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Financiamento e Crédito Bancário Aula 3: Risco do Cliente

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Financiamento e Crédito Bancário / Aula 3 - Risco do Cliente
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Identificar os fatores que são considerados na análise do Risco Intrínseco.
 2. Reconhecer e distinguir os Cs do Crédito: Caráter, Capacidade, Condições, Capital, Conglomerado e Colateral.
 3. Distinguir Risco de Operação do Risco Intrínseco.
Nesta aula, estudaremos os fatores considerados na análise do C (Caráter de uma empresa e de seus sócios) e falaremos sobre a melhor forma de analisar a capacidade administrativa e gerencial da empresa.
Assim, você vai notar como é importante conhecer em que condições a empresa atua junto ao mercado consumidor e como os indicadores econômico-financeiros são relevantes no contexto da análise do cliente.
Então, vamos lá?
Risco do Cliente ou Risco Intrínseco
Risco do cliente: Após a análise do risco intrínseco, o analista terá uma visão da real intenção do devedor de pagar pelo empréstimo.
O analista terá também noção sobre a capacidade de pagamento do devedor e sobre as garantias a serem oferecidas.
Os Cs do crédito
Para facilitar a análise do risco do cliente, os aspectos mais relevantes do tomador foram agrupados nos chamados "Cs do crédito”.
Caráter
Capacidade
Condições
Capital
Colateral
Conglomerado
Caráter
Diz respeito à intenção do devedor e demais coobrigados de cumprir a promessa de pagamento. É a firmeza de vontade, a determinação em honrar os compromissos assumidos. Um devedor, por exemplo, pode chegar a desfazer-se de seus bens para pagar suas dívidas. Outro pode não ter a mesma disposição. O analista de crédito deve chegar à conclusão de que o tomador se manterá disposto a quitar o débito, mesmo nas condições mais adversas. Para tanto, alguns aspectos devem ser observados na análise de dados históricos, tanto da empresa quanto dos sócios, dentre os quais destacamos:
Pontualidade no pagamento dos compromissos – Deve-se considerar a pontualidade do cliente como um fator de grande relevância na definição do risco de crédito. Cabe ressaltar, porém, que uma dívida pode ser paga com atraso, ou até mesmo não ser quitada, não necessariamente por falta de caráter. Em determinadas situações, inclusive, pode ser considerado normal um atraso de até 14 dias. Porém, a contumácia no atraso dos pagamentos pode revelar uma deterioração financeira da empresa.
Existência ou não de restrições – Dentre as diversas situações que podem configurar uma restrição, estabelecemos as seguintes: protestos, falência, ações judiciais e de penhora, emissão de cheques sem fundos e atrasos no pagamento de impostos e de salários. A instituição financeira definirá, de acordo com sua política de crédito, de que maneira serão considerados os efeitos restritivos de cada uma dessas anotações. Devem ficar bem esclarecidas as causas e as consequências de cada uma das restrições apontadas, bem como as medidas tomadas pelo cliente para a regularização das mesmas.
Experiência em negócios – Nesse quesito será analisada a experiência do cliente na realização de negócios na própria instituição financeira. Nas operações anteriores, o cliente agiu de maneira correta na formalização e liquidação do débito? Houve alguma contestação ou fato que desabonasse o comportamento do cliente em relação à operação contratada? As garantias foram constituídas corretamente? Enfim, todo o histórico do que ocorreu em operações anteriores deve ser analisado, de forma a permitir ao analista uma percepção mais apurada do comportamento do cliente.
Atuação na praça – Deve ser observado o histórico de atuação da empresa na praça. Como se dá a relação da empresa com seus colaboradores, clientes, fornecedores e concorrentes? A empresa age de forma ética e respeitosa com todos que fazem parte de sua rede de relacionamento? Qual a posição da empresa em relação à responsabilidade sócio-ambiental?
As principais fontes de consulta, além dos dados existentes no próprio banco, são as seguintes:
Cartórios de protesto de títulos – O protesto é uma prova de falta de pagamento dos títulos. Cabe ressaltar, porém, que um protesto isolado pode não ter grande significado, a não ser que seu valor seja muito representativo para a empresa. Cada título protestado deve ter seus motivos devidamente analisados.
Convênio e associações – Associações comerciais, serviços de proteção ao crédito e SERASA são grande fonte de informação a respeito de empresas e de pessoas devedoras.
