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ALTERAÇÕES ANATOMOPATOLÓGICAS NAS LINHAS DE INSPEÇÃO Alterações anatomopatológicas são modificações, mudanças, decomposições ou desordens na conformação do organismo. CRITÉRIOS DE JULGAMENTO DESTINO DE ÓRGÃOS E CARCAÇAS NÃO APREENSÃO LIBERAÇÃO PARA CONSUMO “IN NATURA” DIRETO CONDENAÇÃO/ REJEIÇÃO PARCIAL PARTE LESADA – GRAXARIA APROVEITAMENTO CONDICIONAL DESOSSA, ELABORAÇÃO DE CORTES, TRATAMENTO PELO FRIO, ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR E FABRICAÇÃO DE DERIVADOS COZIDOS. CONDENAÇÃO/ REJEIÇÃO TOTAL GRAXARIA PRINCIPAIS LESÕES NA INSPEÇÃO POST MORTEM Abscessos e lesões supuradas Lesão encapsulada com líquido amarelo cremoso constituído por debris celulares (exsudato purulento) Abscesso é mais comum: cavidade neoformada pelo organismo (principalmente de origem vacinal – erros de manejo) Actinomicose e Actinobacilose Actinomicose: acomete tecidos duros (mandíbula imóvel) Actinobacilose: acomete tecidos moles (língua de pau) Adenite (linfadenite) Linfonodo com tamanho, textura (mole/dura) e conteúdo (branco/aspecto de queijo) alterados Aderência Adipoxantose Coloração amarelada em tecido adiposo e muscular por excesso de ingestão de pigmentos carotenoides Icterícia: coloração amarelada de mucosa, nervos e vísceras Diferenciar de icterícia por dois testes: Teste do solvente orgânico: utiliza álcool em contato com o tecido – se ficar claro: adipoxantose Teste da luz branca: exposição a luz branca por 24h na câmara fria – se retornar a coloração normal: adipoxantose Animais jovens (até 30 dias de vida extrauterina) O abate deve ser evitado Carne com aparência aquosa, flácida, dilacerado com facilidade, desenvolvimento muscular incompleto, massas musculares com infiltração serosa e áreas edematosas Aspecto repugnante Cor, odor, textura, contaminação, caquexia, exsudação de líquido Broncopneumonias, bronquite Alteração de coloração (escurecimento) e textura (firme – lembra fígado) Geralmente há comprometimento dos linfonodos mediastinais, pulmonares e cervical superficial Brucelose Doença infecciosa zoonótica – transmitida pela ingestão de produtos de origem animal sem tratamento térmico ou por contato direto com placenta e sangue Doença ocupacional – tratamento apenas paliativo Lesão supurada na região cervical: BURSITE CERVICAL (percebida na linha I) Em qualquer caso que o animal apresente como sinal clínico bursite cervical, o julgamento e destino é o mesmo Caquexia Pouco comum Associada a apatia, fadiga, aumento de protuberância óssea Comum ocorrer em animais acometidos por tuberculose Direcionado ao ABATE DE EMERGENCIA MEDIATO Carbúnculo Hemático Patologia muito esporádica causada pelo Bacillus anthracis Inspeção ante mortem: dispneia e sangramento profuso das mucosas Carcaças com suspeita de carbúnculo NÃO PODEM SER EVISCERADAS Diagnóstico após a evisceração: a matança é imediatamente interrompida e de imediato inicia-se limpeza e desinfecção de instalações e equipamentos (hidróxido de sódio 5% + hipoclorito de sódio 1% + água quente + vapor em abundância) Cisticercose Cisticercus bovis – Taenia saginata (bovino) / Cisticercus celulosae – Taenia solium (suíno) Formação de vesícula/cisto: estrutura com membrana externa e líquido dentro Carne não transmite cisticercose, apenas teníase Em bovino e suíno tem predileção por tecido muscular: MUSCULOS MASTIGATÓRIOS, LÍNGUA, CORAÇÃO, esôfago, diafragma, carcaça Tipos de infestação: Órgãos, vísceras, cabeça e língua: Discreta: até 1 