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Aula 17- Escola Cognitiva

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A escola Cognitiva: A formulação de estratégia como processo mental
Objetivo da escola	
Sondar a mente do estrategista, chegar ao que este processo significa na esfera da cognição humana, utilizando, em especial, o campo da psicologia cognitiva.
Os estrategistas são autodidatas: desenvolvem suas estruturas de conhecimento e seus processos de pensamento por meio da experiência direta. A experiência dá forma àquilo que eles sabem, que por sua vez, dá forma ao que eles fazem, moldando as experiências subsequentes.
Essa dualidade dá origem a duas alas:
Uma ala mais positivista trata o processamento e a estruturação do conhecimento como esforço para produzir algum tipo de visão objetiva do mundo. Os olhos da mente são vistos como uma espécie de câmera. Entende a cognição como recriação de mundo.
A outra ala vê tudo isso como subjetivo: a estratégia é uma interpretação do mundo. Os olhos da mente voltam-se para dentro, focalizando a maneira pela qual a mente faz a sua tomada sobre aquilo que vê lá fora. A cognição cria o mundo.
Cognição como confusão
As analogias e metáforas que abrem o pensamento, podem também simplificar em excesso e estreitar a gama de soluções consideradas.
Duhaime e Schwenk (1985) estudaram como estas e outras distorções podem afetar as decisões:
1. Raciocínio por analogia
2. Ilusão de controle
3. Aumento de comprometimento
4. Cálculo de resultado único
Das e Teng (1999) sugerem que na prática, uma maneira de os tomadores de decisões resolverem esses problemas seria conscientemente neutralizar os vieses associados com sua abordagem específica do processo de estratégia.
Cognição como processamento de informações
Os gerentes são os trabalhadores de informação. Eles dispõem de tempo limitado para supervisionar muitas coisas. Por isso recebem as informações agregadas, podendo levar a distorções.
O processamento da informação começa com atenção, prossegue com codificação, passa para armazenagem e recuperação, culmina na escolha e termina na avaliação de resultados. 
Atenção: determina quais informações serão processadas e quais serão ignoradas.
Codificação: Dá significado às informações, buscando uma adequação entre elas e as categorias existentes. Pode ser fonte de vieses, já que tudo aquilo que é posto em uma categoria corre o risco de tornar-se um estereótipo.
Armazenagem/Recuperação: a cognição trabalha com a memória. Nas pessoas, ela é uma teia de associações entre diferentes itens de informação. Nas organizações, as informações também estão incorporadas em formulários, regras, procedimentos, convenções e tecnologias. A ligação entre as duas é a socialização: a organização trabalha para o indivíduo aceitar as rotinas e essas rotinas passam a fazer parte da memória do indivíduo, sintonizando cognição e organização.
Decisões: escolhas incorporadas nos processos cognitivos. Escolhas estratégicas são coletivas, diferentes níveis da organização participam e influenciam, direcionando a atenção para certos problemas ou disponibilizando informações já codificadas. Os processos cognitivos não produzem decisões, mas criam e reforçam a necessidade de resolver questões.
Resultados: anunciam o início do processo de realimentação. Indivíduos e organizações compreendem suas escolhas e alimentam essa compreensão no processamento permanente de informações – volta à atenção, codificação, armazenagem e recuperação.
Cognição como mapeamento
Um pré-requisito para a cognição estratégica é a existência de estruturas mentais para organizar o conhecimento.
Um mapa é um rótulo popular que significa a navegação por meio de um terreno confuso com algum tipo de modelo representativo.
Quando se está perdido, qualquer mapa serve. Uma representação mental errada é melhor que nenhuma representação, pois ela encoraja e assim pode estimular a ação.
Os esquemas são mapas que representam conhecimento em diferentes níveis para utilizar os dados disponíveis. Possibilita que a pessoa crie quadros complexos a partir de dados rudimentares. Todos os executivos experientes carregam em suas mentes esquemas que descrevem relações causais.
Cognição como realização de conceito
Uma estratégia é um conceito, assim, geração de estratégia é realização de conceito.
Os processos mentais realmente interessantes relacionados ao desenvolvimento da estratégia – a percepção visual, o processamento paralelo de dados, a síntese, a chamada intuição – podem estar nas profundezas dos nossos subconscientes.
