Buscar

Ansiolíticos e antidepressivos

Prévia do material em texto

Farmacologia
Drogas que afetam o SNC
Drogas ansiolíticas e antidepressivas
Professor: Ricardo Ferreira Nunes
Considerações gerais
As drogas que afetam o SNC, algumas vezes denominadas drogas de ação central, são amplamente classificadas como depressores ou estimulantes do SNC.
Os depressores do SNC produzem depressão geral do SNC quando administradas em doses suficientes. São muito mais utilizadas, clinicamente, do que as drogas estimulantes.
As drogas estimulantes do SNC são menos comuns do que as depressoras, devido ao seu elevado teor tóxico e comprometimento da função normal do cérebro.
 		
 	
ESTIMULAÇÃO DO SNC
Os estimulantes do SNC produzem vários efeitos. O estímulo leve é caracterizado por vigília, alerta mental e diminuição da fadiga. 
O aumento da estimulação produz hiperatividade, nervosismo e insônia. 
A estimulação excessiva pode causar convulsões, arritmias cardíacas e a morte. 
 
São menos utilizadas terapeuticamente do que os depressores do SNC. O único caso que é usado terapeuticamente é o metilfenidato (Ritalina®). A Ritalina® somente será usada em caso de Transtorno de Déficit de Atenção (TDA).
 		
