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* TERAPIA FARMACOLÓGICA DA HIPERTENSÃO * I- CONSIDERAÇÕES GERAIS Fármacos que são usados para tratar distúrbios cardiovasculares categorias mais prescritas Fatores determinantes para o uso crescente: - envelhecimento da população - crescente uso preventivo de fármacos contra doenças cardiovasculares futuras * HIPERTENSÃO DEFINIÇÃO: PAS ≥ 130 mmHg e/ou PAD ≥ 80 mmHg (American Heart Association,2017) È a mais frequente das doenças cardiovasculares No Brasil são cerca de 30 milhões de portadores de HAS (Ministério da Saúde, 2017) Até 2025, o número de hipertensos deverá crescer 80% no Brasil (Sociedade Brasileira de Hipertensão,2017) Principal fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais * Representa um problema grave de saúde pública no Brasil e no mundo: ausência de sintomas na maioria dos casos diagnóstico e tratamento frequentemente negligenciado; ausência de “cura” e a necessidade de tratamento por toda a vida, necessidade imperiosa de mudança de estilo de vida baixa adesão, por parte do paciente, ao tratamento prescrito; existência ↑ contingente de pacientes hipertensos também apresentarem outras comorbidades (diabetes, dislipidemia e obesidade) implicações importantes em termos de gerenciamento das ações terapêuticas necessárias para o controle de um aglomerado de condições crônicas HIPERTENSÃO * Tipos de Hipertensão: 1) Hipertensão Primária (essencial): não apresenta uma causa aparente facilmente identificável 90% de todos os casos de hipertensão causas são consideradas multifatoriais: - fatores genéticos (predisposição genética) - nutricionais (ingestão de sódio e baixa ingestão de potássio, obesidade) - psicossociais (estresses, consumo elevado de álcool, inatividade física) HIPERTENSÃO * Tipos de Hipertensão: 2) Secundária: causas muito bem estabelecidas: - doenças do parênquima renal (nefropatia diabética, rim policístico) - patologias renovasculares (obstrução asterosclerótica, trombótica ou embólica) - endocrinopatias (Hiperaldosteronismo primário , feocromocitoma) - distúrbios neurogênicos (pressão intracranial aumentada) constitui cerca de 10% dos casos de hipertensão HIPERTENSÃO * CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM ADULTOS Tipos de Hipertensão Hipertensão Primária (essencial) Hipertensão Secundária e e e/ou e/ou (American Heart Association,2017) * *Associada ao tratamento não farmacológico. **Doença aterosclerótica manifesta, diabetes melito e/ou doença renal crônica. TERAPIA DA HIPERTENSÃO (American Heart Association,2017) * Perda de Peso: cada 1 kg de peso perdido reduz a PA em 1 mmHg. Isso é tão ou mais importante do que atingir peso ideal (IMC < 25 Kg/m2) Adoção de hábitos alimentares saudáveis: - restrição de sódio: < 1500 mg/dia, podendo ser <1000 mg/dia em casos selecionados; - aumento da ingestão de potássio: 3500-5000 mg/dia. - aumentar ingestão frutas, vegetais, laticínios desnatados e grãos. Reduzir gordura saturada TERAPIA DA HIPERTENSÃO TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO * Reduzir o consumo de álcool < 2 drinks/dia homem e 1 drink/dia mulher Parar de fumar Prática de atividade física regular (realizar atividade física por pelo menos 30 min, de intensidade moderada, em 5 dias por semana) Métodos psicológicos para ↓ o stress TERAPIA DA HIPERTENSÃO TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO * O medicamento anti-hipertensivo deve: - ser eficaz por VO; - ser bem tolerado; - permitir a administração em menor no possível de tomadas diárias (preferência para posologia de dose única diária) Iniciar com as menores doses efetivas preconizadas para cada situação clínica, podendo ser aumentadas gradativamente (quanto maior a dose maiores serão as probabilidades de efeitos adversos) TERAPIA DA HIPERTENSÃO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO * Recomenda-se o uso combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com hipertensão em estágios 2 e/ou se a PA medida estiver acima da meta em mais de 20/10 mmHg (sistólica/diastólica) Respeitar o período mínimo de quatro semanas (salvo em situações