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Micotoxinas - Parte II

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Profa Janete Eliza de Sá Soares 1 
Micotoxinas - Parte II 
Toxicologia II 
Departamento de Farmácia 
FFOE 
UFC 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 2 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
• Produzida pelo gênero Fusarium, principalmente F. 
roseum “graminearium”, em condições caracterizadas 
por alta umidade e temperaturas. 
 
• Lactona macrocíclica do ácido resorcílico. Estável à 
hidrolise. 
 
• Produto intermediário da síntese de -zeranol, 
promotor do crescimento veterinário (Ralgro). 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 3 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
 
 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 4 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
Ocorrência: 
 
• É encontrada principalmente em grãos de milho 
armazenado sob condições inadequadas. LMP no 
Brasil = 200g/kg = 0,20g/g = 200 ppb ou 0,20ppm. 
• Outros alimentos que sevem de substratos: trigo, 
cevada, aveia, centeio, banana, mandioca, sorgo, 
feijão, soja e nozes. 
• Quantidade desprezível no leite (ZEA ou  e -
zearalenol), ovos e outros produtos de origem animal. 
• Alimentos de origem vegetal: até 2.900 ppm (g/g). 
• Detectada em milho associada a tricotecenos. 
 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 5 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
Toxicocinética da Zearalenona: 
 
• Rapidamente absorvida pelo TGI. 
• Sofre metabolismo de 1a passagem no fígado. 
• Órgão alvo e de armazenamento: fígado. 
• Sofre redução enzimática (às custas do NADH e do 
NADPH): convertida a  e -zearalenol. 
• -zearalenol: 10 vezes mais ação estrogênica que a 
zearalenona. 
 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 6 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
Toxicocinética da Zearalenona: 
 
• Remoção renal e biliar na forma dos metabólitos mais 
polares. 
• 1,4g de zearalenona consumida por gado leiteiro: 0,7% 
no leite (2,9mg de zearalenona, 4,1mg de -zearalenol 
e 3,8mg de -zearalenol). 
 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 7 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
Aspectos toxicológicos da Zearalenona: 
 
• Baixa toxidade aguda. 
• Impacto veterinário: problemas com suínos e ovinos 
(infertilidade). 
• Hiperestrogenismo em suínos (milho contaminado na 
ração). 
• Ação estrogênica e promotora do crescimento 
(anabólica). 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 8 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
Aspectos toxicológicos da Zearalenona: 
 
• Doses diárias por 8 dias consecutivos de 1mg de 
zearalenona produzem síndrome estrogênica em 
suínos. 
• Síndrome estrogênica: prolapso vaginal, atrofia dos 
ováros, hipertrofia do útero e das mamas. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 9 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
Toxicodinâmica da Zearalenona: 
 
• Semelhança estrutural entre estrógenos e zearalenona 
e seus derivados  e -azeralenol. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 10 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
Toxicodinâmica da Zearalenona: 
 
• Difusão passiva atravessa a membrana celular e liga-se 
na fração solúvel aos receptores proteicos celulares. 
• A ZEA adota a mesma conformação dos estrógenos 
permitindo sua ligação aos receptores estrogênicos. 
• Atividade estrogênica. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 11 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
Toxicodinâmica da Zearalenona: 
 
• Ação teratogênica e mutagênica em fase de estudo. 
• Ação carcinogênica em rato e camundongos com 
incidência de adenoma hepatocelular e pituitário. 
• Em humanos, possibilidade de causar câncer cervical 
e formação prematura de seios (não provada). 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 12 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
Sintomas e sinais da intoxicação por ZEA em animais: 
 
• Em mamíferos: Prolapso vaginal e retal, hipertrofia 
vulvar destruição ocasional da vagina, aumento das 
glândulas mamárias, inibição da fecundação e abortos, 
presença de natimortos, desenvolvimento de mamas 
em leitões, falso cio. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 13 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
Sintomas e sinais da intoxicação por ZEA em 
animais: 
 
• Hiperestrogenismo, principalmente em suínos, 
resulta em edema vulvar, prolapso vaginal, atrofia 
dos ovários, hipertrofia de mamas e útero, aborto 
e crescimento de mamas e atrofia dos testículos 
nos machos.(com 450 ppb: mortalidade de 
fêmeas em lactação. Falta de coordenação-
motora dos membros posteriores, não se 
alimentam). 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 14 
 ZEARALENONA (ZEA) 
Micotoxinas – Parte II 
Sintomas e sinais da intoxicação por ZEA em animais: 
 
