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Cap 10_Catálise e Reatores Catalíticos

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Análise e Cálculo de Reatores Profa Dra. Veronice Slusarski Santana 
 
1 
 
CAPÍTULO 10 – CATÁLISE E REATORES CATALÍTICOS 
(Capítulo 10 do Fogler 4a Ed.) 
 
O objetivo deste capítulo é definir catalisador e descrever suas propriedades, 
descrever as etapas de uma reação catalítica para deduzir a lei de velocidade e identificar a 
etapa limitante da reação, e avaliar os diferentes tipos de desativação dos catalisadores. 
 
10.1 – CATALISADORES 
 
As primeiras utilizações observadas de catalisadores foram na fabricação de vinhos, 
de queijos e de pães. Entretanto, somente em 1835, Berzelius começou a juntar 
observações de químicos anteriores sugerindo que pequenas quantidades de uma fonte de 
origem externa poderiam afetar grandemente o curso das reações químicas. Essa 
misteriosa força atribuída à substância foi chamada de “força catalítica”. 
Em 1894, Ostwald expandiu a explicação de Berzelius estabelecendo que 
catalisadores são substâncias que aceleram a velocidade das reações químicas sem 
serem consumidas. Quando estas substâncias reduzem a velocidade das reações 
químicas, têm-se os catalisadores negativos. 
A importância dos catalisadores é tal que induziu à criação de uma área na 
engenharia das reações químicas para o estudo destes e dos processos catalíticos, a qual é 
conhecida como catálise. Os catalisadores viabilizaram muitos processos, a partir de suas 
propriedades de seletividade e produtividade. 
Os efeitos do catalisador nas reações químicas são: 
1) O catalisador diminui a energia de ativação, aumentando a velocidade da 
reação, pois segundo a equação de Arrhenius quanto menor Ea, maior k e maior 
– rA; 
2) O catalisador não altera a constante de equilíbrio (Kc) e consequentemente não 
altera a conversão da reação, ou seja, não viabiliza reações 
termodinamicamente desfavoráveis; 
3) O catalisador não altera a entalpia e a entropia das reações químicas, logo não 
altera a energia livre de Gibbs. 
A catálise pode ser classificada ou dividida com base na natureza das espécies 
responsáveis pela atividade catalítica. A principal classificação de Catálise é: 
1) Catálise Homogênea: o catalisador está em solução com, no mínimo, um dos 
reagentes (uma só fase); 
2) Catálise Heterogênea: envolve mais de uma fase; geralmente o catalisador é 
um sólido e os reagentes e produtos estão na fase líquida ou gasosa. 
Análise e Cálculo de Reatores Profa Dra. Veronice Slusarski Santana 
 
2 
 
Aproximadamente, 80% das reações catalíticas comerciais envolvem catálise 
heterogênea, pois o catalisador sólido pode ser facilmente separado dos 
produtos, é termicamente mais estável e pouco volátil. 
As reações heterogêneas, portanto, ocorrem em reatores catalíticos na presença de 
um sólido, com os reagentes em fase gasosa ou líquida ou ambas, dependendo do tipo de 
processo utilizado. Na maioria dos casos, as reações ocorrem em forma gás-sólido ou 
líquido-sólido, podendo ocorrer também na forma gás-sólido-líquido, dependendo da reação 
e das condições operacionais. 
A reação de síntese da amônia é um dos processos mais importantes, já que é 
usada na produção de fertilizantes. A reação é exotérmica (H = - 46 kJ/mol NH3) e é feita a 
baixas temperaturas ( 400oC) e altas pressões ( 60 – 100 atm). Esta reação é um 
exemplo clássico da cinética química utilizando-se um catalisador de ferro. 
Existem diferentes tipos de catalisadores: 
 Catalisadores Porosos  a grande área interfacial é provida pela estrutura 
porosa interna (o sólido contém poros muito finos, e a superfície desses 
poros fornece a área necessária para a alta velocidade de reação). Exemplo 
de área superficial: 300 m2/g. Exemplo de catalisador poroso: Pt/Al2O3 usado 
na reforma de naftas e Fe/Al2O3 usado em hidrogenação. 
 Catalisadores Não Suportados  o material ativo é todo o catalisador. Este 
tipo de catalisador pode ter também pequena quantidade de ingredientes 
ativos adicionados, chamados promotores, que aumentam sua atividade. 
 Catalisadores Suportados  partículas pequenas de um material ativo, 
disperso sobre uma substância menos ativa, chamada de suporte. O material 
ativo é frequentemente um metal puro ou uma liga metálica. 
 Peneiras Moleculares  materiais com poros tão pequenos que admitem 
apenas moléculas pequenas e evitarão a entrada das moléculas grandes. 
São derivados de substâncias naturais como argilas e zeólitas ou totalmente 
sintéticas. Ex: faujasitas, ZSM-5, NaX e NaY. 
 Catalisadores Monolíticos  nem todos os catalisadores necessitam de 
superfícies extensas, fornecida por uma estrutura porosa. Alguns são 
suficientemente ativos, de modo que o esforço requerido para criar um 
catalisador poroso seria desperdiçado. Catalisadores monolíticos são 
normalmente encontrados em processos em que a queda de pressão e a 
remoção de calor são as considerações mais importantes. Ex: conversores 
catalíticos usados em automóveis. Eles podem ser porosos (colmeia) ou não 
porosos (telas de fios). 
Análise e Cálculo de Reatores Profa Dra. Veronice Slusarski Santana 
 
