Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 ECO 1721 - Introdução à Estatística Econômica 13-Testes sobre Médias e Total Resumo Teórico Professores: Thadeu Keller Filho e Juarez Figueiredo 13.1 Estatística de Decisão Considere-se um universo X de média e variância 2 e seja 1 2 nX ,X ,...,X uma amostra aleatória de tamanho n desse universo. Defina-se a média aritmética da amostra: (1) j j=1 1 n nX X n Nos testes que serão considerados, nX será adotada como estatística de decisão. Consideraremos apenas os casos em que forem verificadas pelo menos uma das se- guintes condições: Condição I O universo possui distribuição normal: X ~ 2;N ; Condição II O tamanho da amostra é no mínimo igual a 30. Sob a Condição I, a média amostral possui distribuição normal: nX 2;N n . Sob a Condição II, o Teorema do Limite Central permite afirmar que a média amostral possui, aproximadamente, distribuição normal: a) No caso de Amostra Aleatória Simples (AAS) nX ~ 2 N ; n b) No caso de Amostra Aleatória sem Reposição (ASR) nX ~ 2 1 N n N ; n N 2 13.2 Estatísticas do Teste Considere-se um teste de hipóteses no qual a hipótese nula especifica que a média do universo é igual a determinado valor :o (2) :o oH Se forem atendidas as condições I ou II e se oH for verdadeira, podemos admitir que a estatística de decisão possua, exata ou aproximadamente, distribuição normal: a) No caso de Amostra Aleatória Simples (AAS) (3a) nX ~ 2 N ; n b) No caso de Amostra Aleatória sem Reposição (ASR) (3b) nX ~ 2 1 N n N ; n N Para calcular as probabilidades associadas ao teste, serão consideradas duas possi- bilidades: 1o. Caso: A variância do universo é conhecida Neste caso, a distribuição da estatística de decisão não tem parâmetros desconheci- dos. Entretanto, por conveniência de cálculo, efetua-se a transformação: a) No caso de Amostra Aleatória Simples (AAS) (4a) 0nX / n Z que define uma variável aleatória com distribuição normal padrão: (5a) 0 1N ,Z b) No caso de Amostra Aleatória sem Reposição (ASR) (4b) 0 1 nX N n Nn Z que define uma variável aleatória com distribuição normal padrão: (5b) 0 1N ,Z A variável aleatória definida pela (4a) ou pela (4b) é adotada como Estatística do Teste quando a variância do universo é conhecida. 3 2o. Caso: A variância do universo é desconhecida Neste caso, a distribuição da estatística de decisão possui um parâmetro desconhe- cido, 2 , que necessita ser estimado. Para isso utiliza-se a variância amostral: a) No caso de Amostra Aleatória Simples (AAS) (6a) 2 2 2 j j j=1 j=1 1 1 1 n n n S X X n n n b) No caso de Amostra Aleatória sem Reposição (ASR) (6b) 2 2 2 j j j=1 j=1 1 1 1 1 n n N n S X X N n n n Para tornar viável o cálculo das probabilidades associadas ao teste, efetua-se a transformação: a) No caso de Amostra Aleatória Simples (AAS) (7a) 0nXT S n b) No caso de Amostra Aleatória sem Reposição (ASR) (7b) 0 1 nXT S N n Nn que define uma variável aleatória com distribuição de Student de 1n graus de li- berdade. Como essa distribuição não possui parâmetros desconhecidos, a variável aleatória T é adotada como Estatística do Teste quando a variância do universo é desconhecida. 13.3 Região de Rejeição (ou Região Crítica) Todo teste de significância especifica um conjunto de valores reais que a estatística de decisão pode assumir quando 0H é verdadeira, mas cuja ocorrência gera a crença de que a hipótese é falsa, por ser um evento pouco provável. Esse conjunto de valo- res recebe o nome de Região de Rejeição, ou Região Crítica. 4 13.4 Região de Aceitação É o conjunto complementar da Região de Rejeição em relação ao conjunto dos nú- meros reais. Quando a estatística de decisão assume valores nessa região, a hipótese nula deve ser aceita, pois não há razões para se acreditar que ela seja falsa. 13.5 Construção dos Testes Na construção dos testes de significância sobre a média de um universo, admitire- mos terem sido fixados a priori: (i) um valor pressuposto para a média do universo, ;o (ii) o tamanho da amostra, n; (iii) o nível de significância, . 