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Sétima Câmara Civil, TJRJ, arrendamento rural

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S 1 
SÉTIMA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL Nº 051536-81.2015.8.19.0014 
APELANTE 1: ESPÓLIO DE ARMANDO MARGEM REP/P/S/INV 
VILMA MATHEUS MARGEM 
APELANTE 1: GUILAINE MARGEM DA CONCEIÇÃO 
APELANTE 1: SUMAIA MATHEUS MARGEM 
APELANTE 1: ARMANDO MARGEM FILHO 
APELANTE 2: SORY GOMES BARBOSA 
APELADOS 1: OS MESMOS 
APELADO 2: ÁLVARO AUGUSTO GOMES BARBOSA 
APELADO 2: EDSON FAES DE ARAÚJO 
RELATOR: DES. ANDRÉ ANDRADE 
 
 
 
 
APELAÇÕES CÍVEIS. ARRENDAMENTO RURAL PARA 
FINS DE EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA, MEDIANTE 
PAGAMENTO DE ALUGUEL. INADIMPLEMENTO. 
DECRÉSCIMO DA SAFRA AGRÍCOLA, EM 
DECORRÊNCIA DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS NO 
NORTE FLUMINENSE NOS ANOS DE 2014 A 2015. 
FRUSTRAÇÃO DA COLHEITA. MOTIVO DE FORÇA 
MAIOR. RESCISÃO DO CONTRATO POR PERDA TOTAL 
DO OBJETO. INTELIGÊNCIA DO ART. 36 DO 
DECRETO Nº 59.566/1966 (ESTATUTO DA TERRA). 
DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. VERBA HONORÁRIA 
ARBITRADA EM VALOR ÍNFIMO, EM ATENÇÃO AO 
PARÂMETROS LEGAIS DISPOSTOS NO ART. 85, 
§ 2º, DO CPC. FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS 
ADVOCATÍCIOS EM 10% SOBRE O VALOR ATRIBUÍDO 
À CAUSA. DESPROVIMENTO DO 1º RECURSO. 
PROVIMENTO DO 2º RECURSO. 
 
 
Vistos, relatados e discutidos estes autos 
de apelações cíveis nº 051536-81.2015.8.19.0014 em que 
256
ANDRE GUSTAVO CORREA DE ANDRADE:13770 Assinado em 16/05/2018 18:13:17
Local: GAB. DES ANDRE GUSTAVO CORREA DE ANDRADE
 
S 2 
são apelantes ESPÓLIO DE ARMANDO MARGEM E OUTROS e 
SORY GOMES BARBOSA e apelados OS MESMOS e ÁLVARO 
AUGUSTO GOMES BARBOSA E OUTRO, 
 
Acordam os Desembargadores que compõem a 
Sétima Câmara Cível do Tribunal de Justiça, em negar 
provimento ao 1º recurso e dar provimento ao 
2º recurso, nos termos do voto do Relator. 
 
ANDRÉ ANDRADE 
DESEMBARGADOR RELATOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
257
 
S 3 
VOTO 
 
 
ESPÓLIO DE ARMANDO MARGEM, representado por 
sua inventariante Vilma Matheus Margem, e OUTROS 
ajuizaram a presente ação em face de ÁLVARO AUGUSTO 
GOMES BARBOSA e OUTRO, objetivando a desocupação do 
imóvel rural denominado “Fazenda Boa Vista”, objeto de 
arrendamento para fins de exploração agrícola firmado 
entre as partes; a rescisão do respectivo negócio 
jurídico; o recebimento de pagamento de alugueis e de 
indenização por dano moral. Disseram que os 
arrendatários deixaram de efetuar o pagamento 
referente aos anos de 2014 e 2015 e nem devolveram o 
imóvel. Aduziram que fora expedida notificação 
premonitória, como exige o Decreto nº 59.566/1966 
(Estatuto da Terra), mas os arrendatários se quedaram 
inertes. Afirmaram que os arrendatários assumiram a 
disponibilização de todos os materiais que fossem 
utilizar na lavoura, bem como a conservação da 
propriedade, porém o imóvel se encontra abandonado, 
sujeito a ser alvo de invasores. Transcreveram normas, 
trechos de doutrina e julgados acerca do tema dos 
autos. 
A sentença (indexador 000178) julgou 
procedente em parte o pedido, para determinar a 
devolução das terras, declarar compensados os alugueis 
devidos pela produção remanescente das terras e a 
258
 