3 
 
As partículas de catalisador em um reator de leito fluidizado ou em um reator tipo 
“lama” são relativamente pequenas, esféricas e com diâmetros entre 1 e 100 m. A 
agitação mantém as partículas pequenas em suspensão no fluido no interior do reator e 
pode ser provida tanto mecanicamente (agitador) quanto pela turbulência que é criada pela 
corrente de fluido entrando no reator. Já as partículas de catalisador que são usadas em 
reatores de leito fixo são maiores (1 – 10 mm) e têm variadas formas (esféricas, anéis 
cilíndricos, extrusados simples ou com três ressaltos). 
Catalisadores porosos contêm sítios ativos ou centros ativos localizados no interior 
dos poros. Assim define-se sítio ativo como um ponto na superfície do catalisador que pode 
formar fortes ligações químicas com um átomo ou uma molécula adsorvida. Portanto, as 
moléculas reagentes devem difundir pelos poros até atingir o sítio ativo, onde ocorrerá a 
reação química. 
Basicamente, são três os tipos de difusão que ocorrem no interior dos poros do 
catalisador: 
1) Difusão Molecular: é o modo predominante de difusão em poros de diâmetro 
grandes (1 – 10 m) onde o livre percurso médio das moléculas (m) é pequeno 
quando comparado com o diâmetro dos poros. O livre percurso médio é definido 
como a distância média que uma molécula se desloca antes que ela colida com 
outras moléculas. Para um gás, a difusão molecular ocorre quando r >> m. Para 
líquidos, a difusão ocorre quando o raio do poro (r) é muito maior do que o raio 
das moléculas em difusão. A difusão ocorre através de interações moléculas-
moléculas. Como a difusividade, além da temperatura e pressão, depende 
profundamente das propriedades do sólido (p – porosidade e  – tortuosidade, 
poros tortuosos e irregulares), define-se um coeficiente de difusão efetivo (Def) 
como: 
 
 
 
 
Na falta de valores tabelados, Satterfield (1980) sugere utilizar: p=0,5 e =4,0. 
2) Difusão de Knudsen: ocorre em poros de diâmetro médio (10 – 1000 Å) onde o 
transporte de massa se dá por choques entre as moléculas e as paredes dos 
poros, pois o m >> r. A difusão ocorrerá através de interações molécula-parede, 
segundo a equação: 
 
 
 
 √
 
 
 
Sendo r o raio do poro, R a constante dos gases ideais, T a temperatura absoluta e MA a 
massa molar da espécie A que se difunde. 
Análise e Cálculo de Reatores Profa Dra. VeroniceSlusarski Santana 
 
