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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Engenharia Química Graduação em Engenharia Química Uberlândia - 2018 ALUNO: Gustavo Saraiva Silveira EQUILÍBRIO DE ADSORÇÃO DO DIÓXIDO DE CARBONO EM ZEÓLITOS ZSM-5 PARA SI/AL=15 CÓDIGO DA DISCIPLINA: FEQUI31017 Faculdade de Engenharia Química – Universidade Federal de Uberlândia Campus Santa Mônica - Bloco 1K, CEP: 38408-144, Uberlândia – MG -Brasil Telefone: (34) 3230-9401– Fax: (34) 3239-4249 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Engenharia Química Graduação em Engenharia Química 1 Uberlândia - 2018 1. INTRODUÇÃO O equilíbrio de adsorção é geralmente um requisito essencial para obtenção de informações relevantes sobre projeto e análise de um processo de separação por adsorção. Quando uma determinada quantidade de um sólido, este comumente chamado de adsorvente ou adsorbente, entra em contato com um dado volume de um líquido contendo um soluto adsorvível, este chamado adsorvato ou adsorbato, a adsorção ocorre até que o equilíbrio seja alcançado. Isto é, quando o adsorvato é colocado em contato com o adsorvente, as moléculas ou íons tendem a fluir do meio aquoso para a superfície do adsorvente até que a concentração de soluto na fase líquida permaneça constante (NASCIMENTO, 2014). Os novos avanços no campo da adsorção e o desenvolvimento de novos adsorventes demonstraram a utilidade da adsorção como uma das técnicas mais vantajosas para a separação e purificação de gases. A adsorção é mais limpa e exige menos energia que outras técnicas de separação, como destilação e absorção (HUMPREY, 1995; KELLER, 1995). O projeto de equipamentos industriais de adsorção requer a seleção do adsorvente mais benéfico e também a disponibilidade de dados confiáveis de equilíbrio e modelos teóricos para sua previsão precisa (CALLEJA, 1998). Em processos de adsorção, o estudo de equilíbrio fornece informações fundamentais para avaliar a afinidade e a capacidade de adsorção de um adsorvente por um adsorvato. Os modelos de equilíbrios de adsorção podem ser usados para descrever o desempenho do processo sob determinadas condições operacionais (YANG, 2005). Uma das características mais importantes de um adsorvente é a quantidade de substância que possa acumular ou possa ser retirada da superfície do mesmo. Para se ter uma representação do comportamento adsortivo dinâmico de qualquer substância de um fluido em fase sólida, é necessário ter uma descrição do estado de equilíbrio entre essas duas fases, que compõe o sistema de adsorção, representados pelas isotermas de adsorção (ALLEN, 2003; DOMINGUES, 2005; YANG, 2005). À medida que os resultados obtidos são ajustados a modelos matemáticos, diversas simulações podem ser feitas, sem que seja necessária a instalação de experimentos de campo para cada condição específica a ser estudada.No entanto, devido ao elevado número de adsorventes e gases, faltam dados básicos, como dados de equilíbrio de mistura, necessários para projetar equipamentos industriais. Embora existam muitos modelos termodinâmicos para prever o equilíbrio de adsorção de misturas (MYERS e PRAUSNITZ, 1965; COSTA et al., 1981; COCHRAN et al., 1985; TALU E ZWIEVEL, 1986; VALENZUELA et al., 1988), eles ainda precisam de alguns dos seus dados de equilíbrio binário para prever resultados mais altos de misturas. Novos métodos baseados em simulações moleculares (ALLEN e TILDESLEY, 1996), que não necessitam de qualquer informação experimental de adsorção, requerem uma descrição atômica precisa tanto do adsorvato quanto do adsorvente e de algumas informações físicas que nem sempre estão disponíveis ou são fáceis de determinar. Portanto, os