• Em aves: Hipertrofia hepática, renal, cardíaca, fibrose 
intersticial do testículo, efeito no nível de estrogênio, 
atrofia do testículo e crista. 
Milho contaminado: F. roseum. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 15 
 FUMONISINAS 
Micotoxinas – Parte II 
• Produzidas por diversas espécies de Fusarium. 
• Predominância de F. moniliforme e F. proliferatum. 
• Principal substrato: milho e seus derivados. 
• Outros alimentos contaminados: trigo, arroz e rações. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 16 
 FUMONISINAS 
Micotoxinas – Parte II 
• Principais fumonisinas: 
Fumonisina B1 (FB1) Mais abundante (70% das fumonisinas) 
Fumonisina B2 (FB2) Concentração intermediaria 
Fumonisina B3 (FB3) Menor concentração 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 17 
 FUMONISINAS 
Micotoxinas – Parte II 
• Poliálcoois esterificados pelo ácido tricarboxílico1,2,3-
propano. 
 
• Fumonisina B1 (abaixo, HO no C10) e Fumonisina B2 (H 
no C10) 
 
 
 
 
 
 
Toxicocinética: 
 
•  lipossolubilidade   velocidade de absorção 
gastrintestinal. 
 
• Eliminação fecal da quantidade não absorvida. 
 
• Fumonisinas absorvidas e seus possíveis produtos de 
biotransformação  eliminação renal. 
 
• Não encontradas no leite, ovos e carnes de animais 
alimentados com rações contaminadas. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 18 
 FUMONISINAS 
Micotoxinas – Parte II 
Aspectos toxicológicos: 
 
• A fumonisina B1  atividade carcinogênica (iniciação e 
promoção)  hepatóxica, nefrotóxica e 
hepatocarcinogênica em ratos. Mecanismos não 
definidos. 
• A contaminação com fumonisinas em milho e seus 
derivados  na ocorrência de câncer esofágico em 
humanos (África do Sul e no nordeste da Itália). 
• Promoção do câncer hepático primário  interação 
com tricotecenos. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 19 
 FUMONISINAS 
Micotoxinas – Parte II 
Aspectos toxicológicos: 
 
• “International Agency for Research on Cancer” – IARC 
classificou as toxinas de F. moniliforme como 
pertencentes à Classe 2B, possivelmente carcinogênico 
a seres humanos. 
 
• Outras ações tóxicas: leucoencefalomalácia (LEME) em 
equinos, edema pulmonar em suínos e hemorragia 
cerebral em coelhos, agente de câncer hepático em 
ratos. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 20 
 FUMONISINAS 
Micotoxinas – Parte II 
Aspectos toxicológicos: 
 
• Os animais mais suscetíveis a intoxicação por 
fumonisina são as aves, suínos e equinos. 
 
• LMP para fumonisinas (Suíça): 1000ng/g. 
 
• A presença deste composto é tolerável até 5 ppm no 
milho. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 21 
 FUMONISINAS 
Micotoxinas – Parte II 
• Grupos de metabólitos secundários produzidos por 
fungos do gênero Fusarium. 
• Produtos agrícolas de clima temperado, que constituem 
substratos para o crescimento de Fusarium 
graminearum, F. culmorum e F. crookwellense. 
• Outros gêneros produtores: Trichoderma, Trichotheciume Myrothecium. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 22 
 TRICOTECENOS 
Micotoxinas – Parte II 
• Sesquiterpenóides com núcleo tricotecano. 4 grupos: A, 
B, C e D. 
 
 
 
 
 Toxina T-2 Nivalenol (NIV) 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 23 
 TRICOTECENOS 
Micotoxinas – Parte II 
• Tricoteceno Tipo A: Toxina T-2. 
 
• Tricoteceno Tipo B: nivalenol (NIV), 4-desoxinivalenol 
(DON ou vomitoxina). 
 
• Solúveis em álcool, acetona, acetato de etila e 
clorofórmio, mas pouco em água. 
 
