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apostila de citologia clinica geral

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1 
 
Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
 
CITOLOGIA CLÍNICA 
 
 
 
 
 
 
 
20/02/2017 AposƟla de Citologia Ginecológica 
 
A apostila da disciplina de Citologia Clínica do Curso de Farmácia 
da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das 
Missões – Campus de Santo Ângelo, compreende a ementa da 
disciplina, que contempla o estudo do diagnóstico 
citopatológico, relacionando a sua importância com a clínica; 
Métodos de análise em citologia clínica; Técnicas de coleta, 
fixação e coloração de amostras biológicas; Citologia do 
aparelho genital feminino; Liberação de laudos citológicos. 
 
2 
 
Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
 
 
Citologia Clínica A (3cr) 
 
Ementa 
Citologia cérvico-vaginal, espermograma, citologia de líquidos corporais 
 
Objetivo Geral 
Descrever o diagnóstico citológico normal, inflamatório, infeccioso e neoplásico 
 
Programa 
Preparo, coloração, montagem, leitura dos esfregaços e laudos citológicos 
Citologia do aparelho genital feminino, aparelho genital masculino e componentes 
celulares benignos de cavidades serosas 
Citopatologia cérvico-vaginal: citologia do epitélio escamoso estratificado e do 
epitélio colunar; classificações do diagnóstico citológico; alterações celulares 
benignas reativas; alterações celulares degenerativas; reparo ou regeneração; 
alterações celulares associadas com atrofia; hiperplasia de células basais e de 
células de reserva; metaplasia escamosa; critérios citomorfológicos de malignidade. 
Espermograma: colheita e preparação do sêmen; análise física; análise 
morfológica; análise microscópica quantitativa; análise microscópica qualitativa 
Citologia de líquidos corporais: composição bioquímica, citologia das células 
presentes 
 
 
Bibliografia básica 
STRASINGER, S. K. Uroanálise & fluidos biológicos. 3.ed. São Paulo: Premier, 
2000. 
GOMPEL, C., KOSS, L.G. Citologia ginecológica e suas bases anatomoclínicas. Ed. 
Manole Ltda, São Paulo, 1997. 
KURMAN, R.J., SOLOMON, D. O Sistema Bethesda para o Relato de Diagnóstico 
Citológico Cervicovaginal. Ed Revinter; Rio de Janeiro, 2001. 
 
3 
 
Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
 
INTRODUÇÃO À CITOPATOLOGIA 
Estudo citológico, finalidade, preparo, coloração, montagem, leitura dos esfregaços 
cervicovaginais dos esfregaços e laudos citológicos 
 
Exame citopatológico 
Preparação de células em lâmina de microscopia, coradas pela coloração de 
Papanicolaou e, exploração microscópica dessas células de forma individualizada. 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Representação de uma lâmina de microscopia com um esfregaço de citologia corada; 
células epiteliais escamosas; células epiteliais glandulares e representação de um microscópio 
óptico. 
 
Finalidade do exame citológico 
Diagnóstico precoce de doenças, especialmente o câncer e as alterações celulares 
do tipo reativas, degenerativas, regenerativas, inflamatórias e neoplásicas. 
 
Figura 2: Esfregaço citológico com células epiteliais com atipias. 
 
Princípio do método citológico 
O estudo compreende memorizar células e tecidos normais e depois, as alterações 
morfológicas encontradas em distúrbios hormonais, nas infecções e nos estágios 
pré-malignos e no câncer. 
4 
 
Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
 
 
 
 
 
 
Figura3: Células epiteliais normais; células epiteliais apresentando atipias de baixo grau; células 
epiteliais apresentando atipias de baixo grau. 
 
Padrão ouro do diagnóstico 
Resultado citológico negativo, não significa que o tecido seja normal. Resultado 
positivo, significa que células anormais apareceram, porém este resultado não 
prova que exista um câncer, sendo necessário realizar o exame de COLPOSCOPIA 
e confirmar pela HISTOPATOLOGIA. O diagnóstico histopatológico é o padrão ouro. 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Citologia, colposcopia e histologia (de cima para baixo); normal, lesão de baixo grau, lesão 
de alto grau e carcinoma de células escamosas (da esquerda para direita). 
 
Colheita do material 
Colo de útero – a colheita de material citológico cervico-vaginal é realizado com 
espátula de Ayre e escova citológica endocervical. 
 
 
 
 
 
Figura 5: Representação do útero e colo do útero com epitélio normal e atípico. Representação da 
coleta de material citológico cervico-vaginal. 
5 
 
Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
 
Preparo do material citológico 
O material deve ser distribuído na lâmina de extremidade fosca, previamente limpa, 
e identificada. A identificação deve ser realizada no momento da colheita, na 
extremidade fosca da lâmina com lápis (o grafite resiste as etapas de fixação e 
coloração). O material deve ser espalhado sobre a lâmina de modo regular, com 
boa espessura. 
 
