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Pasteurelose em Aves

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PASTEURELOSE OU CÓLERA AVIÁRIA 
Doença contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres. Geralmente associada a 
surtos agudos septicêmicos com alta morbidade e alta mortalidade. A forma crônica 
ocorre raramente. Acomete geralmente aves adultas (10 a 12 semanas). Apesar de ser 
uma patologia de grande importância para a avicultura, especialmente para o diagnóstico 
diferencial de doenças de notificação obrigatória que cursam com morte súbita, a 
patogênese e os fatores de virulência presentes na cólera aviária são pouco elucidados 
(CHRISTENSEN; BISGAARD, 2000). 
Etiologia - A Pasteurella multocida é o agente etiológico da cólera aviária. Caracteriza-se 
como bastonete gram negativo, imóvel, não esporulado e capsulado. A crescimento e a 
viabilidade da bactéria no ambiente é facilitada pela presença de matéria orgânica e pelo 
seu crescimento em pH neutro em temperaturas próximas a 37º C. A bactéria é sensível 
aos desinfetantes comuns, luz solar e calor, sobrevivendo pouco em temperaturas acima 
de 56º C (GLISSON; HOFACRE; CHRISTENSEN, 2008). 
Embora a cápsula seja considerada o mais importante fator de virulência, outras 
características da bactéria pode contribuir para a ocorrência da doença. A produção de 
endotoxinas, presença de lipolissacarídeos aderidos a membrana, proteínas de choque 
térmico, produção de neuramidase, resistência ao soro e clivagem de anticorpos são 
fatores frequentemente estudados (HARPER et al., 2006). 
Epidemiologia 
O gênero bacteriano Pasteurella, encontra-se distribuído amplamente em todo mundo e é 
responsável por grandes perdas econômicas. Existem 5 subspécies de Pasteurella: 
gallinarum, haemolitica, anatipestifer e pseudotuberculosis, porém a de maior interesse na 
avicultura é a P. multocida que é o agente causador da cólera aviária em aves domésticas 
e selvagens como também pode infectar e fazer parte da microbiota normal do trato 
respiratório de mamíferos (HEDDLESTON, 1975). 
 A suceptibilidade das aves à infecção ocorre especialmente em situação de estresse, 
quando há restrição de alimento, transferência de instalações e também alterações na 
composição das rações. As aves podem ser portadoras da bactéria sem manifestar sinais 
clínicos o que dificulta o conhecimento sobre a introdução da cólera aviária em plantéis e 
em criatórios de subsistência, em que a prática da biosseguridade é ausente (Rhoades; 
RimleR, 1989). A transmissão da doença ocorre apenas via horizontal e a disseminação 
dentro dos lotes e criatórios se dá diretamente pelo contato com secreções no bico, 
narinas e conjuntiva como também indiretamente através da ração e água contaminadas 
pelas excreções (GLISSON, HOFACRE, CHRISTENSEN, 2008). 
Sinais clínicos e lesões 
Cólera aguda: o período de incubação varia de 8 - 10 horas a 2-3 dias. Em certos casos 
evolui tão rapidamente que a ave morre sem apresentar sintomas ou estes se limitam a 
cianose de cristas e barbelas. A mortalidade pode atingir cerca de 90% das aves 
atacadas. Os sintomas mais frequentes: tristeza e depressão, inapetência, febre elevada, 
sonolência, diarréia profusa geralmente amarelada mas pode ser também esverdeada ou 
de caráter sanguinolento. É constante a presença de muco no nariz e na boca. A morte é 
precedida, em alguns casos, de convulsões. Lesões: fígado friável e com a superfície 
coberta de pequenos pontos branco-acinzentados (devido a necrose ou degeneração), o 
coração apresenta pontos hemorrágicos formando numerosas petéquias visíveis através 
do pericárdio. Há também presença de exsudato seroso ou fibrinoso na cavidade 
abdominal. 
Cólera crônica: é mais rara e pode prolongar-se por semanas e até mesmo meses nesta 
condição. O sintoma predominante é o enfraquecimento progressivo e palidez de crista e 
barbela. O curso da infecção é influenciado por um complexo de fatores: formas 
localizadas com abcessos no oviduto, artrite, osteomielite. 
Em poedeiras e reprodutoras os sinais podem iniciar por um corrimento mucoso nasal 
com ligeiro edema dos seios infraorbitários, evoluindo lentamente para infecções 
supurativas localizadas geralmente no trato respiratório. 
As infecções crônicas são observadas em animais que sobreviveram o quadro agudo da 
doença ou resultaram de uma infecção de Pasteurella multocida de baixa virulência. As 
lesões observadas são, principalmente devido à infecção do tecido subcutâneo da 
cabeça, oviduto, asa, perna, crista e barbelas e se apresentam de formas localizadas 
como abcessos e inflamações a depender da localização da bactéria e órgãos envolvidos. 
Em poedeiras e reprodutoras os primeiros sinais evidenciados pode ser a presença de 
muco no nasal com discreto edema dos seios infraorbitários e evolução lenta para 
infecções supurativas localizadas especialmente no trato respiratório. Formas graves de 
necrose dérmica e pneumonia já foram relatadas em perus. No entanto em galinhas as 
lesões mais frequentes envolvem articulações, coxim-plantar, cavidade peritonial, oviduto 
e até o ouvido médio, causando torcicolo como também ocorre aerossaculite purulenta. 