 	
DEPRESSÃO DO SNC
	A depressão do SNC pode ser caracterizada como leve, progressiva ou acentuada.
A depressãoleve do SNC é caracterizada por ausência de interesse no ambiente e incapacidade de concentrar-se em um tópico. 
À medida que a depressão progride, há letargia ou sono, diminuição do tônus muscular, diminuição da capacidade de se movimentar e diminuição da percepção de sintomas como dor, calor e frio. 
A depressão acentuada do SNC provaca inconsciência ou coma, perda dos reflexos, insuficiência respiratória e morte. 
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
Considerações gerais
Uma ampla variedade de agentes tem a capacidade de deprimir a função do sistema nervoso central (SNC), provocando calma ou sonolência (sedação). Os agentes sedativo-hipnóticos mais antigos deprimem o SNC de acordo com a dose, produzindo progressivamente sedação, sono, inconsciência, anestesia cirúrgica, coma e, por fim, depressão fatal da respiração e da regulação cardiovascular.
Os agentes sedativo-hipnóticos, em particular os benzodiazepínicos, também são utilizados para produzir sedação e amnesia antes ou no decorrer de procedimentos diagnósticos ou cirúrgicos, e alguns, notadamente determinados barbitúricos, são utilizados em altas doses para induzir ou manter a anestesia cirúrgica
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
Considerações gerais
Agentes ansiolíticos e sedativo-hipnóticos são depressores do SNC com efeitos semelhantes.
Drogas ansiolíticas e sedativas promovem relaxamento de músculos esqueléticos, como efeitos secundários. As drogas ansiolíticas são usadas para combater ansiedade.
O agente sedativo reduz a atividade, modera a excitação e acalma o indivíduo, enquanto o agente hipnótico produz sonolência e facilita o inicio e a manutenção de um estado de sono, que se assemelha ao sono natural em suas características eletoencefalográficas e do qual o individuo pode ser facilmente acordado.
A diferença entre os efeitos é a dosagem. 
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
Ansiedade
 A ansiedade é um distúrbio comum que pode ser denominado nervosismo, tensão, preocupação, etc.
Ocorre quando uma pessoa considera uma situação ameaçadora para o seu bem estar físico, emocional, social ou econômico. 
Existem muitas causas cotidianas, mas também ocorrem por eventos episódicos, como: doença aguda, morte, divórcio, perda de emprego, início de um novo emprego ou realização de provas, exames, concursos, dentre outros. 
A ansiedade pode ser dividia em: ansiedade situacional e ansiedade crônica (ou transtorno de ansiedade).
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
Ansiedade situacional
A ansiedade situacional é uma resposta normal a uma situação de estresse. Os sintomas podem ser intensos, mas de uma maneira geral, duram alguns dias ou semanas.
A ansiedade situacional normalmente passa com o tempo, e o tratamento medicamentosos são drogas de ações imediatas, como os benzodiazepínicos. 
Deve ser considerado para o tratamento complementar da ansiedade situacional, terapias como: terapia cognitiva comportamental, pratica de exercícios físicos, dietoterapia, dentre outros.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
Ansiedade crônica ou transtorno de ansiedade
O transtorno de ansiedade já é um quadro patológico, que se desenvolve a longo prazo que depende ou não de uma situação ocorrida.
A Ansiedade crônica pode ser gerada por quadros de patologias diferenciadas como: 
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG);
Transtorno obsessivo compulsivo (TOC);
Sindrome do pânico (ou Fobia social);
Transtorno de Estresse pós traumático.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
SONO E INSÔNIA
O sono é um período recorrente de diminuição da atividade mental e física durante o quel a pessoa se torna relativamente indiferente a estímulos sensoriais e ambientais.
O sono normal permite repouso, renovação da energia para realização das atividades diárias e estado de alerta ao despertar. 
A insônia, dificuldade prolongada de adormecer ou de continuar dormindo por tempo suficiente para sentir-se descansado, é o transtorno mais comum do sono
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
SONO E INSÔNIA
A insônia tem muitas causas, incluindo fatores de estresse como dor, ansiedade, doença, modificação do estilo de vida ou no ambiente.
 Como na ansiedade, aparentemente há a participação de diversos sintomas de neurotransmissão no controle de ciclos de sono-vigília e na causa da insônia.
A insônia e a ansiedade pode ser tratada por diversos tipos de tratamentos, como: benzodiazepínicos, drogas fitoterápicas e terapia complementar.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
BENZODIAZEPÍNICOS
Os benzodiazepínicos é a classe de medicamentos mais usada para combater a ansiedade e a insônia. São medicamentos que agem diretamento no SNC e tem um potencial tóxico muito grande. Esse potencial tóxico limita sua utilização em alguns casos. 
São medicamentos de uso controlado, classificados na listagem B1 (medicamentos psicotrópicos de tarja preta).
O diazepam (Valium) é o protótipo do benzodiazepínico, embora o alprazolam (Apraz), o clonazepam (Rivotril), bromazepam (Lexotam) e o lorazepam (Lorax) pode ser visto como referência também para essa classe.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
BENZODIAZEPÍNICOS
São ansiolíticos e sedativos como efeitos principais, mas podem auxiliar no tratamento de depressão, psicose, esquizofrenia, etc.
Possuem uma ampla margem de segurança em doses terapeuticas. São amplamente tóxicos em superdosagem ou na associação com outros depressores do SNC como o álcool.
Podem causar tolerância e dependência fisiológica e psicológica. Para evitar os sintomas de abstinência, as drogas devem ter doses reduzidas gradativamente até a interrupção total.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
BENZODIAZEPÍNICOS
Os achados recentes fornecem evidencias de que as subunidades especificas do receptor GABAA são responsáveis pelas propriedades farmacológicas especificas dos benzodiazepínicos.
O termo benzodiazepínico refere-se à porção da estrutura composta de um anel benzeno fundido a um anel diazepínico de sete membros. 
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
BENZODIAZEPÍNICOS
Efeitos Farmacológicos
Praticamente todos os efeitos dos benzodiazepínicos resultam de ações desses fármacos no SNC. Os mais proeminentes desses efeitos incluem: sedação, hipnose, diminuição da ansiedade, relaxamento muscular, amnesia anterógrada e atividade anticonvulsivante.À medida que aumenta a dose de um benzodiazepínico, a sedação avança para a hipnose.
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
BENZODIAZEPÍNICOS
Mecanismo de ação:
Os benzodiazepínicos são agonistas do GABAA. Se ligam aos mesmos receptores do GABAA nos neurônios promovendo os efeitos de depressão do SNC. Também se ligam a receptores diferentes do GABAA e potencializam o efeito inibitório do GABA para aliviar a ansiedade, a tensão, o nervosismo e para produzir o sono. 
São o tratamento de escolha para Ansiedade e Insônia.
A diminuição da excitabilidade neuronal também é responsável pela utilidade dos benzodiazepínicos como relaxantes musculares, hipnóticos e anticonvulsivantes.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
BENZODIAZEPÍNICOS
Alvos moleculares das ações dos benzodiazepínicos no SNC
Acredita-se que os benzodiazepínicos exercem a maioria de seus efeitos ao interagir com receptores de neurotransmissores inibitórios diretamente ativados pelo GABA. Os receptores de GABA são proteínas ligadas à membrana, que podem ser divididas em dois subtipos principais: os receptores GABAA e GABAB. 
Os receptores GABAA, ionotrópicos, são compostos de cinco subunidades que se organizam para formar um canal de cloreto integral. Esses receptores são responsáveis pela maior pane da neurotransmissão inibitória no SNC.
Os receptores GABAB são responsáveis pelos efeitos relaxantes musculares do baclofeno.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
BENZODIAZEPÍNICOS
Contra indicações:
São contraindicados para pacientes que apresentem: distúrbios respiratórios severos; hepatopatia ou nefropatia grave; reações de hipersensibilidade e uma história de álcool ou de outra droga.
Muito cuidado com associação de outras drogas depressoras do SNC.
 