4 
 
DA,K aumenta linearmente com o raio do poro e aumenta com a raiz quadrada da 
temperatura. Não depende da composição do gás, da pressão total e dos fluxos de outros 
componentes. 
3) Difusão Configuracional: ocorre em poros com diâmetro de moléculas da 
mesma ordem de grandeza do diâmetro dos poros. Os coeficientes de difusão 
configuracional podem ser muito pequenos (10-14 a 10-16 cm2/s) e dependem do 
tamanho do poro, do tamanho das moléculas em difusão e das forças 
intermoleculares entre as moléculas em difusão e as paredes dos poros. Este 
tipo de difusão ocorre, preferencialmente, em zeólitas. 
Para uma reação catalítica ocorrer, os reagentes devem estar adsorvidos nos sítios 
ativos, portanto o processo de adsorção é primordial. Para tanto, deve-se ter em mentes 
alguns conceitos básicos sobre o processo de adsorção e dessorção. 
 
 ADSORÇÃO E DESSORÇÃO 
 
Os sistemas agregados (sólidos, líquidos e gases) possuem dois tipos de energia: 
 Energia Cinética (Ec) ou energia térmica, que confere às partículas do sistema 
(átomos, moléculas ou íons) diversos tipos de movimentos: translação, rotação e 
vibração; 
 Energia de interação entre as partículas (Ei), como as forças de Van der Waals 
e as forças eletrostáticas. 
A relação entre essas energias define as propriedades do sistema: 
A) Quando Ec >> Ei, as moléculas do sistema possuem o máximo de liberdade, 
pois a distância entre elas pode variar. O volume do sistema passa a ser função 
da temperatura, pressão e número de mols. Este sistema corresponde aos gases 
ideais; 
B) Quando Ec  Ei, as moléculas ou átomos do sistema possuem um menor grau 
de liberdade. As moléculas movimentam-se, mas a distância entre elas varia 
pouco. O volume do sistema depende da temperatura e número de mols, mas 
praticamente independe da pressão. Este sistema é representado pelo estado 
líquido; 
C) Quando Ec << Ei, o volume do sistema depende apenas do número de 
moléculas. Neste caso, as moléculas ou átomos só têm movimentos de vibração 
e a energia cinética é devida à vibração em torno da mesma posição. Este 
sistema é representado pelos sólidos ou moléculas adsorvidas sobre os sólidos. 
Análise e Cálculo de Reatores Profa Dra. Veronice Slusarski Santana 
 
5 
 
Os sistemas (B) e (C) são chamados de estado condensado da matéria, já que os 
seus volumes são definidos e são pouco sensíveis a variações de pressão. Nos sistemas 
condensados, as partículas que se encontram na superfície ou na interface com outro 
sistema apresentam uma situação diferente (Figura 1): 
a) Partículas localizadas no interior do sistema estão sujeitas a forças em todas as 
direções, cuja resultante é nula; 
b) Partículas da superfície possuem forças oriundas somente das partículas do 
interior. 
 
Figura 1 – Força resultante das partículas localizadas em diferentes posições. 
 
As partículas da superfície possuem um excesso de energia, chamada de energia 
superficial (Es). Esta energia é a responsável pela tensão superficial dos líquidos e pela 
adsorção de um fluido sobre um sólido. 
Uma reação química catalisada envolve fenômenos físico-químicos de adsorção e 
dessorção além da reação química. A energia de barreira, ou energia de ativação de uma 
reação catalisada é inferior à energia de ativação de uma reação não catalisada, 
provocadas pela adsorção e dessorção. Portanto, numa reação química catalisada, as 
adsorções são exotérmicas e permitem que as moléculas em fase gasosa estejam 
adsorvidas sobre a superfície com uma determinada força, tanto de adsorção como de 
dessorção, diminuindo o seu grau de liberdade e facilitando a reação química catalisada. A 
energia de ativação catalisada mostra, portanto, que a energia de barreira é menor. 
Portanto, torna-se fundamental determinar as taxas de adsorção e dessorção num processo 
catalisado. 
 
 
 
 
 
Análise e Cálculo de Reatores Profa Dra. Veronice Slusarski Santana 
 
6 
 
Termodinamicamente, explica-se o fenômeno de adsorção de um fluido sobre a 
superfície de um sólido através da energia livre de Gibbs. É um fenômeno espontâneo, logo 
Gads < 0. A entropia final do sistema diminui, pois a desordem das moléculas adsorvidas é 
menor (Sads < 0). 
Como: 
 
Gads < 0 e Sads < 0  Hads < 0 
Portanto, a adsorção é um fenômeno exotérmico. 
 