S 4 
consequente rescisão do contrato. No mais, ante a 
sucumbência da parte autora na maior parte do pedido, 
condenou-a ao pagamento das custas processuais e 
honorários advocatícios, esses arbitrados em 
R$1.500,00. 
Os autores interpuseram recurso de apelação 
(indexador 000197), no qual reiteram os fatos narrados 
na inicial. Salientam que ao caso se aplicam as normas 
de Direito Agrário, em especial a regra contida no 
artigo 32 do Decreto nº 59.566/1966, motivo pelo qual 
cabe a parte ré o pagamento de alugueis. Acrescentam 
que não há comprovação, nem respaldo técnico e 
científico, de que a falta de chuvas causou prejuízo à 
agricultura na região, a justificar a compensação 
determinada pelo Juízo a quo. Asseveram que, por isso, 
há enriquecimento ilícito da parte ré. Garantem que o 
evento ultrapassou o mero aborrecimento, causa que dá 
ensejo à reparação por dano moral. Pedem a reforma da 
sentença. 
A advogada da parte ré interpôs recurso 
adesivo à apelação (indexador 000213), no qual se 
limita a postular a majoração da verba honorária, ao 
argumento de que o valor arbitrado em R$1.500,00 
corresponde a 0,28% do valor atribuído à causa 
(R$557.912,94). Invoca o preceito inserto no artigo 
85, § 2º, do Código de Processo Civil. 
Contrarrazões oferecidas partes (indexador 
000222 e 000235). 
259
 
S 5 
É o relatório. 
 
Não obstante a celebração de contrato de 
arrendamento rural entre as partes para exploração 
agrícola, mediante pagamento de aluguel (indexador 
000018 – fls. 23/26), os arrendatários Álvaro Augusto 
Gomes Barbosa e Edson Faes de Araújo, réus e ora 
apelados, deixaram de adimplir o preço pactuado pelo 
arrendamento, ante o decréscimo da safra agrícola, em 
decorrência das alterações climáticas no Norte 
Fluminense nos anos de 2014 a 2015, onde se situa o 
imóvel rural objeto da lide. 
Ora, os documentos acostados aos autos 
demonstram que o período de estiagem na região 
acarretou prejuízos de grande proporção aos 
agricultores pela frustração da colheita, que 
inclusive foi pauta de audiência pública na Assembleia 
Legislativa, a fim de debater a situação catastrófica 
que se instaurou em Campos dos Goytacazes e nos 
arredores com especialistas sobre a matéria (indexador 
000093 – fls. 123/147). 
Assim, trata-se de força maior, que 
dispensa maiores conhecimentos, seja técnico ou 
científico, pela notoriedade do desastre climático 
ocorrido na região, a legitimar a rescisão do contrato 
de arrendamento rural firmado entre as partes, por 
perda do objeto, nos termos do artigo 36 do Decreto 
nº 59.566/1966 (Estatuto da Terra). 
260
 
S 6 
Veja-se teor da mencionada norma: 
 
Art. 36. Na ocorrência de força maior, da 
qual resulte a perda total do objeto do 
contato, este se terá por rescindido, não 
respondendo qualquer dos contratantes, por 
perdas e danos. Todavia, se ocorrer perda 
parcial, repartir-se-ão os prejuízos 
havidos, na proporção estabelecida para 
cada contratante. 
 
Ademais, em casos como o dos autos, não há 
que falar em dever de reparar por dano moral, uma vez 
que inexiste qualquer lesão ou constrangimento a 
direitos da personalidade dos autores, ora 1os 
apelantes. 
Assim, não merece amparo o apelo dos 
autores, haja vista que a sentença nesse aspecto se 
encontra alinhada à legislação e à jurisprudência a 
serem observadas acerca do tema. 
No mais, assiste razão à advogada da parte 
ré, ora 2ª apelante, no tocante à verba honorária, uma 
vez que o valor de R$1.500,00 se revela ínfimo, ante 
os parâmetros legais previstos no artigo 85, § 2º, do 
Código de Processo Civil. Impõe-se, portanto, a 
fixação dos honorários advocatícios no percentual de 
10% sobre o valor atribuído à causa, em atenção ao 
grau de zelo da profissional, a natureza da causa e o 
trabalho realizado pela advogada. 
261
 
S 7 
Diante do exposto, nega-se provimento ao 
1º recurso e se dá provimento ao 2º recurso, para 
arbitrar a verba honorária em 10% sobre o valor 
atribuído à causa. 
 
Rio de Janeiro, 16 de maio de 2018. 
 
ANDRÉ ANDRADE 
DESEMBARGADOR RELATOR 
262

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