• Estáveis à temperatura ambiente por anos. Alguns 
afetados por cozimentos (outros podem ser aquecidos a 
100º C/1 hora sem perda da atividade). 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 24 
 TRICOTECENOS 
Micotoxinas – Parte II 
Desoxinivalenol (DON): 
 
• Ocorrência: trigo, cevada, aveia, milho (90mg/kg) e 
batatas. Presente em carnes de aves e ovos. Também 
sorgo, amendoim, feno e rações. 
• DON é hidrossolúvel (como o NIV). 
• Certa estabilidade química (não se decompõe em meio 
ácido). 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 25 
 TRICOTECENOS 
Micotoxinas – Parte II 
Aspectos toxicocinéticos do DON: 
 
• Fácil e rápida absorção por TGI em animais. 
• Biodisponibilidade do DON: 50-60% 
• Distribuição homogênea, sem depósito no tecido 
adiposo. 
• O epóxido presente é o responsável pela sua 
toxicidade. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 26 
 TRICOTECENOS 
Micotoxinas – Parte II 
Aspectos toxicocinéticos do DON: 
 
• Biotransformação: desepoxidação (citocromo P-450) e 
conjugação com o ácido glicurônico (bovinos); apenas 
conjugação (carneiros), apenas desepoxidação (ratos). 
• Encontrado nas fezes: ou por deficiência na absorção 
TGI ou por excreção via biliar. 
• Excretado no leite. 
• Sem IDA ou ISA. 
• LMP: 1000g/kg (produtos de trigo, EUA). 
 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 27 
 TRICOTECENOS 
Micotoxinas – Parte II 
Toxicodinâmica dos tricotecenos: 
 
• Inibição da peptiltransferase  impede a incorporação 
de aa do começo ao final da cadeia proteica (tecidos de 
rápida mudança celular). 
• Inibem a produção de energia  afeta as membranas 
celulares. 
• Atuam sobre as aminas biogênicas do cérebro. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 28 
 TRICOTECENOS 
Micotoxinas – Parte II 
Sinais e sintomas: 
 
• Irritação local da pele e mucosas. 
• Alterações neurológicas do SNC (em aves). 
• Alterações do sistema hematopoiético e linfático. 
• Diátese hemorrágica. 
• Aplasia medular nos casos severos. 
• Imunossupressão. 
• Os tricotecenos do tipo B causam a Aleucia Tóxica 
Alimentar (ATA): sinais e sintomas  angina, cefaleia e 
vômitos; morte por leucopenia seguida de hemorragia. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 29 
 TRICOTECENOS 
Micotoxinas – Parte II 
Histórico de intoxicações por tricotecenos: 
 
• Uso como arma biológica no sudoeste da Ásia. 
• Grande epidemia na Rússia durante a 2ª Guerra 
Mundial. 
• Pequenas epidemias no Japão e na Índia: consumo de 
trigo, sopa de aveia, arroz e cevada. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 30 
 TRICOTECENOS 
Micotoxinas – Parte II 
• Fungo produtor: Aspergillus flavus. 
• Alimentos mais susceptíveis: trigo, arroz, milho, 
cevada. 
• Semelhanças estruturais e tóxicas com as aflatoxinas. 
• Núcleo xantona + difurano. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 31 
 ESTERIGMATOCISTINA (EC) 
Micotoxinas – Parte II 
• Propriedades biológicas e bioquímicas  aflatoxina B1. 
• Hepatocarcinogênica (genotóxica). 
• Mecanismo de ação tóxica: formação de epóxidos que 
se ligam ao N7 da guanina no DNA. 
• Estudos epidemiológicos e de determinação de 
multitoxinas em alimentos: sem detecção da 
esterigmatocistina. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 32 
 ESTERIGMATOCISTINA (EC) 
Micotoxinas – Parte II 
• Principais fungos produtores: Aspergillus alutaceus (= 
A. ochraceus)  contamina grãos em condições de  
umidade. 
• Outros produtores: Penicillium verrucosum 
(contamina grãos armazenados no nordeste europeu e 
no Canadá   5º C). 
• Principais substratos do fungo: grãos de café verde 
e torrados, especiarias, cacau, soja, amendoim, arroz, 
cevada, milho, trigo, sorgo, aveia, feijão, óleo de oliva, 
centeio, farinha de mandioca crua, ração animal. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 33 
 OCRATOXINA (OCR ou OT) 
Micotoxinas – Parte II 
• São amidas da L--fenilalanina com 
desidroisocumarinas: grupo de 7. 
 
• Ocratoxinas A, B e C: mais conhecidas. 
 