A adsorção ocorre por dois diferentes processos: 
 Adsorção Física ou Fisissorção  é um processo caracterizado por um 
baixo grau de interação entre as moléculas adsorvidas e a superfície do 
sólido. As forças envolvidas são da mesma ordem de grandeza das forças de 
Van der Waals e a entalpia de adsorção está na faixa observada para as 
entalpias de condensação ou evaporação dos gases (4 a 70 kJ/mol). Neste 
tipo de adsorção podem se formar camadas moleculares sobrepostas, sendo 
que a força de adsorção diminui com o aumento do número de camadas. A 
fisissorção ocorre a temperaturas baixas, e é mais pronunciada quanto mais 
próxima a temperatura de análise for da temperatura de condensação do 
gás. Devido à baixa energia de interação com a superfície e à inexistência de 
uma energia de ativação na adsorção, a fisissorção atinge rapidamente o 
equilíbrio, sendo um processo reversível. Entretanto, em materiais com poros 
muitos pequenos (zeólitas, carvão), a fisissorção é lenta, e significa que o 
processo é limitado pela difusão do gás nos poros. A fisissorção de gases 
sobre sólidos é muito usada na determinação das propriedades texturais de 
catalisadores, tais como área superficial e distribuição de tamanho de poros. 
 Adsorção Química ou Quimissorção  caracteriza-se pela forte interação 
entre as moléculas do gás com a superfície do sólido. Como resultado, a 
estrutura eletrônica da molécula quimissorvida é significativamente 
perturbada, tornando-a extremamente reativa. Ao contrário da fisissorção, a 
quimissorção é irreversível, exotérmica, porém com calores de adsorção de 
40 a 400 kJ/mol, e ocorre em temperaturas superiores às de condensação 
dos gases, e por se uma interação específica entre o gás e o sólido, ocorre 
em uma só camada. Na quimissorção, são necessários longos períodos para 
atingir o equilíbrio, especialmente a baixas temperaturas. Há dois tipos de 
quimissorção: 
Análise e Cálculo de Reatores Profa Dra. Veronice Slusarski Santana 
 
7 
 
1) Não-Dissociativa: quando a molécula é adsorvida sem fragmentação; 
2) Dissociativa: quando a molécula é adsorvida com dissociação em dois ou mais 
fragmentos que se ligam à superfície. 
 
A tabela 1 apresenta uma comparação entre adsorção física e química. 
 
Tabela 1 – Comparação entre adsorção física e química. 
Característica Fisissorção Quimissorção 
Tipo de sólido Ocorre em todos os sólidos Depende do gás 
Tipo de gás Ocorre em todos os gases Depende do sólido 
Temperatura  T de ebulição do gás >> T de ebulição do gás 
Cobertura Multicamadas Monocamada 
Reversibilidade Reversível Irreversível 
Energia de ativação Nula > 0 
Calor de adsorção Baixo Alto 
 
A quantidade de gás adsorvido por um sólido é proporcional à massa do sólido, e 
depende, também, da temperatura, da pressão e do tipo de sólido e do gás. Assim a 
quantidade de gás adsorvido sobre um sólido é dada por: 
n = f (P, T, gás, sólido) 
Para um dado gás e um sólido à temperatura constante, a expressão será: 
n = f (P) T, gás, sólido 
A qual é chamada de “Isoterma de Adsorção”e relaciona a quantidade de gás 
adsorvido com a pressão de equilíbrio à temperatura constante. 
Foram propostos modelos teóricos diversos procurando interpretar os fenômenos de 
adsorção-dessorção. Os modelos mais importantes são descritos pelas isotermas de 
adsorção-dessorção que foram introduzidos por Langmuir, Freudlich e Temkin. 
 