 
Fixação do material 
O objetivo da fixação é preservar o estado morfológico e manter as características 
citomorfológicas e os elementos citoquímicos das células e deve ser imediata. 
 
 
Fixadores 
Álcool etílico em solução de 70 a 90%, álcool isopropílico em solução de 70 a 90%, 
álcool isopropílico e polietileno glicol (Carbowax), forma uma película de proteção, 
pode ser em gotas (4 gotas sobre o esfregaço) ou atomizador. 
 
 
Coloração de Papanicolaou 
Colorações foram desenvolvidas para visualizar componentes das células e dos 
tecidos baseadas no princípio ácido-base. A hematoxilina é uma base, cora 
componentes ácidos da célula em uma cor azulada – núcleo (DNA e RNA); a eosina 
é um ácido que cora componentes básicos da célula em róseo – citoplasma. A 
coloração de Papanicolaou é universalmente utilizada em citologia genital. 
 
 
 
6 
 
Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
Coloração e montagem da lâmina 
 
Técnica de coloração de Papanicolaou 
1 a 3) Álcool etílico em ≠ diluições 1 minuto 
4) Água destilada (hidratar) 1 minuto 
5) Hematoxilina de Harris (nuclear) 1-3 minutos 
6) Água corrente 5 minutos 
7) Água destilada 1 minuto 
8) Álcool etílico a 70% (desidratar) Imergir 
9) Álcool etílico a 90% Imergir 
10) Álcool etílico absoluto Imergir 
11) Orange G (citoplasma) 2 minutos 
12) Álcool etílico absoluto Imergir 
13) Álcool etílico absoluto Imergir 
14) EA – 36 (citoplasma) 1 minuto 
15) Álcool etílico a 95% Imergir 
16 e 17) Álcool etílico absoluto Imergir 
18) Xilol (desidratar e clarificar), dentro de uma capela 1 minuto 
Montar com bálsamo sintético entre lâmina e lamínula 24X40 
 
 
Leitura dos esfregaços 
A leitura da lâmina deve seguir regras bem estabelecidas. A observação ou 
varredura da lâmina deve ser sistemática e os campos sucessivos serão 
parcialmente revistos para não perder nenhuma área. A varredura deve ser 
realizada com aumento pequeno com ocular de 10x e objetiva de 10x (100x). As 
células ou zonas atípicas são submetidas ao exame minucioso com objetiva de 
maior aumento (40x). 
 
 
 
7 
 
Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
Leitura dos esfregaços 
Tipos de varredura (screening) 
Horizontal 
Vertical 
3o tipo é usado em revisão de lâminas previamente negativas (re-screening), pelo 
menos 30 campos por 1 a 2 min 
 
 
 
 
 
Figura 6: Representação dos tipos de varredura. 
 
 
 
 
8 
 
Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
 
CLASSIFICAÇÕES CITOLÓGICAS 1940-2001 
 
Evolução das Classificações para Laudos Citológicos 
Papanicolaou, 1940 
Reagan, 1953 
Richart, 1967 
Sistema Bethesda, 1988, revisada em 1991 
Sistema Bethesda, 2001 
Consenso da Sociedade Britânica de Citologia 
Nomenclatura brasileira para laudos cervicais, MS 
Classificação de Bethesda, 2001 
 
 
 
Papanicolaou,em 1940, utilizou um sistema de cinco grupos, para estabelecer uma 
comunicação clara e precisa entre o citologista e o clínico. 
 
Classe I Ausência de células atípicas ou anormais 
Classe II Citologia atípica, mas sem evidência de malignidade 
Classe III Citologia sugestiva, mas não conclusiva de malignidade 
Classe IV Citologia fortemente sugestiva de malignidade 
Classe V Citologia conclusiva para malignidade 
Quadro 1: Classificação de Papanicolaou. 
 
 
 
 
 
9 
 
Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
Reagan, em 1953, se preocupou com aspectos histológicos e introduziu o termo 
“displasia”, para atipias celulares menos evidentes que as de carcinoma “in situ”. 
Displasia leve Classe III de Papanicolaou 
Displasia moderada 
Displasia acentuada 
Carcinoma “in situ” Classe IV de Papanicolaou 
Quadro 2: Classificação de Papanicolaou modificada com novos conceitos introduzidos por Reagan. 
 
Richart, em 1967, Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC) – alerta para o potencial 
invasivo dessas lesões, displasia acentuada e Ca ‘in situ’ não eram reproduzíveis. 
Neoplasia Intraepitelial Cervical Grau 1 (NIC 1) Displasia leve 
(Classe III de Papanicolaou) 
Neoplasia Intraepitelial Cervical Grau 2 (NIC 2) Displasia moderada 
(Classe III de Papanicolaou) 
Neoplasia Intraepitelial Cervical Grau 3 (NIC 3) Displasia acentuada (Classe III) 
Carcinoma “in situ” (Classe IV) 
Quadro 3: Classificação de Papanicolaou, modificada com novos conceitos introduzidos por Richart. 
 