especiais) para: aumento de dose, substituição da monoterapia ou mudança da associação de fármacos TERAPIA DA HIPERTENSÃO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO * Os fármacos de primeira linha permanecem os mesmos (tiazídico; iECA ou BRA; e BCC), mas é enfatizada a maior eficácia de tiazídicos e bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) em negros Instruir o paciente sobre a doença hipertensiva, particularizando: necessidade do tratamento continuado, possibilidade de efeitos adversos dos medicamentos utilizados, planificação e os objetivos terapêuticos Considerar as condições socioeconômicas TERAPIA DA HIPERTENSÃO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO * EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA x URGÊNCIA HIPERTENSIVA EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA elevação da PA > 180/120 mmHg ASSOCIADA a lesão aguda de órgão-alvo; exige internação e controle rápido da PA. URGÊNCIA HIPERTENSIVA elevação > 180/120 mmHg na ausência de lesão aguda e/ou piora de lesão em órgão-alvo; na maioria das vezes, está associada a má adesão ao tratamento e ansiedade; tratamento ambulatorial. * Classificação dos fármacos anti-hipertensivos Diuréticos Agentes simpaticolíticos Bloqueadores de canais de Ca2+ Inibidores da enzima conversora de angiotensina Vasodilatadores ANTI-HIPERTENSIVOS * * HIDROCLOROTIAZIDA Mecanismo de ação - Inibe a reabsorção de NaCl e água - Túbulo contorcido distal * Mecanismo de ação Túbulo contorcido distal Tiazídicos * HIDROCLOROTIAZIDA Ações farmacológicas Excreção de Na+, Cl-, HCO3- e K+ Apresentação e dose comprimido 12,5mg e 25mg dose inicial: 12,5mg/dia (dose máx. :25mg/dia) * * Efeitos adversos Fenômenos de Retenção Hipercalcemia (Ca++) Hiperuricemia Alterações Metabólicas Hiperglicemia Hiperlipidemia Disfunção sexual (problemas de ereção) ANTI-HIPERTENSIVOS TIAZÍDICOS * FUROSEMIDA Mecanismo de ação - Inibe a reabsorção de NaCl (inibir o simportador de Na+-K+-2Cl-) - no ramo ascendente espesso da Alça de Henle * Furosemida * FUROSEMIDA Ações farmacológicas Excreção de Na+, Cl- (25% do Na+ filtrado) diuréticos de alto limiar Excreção de K+, HCO3- Excreção de Ca++ e Mg++ Apresentação e dose comprimido 40mg; solução injetável 10mg/mL-2mL (uso restrito –emergências e urgências hipertensivas associadas ao edema agudo de pulmão) dose máx.: 40mg * FUROSEMIDA Efeitos adversos Fenômenos de Depleção: grave depleção do Na+ corporal total (uso excessivo) Hiponatremia (Na+) e/ou Hipovolemia associada a hipotensão Hipocalcemia (Ca++), Hipomagnesemia (Mg++) Fenômenos de Retenção: Hiperuricemia (uso prolongado) Ototoxicidade ( doses inibir o transporte de eletrólitos no ouvido interno alterações na composição eletrolítica da endorfina comprometimento auditivo e a surdez) ANTI-HIPERTENSIVOS DIURÉTICOS DE ALÇA * * Espironolactona * Ativação de canais de Na+ e das bombas de Na+ Síntese e redistribuição dos canais de Na+ e das bombas de Na+ Alterações na permeabilidade das zônulas de oclusão Aumento na produção mitocondrial de ATP trocas entre Na+ e K+ Ações da aldosterona na porção final do túbulo distal e ducto coletor * Efeitos adversos Fenômenos de Retenção Hipercalemia (K+) Distúrbios GI (diarréia, gastrite, sangramento gástrico e úlceras pépticas) Atrofia testicular, ginecomastia e distúrbios menstruais (receptores de esteróides) SNC letargia e confusão mental * Interações Medicamentosas Importantes Diuréticos tiazídicos + Diuréticos de alça sinergismo da atividade diurética diurese profunda Diuréticos de alça e tiazídicos (↓ K+ , Mg++) + Digitálicos (Digoxina) risco das arritmias Diuréticos poupadores de K+ + MAINE´s, Antagonistas dos receptores β-adrenérgicos e Inibidores da ECA (↓ [aldosterona] hiperpotassêmicos Diuréticos de alça e tiazídicos + MAINE´s ↓ atividade diurética (retenção de Na+ -MAINE) ANTI-HIPERTENSIVOS DIURÉTICOS * * Dopamina -oxidase L-aminoácido aromático descarboxilase * -Metildopa -Metildopamina -MetilNE 2 /ß Difusão metabolismo * Ações e efeitos farmacológicos 2-agonista: ativid. adrenérgica no SNC PA, RVP e vascular renal Apresentação e dose