Outras fontes – Artigos e reportagens publicadas em jornais, revistas e informes regionais também são de grande valia na apuração do caráter dos proponentes ao crédito. Não podemos nos esquecer das informações obtidas por sindicância na circunvizinhança da sede do cliente.
Sistema de Informações de Crédito do Banco Central do Brasil (SCR) – Instrumento de registro e consulta às informações sobre o montante das operações de crédito e responsabilidades por garantias contraídas de pessoas físicas e jurídicas perante instituições financeiras no país. Permite, observadas as regras de sigilo bancário, a troca de informações entre os integrantes do Sistema Financeiro Nacional. O principal objetivo do SCR é prover o Banco Central de informações precisas e sistemáticas sobre as operações de crédito contratadas pelas instituições financeiras com o propósito de proteger os recursos depositados pelos cidadãos nestas mesmas instituições. Além disso, é utilizado pelas instituições financeiras, desde que com autorização específica de seus clientes, para avaliar a capacidade de pagamento deles.
Capacidade
Diz respeito à habilidade administrativa, competência empresarial ou profissional dos proponentes do crédito para gerir os negócios da empresa. Deve ser observada a formação profissional dos principais dirigentes, bem como sua experiência na atividade. Além disso, a visão estratégica, o potencial de administração, a produção e comercialização dos produtos e o grau de tecnologia utilizada fazem parte da análise da Capacidade.
É de fundamental importância que o analista de crédito conheça os diversos produtos oferecidos pela empresa e sua respectiva fatia nos mercados nacional e internacional. As decisões visando ao crescimento da empresa também terão que ser conhecidas.
Um novo galpão será construído para ampliar a linha de produção ou uma nova empresa será adquirida? Quais serão as fontes de financiamento desses novos investimentos?
A estrutura organizacional da empresa é adequada para que o produto seja colocado no mercado com qualidade e preços competitivos, gerando um lucro que atenda às expectativas dos acionistas? 
Há um sistema adequado de informações gerenciais que auxiliem os administradores nas tomadas de decisão?
A empresa investe em pesquisa e desenvolvimento de modo a criar novos métodos, processos e produtos que atendam à demanda crescente dos consumidores?
A capacidade é considerada um aspecto subjetivo do risco, à medida em que os instrumentos disponíveis para sua análise e os resultados obtidos estão muito mais relacionados com a percepção de quem analisa do que com dados e informações propriamente ditos.
A empresa tem uma estratégia bem definida para atingir sua meta e conquistar seu espaço no mercado em que atua?
Esses são os itens que deverão ser observados na análise do "C" Capacidade.
Condições
Toda empresa recebe e exerce algum tipo de influência sobre o ambiente externo em que atua. Analisando a interação empresa e ambiente externo, identificam-se variáveis que influenciam no desempenho da organização.
Segundo Filho (1997), podem ser consolidadas as informações e variáveis a serem analisadas, conforme demonstrado a seguir.
Informações sobre o mercado e os produtos – Deverão ser identificados os principais clientes e fornecedores da empresa e a concentração de compras e vendas entre eles. Também serão identificados os principais concorrentes e a participação da empresa no mercado em que atua. Todo mercado ou setor atua de uma forma bem característica. Esta maneira de o mercado trabalhar deveráser identificada, a fim de constatar se a empresa atua da mesma forma.
Ambiente macroeconômico e setorial – Neste quesito deverá ser avaliado o acompanhamento da macroeconomia e do setor onde atua a empresa. Logo, é fundamental identificar como as políticas monetárias, cambial, e tributária afetam não só a empresa como o setor em que ela está inserida. É preciso conhecer, também, a sazonalidade do produto, de forma a identificar a época certa de se conceder o crédito.
Ambiente competitivo – Podemos dividir este aspecto da forma a seguir:
A concorrência entre as empresas do setor – Quais são os principais concorrentes da empresa? De que forma eles agem? Qual é a participação da empresa e de seus concorrentes no mercado? Qual é a taxa de crescimento do setor?
O poder de barganha dos fornecedores – Deverá ser analisada a quantidade de empresas fornecedoras, a facilidade ou dificuldade de substituir os fornecedores, a importância que a empresa tem junto a seus fornecedores e a possibilidade de o próprio fornecedor entrar no negócio.
O poder de barganha dos compradores/clientes –= Para quantos clientes a empresa vende? Os clientes têm facilidade de mudar de comprador? Os produtos vendidos pela empresa são essenciais na vida dos consumidores? Os compradores têm um grau de informação muito grande sobre preços e custo de produção do produto?