dados experimentais de equilíbrio de adsorção são essenciais e, além disso, UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Engenharia Química Graduação em Engenharia Química 2 Uberlândia - 2018 permitem comparar e validar os modelos preditivos e obter informações sobre o comportamento de adsorção, dependendo das características do adsorvato e do adsorvente (geometria, composição química, etc.). Isotermas de adsorção são equações matemáticas usadas para descrever, em termos quantitativos, a adsorção de solutos por sólidos, a temperaturas constantes. Através de um isoterma de adsorção podemos calcular a quantidade de um determinado soluto adsorvida por uma superfície adsorvente, em função da concentração de equilíbrio do soluto. A técnica usada para gerar os dados de adsorção é, a princípio, bastante simples, pois uma quantidade conhecida do soluto é adicionada ao sistema contendo uma quantidade conhecida de adsorvente. Admite-se que a diferença entre a quantidade adicionada e a remanescente na solução encontra-se adsorvida na superfície adsorvente (BOHN et al., 1979). Dessa forma, as isotermas são diagramas que mostram a variação da concentração de equilíbrio no sólido adsorvente com a pressão parcial ou concentração da fase líquida, em uma determinada temperatura. Os gráficos assim obtidos podem apresentar-se de várias formas, fornecendo informações importantes sobre o mecanismo de adsorção como demonstrado na Figura 1. Figura 1 – Possíveis formas de isotermas de adsorção segundo Moreira (2008). Ao analisarmos as diversas formas de isotermas, podemos obter informações extremamente relevantes sobre o processo de adsorção. Comecemos pela isoterma linear. Esta nos diz que a massa de adsorvato retida por unidade de massa do adsorvente é proporcional à concentração de equilíbrio do adsorvato na fase líquida. Já a isoterma favorável nos informa que a massa do adsorvato retida por unidade de massa do adsorvente é alta para uma baixa concentração de equilíbrio do adsorvato na fase líquida e a isoterma desfavorável nos revela que a massa de adsorvato retida por unidade de massa do adsorvente independe da concentração de equilíbrio do adsorvato na fase líquida e que a massa de adsorvato retida por unidade de massa do adsorvente é UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Engenharia Química Graduação em Engenharia Química 3 Uberlândia - 2018 baixa, mesmo para uma alta concentração de equilíbrio do adsorvato na fase líquida, respectivamente (MOREIRA, 2008). Muitas equações de isotermas foram propostas com dois ou mais parâmetros para ajustar os dados experimentais sobre os valores de q (quantidade adsorvida) versus P (pressão). Dentre essas, podemos citar as equações de Langmuir, Freundlich, Redlich- Peterson, Temkin, Dubinin–Radushkevich e Toth (ALI; HULYA, 2010; MCKAY, 1996; OLIVEIRA, et al., 2011; SOUSA NETO, 2011). Dentre as mais comumente utilizadas, encontram-se as equações de Langmuir e Freundlich. Suas maiores utilizações são devido ao fato de se prever a capacidade máxima de adsorção do material (modelo de Langmuir) e capacidade de descrever o comportamento dos dados experimentais. Além disso, o fato delas apresentarem dois parâmetros torna mais fácil a sua utilização. Outra análise importante a ser feita é em relação aos zeólitos utilizados. Não há conhecimento completo do comportamento dos sistemas adsorbato / zeólito, portanto, é de importância fundamental e prática estudar novos sistemas, que fornecem uma imagem mais clara das propriedades de adsorção das zeólitas em função de sua estrutura, tamanho de microporos, composição química e outras propriedades. Neste trabalho, a isoterma de adsorção de