oligofrutose apresentam-se intactas quando chegam ao cólon, promovendo processo semelhante ao das fibras alimentares: Crescimento de bactérias benéficas da flora intestinal Produção de AGCC que promovem proliferação de céls epiteliais do cólon e pH ideal para sobrevivência de bactérias benéficas Aumento do volume do bolo fecal facilita eliminação e dilui subst tóxicas e cancerígenas Aumento da camada de água não agitada retardando a taxa de absorção dos monossacarídeos. Cebola, alho, chicória, alcachofra, banana, batata Yacon... Propriedades funcionais dos prebióticos Módulos de fibras e prebióticos Fonte: Fibras insolúveis (40%) - polissacarídeo de soja, celulose e amido resistente e fibras solúveis (60%) - FOS, inulina e goma arábica. Modo de usar: Pode ser adicionado a alimentos doces ou salgados, como sopas, purês, molhos, iogurtes, pudins, papinhas e outros. Polidextrose Polímeros de glicose de baixa digestibilidade fibra solúvel 110 Prebióticos Polidextrose Efeitos fisiológicos: Controle de peso corporal Redução do risco de diabetes tipo 2 Baixo índice glicêmico Melhora do perfil lipídico Atua como prébiótico 111 Prebióticos 112 Prebióticos Polidextrose FITOSTERÓIS Esteróis com grande similaridade ao colesterol desempenham funções análogas ao colesterol. Fonte: óleos vegetais (canola, arroz e girassol), soja, frutas oleaginosas β-sitosterol – principal fitosterol encontrado nos alimentos. Dose 2g/dia reduz 10 – 15% do LDL-c. Dose 3 a 4g/dia - Pode ser usada como adjuvante no tratamento hipolipemiante. Competem com a absorção de colesterol na luz intestinal IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose Departamento de Aterosclerose da SBC. Arq. Bras. Cardiol., v 88, Supl. I, Abril 2007 Redução da colesterolemia Fitosteróis 115 Am J Clin Nutr 2010;91:32–8. 116Am J Clin Nutr 2010;91:32–8. 117 Rebeca Cirilo de Lima, Grazielle V.B. Huguenin, Ph.D (2017) Colesterol Total 118 Rebeca Cirilo de Lima, Grazielle V.B. Huguenin, Ph.D (2017) LDL-colesterol 119 Rebeca Cirilo de Lima, Grazielle V.B. Huguenin, Ph.D (2017) Conclusão Existem muitos achados na literatura sobre o efeito hipocolesterolêmico dos fitosteróis. Este efeito é caracterizado por uma diminuição dos níveis séricos de LDL-C e colesterol total. As intervenções com doses variam de 1,5 a 2,0 g /dia tiveram resultados satisfatórios e o resultado da meta-análise foi favorável à intervenção em comparação com o grupo controle, tanto para o colesterol total (diferença média padronizada -2,54 [-3 , 04; -2,03]) e para redução de LDL-c (média padronizada 49 diferença -2,08 [-2,63; -1,53]). No entanto, não há evidências do uso de compostos para reduzir triglicerídeos isoladamente, assim como para aumento do HDL-C, uma vez que não foram obtidos resultados satisfatórios para estes. Estudos adicionais com "Low RoB" que analisam o valor plasmático de sitosterol e campesterol são necessários para entender seu mecanismo de metabolismo, uma vez que ainda não está totalmente esclarecido na literatura. 120 Crit Rev Food Sci Nutr. 2016 Feb 6:1-10. Crit Rev Food Sci Nutr. 2016 Feb 6:1-10. Crit Rev Food Sci Nutr. 2016 Feb 6:1-10. Crit Rev Food Sci Nutr. 2016 Feb 6:1-10. Conclusão • Embora os resultados disponíveis na literatura aponte para efeitos positivos na melhoria dos parâmetros da pressão arterial e no perfil lipídico - em pessoas com hipertensão ou dislipidemia • Porém, esses resultados não são conclusivos sobre o alto risco de viés ao qual poucos ensaios clínicos foram conduzidos. • Para obter resultados mais conclusivos, é necessário realizar estudos mais controlados com baixo risco de viés. EPA e DHA Tudo começou... Bang HO, Dyerberg J. Plasma lipids and lipoproteins in Greenlandic west coastEskimos. Acta Med Scand. 