Efeitos colaterais ou adversos:
São relatados, como efeitos adversos mais comuns: a sonolência, confusão mental, amnésia, coordenação motora prejudicada, boca seca (xerostomia), dependência física ou psicológica, dentre outros
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
BENZODIAZEPÍNICOS
Antagonista dos receptores de GABA
O FLUMAZENIL é o fármaco conhecido com efeito de competição com os agonistas pela ligação em receptor GABAA. 
O FLUMAZENIL se liga seletivamente e com alta afinidade ao receptor GABAA. Ele antagoniza tanto os efeitos eletrofisiológicos quanto os comportamentais dos benzodiazepínicos. 
É administrado em via intravenosa, normalmente em casos de intoxicação por benzodiazepínicos.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
Novos agonistas dos receptores de GABAA
Os hipnóticos dessa classe incluem a zolpicona, o zolpidem e a zaleplona. 
Apesar de as estruturas químicas desses compostos não terem semelhança com as estruturas dos benzodiazepínicos, pressupõe-se que a sua eficácia terapêutica seja devida a seus efeitos agonistas no receptor de GABAA. 
A zaleplona e o zolpidem mostram-se eficazes no alivio da insônia no início do sono. Há evidências de que tanto a zaleplona quanto o zolpidem têm eficácia hipnótica persistente, sem ocorrência de insônia de rebote com a interrupção abrupta do uso do medicamento (Miller, 2000; Walsh et al.. 2010).
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
Novos agonistas dos receptores de GABAA
A zaleplona e o zolpidem podem diferir quanto aos efeitos colaterais residuais; a administração do zolpidem tarde da noite tem sido associada a sedação matinal, tempo de reação tardio e amnesia anterógrada, enquanto a zaleplona não apresentou mais efeitos colaterais do que o placebo. 
O potencial de uso abusivo desses fármacos parece ser semelhante ao dos benzodiazepínicos.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
Novos agonistas dos receptores de GABAA
Em comparação com os benzodiazepínicos, esses compostos (denominados de “Z”) são menos eficazes como anticonvulsivantes, ou relaxantes musculares, o que pode indicar sua atividade seletiva para receptores GABAA.
Durante a última década, os compostos “Z” substituíram os benzodiazepínicos no combate à insônia.
Mecanismo de ação: AGONISTAS DE RECEPTORES GABAA.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
BARBITÚRICOS
Os barbitúricos desfrutaram de um longo período de extenso uso como agentes sedativo-hipnóticos: todavia, exceto por alguns usos especializados, foram substituídos, em grande parte, pelos benzodiazepínicos, muito mais seguros.
Propriedades farmacológicas: Os barbitúricos deprimem reversivelmente a atividade de todos os tecidos excitáveis. O SNC é especialmente sensível, e, mesmo quando se administram barbitúricos em concentrações anestésicas, os efeitos diretos sobre os tecidos periféricos excitáveis são fracos. 
Entretanto, ocorrem graves déficits na função cardiovascular e em outras funções periféricas na intoxicação aguda por barbitúricos.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
BARBITÚRICOS
No Sistema nervoso central, os barbitúricos podem provocar todos os graus de depressão do SNC, incluindo desde sedação leve até anestesia geral (uso com associações de exclusividade hospitalar)
Determinados barbitúricos, em particular o FENOBARBITAL e o MEFOBARBITAL, exibem atividade anticonvulsivante seletiva.
As propriedades ansiolíticas dos barbitúricos não são equivalentes àquelas exercidas pelos benzodiazepínicos. especialmente no que concerne ao grau de sedação produzida.
Exs: FENOBARBITAL, MEFOBARBITAL, TIOPENTAL, SECOBARBITAL
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
BARBITÚRICOS
USOS TERAPÊUTICOS:
O uso dos barbitúricos como agentes sedativo-hipnóticos diminuiu enormemente, devido à falta de especificidade de efeitos no SNC.
	