dióxido de carbono em zeólita ZSM-5 (Atômico Si / Al=15) foi medida a temperatura de 293 K numa faixa de pressão de 0-100 kPa.Como fluido adsortivo foi escolhido o CO2, pois este é frequentemente utilizado nos fluxos de gás da refinaria e geralmente precisam ser separados ou purificados. Os dados experimentais foram extraídos de Calleja (1998), e utilizados para montar a isoterma adotando os modelos de Langmuir, Freundlich e Toth. 2. CARACTERIZAÇÃO EXPERIMENTAL ADOTADO POR CALLEJA et al. 1998 O zeólito ZSM-5 com relação Si/Al 15 foi obtido no laboratório de acordo com o procedimento já estabelecido e publicado anteriormente por Costa et al. (1987). Basicamente, o zeólito foi preparado a partir de uma mistura de silicato de sódio (27% SiO2, 8% Na2O) e sulfato de alumínio, usando etanol como promotor. A relação Si / Al das amostras foi determinada por ambas as medições de fluorescência de raios-X (XRF) e espectroscopia de absorção atômica (AA). A cristalinidade relativa dos adsorventes foi obtida a partir da difração de raios-X (XRD) comparando-se a intensidade do pico de difração a 2θ=23,1 ° dos zeólitos sintetizados com um padrão 100% cristalino. O tamanho e a morfologia das partículas e dos cristais dos zeólitos em pó foram estudados pelo contador de Coulter e microscopia eletrônica de varredura (MEV), sendo o diâmetro da partícula de 5,5µm e diâmetro do cristal de 2µm. Todas as amostras preparadas mostraram propriedades similares às outras amostras de zeólitos ZSM-5 usadas em trabalhos anteriores (CALLEJA et al., 1995; ROMERO et al., 1996). O zeólito em pó foram peletizados usando uma bentonita comercial (fornecida por Minas de Gador, Almería, Espanha) devido ao seu baixo teor de UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Engenharia Química Graduação em Engenharia Química 4 Uberlândia - 2018 impurezas. As partículas finais eram quase cilíndricas com 5 mm de diâmetro e de 3 a 6 mm de comprimento. O diâmetro do leito adsorvente foi de 5,1 cm, a altura do leito de 40,0 cm, a densidade de partículas de 0,88 g / cm-3 e a porosidade do leito de 0,30. Gases puros foram fornecidos por S.E.O. (Sociedad Espanola de Oxigeno) com pureza superior a 99,5%. Esta pureza foi periodicamente verificada no laboratório por análise cromatográfica gasosa. O aparelho volumétrico usado para obter a isoterma experimental foi descrito por Costa et al. (1981) e Costa et al. (1991). Consiste em um circuito fechado de vidro com um leito fixo de adsorvente, 5,1 cm diâmetro interno e 65 cm de comprimento, um compressor de aço inoxidável para recircular a fase gasosa através do leito, um desvio para homogeneizar a mistura antes da adsorção, e um sistema volumétrico para introduzir e medir os gases admitidos no circuito. Antes dos ensaios de adsorção, o adsorvente foi previamente pesado, colocado no leito de adsorção e regenerado a 270 °C sob vácuo de 15 Pa durante 12 h. O gás introduzido, previamente medido, foi circulado através do leito adsorvente até que o equilíbrio fosse atingido, observando-se neste ponto valores constantes de pressão, temperatura e composição do gás (para a isoterma de mistura). A quantidade adsorvida foi calculada em cada execução por medidas de balanço de massa e P-V-T usando a equação de estado do gás virial. A análise da fase gasosa foi feita por cromatografia gasosa utilizando uma coluna Porapack-Q (1/8 in. De diâmetro) e um detector de condutividade térmica. As pressões parciais determinadas por essa técnica apresentaram desvios menores que 3%. A temperatura foi mantida constante (0,5 ° C, e os erros de desvio nas medidas de pressão e volumétrica foram menores que 0,015 kPa e 0,1 cm3, respectivamente. Para verificar a precisão dos experimentos, várias corridas foram repetidas em condições idênticas, obtendo-se em todos os casos, uma boa reprodutibilidade, com desvios da quantidade adsorvida menor que 5%, erros típicos encontrados para a técnica do método volumétrico (OLIVIER e JADOT, 1997; BERLIER e FRÈRE, 1997). 