 
 
 
 
Ocratoxina A (OTA) 
 Profa Janete Eliza de Sá Soares 34 
 OCRATOXINA (OCR ou OT) 
Micotoxinas – Parte II 
• A Ocratoxina A é a mais tóxica e a mais abundante 
• A OTA hidrolisa-se em fenilalanina e isocumarina. 
• OTA: estável sob refrigeração; instável sob luz 
fluorescente. 
• OTA: solúvel em solventes orgânicos e pouco em água. 
• Comporta-se como um ácido fraco. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 35 
 OCRATOXINA (OCR ou OT) 
Micotoxinas – Parte II 
Toxicocinética da OTA: 
 
• Eficiente absorção pelo TGI (mecanismo bifásico). 
• Sofre efeito de 1ª passagem. 
• Biodisponibilidade de 50-65%: em aves, suínos e 
roedores. 
• Liga-se à albumina. 
• Compete com fármacos pelos sítios de ligação de 
proteínas. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 36 
 OCRATOXINA (OCR ou OT) 
Micotoxinas – Parte II 
Toxicocinética da OTA: 
 
• Os rins  maior distribuição da OTA. 
• OTA no fígado  fenilalanina e isocumarina. 
• Eliminação predominante dos metabolitos: renal. 
• Excreção intestinal: por difusão passiva do sangue para 
a luz intestinal. 
• Excreção no leite: difusão passiva. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 37 
 OCRATOXINA (OCR ou OT) 
Micotoxinas – Parte II 
Aspectos toxicológicos da OTA: 
 
• Alvo primário: rins. 
• Alvo secundário: fígado. 
• OTA  ocratoxicose  nefropatia com atrofia tubular e 
fibrose intersticial (aves e suínos), hepatoxicidade 
(suínos e não-ruminantes), carcinogênese no epitélio 
tubular renal (camundongos machos; em ratos machos 
e fêmeas). 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 38 
 OCRATOXINA (OCR ou OT) 
Micotoxinas – Parte II 
Aspectos toxicológicos da OTA: 
 
• Nefropatia endêmica dos Balcãs (NEB): doença crônica 
associada ao consumo de alimentos com OTA (sem relação 
causal direta). 
• A NEB  mulheres acima dos 40 anos   incidência de 
tumores no sistema urinário (câncer de pélvis renal e 
ureteres com risco relativo de 88:1, resto do sistema 28:1). 
• “International Agency for Research on Cancer” – IARC 
classificou a OTA no grupo 2B, possivelmente carcinogênico 
a seres humanos (evidência experimental, mas inadequada 
para humanos). 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 39 
 OCRATOXINA (OCR ou OT) 
Micotoxinas – Parte II 
Aspectos toxicológicos da OTA: 
 
• A OTA dificulta a coagulação do sangue e diminui a 
defesa do organismo contra infecções em muitos 
animais. 
• LMP de OTA: 5 g/Kg (cereais, na França), 50 g/Kg 
(vários cereais, no Uruguai), 20 g/Kg (grãos verdes de 
café, na Grécia). 
• A tolerância permitida de OTA é de 50 ppb (em milho e 
rações). 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 40 
 OCRATOXINA (OCR ou OT) 
Micotoxinas – Parte II 
• Produzida principalmente por Penicillium expansum, 
contaminante de comum de maça e outras frutas. 
• Outras espécies dos gêneros Penicillium, 
Byssochlamis., Gymnococcus., Phelomyces. e 
Aspergillus também são produtoras. 
• Substratos: frutas, sucos de frutas (maça, uva), grãos, 
queijos, carnes curadas. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 41 
 PATULINA 
Micotoxinas – Parte II 
• Patulina é uma lactonado grupo dos 
policetídeos: 
 4-hidroxi-4H-furo[3,2]piran-2(6H)-ona. 
• Solúvel em água e em etanol. 
• Instável em soluções alcalinas e de 
compostos sulfurosos (inativa eventual 
contaminação). Profa Janete Eliza de Sá Soares 42 
 PATULINA 
Micotoxinas – Parte II 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 43 
 PATULINA 
Micotoxinas – Parte II 
1 cm 
 
 
Remover 1cm a partir 
área lesionada. 
Parte lesada: 93-99% de patulina. 
• Fungos produtores de patulina: não são destruídos 
pelo  de temperatura (formação de ascósporos). 
• Redução de teores no suco de maça: em 4% 
(pasteurização), em 1,6% (despectinização) e em 
18,4% (concentração). 
• Reage com grupos sulfidrilas de proteínas de 
alimentos que não a maça  difícil detecção. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 44 
 PATULINA 
Micotoxinas – Parte II 
Aspetos toxicocinéticos: 
 
• Eficiente absorção pelo TGI. 
• Eliminação: fezes (46%), urina (36% como 
metabólito), 2% (ar expirado com CO2). 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 45 
 PATULINA 
Micotoxinas – Parte II 
Aspetos toxicológicos: 
 
• Intoxicação aguda experimental: edema pulmonar, 
processos hemorrágicos, danos nos capilares 
hepáticos, do baço e dos rins e edema cerebral. 
 