As aves podem morrer ou recuperar-se após algum tempo, tornando-se portadoras 
assintomáticos da doença e uma perigosa fonte de transmissão para outras aves. 
(NASCIMENTO; GAMA; CANAL, 2009) 
Diagnóstico 
A detecção de Pasteurella multocida é relevante para o controle e eliminação de doenças 
respiratórias em frangos. O diagnóstico pode ser realizado através do isolamento de 
culturas da bactéria a partir da medula óssea do sangue, do coração, cloaca e faringe da 
ave afetada e, posterior identificação convencional com base nas características culturais, 
morfológicas e bioquímicas da bactéria. A detecção da bactéria também pode ser 
realizada por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR), método sensível e versátil 
para identificação da mesma (SHIVANCHANDRA et al, 2005; TOWNENDA et al, 2000). 
A sintomatologia clínica da Cólera Aviária na fase aguda pode ser confundida com outras 
doenças que cursam com problemas respiratórios e alto índice de mortalidade em curto 
período. Influenza Aviária e Newcastle são doenças que se assemelham com os sintomas 
comumente encontrados em surtos de CA especialmente devido a presença de cianose 
de crista e barbelas como também de morte súbita e desordens respiratórias. Por serem 
doenças de notificação obrigatória, se torna necessário a realização criteriosa do 
diagnóstico diferencial para tais enfermidades (ALEXANDER, 2001; ELBERS et al, 2005). 
Prevenção 
Medidas gerais 
A adoção de métodos de controle de qualidade é frequente na avicultura industrial 
brasileira. A qualidade da carne de frango está diretamente relacionada a sanidade das 
aves, por esse motivo, a preocupação com a sanidade dos planteis é frequente em toda 
linha produção e abate dos animais. A bioseguridade é uma ferramenta necessária para 
garantir a sanidade dos animais, sendo caracterizada por um conjunto de práticas 
profiláticas que tem como objetivo manter a saúde dos animais envolvidos livre de 
enfermidades. A criação de um efetivo programa de biosseguridade envolve algumas 
medidas importantes como: localização e isolamento dos plantéis, controle do fluxo de 
pessoas e veículos, higienização adequada dos aviários como também controle da 
qualidade da ração e água, programas de vacinação, quarentena e limitar o acesso de 
animais sinantrópicos (SESTI, 2000). 
Os cuidados básicos com a limpeza, desinfecção e descarte correto das carcaças não 
devem passar despercebidos, pois são procedimentos de extrema importância para 
prevenir a ocorrência de enfermidades que podem acarretar grandes perdas nos plantéis 
(JEANISCH et al, 2004). 
Medidas específicas 
Imunização com vacinas inativadas,por meio da aplicação parenteral, pode ser uma boa 
opção para redução da ocorrência em planteis de poedeiras. Também pode ser utilizada 
para galinhas de quintal. 
Controle 
Para o controle efetivo de CA é fundamental a adoção de boas práticas de manejo aliado 
a sanitização e isolamento adequados das instalações. Como a transmissão da doença 
ocorre de ave para ave, é importante que os lotes sejam separados por idade e os lotes 
com presença de aves com sintomatologia sugestiva de cólera aviária devem ser 
investigados criteriosamente e ter eliminação e destino adequados para evitar a 
disseminação da doença para outros locais. Os plantéis e criatórios de frangos e galinhas 
de quintal devem ter acesso restrito já que animais domésticos e selvagens podem ser 
portadores da bactéria e transmitir para animais saudáveis (GAMA; NASCIMENTO, 
2000). 
Antibioticoterapia 
A principal causa da falha terapeutica de doenças de origem bacteriana é o surgimento de 
bactérias resistentes aos antibióticos utilizados. Isso não ocorre apenas devido ao uso 
indiscriminado de antibióticos para o tratamento de doenças de origem bacterianas, mas 
também no uso inadequado dos fármaco na terapêutica de doenças virais, fúngicas e 
parasitárias. A consequência disso é a seleção das poucas bactérias que adquiriram 
resistência, permitindo o crescimento das mesmas em detrimento das bactérias não foram 
selecionadas. Por esse motivo é importante identificar a bactéria em questão, realizar 
testes de suceptibilidade aos antibióticos que serão utilizados e também aderir 
adequadamente as recomendações de dose, tempo e horário de utilização (SANCHÉS et 
al, 2006). 
A antibioticoterapia é amplamente utilizada para o tratamento da cólera aviária. Todavia, o 
uso intensivo de antibióticos pode comprometer o tratamento e selecionar cepas 
resistentes aos antibióticos utilizados. No campo, droga de escolha de maior utilização no 
controle da pasteurelose é a base de sulfadiazina, porém estudos comprovam maior 
sensibilidade de outros antibióticos para o tratamento da doença como enrofloxacina, 
lincomicina, norfloxacina e cloridrato de doxiciclina (SHIVACHANDRA et al, 2004).

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