13.5.1 Teste Bilateral Especificação: (8) 0 0 1 0: :H H Números Críticos No caso do teste bilateral sobre a média, a região de aceitação é definida como um intervalo centrado no valor de o , cuja semi-amplitude será denotada por e cujos delimitadores são dois números reais, 1 2ec c , denominados Números Críticos: (9) Região de Aceitação: 1 2 1 2; onde o oc c , c c Determinação dos números críticos Se 0H é verdadeira e a estatística de decisão assume valores na região de aceitação, a hipótese deve ser aceita. A probabilidade de que isso ocorra é o nível de confiança do teste. Assim, a determinação dos números críticos deve ser feita de tal forma que (10) 1 2 1 21 n n o n oP X c ,c P c X c P X n oP X Mais uma vez consideremos duas possibilidades: (I) Teste Z: A variância do universo é conhecida Nesta hipótese, faz-se a transformação ,Z definida pela (4a) ou pela (4b): a) No caso de Amostra Aleatória Simples (AAS) 5 (11a) 1 n oXP n n n = P zz Z onde (12a) z n z n b) No caso de Amostra Aleatória sem Reposição (ASR) (11b) 1 1 1 1 n oXP N n N n N n N N Nn n n = P zz Z onde (12b) 1 z N n Nn 1 z N n Nn Nota: O procedimento para a obtenção dos números críticos segue os mesmos passos que os da determinação do intervalo de confiança para a estimação da média. Pode-se notar que a expressão de obtida na (12a) ou na (12b) coincide com a do erro de amostragem para a estimação de , quando a variância do universo é conhecida. Determinação de z Tendo em vista a (5a) ou a (5b), Z possui distribuição normal padronizada. Portan- to, de acordo com (11a) ou (11b), o valor de z é o da abscissa de uma distribuição normal padrão que possui à sua direita a área 2 . Os valores de z podem ser obti- dos na Tabela I, impondo a condição: (13) 0 5000 2z , Habitualmente o valor de z obtido na (13) é anotado 2/z . Logo, os números críticos têm por expressão: a) No caso de Amostra Aleatória Simples (AAS) (14a) 1 0 2 0 z z c c n n b) No caso de Amostra Aleatória sem Reposição (ASR) (14b) 1 0 2 0 1 1 z N n z N n c c N Nn n 6 Regra de Decisão Em uma amostra efetiva, 12 nx ,x ,...,x , a determinação da estatística de decisão tem por expressão: (15) j j=1 1 n x x n Define-se, então, a seguinte Regra de Decisão: (16) (i) Se 1 2c x c , aceita-se 0H ao nível de significância ; (ii) caso contrário, rejeita-se 0H ao nível de significância . Regra de Decisão Alternativa Faça-se: a) No caso de Amostra Aleatória Simples (AAS) (17a) 0 o x / n z ou b) No caso de Amostra Aleatória sem Reposição (ASR) (17b) 0 1 o x N n Nn z Verifica-se, facilmente, que a regra de decisão definida pela (16) é equivalente à seguinte: (18) (i) Se 2o /z z , aceita-se 0H ao nível de significância ; (ii) caso contrário, rejeita-se 0H ao nível de significância . (II) Teste t : A variância do universo é desconhecida Neste caso, faz-se a transformação T definida pela (7a) ou pela (7b): a) No caso de Amostra Aleatória Simples (AAS) (19a) 1 n oXP S n S n S n = t tP T onde (20a) t S n t S n 7 b) No caso de Amostra Aleatória sem Reposição (ASR) (19b) 1 1 1 1 n oXP S N n S N n S N n N N Nn n n = t tP T onde (20b) 1 t S N n Nn 1 t S N n Nn Nota: O valor de obtido na (20a) e na (20b) coincide com a do erro de amostragem cor- respondente para a estimação de , quando a variância do universo é desconheci- da. Determinação de t Tendo em vista a (7), T possui distribuição de Student com 1n graus de liberda- de. Logo, de acordo com (19a) ou (19b), o valor de t é o da abscissa que nessa dis- tribuição possui à sua direita a área 2 . Os valores de t podem ser obtidos na Ta- bela II, com as seguintes entradas: (21) Linha 1: n Coluna: 1 2p / Na Tabela II, o valor da abscissa obtida com as entradas dadas em (21) será anotado pt , sendo também comum a notação 2/t . Portanto, os números críticos têm por expressão: a) No caso de Amostra Aleatória Simples (AAS) (22a) 1 0 2 0 p pS S c c n n t t b) No caso de Amostra Aleatória sem Reposição (ASR) (22b) 1 0 2 0 1 1 p pS SN n N n c c N Nn n t t Regra de Decisão Define-se, então, a seguinte Regra de Decisão: (23) (i) Se 1 2c x c , aceita-se 0H ao nível de significância ; (ii) caso contrário, rejeita-se 0H ao nível de significância . 