A ameaça de entrada de novas empresas no setor – Esta ameaça está relacionada com a escala de produção/vendas, com a questão das marcas dos produtos e fidelidade do consumidor, com o montante de investimentos necessários para viabilizar o negócio, com a complexidade ou simplicidade dos canais de distribuição, com o grau de tecnologia envolvido, com a eficiência das empresas estabelecidas no ramo e com as exigências feitas pelo governo, que limitam ou não a entrada de novas empresas no setor.
A ameaça de novos produtos e serviços – Deve ser analisada a possibilidade de que outras empresas, inclusive do exterior, possam colocar no mercado novos produtos que substituam aqueles já comercializados.
Dependência do Governo – É muito importante verificar se a empresa tem como um de seus principais clientes o Governo (federal, estadual ou municipal). Em razão das dificuldades financeiras do Estado e de manobras políticas, a dependência de vendas ao Governo pode resultar num fator de risco relevante.
Capital
O estudo do “C” capital faz parte do risco técnico da empresa e refere-se às fontes e usos dos recursos e à situação econômica, financeira e patrimonial do cliente. Pela análise dos demonstrativos contábeis, são obtidas importantes informações sobre o desempenho e a solidez da empresa. Destacamos a seguir os principais índices de desempenho que costumam ser analisados.
Se o cliente for pessoa física, os seguintes aspectos devem ser avaliados, entre outros: rendimentos, composição das despesas, evolução e qualidade do patrimônio e endividamento.
A análise do "C" Capital é de extrema relevância na determinação do nível de risco do cliente. Porém, em nossa disciplina não iremos discorrer com maior profundidade acerca do “C” capital, pois há uma matéria especialmente designada para isso, que ensina os procedimentos para a realização de uma análise econômico-financeira da empresa. Mais adiante, ao estudarmos análise de crédito, mostraremos com maior clareza a importância da análise financeira no contexto da análise de crédito como um todo.
Colateral
Refere-se à capacidade do cliente em oferecer garantias complementares, que poderão ser necessárias para compensar as fraquezas decorrentes de outros fatores de risco.
Porém, uma empresa com boa classificação de risco de crédito pode não estar disposta a oferecer garantias nas operações de curto prazo. Nas de longo prazo, o banco deverá exigir garantias complementares, em virtude do aumento do risco. Por outro lado, o banco deverá analisar com critério a possibilidade de dispensar a exigência de garantia numa operação de crédito, analisando o cliente e as próprias condições do negócio. A dispensa só deverá ocorrer se o risco de não pagamento for o menor possível.
Cabe ressaltar que a garantia por si só não pode justificar a decisão do crédito, devendo o emprestador de recursos fazer uma análise minuciosa do cliente e da operação. Alguns fatores importantes na definição da garantia são:
• um fator acessório e não determinante da realização da operação;
• análise do risco da empresa e da operação;
• praticidade e custos na sua formalização;
• suficiência, em relação aos valores de principal e encargos;
• depreciabilidade dos bens oferecidos;
• controle;
• bens de fácil resgate e comercialização;
• liquidez.
Finalmente, podemos dizer que não existe uma garantia melhor do que a outra e, sim, aquela que é mais ou menos adequada a um determinado tipo de negócio ou a um cliente.
Conglomerado
Diz respeito à análise do conjunto de empresas, controladas e coligadas, ao qual pertence o tomador de crédito, a fim de que seja formado um conceito sobre a situação do conglomerado.
Coligadas são as sociedades em que uma participa com 10% ou mais do capital da outra sem controlá-la. Já controlada é a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, detém ações com direito a voto que lhe assegurem o controle social.
Uma ou mais pessoas físicas podem controlar diversas empresas que não tenham qualquer vinculação jurídica entre si, configurando um grupo empresarial. Porém, apenas o nome da família não basta para caracterizar um grupo, pois em algumas situações são formados blocos distintos e cada grupo de pessoas participa num conjunto de empresas, havendo concorrência e até rivalidades entre os familiares.
Principais vantagens obtidas ao se analisar o grupo empresarial como um todo:
• fornece uma visão mais completa sobre a situação econômico-financeira do conjunto;
• possibilita melhor dimensionamento do volume de crédito a ser concedido;
• possibilita que seja dado um tratamento uniforme a todas as empresas;
• proporciona uma melhoria na qualidade de atendimento de todo o grupo.
Finalmente, podemos dizer que não existe uma garantia melhor do que a outra e, sim, aquela que é mais ou menos adequada a um determinado tipo de negócio ou a um cliente.

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