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25/09/2017 1 Conceitos em Nutrição Parenteral Prof.ª Me. Mariana Carrapeiro Adaptado de Prof.ª Me. Priscila Paiva Dias Nutrição Parenteral Regulamento técnico para Terapia de Nutrição Parenteral Solução ou emulsão composta de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico. Portaria n° 272 08/Abril/1998 25/09/2017 2 O que é Nutrição Parenteral? Infusão por meio de catéter, diretamente na circulação, de uma formulação contendo todos os nutrientes que o paciente necessita, prontos para serem absorvidos pelas células. Quando a NP é utilizada? Quando há contraindicação absoluta para o uso do trato gastrointestinal; Como complemento para pacientes que não conseguem receber todo o aporte nutricional necessário pelas via enteral e oral. 25/09/2017 3 CAPACIDADE DE INGESTÃO POR VIA ORAL SIM DIETA POR VIA ORAL TGI FUNCIONANTE SUFICIENTE + SUPLEMENTO NÃO SIM NÃO SIM NÃO NE NP SUFICIENTE SIM NÃO Portaria n. 272 Indicações Pacientes que não satisfazem suas necessidades nutricionais pela via digestiva, considerando-se também seu estado clínico e qualidade de vida . 25/09/2017 4 Indicações Alimentação oral normal não é possível Absorção de nutrientes é incompleta Quando a alimentação oral é indesejável Quando as condições mencionadas estão associadas ao estado de desnutrição. Indicações Pré-operatório Desnutridos – perda de 15% peso, com doenças obstrutivas no trato gastrointestinal alto. Complicações cirúrgicas pós- operatórias Fístulas intestinais, íleo prolongado e infecção peritoneal 25/09/2017 5 Indicações Pós-traumáticas Lesões múltiplas, queimaduras graves, infecção Desordens Gastrintestinais Vômitos crônicos e doença intestinal infecciosa Doença Inflamatória Intestinal Colite ulcerativa e doença de Crohn Facilita remissão 60-80% Doença de Crohn Indicações Insuficiências orgânicas Insuficiências hepática e renal Condições pediátricas Prematuros, má formação congênita do TGI, diarreia crônica intensa Impossibilidade de uso do TGI Se a NE não for possível nos 7 primeiros dias de admissão da UTI. 25/09/2017 6 Cancer Tratamento causa toxicidade GTI, impedindo IVO por mais de 1 semana Pré-operatório 7 – 10 dias antes cirurgia - Desnutridos graves ASPEN, 2007 Pancreatite Na intolerância NE Quando iniciar? Quando iniciar? Síndrome do Intestino Curto (SIC) Absorção inadequada nutrientes VO e NE , se intestino < 60 cm Íleo paralítico prolongado Fístula digestiva Geralmente em trânsito e com alto débito Outras Distúrbios alimentares que levam à desnutrição grave 25/09/2017 7 Quando iniciar a NP? Duração prevista: pelo menos sete dias Estabilidade hemodinâmica Capacidade de perfundir os tecidos (transporte de oxigênio, substratos e intermediários metabólicos) Desnutridos / prematuros – mais breve possível Como iniciar a NP? 50 ml/h nas primeiras 24 h Eleva-se gradualmente a oferta até 100 a 200 ml/h Hipercatabólicos – 50 ml/h e progride- se a cada 8 h 25/09/2017 8 Quando terminar a NP? Restauração da função normal do TGI Alimentação de transição: Parenteral – Enteral – Oral Parenteral – Oral (líquida restrita) Como terminar a NP? Não interromper abruptamente Administrar glicose 10 % por 12 h Retirada rápida - Metade da velocidade do gotejamento por 1 h e a ¼ na hora seguinte Cuidado desnecessário caso o paciente já esteja recebendo dieta enteral ou oral 25/09/2017 9 Vias de acesso Nutrição Parenteral Central Administrada por meio de uma veia de grande diâmetro, geralmente subclávia ou jugular interna, que chega diretamente ao coração. Nutrição Parenteral Periférica Administrada através de uma veia menor, geralmente na mão ou no antebraço. Vias de administração (Periférica) Periférica Baixas concentrações de nutrientes Via de escolha para curtos períodos de terapia e sem desnutrição grave Transição da NP para a NE Tolerância osmótica máx. de aproximadamente 900 mOsm/L. 25/09/2017 10 Vias de administração (Periférica) Vantagens: mais simples mais barata apresenta menor risco de complicações (infecções, trombose) Desvantagens: não permite a infusão de soluções hiperosmolares (geralmente mais nutritivas). Vias de administração (Central) Central Altas concentrações de nutrientes Administração através de catéter venoso posicionado em veia de grande calibre Via de escolha para longos períodos de terapia. 