8 Nota: No teste ,Z os números críticos são fixos, podendo ser utilizados sem modificação em várias amostras efetivas. No teste T entretanto, os números críticos não são constantes, pois dependem dos valores de S que variam nas diversas amostras efe- tivas. Regra de Decisão Alternativa Faça-se: a) No caso de Amostra Aleatória Simples (AAS) (24a) 0 o x t S / n b) No caso de Amostra Aleatória sem Reposição (ASR) (24b) 0 1 o x t S N n Nn É fácil demonstrar que a regra de decisão definida pela (23) é equivalente a (25) (i) Se o pt t , aceita-se 0H ao nível de significância ; (ii) caso contrário, rejeita-se 0H ao nível de significância . Nota: Em um teste bilateral, quando 0H for rejeitada ao nível de significância , diz-se que o valor observado de x é significantemente diferente de o , ao nível de signifi- cância . 13.5.2 Teste Unilateral à Direita Especificação: (26) 0 0 1 0: :H H A construção deste teste é inteiramente análoga à do teste bilateral, com as seguin- tes modificações: a) Número Crítico Existe um único número crítico, situado à direita de 0 , definido por: (27) oc , onde: (28) No teste Z : (28a) z n com 0 5000z , .................se AAS 9 (28b) 1 z N n Nn com 0 5000z , ....se ASR (29) No teste t : (29a) pt S n com 1p ...............................se AAS (29b) 1 pt S N n Nn com 1p ...................se ASR b) Regra de Decisão (30) (i) Se x c, rejeita-se 0 ,H ao nível de significância ; (ii) caso contrário, aceita-se 0 ,H ao nível de significância . c) Nomenclatura na rejeição de 0:H Se 0H for rejeitada ao nível de significância , diz-se que o valor observado de x é significantemente maior que o , ao nível de significância . 13.5.3 Teste Unilateral à Esquerda Especificação: (31) 0 0 1 0: :H H Este teste tem construção inteiramente análoga ao anterior, com as seguintes modi- ficações: a) Número Crítico: Existe um único número crítico, situado à esquerda de 0 , definido por: (32) oc Onde assume as expressões definidas em (28) e (29). b) Regra de Decisão (33) (i) Se x c, rejeita-se 0 ,H ao nível de significância ; (ii) caso contrário, aceita-se 0 ,H ao nível de significância . c) Nomenclatura na rejeição de 0H Se 0H for rejeitada ao nível de significância , diz-se que o valor observado de x é significantemente menor o , ao nível de significância . 10 13.6. Testes sobre Total Os testes sobre o total seguem, com grande analogia, os correspondentes testes sobre a média. 13.6.1. Estatística de Decisão e Distribuição de Probabilidade Estatística de Decisão A estatística de decisão nos testes relativos ao total é (34) j j=1 1 n nN X N X n ˆ Distribuição de Probabilidade da Estatística de Decisão Acompanhando a estatística média amostral, a distribuição de probabilidade dessa estatística de decisão é aproximadamente normal ou aproximadamente T de Student: (i) Se a variância do universo é conhecida (35) ˆ ~ 2 2 0 1 N n N ; N n N e 0 0 1 1 n ˆNX N n N n N N N Nn n Z (ii) Se a variância do universo é desconhecida (35) ˆ ~ 0 0 1 1 nNX S N n S N n N N N Nn n ˆ t 13.6.2. Construção da Regra de Decisão (i) Se a variância do universo é conhecida (36a) 1 z N n N Nn 1 z N n N Nn (ii) Se a variância do universo é desconhecida (36b) 1 t S N n N Nn 1 t S N n N Nn 13.6.3 Teste Bilateral Nesse há dois valores críticos que são: (i) Se a variância do universo é conhecida (37a) 1 0 2 0 1 1 z N n z N n c N c N N Nn n 11 (ii) Se a variância do universo é desconhecida (37b) 1 0 2 0 1 1 p pS SN n N n c N c N N Nn n t t 13.6.4 Teste Unilateral à Esquerda Nesse caso o valor crítico é: (i) Se a variância do universo é conhecida (38a) 0 1 z N n c N Nn (ii) Se a variância do universo é desconhecida (38b) 1 0 1 p S N n c N Nn t 13.6.5 Teste Unilateral à Direita Nesse caso o valor crítico é: (i) Se a variância do universo é conhecida (39a) 0 1 z N n c N Nn (ii) Se a variância do universo é desconhecida (39b) 0 1 pS N n c N Nn t ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 12
Compartilhar