3. FUNDAMENTAÇÃO DOS MODELOS DAS ISOTERMAS Isotermas de adsorção são equações matemáticas usadas para descrever, em termos quantitativos, a adsorção de solutos por sólidos, a temperaturas constantes. Uma isoterma de adsorção descreve a quantidade de substância adsorvida por quantidade de adsorvente em função da pressão (SUZUKI, 1990; CHAKRABORTY, 2005). Em geral são descritas e baseadas em modelos matemáticos e são simplificações dos quadros de adsorção e dessorção. Segundo a IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry), 1985, a maioria das isotermas de fisiossorção podem ser agrupadas em seis grupos, como pode ser visualizado na Figura 2. A isoterma reversível do Tipo I ocorre comumente em sólidos microporosos como, carvão ativado, zeólitas, e em alguns óxidos porosos. É conhecida como isoterma de Langmuir, e baseia-se na aproximação gradual da adsorção limite que corresponde à monocamada completa. A isoterma reversível do Tipo II é obtida em adsorventes não- UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Engenharia Química Graduação em Engenharia Química 5 Uberlândia - 2018 porosos ou macroporosos, e não apresenta restrição quanto à adsorção em monocamada. O ponto B representado nessa isoterma, em muitos casos, indica que a superfície da monocamada está saturada, e a partir deste ponto tem início à adsorção em multicamada (IUPAC, 1985; HINES e MADDOX, 1985). Figura 2 - Classificação das isotermas, segundo IUPAC 1985 As isotermas reversíveis do Tipo III são raras, a adsorção inicial é lenta em virtude das forças de adsorção pouco intensas. A característica das isotermas de adsorção do Tipo IV e V é a condensação capilar, comum em materiais mesoporosos. Na isoterma do Tipo IV a adsorção ocorre em camadas, em superfície homogênea não porosa. Cada degrau da isoterma representa a saturação de uma monocamada adsorvida (HINES e MADDOX, 1985; IUPAC, 1985). Duas equações de adsorção são comumente utilizadas para descrever a adsorção de íons nos solos. A equação de Langmuir, que foi inicialmente utilizada para descrever a adsorção de gases por sólidos, baseia-se em algumas suposições: A superfície de adsorção é homogênea, isto é, a adsorção é constante e independente da extensão da cobertura da superfície; A adsorção ocorre em sítios específicos, cada sítio pode comportar apenas uma molécula adsorvida sem interação com as moléculas do soluto; A adsorção ocorre em uma monocamada e torna-se máxima quando uma camada monomolecular cobre totalmente a superfície do adsorvente. A Equação 1, representa a isoterma de Langmuir (LANGMUIR I, 1916): UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Engenharia Química Graduação em Engenharia Química 6 Uberlândia - 2018 𝑞 = 𝑞𝑚á𝑥𝐾𝑝 1 + 𝐾𝑝 (1) Em que q representa a quantidade do soluto adsorvido por grama de adsorvente no equilíbrio (mg.g-1); qmax, a capacidade máxima de adsorção (mg.g-1); K, a constante de interação adsorvato/adsorvente (kPa-1) e p a pressão do adsorvato no equilíbrio (kPa). As unidades aqui apresentadas serão as utilizadas no decorrer do trabalho. De acordo com Cooney (1999), as suposições decorrentes da equação de Langmuir podem ser explicadas a partir das considerações feitas para o desenvolvimento da mesma. Quando uma solução é posta em contato com o adsorvente e o sistema atinge o equilíbrio, este estado de equilíbrio nada mais é do que a igualdade da velocidade