1972;192:85-94. Dieta hiperlipídica < incidência de CANCER e DCVDieta hiperlipídica < incidência de CANCER e DCV Bang HO, Dyerberg J, Sinclair HM. The composition of the Eskimo food in northwestern Greenland. Am J Clin Nutr. 1980;33:2657-2661 126 Tudo começou... ESQUIMOS: • DHA 5,9% + EPA 4,6% + 5% linoléico + 22% SAT BRITANICOS • DHA 0,4% + EPA 0,1% + 10% linoléico + 42% SAT Dieta hiperlipídica tipo de gordura é fundamental! RAZÃO DE n3/ n6 MT IMPORTANTE PARA A SAÚDERAZÃO DE n3/ n6 MT IMPORTANTE PARA A SAÚDE 127 Mecanismo de ação... Processo inflamatório eicosanóides, EROS e citocinas Eicosanóides provenientes LIPÍDIOS prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanos e leucotrienos N6 ácido araquidônico INFLAMAÇÃO, VASOCONSTRIÇÃO e AGREG PLAQUETÁRIA N3 < INFLAMAÇÃO (síntese dos MENOS pró-inflamatórios). 128 129 Adkins, Kelley. Journal of Nutritional Biochemistry 21 (2010) 781–792 130 (Serhan, Yacoubian, and Yang, Annual Review of Pathology: Mechanisms of Disease. 2008, Vol. 3: 279-312) LIMITA recrutamento, ativação e maturação dos leucócitos Mecanismo de ação... NUTRIGENÔMICA: RELAÇÃO DIETA X GENES AGPI n-3 e processo inflamatório: ATUAM COMO LIGANTES DE FATORES DE TRANSCRIÇÃO EPA e DHA • Associado a expressão gênica de genes inflamatórios • Associado ao de genes do metabolismo energético e de gordura NUTRIENTE AFETANDO A EXPRESSÃO DE GENES NUTRIENTE AFETANDO A EXPRESSÃO DE GENES 131 Efeito de nutrientes e compostos bioativos na modulação da expressão gênica. • PUFA regula a transcrição gênica PPARS mudanças na expressão de um número de genes envolvidos no estoque e oxidação de AG. 132 Peroxidação lipídica, gasto energético e homeostase dos lipídios está aumentada. Am J Clin Nutr-2006-Deckelbaum-S1520-1525S Recomendações B R A I N R E S E A R C H 1 2 3 7 ( 2 0 0 8 ) 3 5 – 4 3 Dieta hiperlipídica < incidência de CANCER e DCV Por tanto a dieta NÃO DEVE SER HIPOLIPÍDICA!!!! Dieta hiperlipídica < incidência de CANCER e DCV Por tanto a dieta NÃO DEVE SER HIPOLIPÍDICA!!!! Dieta pobre em AGPI-n3 aumenta n-6 cérebro RAZÃO DE n3/ n6 MT IMPORTANTE PARA A SAÚDE Dieta pobre em AGPI-n3 aumenta n-6 cérebro RAZÃO DE n3/ n6 MT IMPORTANTE PARA A SAÚDE AGPI-n3 cadeia longa peixes, salmão, atum, sardinha, ovos enriquecidos e suplementos. 133 Sheila M. Innis. Brain Research, Volume 1237, 27 October 2008, Pages 35-43 134 135 Consumo de n3 dever ser preferencialmente pelos PEIXESConsumo de n3 dever ser preferencialmente pelos PEIXES 136 Truta Rainbow Halibute (tipo linguado) Ostra Sardinha Família do salmão Atum Peixe branco Peixe-carvão do pacífico Achova Parecido com sardinha Salmão Ácidos Graxos n-3 137 Ácidos Graxos n-3 Óleo de linhaça Rico em AG Poliinsaturados AGPI n-3 alfa-linolênico (ALA) Informação Nutricional Porção de 13ml Quantidade por porção %VD* Valor energético 108kcal 5 Carboidratos 0g 0 Proteínas 0g 0 Gorduras totais 12g 22 Gorduras saturadas 1,3g 6 Gorduras trans 0g ** Gorduras monoinsaturadas 2,4g ** Ácido oléico (Ômega-9) 2,4g ** Gorduras poliinsaturadas 7,5g ** ALA (Ômega-3) 5,9g ** LA (Ômega-6) 1,6g ** Fibra alimentar 0g 0 Sódio 0mg 0 Vitamina E 2,7mg 27 (*) Valores Diários de Referência com base em uma dieta de 2.000 calorias