É possível que saibamos muito mais que podemos dizer.
“A primeira coisa que aprendemos – e as evidências para isto são hoje substanciais – é que esses processos humanos podem ser explicados sem postular mecanismos em níveis subconscientes que sejam diferentes daqueles que estão parcialmente verbalizados. Grande parte do iceberg está, de fato, abaixo da superfície inacessível à verbalização, mas sua parte submersa é feita do mesmo gelo que a parte visível... O segredo da resolução de problemas é que não existe segredo. Ela é realizada por meio de complexas estruturas de elementos simples e conhecidos. (Hebert Simon, 1977)
Temos um longo caminho pela frente para compreender os processos mentais críticos da formulação de estratégia como realização de conceito. A escola cognitiva, embora potencialmente a mais importante das dez, pode muito bem ser a de menor importância em termos práticos.
Cognição como construção:
O mundo lá fora não motiva comportamento aqui dentro;
Para a visão interpretativa e construcionista,
Aquilo que está dentro da mente humana não é uma reprodução do mundo externo;
A mente impõe alguma interpretação sobre o ambiente, ela constrói seu mundo;
A mente possui marcha própria, ela marcha segundo suas próprias dinâmicas cognitivas;
Dimensão coletiva, as pessoas interagem para criar seus mundos mentais;
A moldura psicológica resolve a ambiguidade do que está dentro e do que esta fora, do que é real, dentro do contexto de interação entre o espectador e a situação, e do que não é;
O esquema depende daquilo que o individuo vê e em que acredita. A moldura, por outro lado, depende de dinâmicas grupais, das relações dos indivíduos entre si e com o grupo. 
Uma conclusão óbvia é que, para evitar esse problema, os gerentes necessitam de um rico repertório de molduras, visões alternativas do seu mundo, para não serem aprisionadas por nenhuma delas;
A inspiração gerencial baseia-se na disposição para usar múltiplas lentes ou pontos de observações;
Os ambientes são construídos dentro da organização, eles são pouco mais o que produto das crenças gerenciais.
Ambiente Objetivo: Organização está embutida em um ambiente que possui uma existência externa e independente.
Ambiente Percebido: Estrategistas são permanentemente apanhados pela racionalidade limitada e pelas suas percepções incompletas e imperfeitas do ambiente.
 Ambiente Representado: É gerado por ações humanas e por seus esforços intelectuais para dar sentido as suas ações.
“ os estrategistas criam linhas imaginárias entre eventos, objetos e situações para que tenham significado para os membros de um mundo organizacional”
Usando a abordagem construcionista:
- Repensar restrições, ameaças, oportunidades;
-Pensar de forma diferente a respeito do papel dos gerentes estratégicos;
-Análise gerencial;
-Criação de contexto;
-Encorajar realidades múltiplas;
-Testar e experimentar;
Premissas da escola cognitiva
A formação da estratégia é um processo cognitivo que tem lugar na mente do estrategista;
Assim sendo, as estratégias emergem como perspectivas, na forma de conceito, mapas, esquemas e molduras;
O mundo visto pode ser modelado, pode ser emoldurado e pode ser construído;
As estratégias são difíceis de realizar. Quando são realizadas, ficam consideravelmente abaixo do ponto ótimo.
Crítica, contribuição e contexto
A psicologia cognitiva ainda precisa resolver como se formam os conceitos na mente do estrategista , seria útil saber como a mente distorce, e também como é capaz de integrar diversidade de informações
complexas .
A formação da estratégia também é um processo mental e os estrategistas variam em seus estilos cognitivos.
 É a primeira das 5 escolas vistas até agora a reconhecer que existe um ambiente interessante lá fora ;
 Os estrategistas não colhem estratégias de uma árvore de oportunidades ambientais, nem seguem passivamente as condições prefixadas. Em vez disso, eles são feridos por um mundo desagradável que é demasiado complicado para ser plenamente compreendido.
Os bons estrategistas são criativos, o que significa que eles constroem seu mundo em suas cabeças coletivas e fazem com que ela aconteça.
 
Acima de tudo, a escola cognitiva diz-nos que precisamos compreender a mente humana, assim como o cérebro humano, para compreender a estratégia.

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