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Sujeitos do pagamento 2014 1

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SUJEITOS DO PAGAMENTO
Profª Ms. Rosane Felhauer
UniRitter
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Quem deve pagar? 
Quem pode pagar?
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Quem deve pagar:
Incumbe ao devedor a satisfação da obrigação. É o normal. É o principal interessado (art. 304). 
Tem o dever e o direito de pagar – desata o vínculo jurídico entre ele e o credor. 
E se o pagamento é feito por meio de auxiliares ou por procurador legal ou convencional? Eles realizam o ato material do pagamento – mas, quem cumpre a obrigação é o devedor.
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Quem pode pagar:
O pagamento pode ser feito por terceiro
a) terceiro interessado, ou 
b) terceiro não interessado.
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a) O terceiro interessado
Aqui o interesse é jurídico. Aquele de quem pode vir a ser exigido o pagamento. Faz o pagamento para livrar seus bens de execução judicial.
Exs: o fiador; o adquirente do imóvel hipotecado. 
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E se houver oposição do credor em receber o pagamento do terceiro interessado?
Esse pode se utilizar dos meios conducentes à exoneração do devedor (ex. consignação em pagamento). Art. 304, parte final.
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E se o terceiro interessado paga ao credor? Ele se sub-roga nos nos seus direitos contra o devedor.
Direito à sub-rogação (Art. 346,III)
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b) O terceiro não interessado 
Não há interesse jurídico (pode haver interesse outro, de ordem moral,por exemplo). 
b.1) Terceiro não interessado que paga em seu próprio nome. 
b.2) Terceiro não interessado que paga em nome do devedor (nomine debitoris). 
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b.1) Terceiro não interessado que paga em seu próprio nome. 
Tem direito ao reembolso, mas não à sub-rogação – Art. 305.
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b.2) Terceiro não interessado que paga em nome do devedor (nomine debitoris). Legitimidade extraordinária – art. 6º CPC, inclusive para consignatória no caso de recusa do credor. Art. 304, parágrafo único. 
(Doutrina entende que não terá direito sequer ao reembolso do que pagou – trata o pagamento como uma liberalidade, como uma doação – art. 305 “a contrario sensu”).
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E quando houver o desconhecimento ou oposição do devedor em caso de pagamento por terceiro (interessado ou não) e:
A) o devedor tinha meios de afastar toda a cobrança? 
Não há direito ao reembolso se o devedor tinha meios de ilidir (afastar) a ação do credor (cobrança da dívida), (ex: havia prescrição da dívida, ou esta poderia ser compensada). (art. 306CC) 
B) o devedor tinha meios de afastar parte da cobrança?
Entende-se que esse deve ao terceiro apenas o reembolso da quantia aproveitada com o pagamento (ex: dívida de R$ 200,00, mas prescrição de R$ 50,00. O devedor deve reembolsar o terceiro em R$ 150,00).
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O credor pode recusar receber o pagamento efetuado por terceiro?
Somente se houver justo motivo.
O que seria um motivo objetivamente justo? Ex: se o contrato proibir expressamente o pagamento por terceiro. Ou, se a obrigação é “intuitu personae”. 
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E quanto ao pagamento que importa em transmissão de bens? (art. 307)
O que efetua o pagamento deve ter a capacidade genérica e também a legitimidade para realizar a operação (poder alienar o objeto em que ele consistiu – ex: caso de dação em pagamento).
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E se o pagamento é feito em coisas fungíveis sem que o devedor ou terceiro tivesse poder para aliená-las sendo consumidas pelo credor de boa-fé? (parágrafo único do art. 307)
→ Nada pode ser reclamado do credor.
→ Resta ao verdadeiro proprietário do bem consumido reclamar do devedor a indenização ou devolução de coisa da mesma espécie qualidade ou quantidade.
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A quem se deve pagar?
A quem se pode pagar?
A quem não se deve pagar?
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A quem se deve pagar:
Art. 308 – “O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente...”
a) ao credor originário ou derivado (ex. credor derivado: - o herdeiro, quando do falecimento do credor; o cessionário, quando o crédito é cedido). 
 b) ao representante legal (pais, tutores, curadores); 
c) ao representante judicial (nomeado pelo juiz, como inventariante, síndico, administrador de empresa penhorada); e
d) ao representante convencional: aquele que recebe mandato.
OBS: Se alguém se apresenta munido do título da dívida, ou munido de quitação (311 CC) há presunção relativa de autorização para receber. 
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Quando o pagamento é realizado por pessoa que não seja o credor ou seu legítimo representante, será ineficaz. 
Somente será válido:
→ se o credor o ratificar (art. 308, parte final). 
→ se não for ratificado, na medida em que lhe aproveitar. 
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A quem se pode pagar:
De regra não vale o pagamento realizado a terceiro. 
Exceções:
a) a que se faz à pessoa indicada pelo credor (ex: estipulação em favor de terceiro; caso de seguro em que o segurado indica o beneficiário);
b) ao credor primitivo quando o devedor ignora a existência de cessão (teoria da aparência);
b) o que se faz ao credor putativo (309 CC).
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A quem não se deve pagar:
Não será válido o pagamento feito:
1-Ao credor incapaz de quitar (quando o devedor (solvens) tiver ciência de que o credor (accipiens) não possa dar a quitação). Mas, valerá se provar que o pagamento reverteu em favor do credor (310 CC).
2- Ao titular de crédito penhorado ou impugnado (não valerá apenas contra quem penhorou ou impugnou o crédito). É necessário, contudo, que o devedor tenha sido intimado seja da penhora seja da impugnação. 312 CC

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