ou 8.400 Kj. (**) Valor Não Estabelecido. Fonte vegetal Processo de alongamento e dessaturação AG Eicosapentanóico (EPA) + AG Docosaexaenóico (DHA) 138 Ácidos Graxos n-3 Farinha de linhaça Fonte de fibra solúvel e insolúvel AG poliinsaturados n-3 Informação Nutricional Porção de 15g Quantidade por porção %VD* Valor energético 64kcal 3 Carboidratos 2,2g 1 Proteínas 2,9g 4 Gorduras totais 4,8g 9 Gorduras saturadas 0,5g 2 Gorduras trans 0g ** Gorduras monoinsaturadas 0,9g ** Ômega 9 0,9g ** Gorduras poliinsaturadas 3,4g ** Ômega 3 2,8g ** Ômega 6 0,6g ** Fibra alimentar 3,8g 15 Sódio 1,0mg 0 (*) Valores Diários de Referência com base em uma dieta de 2.000 calorias ou 8.400 Kj. (**) Valor Não Estabelecido. CT (-17.2%), LDL-c (-3.9%), Triglicerideos (-36.3%) Razão CT/HDL-c (-33.5%) Dose 20g/dia 139 Ácidos Graxos n-3 140 Flaxseed and Cardiovascular Health. Prasad, Kailash; MD, PhD; FRCPC, FACC; FICA, FIACS Journal of Cardiovascular Pharmacology. 54(5):369-377, November 2009. (Fator de crescimento endotelial) (Precursor da Lignana Fitoestrógeno) Doses diferentes diferentes desfechos • Semente de Linhaça, linhaça marron (baixo ALA), Lignana, SDG reduz o desenvolvimento da aterosclerose. • FLC e SDG apenas reduz a progressão, mas não reprime. • Parece que este efeito está mais relacionado a lignada do que ao ALA da linhaça. • O efeito hipolipídico da linhaça é variável. • Entretanto a linhaça marron ( baixo ALA), SDG, e FLC REDUZ significativamente os lipídeos séricos. 141 Conclusões sobre a linhaça FLC: complexo lignanas da linhaça SDG: secoisolariciresirol • SDG e FLC aumentam o HDL-c. • Entretanto, em geral o óleo de linhaça não afeta os lipídeos séricos. • SDG é um potente antioxidante e agente hipotensor. • O óleo de linhaça em altas doses reprime os mediadores inflamatórios, mas reduz agregação plaquetária e aumenta o tempo de coagulação. EFEITO COLATERAL?? • SDG é um potente agente agiogênico e antiapoptótico. Linhaça e seus componentes podem ser benéficos para a saúde cardiovascular. 142 Conclusões sobre a linhaça FLC: complexo lignanas da linhaça SDG: secoisolariciresirol Primeira evidencia epidemiológica (Fraser et al, 1992). Efeito cardioprotetor associado ao consumo aumentado de castanhas: 1. Adventist Health Study 2. Iowa Women’s Health Study 3. Nurses’ Health Study 4. Physicians’ Health Study Consumo freqüente de castanhas > 4 vezes/sem vs. < 1 vez/sem Menor risco de Doença coronariana Evento fatal coronariano RR, 0.52; (IC 95%, 0.36 - 0.76) IAM não-fatal RR, 0.49; (IC 95%, 0.28 - 0.85) Fraser et al. Arch Intern Med. 1992 Jul;152(7):1416-24. Sabaté J, Ang Y. Am J Clin Nutr. 2009;89(suppl):S1643-8. 143 Oleaginosas Risco de morte por DAC consumo≥4 porções/sem 37% em média Sabaté J, Ang Y. Am J Clin Nutr. 2009;89(suppl):S1643-8. Risco de morte Benefício similar em diferentes desfechos: IAM não-fatal, morte súbita cardíaca e DAC fatal. Efeitos são evidentes para sexo, idade, diferentes localizações, ocupações. Oleaginosas Dieta cardioprotetora Frutas, hortaliças, grãos integrais, leite e laticínios peixes e CASTANHAS. Mozaffarian D et al.Circulation. 