comprimido 250mg e 500mg dose inicial: 250mg 2 X/dia (dose máx.: 2g/dia) tratamento da hipertensão durante a gravidez Efeitos adversos Sedação Boca seca Lactação e impotência ANTI-HIPERTENSIVOS METILDOPA * Mecanismo de ação e efeitos farmacológicos bloqueio dos receptores β1 do coração: FC e força de contração cardíaca DC RVP bloqueio dos receptores β1 do aparelho justaglomerular: liberação de renina angiotensina II Efeitos adversos Antagonistas β não seletivos Broncoconstricção Hipoglicemia β1-seletivos: efeitos adversos ANTI-HIPERTENSIVOS ANTAGONISTAS -ADRENÉRGICOS * Contra-indicações e Precauções Hipertensos asmáticos ou com outras formas de doença pulmonar obstrutiva (bronquite crônica, enfisema) (β não seletivos) Hipertensos diabéticos dependentes de insulina (β não seletivos) Hipertensos com ICC ( contratilidade cardíaca + RVP) Pacientes com Disfunção do nodo SA ou AV ( taxa de condução) Interrupção súbita síndrome de abstinência (hiperatividade simpática) sintomas de coronariopatias. Recomenda-se: dose gradualmente no decorrer de 10-14 dias antes da interrupção completa ANTI-HIPERTENSIVOS ANTAGONISTAS -ADRENÉRGICOS * Interações Medicamentosas Importantes Propranolol + MAINE´s atividade anti-hipertensiva (retenção de Na+ + inibição da síntese vascular de prostaciclina --MAINE) PROPRANOLOL – Apresentação e dose comprimido 10mg e 40mg dose inicial: 40-80mg/dia ANTI-HIPERTENSIVOS ANTAGONISTAS -ADRENÉRGICOS * Considerações gerais Antiarrítmico, antiangina Resistência periférica PA Nifedipina e dihidropiridinas Seletivos para arteríolas Ações farmacológicas Verapamil e diltiazem contratil cardíaca Nifedipina > verapamil como vasodilatador * NIFEDIPINA (Adalat) Mecanismo de ação e efeitos farmacológicos impedir a abertura dos canais de Ca2+ controlados por voltagem (tipo L) [Ca2+] livre intracelular relaxamento da musculatura lisa vascular (= vasodilatação) redução da RVP e PA Apresentação e dose comprimido 20mg, 30mg, 50mg e 60mg dose inicial: 10mg 3x/dia (dose máx.: 120mg/dia) crise hipertensiva: 10mg (dose única); se necessário: + 10mg após 30 min ANTI-HIPERTENSIVOS BLOQUEADORES DOS CANAIS DE Ca++ * NIFEDIPINA (Adalat) Efeitos adversos Taquicardia reflexa (leve-moderada) (descarga simpática mediada pelos barorreceptores conseqüente RVP neutraliza o efeito inotrópico negativo -) Cefaléia, rubor facial, tonturas ( RVP ) Edema periférico (edema de tornozelo) (dilatação pré-capilar e à constrição pós-capilar reflexa) Refluxo esofágico (inibição da contração do esfíncter esofágico inferior) ANTI-HIPERTENSIVOS BLOQUEADORES DOS CANAIS DE Ca++ * Mecanismo de ação e efeitos farmacológicos Inibidor da enzima peptidil dipeptidase Angiotensina II (vasoconstricção) Aldosterona inibição da retenção de sal e água Bradicinina vasodilatação ( PGI2) Renina * Peptidil dipeptidase Angiotensinogênio Cininogênio Vasodilação captopril Vasodilação * Apresentação e dose comprimido 12,5mg, 25mg, 50mg e 100mg dose inicial: 25mg 2x/dia (dose máx.: 150mg/dia) 1 h antes das refeições emergência e urgência hipertensiva Efeitos adversos Hipotensão , Hipercalemia ( Angiotensina II) Tosse seca ( Bradicinina) * Considerações gerais Efeito relaxador direto no músculo liso vascular Resistência periférica Atividade reflexa simpática Secreção de renina Retenção de sal e água Uso em conjunto com diuréticos * Efeitos farmacológicos Resistência vascular Pressão arterial Efeitos adversos Cefaléia, náuseas, hipotensão postural e taquicardia Piora doença coronariana ( perfusão coronária e taquicardia reflexa compensadora) * REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: - GISMONDI, R. Hipertensão: nova diretriz da AHA muda definição de HAS. https://pebmed.com.br/nova-diretriz-sobre-hipertensao-da-aha-muda-definicao-para-has-veja-os-keypoints/ HOFFMAN, B. B. “Farmacologia da Hipertensão”. IN: GILMAN, A.G.; GOODMAN, L. S. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11 ed. Porto Alegre: AMGH, 2010. Cap. 32. p. 757-778. MAGALHÃES, L. B. N. C. “Anti-hipertensivos”. IN: SILVA, P. Farmacologia. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. Cap. 69. p. 701-712. - *