Os principais usos dos barbitúricos estão relacionados aos efeitos sedativos que ele promove, sendo auxiliar em tratamentos anticonvulsivantes e de ansiedade crônica e de transtornos de ansiedade, além do seu uso racêmico em anestesia geral. Também podem ser usados para o efeito de indução do sono, apesar de se ter drogas mais seguras e eficientes para esse efeito, como os Benzodiazepínicos.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
Buspirona (Buspar)
Difere quimicamente de outros ansiolíticos e seu mecanismo de ação é obscuro. Com certeza não tem relação com os receptores gabaérgicos (do GABA). 
Alguns estudos indicam que seus efeitos ansiolíticos sejam dados por um tipo de agonismo parcial nos receptores 5-HT1A do cérebro, mas também podem ter relação com os receptores de dopamina (antagonistas de receptores D2).
Os pacientes tratados com a buspirona não apresentam ansiedade rebote, nem sinais de síndrome de abstinência com a interrupção abrupta.
 		
 	
DROGAS SEDATIVAS E HIPNÓTICAS 
Buspirona (Buspar)
Em comparação com os benzodiazepínicos, a buspirona não possue ação efeitos relaxantes musculares e anticonvulsivantes, não causam sedação ou dependencia física ou pscológica, não aumentam os efeitos sedativos com outros depressores do SNC, etc.
São indicadas em caso de ansiedade a longo prazo. Seus efeitos ótimos são observados em 3 a 4 semanas, embora possa ter ação ansiolítica em 10 a 12 dias. Como os efeitos terapeuticos demoram, a buspirona não é benéfica para obter efeitos imediatos, como no caso dos benzodiazepínicos.
 		
 	
Drogas Antidepressivas
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
DEPRESSÃO
A depressão, frequentemente descrita como doença mental mais comum, é caracterizada por depressão do humor, sentimentos de tristeza ou pertubação emocional e ocorre em todas as faixas etárias. 
Normalmente, é classificada como depressão leve e maior.
A depressão leve ocorre em qualquer pessoa como resposta normalaos estresses e perdas da vida e geralmente não requer tratamento medicamentoso, desde que haja tratamentos alternativos, como a terapia. 
A depressão grave ou maior é uma doença psiquiátrica e requer tratamento medicamentoso.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
DEPRESSÃO
Alguns critérios são definidos para o diagnóstico de uma depressão grave. Esses sintomas devem estar presentes em, no mínimo, 4 semanas:
Perda de energia, fadiga. Indecisão.
Dificuldade de pensar ou se concentrar.
Perda de interesse na aparência, trabalho e atividades de lazer e sexuais.
Sentimentos de culpa e inutilidade.
Perda de apetite e emagrecimento ou consumo excessivo de alimentos e ganho de peso.
Transtorno do Sono
Sintomas somáticos (cefaléia, constipação)
Obsessão com morte, pensamentos suicidas
Sintomas psicóticos, com alucinações e delírios.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
DEPRESSÃO
 	
	Etiologia (origem da doença):
Apesar de amplo estudo e da identificação de vários possíveis fatores de contribuição, a etiologia da depressão é obscura. É provável que resulte de interações de diversos fatores complexos. A teoria etiológica mais bem comprovada é que venha da disfunção de neurotransmissores.
	Disfunção de neurotransmissores:
Acredita-se que a depressão resulte da deficiência da noradrenalina e/ou serotonina. 
Estudos comprovam que o uso de agentes antidepressivos aumentam a concentração ou a eficiência de um ou dos dois neurotransmissores.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
DEPRESSÃO
 	