25/09/2017 11 Vias de administração (Central) Vantagens: Permite a administração de soluções hiperosmolares e pode ser utilizada em longos períodos de terapia. Desvantagens: Apresenta maior risco de infecções e complicações sistêmicas. Utilizada em períodos superiores a 7 – 10 dias. mOsm/L > 900 Nutrição parenteral central 25/09/2017 12 Utilizada em períodos curtos ( 7 – 10 dias.) < 900mOsm/L Nutrição parenteral periférica Complicações - NP MECÂNICAS MICROBIOLÓGICAS Relacionadas ao cateter Relacionadas às soluções METABÓLICAS Ex: Hiperglicemia, hipoglicemia, desequilíbrio eletrolítico SÉPTICAS Ex: Septicemias (mal nutrido, baixos níveis de proteínas plasmáticas + uso de antibióticos, antineoplásicos) 25/09/2017 13 Complicações mecânicas Precoces Falhas na inserção Hematoma ou abscesso local Sangramento local da punção ou túnel subcutâneo Mau posicionamento e migração Punção ou laceração arterial Embolia do cateter Embolismo gasoso Lesão da via aérea Arritmias Hemotórax Pneumotórax Complicações mecânicas Trombose relacionada ao cateter Risco aumenta com o tempo de uso do cateter 2 tipos: Trombose do lúmen do cateter Trombose Venosa Profunda Tardias 25/09/2017 14 Sintomas: Edema em braços, pescoço e rosto Dor torácica Rinorreia Lacrimejamento Dor de garganta Steiger, 2006; Core Curriculum, ASPEN, 2007 Trombose venosa profunda relacionada ao cateter 66% dos casos são assintomáticos !!!! Trombose venosa profunda relacionada ao cateter Importante: A primeira manifestação pode ser uma embolia pulmonar 25/09/2017 15 Flebite Complicação obstrutiva da NPT. Formação de trombo em vasos superficiais. Monitorização do paciente em TNP Necessária para: Prevenção de complicações metabólicas e sépticas; Acompanhamento da evolução nutricional. 25/09/2017 16 Monitorização do paciente em TNP Concentrações séricas de proteínas plasmáticas (albumina, pré-albumina, transferrina); Dosagem de triacilgliceróis séricos em pacientes em uso prolongado de TNP contendo lipídeos; Mudanças nas condições clínicas e no nível de atividade do paciente – novas estimativas das necessidades nutricionais; Particularidades do estado clínico, nutricional e da doença. Sistemas de Nutrição Parenteral Soluções comerciais prontas: Solução 2 em 1 Aminoácido + Glicose + Micronutrientes Com vitaminas: amarela Sem vitaminas: incolor Solução 3 em 1 ( Emulsão) Aminoácido + Glicose + Lipídeo + Micronutrientes Com vitaminas: branco-amarelado Sem vitaminas:incolor 25/09/2017 17 Sistemas de Nutrição Parenteral Mistura 2 em 1 Intolerância a glicose Alteração da função hepática Insuficiência respiratória Insuficiência de ácidos graxos Cateter em veia central Mistura 3 em 1 Metabolicamente mais balanceada Reduz oferta de glicose Administração de ácidos graxos Reduz acidentes de cateter central Simplificação da administração Nutrientes para NP Proporções adequadas: Carboidratos Proteínas Lipídios Vitaminas Minerais Eletrólitos Água 25/09/2017 18 Fonte Energética Glicose Frutose Maltose Açúcar invertido Sorbitol Xilitol Glicerol Gorduras Dose máx. (g/kg/h) Fator limitante Glicose 0,75 Hiperglicemia Frutose 0,25 Aumento de lactato Xilitol 0,125 Xilúria Sorbitol 0,25 Sorbutúria Triglicerídeos 0,16 Hiperlipemia Adaptado de Bressler e Shultis, 1975 Dose máxima na NPT 25/09/2017 19 Glicose Kcal/l mOsm/litro 5% 170 252 10% 340 505 20% 680 1010 30% 1020 1515 40% 1360 2020 50% 1700 2525 60% 2040 3030 70% 2380 3535 Concentração de Glicose na NPT Glicose na NPT Fonte energética mais utilizada Baixo custo Metabolizada mais facilmente Utilizada rapidamente Pode ser a única fonte energética (formulações sem lipídios) Osmolaridade alta Glicose anidra = 3,4 kcal/ mL 25/09/2017 20 Solução de Aminoácidos Livres de amônia e dipeptídeos (metabolicamente ineficientes); Aa Essenciais (40 a 50%) e Aa não Essenciais (50 a 60%) em razão ótima para a síntese proteica; As soluções podem conter 13 ou 20 Aas; Concentração de 3 a 11,4%; Podem conter eletrólitos e carboidratos. Nutrientes para NP Soluções de aminoácidos específicas: SOLUÇÃO PARA HEPATOPATAS ramificados, aromáticos SOLUÇÃO PARA NEFROPATAS Aminoácidos indispensáveis + histidina SOLUÇÃO PARA PEDIATRIA Aminoácidos indispensáveis p/ neonatos (histidina, taurina, cistina) Perfil de aminoácidos semelhante ao leite materno ou cordão umbilical 25/09/2017 21 Emulsão lipídica Densidade calórica alta 1g = 9 kcal Derivado do óleo de soja Agente emulsificante Osmolaridade baixa : veia periférica Nunca fornecer mais que 50% do VCT Pode ser infundido com Aa e Glicose 25/09/2017 22
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