cisto/peça Intensa: 2 ou mais cistos/peça Carcaça: Discreta: até 1 cisto Moderada: 2 a 8 cistos Intensa: mais de 8 cistos Cisticercose viva: Cisticercose calcificada: Contaminação Carcaças ou partes contaminadas não podem ser lavadas Ocorrem por oclusão ou evisceração mal feitas Contaminação com fezes ou por contato com piso e paredes Contusão Na pele: equimose No órgão: sufusão Edema Acúmulo de líquido no espaço intersticial Endocardite, miocardite, pericardite Obs: coração tigrado é sugestivo de febre aftosa – produto não é exportado! Esteatose Acúmulo de gordura intracelular: lesão comum em órgão parenquimatoso (fígado, baço, rim) Evisceração Retardada Tem que ser feita após no máximo 40 minutos da sangria para impedir que microorganismos do TGI passem para a carcaça Febre Aftosa Presença de aftas: membrana com líquido dentro de até 0,5cm. Importante realizar protocolo vacinal: semestral (maio/novembro) até 1 ano e anual (novembro) acima de 1 ano Glossite Hidatidose Parasita: Echinococcus granulosus Zoonose Comum em criação de ovinos na região sul Lesão periférica, calcificada e circunscrita Ingestão de produtos tóxicos Difícil de ser detectada: sinais na inspeção ante mortem Carcaças de animais sacrificados após ingestão de produtos tóxicos devem ser totalmente condenadas Animais submetidos a hormônios de crescimento apresentam alterações na inspeção post mortem: lesão hepática, atrofia de testículos, delimitações musculares marcantes Pouco comum Magreza (livre de processo patológico) Mortos em viagem Mortos nos currais Parto recente, aborto, gestação adiantada A fêmea só pode ser abatida de 10 a 15 dias após o parto ou aborto Na prática Feto mumificado: não apreensão Feto macerado: condenação total Triquinelose Doença reemergente: foi praticamente erradicada por causa das práticas de suinocultura industrial Importante em caso de suínos criados soltos Causada pelo nematódeo Trichinella spiralis Zoonose transmitida pelo consumo da carne suína Lesão se apresenta com a formação de cistos em músculos de grande atividade (diafragma, língua, mastigatórios) não visíveis a olho nu Órgãos não são acometidos Tuberculose Exame ante mortem apresenta animal febril Linfonodos pulmonares aumentados de volume e lesões miliares Alterações tuberculosas nos músculos, tecidos, ossos (vértebras) e articulações Lesões caseosas em órgãos torácicos e abdominais Lesões miliares nos parênquimas ou serosas Lesões múltiplas agudas – inflamação aguda nas lesões ou tubérculos jovens (coleção de material caseoso). Somente parte da carcaça/órgão apresenta lesões características Tuberculose localizada em tecidos imediatamente sob a musculatura (tuberculose de pleura e peritônio) OUTRAS LESÕES NA INSPEÇÃO POST MORTEM Aspiração agônica de sangue em suíno (pouco comum) Aspiração agônica de conteúdo rumenal Cálculo renal (mais comum em bovino) Cicatriz de acidose rumenal Cisto renal Dictiocaulose Escaldagem excessiva em suíno (condena a carcaça) Enfisema agônico pulmonar (septos interlobulares amplamente distendidos por bolha de ar) Esofagostomose (Oesophagostomum spp) Fasciolose hepática Hemorragia subdural na insensibilização por dardo cativo Leucose (pode condenar a carcaça) Melanose – pulmão/cérebro Peritonite (condena a carcaça) Sangria mal feita (pode ser feito esterilização pelo calor) Telangectasia – pontos esbranquiçados ou amarronzados LEGISLAÇÃO RIISPOA: art. 125 a 172; art. 183 a 189; art. 190 e 193; art. 194 a 203
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