 Isoterma de Langmuir 
Admitem-se as seguintes hipóteses: 
1) A superfície de um sólido contém um número definido de sítios para a adsorção; 
2) Cada sítio pode adsorver somente uma molécula; 
3) Todos os sítios possuem a mesma entalpia de adsorção; 
4) A adsorção independe da presença ou ausência de espécies adsorvidas na sua 
vizinhança; 
5) No equilíbrio, a taxa de adsorção é igual à taxa de dessorção; 
6) No equilíbrio, a uma dada temperatura e pressão, existe um número nA de 
moléculas adsorvidas. A fração de sítios ocupados por uma molécula A é: 
Análise e Cálculo de Reatores Profa Dra. Veronice Slusarski Santana 
 
8 
 
 
 
 
 
nm = número de moléculas de uma monocamada 
7) A uma dada temperatura, a taxa de adsorção de uma molécula de um gás A 
depende da pressão parcial de A e do número de sítios vagos. A taxa de 
dessorção depende do número de sítios ocupados. 
 
 Isoterma de Freudlich 
 Isoterma de Temkin 
Estes dois modelos consideram a possibilidade de dependência do grau de 
cobertura com o calor de adsorção. 
 
10.2 – ETAPAS DE UMA REAÇÃO CATALÍTICA 
 
No reator catalítico, os fluxos das correntes contendo reagentes e produtos percolam 
as partículas do catalisador. Entretanto, a reação ocorre na superfície ativa do catalisador. A 
condição desejada é que a etapa controladora seja a cinética química. Mas durante a 
reação ocorrem diversos outros fenômenos físicos, químicos e físico-químicos, além de 
fenômenos de transferência de massa e de difusão intra e/ou extrapartícula. 
O processo ocorre com a transferência de massa convectiva do fluido à superfície do 
catalisador, cuja concentração varia ao longo do percurso. Forma-se uma camada limite de 
gás estagnado sobre a superfície, cuja espessura depende das condições hidrodinâmicas 
do reator, e através do qual os reagentes devem fluir até a superfície do catalisador. Depois 
este reagente tem que se difundir através dos poros finos, no interior da partícula, onde 
ocorre a reação com formação de produtos, que retornam à superfície e ao seio do fluido. 
A camada limite e o interior dos poros oferecem resistências à transferência de 
massa. Uma força motriz é necessária para haver um fluxo do reagente através destas 
resistências. A força motriz é um gradiente (ou diferença) de concentração do reagente. 
 
Há duas possibilidades: 
1) A transferência de massa através do filme é fácil. Neste caso, a taxa global da 
reação será determinada pela velocidade da reação química na superfície do 
catalisador. Assim, a reação química será a etapa limitante do processo; 
2) A transferência de massa através do filme é lenta e, portanto, é a etapa limitante. 
Neste caso, há uma barreira difusional provocada pelo filme ao redor da 
superfície do catalisador. 
Análise e Cálculo de Reatores Profa Dra. Veronice Slusarski Santana 
 
9 
 
No estudo cinético de uma reação, esta 2a possibilidade é indesejável e deve ser 
diminuída ou eliminada, para isto opera-se sob condições de alta velocidade ou altos 
valores de Reynolds, diminuindo-se, portanto, a camada do filme ao redor da superfície. 
 
Desta forma, uma reação catalítica pode ser dividida em 7 etapas (Figura 2): 
1) Transferência de massa convectiva dos reagentes da fase fluida até a superfície 
externa do catalisador (Difusão Externa); 
2) Difusão dos reagentes no interior dos poros do catalisador (Difusão Interna); 
3) Adsorção dos reagentes nos sítios ativos; 
4) Reação na superfície ativa do catalisador; 
5) Dessorção dos produtos da superfície ativa; 
6) Difusão dos produtos do interior da partícula até a entrada do poro na superfície 
externa (Difusão Interna); 
7) Transferência de massa convectiva dos produtos da superfície até a fase fluida 
(Difusão Externa). 
 
Figura 2 – Etapas de uma reação catalítica. 
 
Quando as etapas de difusão (1, 2, 6 e 7) são muito rápidas comparadas com as 
etapas de reação (etapas 3, 4 e 5), as etapas de transporte ou de difusão não afetam a 
velocidade global de reação, ou seja, quando as concentrações em toda a partícula de 
catalisador são as mesmas que no seio do fluido e quando a temperatura em toda a 
partícula é a mesma que aquela no seio do fluido, dizemos que os efeitos de transporte são 
desprezíveis ou que as resistências ao transporte podem ser desprezadas. Nessa situação, 
Análise e Cálculo de Reatores Profa Dra. Veronice Slusarski Santana 
 
10 
 
a velocidade da reação é controlada pela cinética intrínseca da reação. Em outras 
situações, se as etapas de reação forem muito rápidas comparadas com as etapas de 
difusão, o transporte de massa afetará a velocidade de reação. 
 