• Provável ação carcinogênica   e -insaturações ou 
à formação de ligação dupla na posição 4 do anel da 
lactona. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 46 
 PATULINA 
Micotoxinas – Parte II 
Aspetos toxicológicos: 
 
• Ação genotóxica  estudos não conclusivos. 
 
• Carcinogenicidade por injeção subcutânea em ratos. 
 
• Administração oral da patulina produz irritação 
estomacal, náuseas e vômitos. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 47 
 PATULINA 
Micotoxinas – Parte II 
Aspetos toxicológicos: 
 
• ISA provisória (ingestão semanal aceitável) = 7,0g/kg 
de p.c. 
• IDA provisória = 0,1 g/kg de p.c. 
• Os animais suscetíveis a esta toxina são: bovinos, 
suínos, coelhos e ratos. 
• Riscos para população infantil: maça e suco de maça. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 48 
 PATULINA 
Micotoxinas – Parte II 
• Controle da presença de micotoxinas  evitar a sua 
formação. 
• Evitar formação: 
• Boas técnicas de cultivo; 
• Armazenamento adequado(umidade e ventilação). 
• Descontaminação de alimentos e rações animais: 
• Processos físicos; 
• Processos químicos; 
• Processos biológicos. 
Profa Janete Eliza de Sá Soares 49 
 Descontaminação de alimentos e rações animais 
Micotoxinas – Parte II 
Técnica Exemplo Resultado 
Limpeza dos grãos Fumonisinas do milho s/ descontam. total 
Segregação de alimentos contaminados 
visivelmente 
Amendoim submetido a escolha 
eletrônica ou tratado com radiação 
Poucas vantagens 
Lavagem com água ou solução de 
bicarbonato 
Milho contaminado por Fusarium 
(zearalenona, DON, fumonisinas) 
Redução das micotoxinas. 
Aquecimento a 150-220º C 
87-100% de redução de 
fumonisinas 
Poucas vantagens 
Micro-ondas em alta potência 
Destruição de aflatoxinas e 
tricotecenos, (amendoim e milho, 
respectivamente). 
Adição de adsorventes Ração animal Método mais atual. 
Radiações (raios , raio-X, UV, visível) Aflatoxinas Certo sucesso 
Extração por solventes 
Uso de derivados de 
hidrocarbonetos 
 extração e resíduos 50 
 Processos físicos: 
Micotoxinas – Parte II 
51 
 Processos químicos: 
Micotoxinas – Parte II 
Técnica Exemplo Resultado 
Tratamento com peróxido de 
hidrogênio 
Proteína de amendoim 
contaminada com 
aflatoxinas 
Bom resultados 
Tratamento com amônia 
Produtos contaminados 
com aflatoxinas e 
fumonisinas 
Uso comercial 
Tratamento com bissulfito de 
sódio e peróxido de hidrogênio 
Figos secos contaminados 
com DON e aflatoxinas 
Eficaz destruição 
52 
 Processos biológicos: 
Micotoxinas – Parte II 
Técnica Exemplo Resultado 
Uso de microorganismo: 
Flavobacterium aurantiacum 
Destruição de aflatoxinas Promissora 
53 
 Processamentos de Alimentos: 
 
 
 
 
 
 
 Exemplos: torrefação do café ( OCRA), 
refinamento do óleo de algodão e amendoim ( 
s/ AF), moagem de milho em meio úmido ( 
ZEA, AFs, fumonisinas no amido), produção de 
cerveja ( s/ OCRA). 
 Fim... 
Micotoxinas – Parte II 
TÉCNICA RESULTADO 
Polimento, moagem, refinamento de 
óleos vegetais, processos de panificação, 
cozimento, fermentação, etc. 
Destruir ou diminuir os 
teores de micotoxinas. 
Redistribuir as micotoxinas.

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