Alguns neurotransmissores estão mais ligados aos sintomas da doença, de modo que suas disfunções possam ser a causa da depressão. São eles: a noradrenalina e a serotonina
A noradrenalina ativa o humor e aumentam o estado de vigília e alerta, colocando a pessoa em melhor envolvimento emocional com os demais.
A serotonina ajuda a controlar diversos comportamentos que são pertubados na depressão como humor, sono, apetite, nível de energia e funções cognitivas e psicomotoras.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
As drogas utilizadas na depressão são derivadas de diversos grupos químicos. Os antidepressivos antigos incluem os antidepressivos tricíclicos e os inibidores da Monoaminaoxidase (IMAO).
Novas drogas incluem os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina/Norepinefrina (ISRSN) e diversas drogas individuais com efeitos diferenciados, como a BUPROPIONA, e a VENLAFAXINA.
Algumas características dos antidepressivos são gerais a todas as classes e incluem: 
Todos devem ser administrados de 2 a 4 semanas para que haja melhora dos sintomas depressivos;
Administrados via oral, com raras excessões;
São indicados para sintomas de no mínimo 4 semanas persistência.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
Antidepressivos Tricíclicos
São drogas muito utilizadas, mas que possuem efeitos adversos indesejáveis.
Agem aumentando a concentração de Serotonina no SNC, por bloquear a recaptação da serotonina na fenda sináptica. Esse é o mecanismo de ação que explica a ação dessa classe de fármacos.
Acredita-se que a ação antidepressiva correlaciona-se com o aumento da biodisponibilidade da serotonina na fenda sináptica, o que faz com que o SNC demore para reconhecer os efeitos do fármaco. Isso poderia explicar o atraso de 2 a 4 semanas na resposta. Exs: Imipramina, Amitriptilina, Nortriptilina.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
Antidepressivos Tricíclicos - Indicações:
Síndrome depressiva maior, doença maníaco-depressiva, ansiedade associada à depressão mental.
O cloridrato de imipramina também é indicado como ajuda ao tratamento temporário da enurese noturna em crianças de 6 anos ou maiores. 
Também pode ser auxiliar no tratamento de dor crônica grave (câncer, enxaqueca).
Contra indicações e precauções:
Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas: possível sonolência, motivo pela qual se deve ter precaução ao dirigir. 
Não suspender a medicação de forma abrupta, mas sim gradualmente. 
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
Antidepressivos Tricíclicos – Efeitos Adversos
São relatados, na maioria dos pacientes, os seguintes efeitos adversos:
 
Tonturas, sonolência, secura na boca, cansaço ou debilidade, aumento de peso, diarréia, sudorese excessiva. 
Visão turva, movimentos de sucção, mastigação, instabilidade, movimentos lentos, hipotensão, ansiedade. 
São de incidência rara: taquipnéia, crises convulsivas, erupção cutânea, prurido, irritabilidade, rigidez muscular grave, dor de garganta.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
Antidepressivos Inibidores da MAO (IMAO)
São fármacos que aumentam a biodisponibilidade da serotonina através da inibição da enzima responsável pela degradação desse neurotransmissor na fenda sináptica (MAO).
A monoaminoxidase (MAO) é uma enzima envolvida no metabolismo da serotonina e dos neurotransmissores catecolaminérgicos, tais como adrenalina, noradrenalina e dopamina.
Os IMAOs são inibidores da MAO e, havendo uma redução na atividade dessa enzima, produz-se um aumento da concentração destes neurotransmissores nos locais de armazenamento, em todo o SNC.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
Antidepressivos Inibidores da MAO (IMAO)
Efeitos Adversos
 