10.2.1 - DIFUSÃO EXTERNA E INTERNA (ETAPAS 1 E 2) 
 
A verificação experimental dos efeitos difusionais é feita variando-se os fluxos 
molares ou massa do sólido ou mesmo as dimensões de altura e diâmetro do reator e 
medindo-se a conversão. 
No 1o caso, mantém-se a dimensão (L/D) constante, varia-se ou a massa de 
catalisador ou o fluxo (F) e avalia-se a conversão. Se a conversão variar, haverá efeitos 
difusionais. No 2o caso, varia-se a velocidade linear, mudando o diâmetro do tubo e 
mantém-se constante a relação W/F. Enquanto a conversão variar, haverá efeitos de 
transferência de massa. 
Quando há limitações difusionais, a conversão aumenta com a sucessiva diminuição 
do diâmetro da partícula de catalisador, até atingir um valor constante. Qualquer diâmetro 
de partícula menor ou igual elimina os efeitos difusionais e consequentemente, atinge-se o 
regime cinético como etapa limitante (Figura 3). 
 
 
Figura 3 – Influência do tamanho da partícula de catalisador sobre os efeitos difusionais. 
 
Outra maneira de verificar os efeitos difusionais é determinar a energia de ativação 
da reação, a partir das constantes cinéticas a diferentes temperaturas – o gráfico de ln k 
versus 1/T permite determinar a energia de ativação. Com o aumento da temperatura 
obtém-se uma energia de ativação bem menor que a da energia de ativação determinada a 
temperaturas mais baixas. Nesta faixa de temperatura há limitações difusionais internas 
(Figura 4). 
Análise e Cálculo de Reatores Profa Dra. Veronice Slusarski Santana 
 
11 
 
A tabela 3 e as Figuras 5 e 6 apresentam uma comparação entre as etapas 
limitantes de uma reação catalítica. 
 
 
Figura 4 – Efeitos difusionais em função da variação de temperatura. 
 
 
Tabela 3 – Comparação entre os diferentes tipos de regime em uma reação catalítica em 
fase gasosa. 
Etapa limitante Energia de ativação Influência do 
tamanho de partícula 
Influência da vazão 
Reação Química Ea Nula Nula 
Difusão Interna Ea / 2 1 / dp Nula 
Difusão Externa Ea  5 kcal/mol 1 / dp
1,46 v0,6 
 
 
 
Figura 5 – Efeito do tamanho da partícula e da velocidade do fluido sobre a velocidade 
global da reação (Difusão Externa). 
 
Análise e Cálculo de Reatores Profa Dra. Veronice Slusarski Santana 
 
12 
 
 
Figura 6 – Transferência de massa de A do seio fluido até o sítio ativo. 
 
Tratando a difusão internacomo sendo a etapa limitante (a etapa mais lenta do 
processo), na qual o reagente A se difunde da superfície externa, a uma concentração CAS, 
para o interior da partícula, onde a concentração é CA. À medida que A se difunde para o 
interior da partícula, ele reage com o catalisador depositado nos lados das paredes do poro. 
Para partículas grandes, o reagente A leva um longo tempo para se difundir no 
interior em comparação com o tempo gasto para a reação ocorrer no interior da superfície 
do poro. Neste caso, o reagente somente é consumido próximo à superfície exterior da 
partícula, e o catalisador próximo ao centro da partícula é catalisador desperdiçado. Para 
partículas muito pequenas, o reagente leva muito pouco tempo para se difundir para dentro 
e para fora do interior da partícula; como resultado, a difusão interna não mais limita a 
velocidade de reação (Figura 7), que pode ser expressa por: 
 
Sendo CAS a concentração na superfície externa e kr a constante global de velocidade que é 
uma função do tamanho da partícula. 
 
 
Figura 7 – Efeito do tamanho da partícula sobre a constante global de velocidade (Difusão 
Interna).