em que as moléculas ou íons são adsorvidos/dessorvidos na superfície do adsorvente. É isso que o conceito de “equilíbrio” implica. Isto é, no equilíbrio, a adsorção e dessorção não deixam de ocorrer, mas sim que as suas velocidades (taxas) são iguais. Outro modelo frequentemente utilizado é a Isoterma deFreundlich. Este modelo proposto foi um dos primeiros a equacionar a relação entre a quantidade de material adsorvido e a concentração do material na solução em um modelo com características empíricas. Este modelo empírico pode ser aplicado a sistemas não ideais, em superfícies heterogêneas e adsorção em multicamada (CIOLA, 1981; MCKAY, 1996). O modelo considera o sólido heterogêneo, ao passo que aplica uma distribuição exponencial para caracterizar os vários tipos de sítios de adsorção, os quais possuem diferentes energias adsortivas (FREUNDLICH, 1906 apud FEBRIANTO, 2009), podendo ser representado pela Equação 2. 𝑞 = 𝐾𝑝 1 𝑛 (2) Sendo n a constante relacionada à heterogeneidade da superfície (constante de Freundlich). Analisando os pressupostos sugeridos pelo presente modelo e sua equação, é interessante comentar primeiramente que o modelo de Freundlich não impõe qualquer exigência de que a cobertura deve se aproximar de um valor constante, correspondente à formação de uma monocamada completa, à medida que a concentração ou a pressão aumenta. Contudo, analisando o processo de adsorção, vemos que isso é fisicamente impossível, o que podemos concluir que dados experimentais que possuem elevados valores de C não são bem ajustados à equação de Freundlich (COONEY, 1999). Também é mencionado na literatura que a equação de Freundlich implica que a distribuição de energia para os sítios de adsorção é essencialmente do tipo exponencial, ao invés do tipo uniforme como considerada no desenvolvimento da equação de Langmuir. De acordo com Cooney (1999), há evidências experimentais de que as distribuições de energia talvez não sejam estritamente do tipo exponencial. Assim, considera-se que alguns sítios são altamente energéticos e a ligação do soluto adsorvido se dá fortemente, enquanto alguns são muito menos enérgeticos e, consequentemente, a ligação se dá mais fracamente. Em geral, uma adsorção favorável tende a ter um valor de n (constante de Freundlich) entre 1 e 10. Quanto maior o valor de n (menor valor de 1/n), UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Engenharia Química Graduação em Engenharia Química 7 Uberlândia - 2018 mais forte a interação entre o adsorvato e o adsorvente. Por outro lado, quando o valor 1/n for igual a 1, isso indica que a adsorção é linear, ou seja, as energias são idênticas para todos os sítios de adsorção. Quando o valor de 1/n for maior do que a unidade, o adsorvente tem maior afinidade pelo solvente, sugerindo que há uma forte atração intermolecular entre os dois (DELLE-SITE, 2001). De acordo com Cooney (1999) a equação de Freundlich é incapaz de prever dados de equilíbrio de adsorção quando são utilizadas faixas de concentrações extremamente elevadas. Além disso, esta equação não é reduzida à expressão de adsorção linear, quando se tem uma concentração muito baixa. No entanto, geralmente, os trabalhos encontram- se dentro de uma faixa de concentração considerada moderada, podendo assim ser utilizada para ajuste de dados. Finalmente, o último modelo utilizado para ajuste da adsorção do CO2 em neste trabalho é a isoterma de Toth. O modelo de Toth é um modelo empírico derivado de um estudo de equilíbrio gás-sólido e baseado na adsorção sobre superfícies heterogêneas. Este modelo possui três parâmetros empíricos, e, assim como a isoterma de Langmuir, pode ser utilizado em equilíbrio líquido-sólido. A constante adimensional de Toth (n) pode assumir valores positivos, quando o seu valor é unitário, a isoterma de Toth torna- se idêntica à isoterma de Langmuir. A isoterma de Toth é representada pela Equação 3. 