Os IMAOs não são em regra bem tolerados, possuindo alguns efeitos colaterais importantes. São também relativamente frequentes. Estes incluem: 
Sedação, confusão, perda de coordenação motora, tremores, excitação, convulsões, ganho de peso, boca seca, etc
.
 				Seus principais representantes são:
Tranilcipromina – Parnate
Maclobemida – Aurorix
Selegilina – Elepril
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina
A maioria dos ISRS foram introduzidas no mercado entre 1984 e 1997, sendo que seu mecanismo de ação se diferncia pela seletividade às ações no SERT.
Tem o mecanismo de ação semelhante aos antidepressivos tricíclicos, porém, produzem menos efeitos adversos. 
Todos os ISRS apresentam uma clara melhora na margem de segurança em comparação com os antidepressivos tricíclicos e são mais seguros em casos de overdose. 
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina
Mecanismo de ação: Agem inibindo SELETIVAMENTE a recaptação da serotonina na fenda sináptica. São inibidores potente e específico da recaptação de serotonina no neurônio pré-sináptico, pela inibição de sua proteína transportadora (SERT). Os ISRS são 10x mais seletivos à SERT em relação à NET.
A disponibilidade de quantidades maiores de serotonina nas sinapses estimula um grande número de subtipos de receptores pos sinápticos de 5-HT. 
Exs: Fluoxetina, Sertralina, Paroxetina, Citalopram e Fluvoxamina (mais usada em casos de transtornos obsessivo compulsivo e fobia social)
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina
Além do uso antidepressivo, os ISRS também são ansiolíticos com eficácia demonstrada no tratamento de ansiedade generalizada, pânico, ansiedade social e TOC.
A sertralina e paroxietna são muito indicadas para casos de transtornos de estress pós traumático. 
A Sertralina também possui uma indicação clínica muito comum para tratar a disfunção menstrual disfórica, que incluem sintomas comuns da pré-menstruação: irritabilidade, ansiedade, alteração de humor, depressão, distúrbio do sono/apetite, retenção de líquido, dor no seio.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina
EFEITOS ADVERSOS
Os efeitos adversosdos ISRS são bem tolerados sendo relatados pequenos efeitos extrapiramidais, sonolência em indivíduos sensíveis a ação do fármaco, náuseas, cefaleias e constipação.
São de incidência comum: aumento da ansiedade, irritabilidade, diminuição da libido. 
Em caso de interrupção do tratamento, deve ser feito de forma gradativa e sem retirada abrupta, para evitar síndromes de abstinência e efeito rebote.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
Inibidores Seletivos da Recaptação da 
Serotonina-Norepinefrina
São fármacos que bloqueiam tanto a NET quanto a SERT, e, portanto, possuem mais fundamentos fisiológicos para o combate à depressão, sendo muito aceito clinicamente em resposta aos efeitos limitados das ações dos ISRS.
O fundamento tradicional do desenvolvimento desses agentes mais recentes (surgiram nos anos 2000) era que almejar tanto a NET e a SERT pode melhorar a resposta geral ao tratamento. 
Exs: Venlafaxina, Desvenlafaxina, Duloxetina e Milnaciprano.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
Inibidores Seletivos da Recaptação da 
Serotonina-Norepinefrina
Efeitos Adversos mais comuns:
Possuem efeitos adversos semelhantes aos ISRS, como náuseas, constipação, cefaléia e disfunção sexual (redução da libido).
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
BUPROPIONA
É um fármaco que melhora tanto a neurotransmissão serotoninérgica, quanto a dopaminérgica, através de mecanismo de inibição dos efeitos da SERT e DAT.
Além disso, seu mecanismo envolve a liberação pré-sináptica de Norepinefrina e Dopamina.
Mecanismo de ação: Inibidor da SERT e DAT e parece fazer efeito no transpotador vesicular de monoamina (VMAT2), aumentando a liberação dos neurotransmissores catecolaminérgicos: Serotonina, Dopamina e Norepinefrina.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
BUPROPIONA
Indicações Clínicas da Bupropiona: Depressão, Prevenção da depressão sazonal, e como tratamento de cessação do tabagismo. 
Esse efeito antitabagismo pode ser explicado pela função antagonista do fármaco com a nicotina, conforme descrita por Brunton (2009):
A nicotina estimula a liberação da dopamina nas zonas de bem-estar do cérebro. Quando acaba o efeito da nicotina, há redução da dopamina e isto faz com que a pessoa queira fumar novamente, resultando em uma dependência. A bupropiona atua competindo com a nicotina pelos receptores de dopamina, fazendo com que fumar mais um cigarro para ter liberação de bem-estar seja cada vez menos necessário.
 		
 	
DROGAS ANTIDEPRESSIVAS
BUPROPIONA
EFEITOS ADVERSOS MAIS CONSIDERADOS:
Casos de convulsão generalizada são relatados em indivíduos sensíveis ou em caso de superdosagem, além dos efeitos relatados nos ISRS.

Continue navegando