2011;123:2870-2891. Recomendação: 4 a 5 porções/semana Porção: 50g (160 Kcal) Sem adição de sal. Efeito protetor das castanhas Ação hipolipemiante ( LDL-c) Ação antiinflamatóriaAção antioxidante Sabaté J, Ang Y. Am J Clin Nutr. 2009;89(suppl):S1643-8. Rodriguez, G; Mago, N; Rosa, F. Invest. clín, mar. 2009, vol.50, no.1, p.109-129. Potencial nutritivo das Castanhas Castanhas ou Oleaginosas Alta densidade energética Castanhas Energia (Kcal/100g) % lipídeo % proteína % carboidrato Macadâmia 702 88 4 7 Castanha-do-Brasil 656 85 8 7 Pecan 667 85 4 10 Avelã 632 83 8 9 Nozes 607 78 15 7 Pinha 435 75 16 9 Amêndoas 589 74 13 13 Amendoim 570 73 17 10 Pistache 577 71 13 16 Castanha de caju 574 69 10 21 (Tabela de composição USDA (http://www.nal.usda.gov/fnic/foodcomp/search/) Qual o tipo de lipídeo? Potencial nutritivo das Castanhas • Qualidade dos lipídeos (Tabela de composição USDA (http://www.nal.usda.gov/fnic/foodcomp/search/)Castanhas Monoinsaturado (%) Poliinsaturado (%) Saturado (%) 18:2n-6 (g) 18:2n-3 (g) Macadâmia 70 2 13 1,3 0,21 Avelã 65 8 6 7,8 0,09 Pecan 53 21 7 20,6 1,00 Amêndoas 48 16 7 12,2 0,00 Pistache 48 11 9 13,2 0,25 Castanha de caju 40 12 14 7,7 0,15 Amendoim 33 25 11 15,6 0,00 Castanha-do- Brasil 29 31 21 20,5 0,05 Pinha 28 31 12 33,2 0,16 Nozes 17 51 5 38,1 9,08 Castanha Portuguesa 2 2 1 -- -- n-6/n-3 4:1 Importância clínica (Ros, Mataix. British Journal of Nutrition (2006), 96, Suppl. 2, S29–S35) • Efeito de diferentes classes de ácidos graxos nos lipídeos séricos Conteúdo de esteróis Castanhas Esteróis (mg) Fitosterol (µg/g de óleo) β-sitosterol Campesterol Stigmasterol Amêndoas 120 2071,7±25,9 55,0±10,8 51,7±3,6 Amendoim NR 1363,3±103,9 198,3±21,4 163,3±23,8 Avelã 96 991,2±73,2 66,7±6,7 38,1±4,0 Castanha de caju 158 1768,0±210,6 105,3±16,0 116,7±12,6 Castanha-do-Brasil NR 1325,4±68,1 26,9±4,4 577,5±34,3 Macadâmia 116 1506,7±140,5 73,3±8,9 38,3±2,7 Nozes 72 1129,5±124,6 51,0±2,9 55,5±11,0 Pecan 102 1572,4±41,0 52,2±7,1 340,4±29,5 Pinha 141 1841,7±125,2 214,9±13,7 680,5±45,7 Pistache 214 4685,9±154,1 236,8±24,8 663,3±61,0 Ros E. Am J Clin Nutr. 2009 May;89(5):1649S-56S Yang J. LWT - Food Science and Technology. 2009, 42:1573-1580 IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq. Bras. Cardiol., v 88, Supl. I, Abril 2007 Fitosteróis 2g/dia ( LDL-c 10% a 15%) Componentes bioativos e seus efeitos (Ros. Am J Clin Nutr 2009;89(suppl):1649S–56S) Redução do estresse oxidativo. Efeito antiinflamatório. Melhora a função endotelial Castanhas e lipídeos séricos Comparação entre o consumo de castanhas e dietas controles na redução do LDL-colesterol. Griel; Kris-Etherton. British Journal of Nutrition, 2006, v.96, Suppl. 2, S68-S78.% de redução do LDL-c Nozes Amêndoas Macadâmia Pistache Avelã Consumo de castanhas está associado a redução do colesterol sérico. Sabaté, Oda, Ros. Arch Intern Med. 2010;170(9):821-827 Castanhas e lipídeos séricos Revisão sistemática Consumo de castanhas variou 46 – 100g/dia 15 a 20% do VET Período de intervenção entre 3 semanas até 8 semanas. Indivíduos com colesterol sérico normal e hipercolesterolemia. Castanhas e controle glicêmico Dose-resposta (Kendal et al, 2011): Indivíduos normoglicêmicos e DMT2. 50g de Pão branco vs. Mix Castanhas Castanhas: 30g, 60g ou 90g Evita incremento da glicemia pós- prandial – pico glicêmico. Estudo epidemiológico Fibra das castanhas (Lairon et al, 2005): Glicose aumentada: OR 0.57 (IC95% 0.37-0.90) Kendal et al. Nutrition, Metabolism & Cardiovascular Diseases (2011) 21, S34eS39 Lairon, et al. Am J Clin Nutr, 2005 vol. 82 no. 6 1185-1194 Normais DMt2 Castanhas e controle glicêmico Kendal et al. Nutrition, Metabolism & Cardiovascular Diseases (2011) 21, S34eS39 Normais DMT2 (Hipocrates) “Que o alimento seja seu remédio e o remédio seu alimento” graziellevbhuguenin@gmail.com 156
Compartilhar