𝑞 = 𝑞𝑚á𝑥 ( 𝐾𝑝 (1 + (𝐾𝑝)𝑛) 1 𝑛 ) (3) 4. RESULTADOS E DISCURSSÕES A partir dos resultados obtidos pelo procedimento de Calleja (1998), foi possível ajustar parâmetros das equações de Langmuir, Freundlich e Toth. Os dados experimentais estão disposto na Tabela 1. Tabela 1 – Dados experimentais para a adsorção de CO2 em zeólita ZSM-5 (Si/Al=15) a T=293K p (kPa) q (mol/kg) 1,37 1,005 6,68 1,319 13,15 1,474 26,32 1,732 39,12 1,859 66,57 2,019 91,02 2,114 Para a obtenção dos parâmetros apresentados na Tabela 2, foi-se utilizado o Statistica® versão 10, adotando a estimação não linear dos parâmetros via Levenberg- Marquardt. Juntamente ao coeficiente de correlação que aponta a eficiência do ajuste do UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Engenharia Química Graduação em Engenharia Química 8 Uberlândia - 2018 modelo adotado, é apresentado também o desvio dos pontos calculados aos pontos teóricos experimentais. Este parâmetro foi calculado através da Equação 4. Tabela 2 – Parâmetros ajustados dos modelos de Isotermas para a adsorção do CO2 em zeólita ZSM-5 (Si/Al=15) a T=293K Modelos Parâmetros R2 Desvio qmáx(mol/kg) K (kPa -1) n Langmuir 1,961190 0,475564 - 0,80159 10,13526% Freundlich - 0,943178 5,522086 0,99693 1,084433% Toth 6,065 1664,574 6,756757 0,99228 2,226313% A partir dos ajuste foi possível plotar o gráfico dos três modelos estudados (linhas coloridas), assim como os valores experimentais (pontos), na Figura 3. Figura 3 – Ajuste dos modelos de isotermas para a adsorção do CO2 em ZSM-5 (Si/Al=15) a T=293K 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = 1 𝑛 ∑| 𝑞𝑖,𝑒𝑥𝑝 − 𝑞𝑖,𝑐𝑎𝑙𝑐 𝑞𝑖,𝑒𝑥𝑝 | . 100% 𝑛 𝑖=1 (4) UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Engenharia Química Graduação em Engenharia Química 9 Uberlândia - 2018 Através desses resultados podemos constatar que o melhor modelo para a adsorção estudada é o modelo de Freundlich, pois este apresenta o valor do coeficiente de correlação mais próximo de 1 e consequentemente o menor desvio. O modelo de Toth também apresentou resultados satisfatórios, entretanto o modelo de Langmuir não ajustou aos dados experimentais. Isto se deve ao números de pontos experimentais coletados. Durante a coleta dos dados de adsorção é desejável que medidas sejam extraídas até que o sistema entre em equilíbrio e a quantidade adsorvida permaneça constante, o que não ocorreu neste caso, conforme podemos analisar na Figura 3. Assim sendo, a suposição da adsorção estar ocorrendo em uma monocamada, não pode ser verificada, logo, é justificavél o baixo valor de correlação para o modelo de Langmuir. REFERÊNCIAS 1. ALI, R. K.; HULYA, K. Adsorption of Pb(II) ions from aqueous solution by native and activated bentonite: Kinectic, equilibrium and thermodynamic study. Journal of Hazardous Materials, v. 179, p. 332-339, 15 jul. 2010. Acesso em: 3 jul. 2018. 2. Allen, M. P.; Tildesley D. J. Computer Simulation of Liquids; Oxford University Press Inc.: New York, 1996. 3. ALLEN, S. J.; GAN, Q.; MATTHEWS, R.; JOHNSON, P. A. Comparison of Optimised Isotherm Models for Basic Dye Adsorption by Kudzu. Bioresource Technology, v. 88, p. 143-152, 2003. 4. Berlier, K.; Frère, M. Adsorption of CO2 on Microporous Materials. 1. On Activated Carbon and Silica Gel. J. Chem. Eng. Data 1997, 42, 533-537. 5. BOHN, H.L.; McNEAL, B.L.; O'CONNOR, G.A. Soil chemistry. New York: John Wiley, 1979. 329p. 6. CALLEJA, G., PAU, J., CALLES, J. A. 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