Richart, em 1991, modificou essa classificação. 
NIC de baixo grau (NIC I) Displasia leve 
(Classe III de Papanicolaou) 
NIC de alto grau (NIC II e III) Displasia moderada 
(Classe III de Papanicolaou) 
Displasia acentuada 
(Classe III de Papanicolaou) 
Carcinoma “in situ” 
(Classe IV de Papanicolaou) 
Quadro 4: Classificação de Papanicolaou, modificada com novos conceitos introduzidos por Richart. 
 
 
 
10 
 
Apostila de Citologia Clínica 
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Sistema Bethesda para relato Citológico Cervical 
Bethesda – 1988 Incorporação da amostra adequada - Sem critérios 
Bethesda – 1991 Revisão 
Adequação da amostra 
Satisfatória para avaliação 
Avaliação satisfatória mas limitado (explicar) 
Bethesda – 2001 Revisão 
Negativo para lesão Intraepitelial ou malignidade 
Anormalidades em células epiteliais 
Bethesda – 2014 Revisão 
Negativo para lesão Intraepitelial ou malignidade 
Outros (ver interpretação resultado (células endometriais em 
mulheres com idade ≥ 45 anos) 
Anormalidades em células epiteliais 
Quadro 5: Classificações de Bethesda. 
 
 
Classificação de Bethesda, 2014 
Adequação da amostra 
Satisfatório para avaliação 
Descrever presença ou ausência de componentes da zona de 
transformação e outros indicadores de qualidade, inflamação, sangue 
obscurecendo parcialmente, etc. 
Insatisfatória para avaliação 
Amostra rejeitada/não processada 
Amostra processada e examinada, mas insatisfatória para avaliação de 
anormalidades epiteliais porque (especificar razões – sangue obscurecendo 
totalmente, componente epitelial escasso) 
 
 
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Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
Classificação de Bethesda – 2014 
 
NEGATIVO PARA MALIGNIDADE OU LESÃO INTRAEPITELIAL 
 
Achados Não-Neoplásicos 
Variações celulares não-neoplásicas 
o Metaplasia escamosa 
o Mudanças celulares 
o Metaplasia tubária 
o Atrofia 
o Mudanças associadas a gravidez 
Mudanças celulares reativas associadas com: 
o Inflamação 
o Cervicite folicular 
o Radiação 
o Dispositivo intrauterino 
 
Organismos 
o Trichomonas vaginalis 
o Fungos morfologicamente consistentes com Candida spp. 
o Desvio na flora sugestivo de vaginose bacteriana 
o Bactérias morfologicamente consistentes com Actinomyces spp. 
o Mudanças celulares consistentes com o vírus do herpes simples 
o Mudanças celulares consistentes com o citomegalovírus 
 
 
ANORMALIDADES EM CÉLULAS EPITELIAIS 
 
Células escamosas 
o Células escamosas atípicas 
o De significado indeterminado (ASC-US) 
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Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
o Não exclui HSIL (ASC-H) 
o Lesão Intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL), compreende: HPV / 
Displasia Leve / NIC 1. 
o Lesão Intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL), compreendo: Displasia 
Moderada e Acentuada, Carcinoma “in situ” / NIC 2 e NIC 3. 
o Carcinoma de células escamosas 
 
Células glandulares 
o Atípicas 
o Células endocervicais (NOS) 
o Células endometriais (NOS) 
o Células glandulares (NOS) 
o Atípicas 
o Células endocervicais, favor neoplasia 
o Células glandulares, favor neoplasia 
o Adenocarcinoma endocervical “in situ” 
o Adenocarcinoma 
o Endocervical 
o Endometrial 
o Extrauterino 
o Não especificado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
ADEQUAÇÃO DA AMOSTRA - CELULARIDADE 
Adequação da amostra 
Boa Celularidade 
Uma lâmina precisa ser coberta com uma 
celularidade de 10.000 células 
em 20 campos 
10 campos da lâmina precisariam ser cobertos para 
uma celularidade de 10.000 células 
 
Quadro 6: Adequação da amostra – boa celularidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 7: Adequação da amostra – representações de boa celularidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 8: Adequação da amostra – representação de pobre celularidade. 
14 
 
Apostila de Citologia Clínica 
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Nomenclatura brasileira para laudos cervicais (MS) – Formulário SUS 
 
 
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Apostila de Citologia Clínica 
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Apostila de Citologia Clínica 
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DIAGNÓSTICO DESCRITIVO 
Dentro dos limites da normalidade, no material examinado 
Alterações celulares benignas 
Atipias celulares 
 
Alterações celulares benignas 
Inflamação 
Reparação 
Metaplasia escamosa imatura 
Atrofia com inflamação 
Radiação 
Outras (especificar) 
 
Microbiologia 
Lactobacillus sp 
Bacilos supracitoplasmáticos (sugestivos de Gardnerella/Mobiluncus) 
Outros bacilos 
Cocos 
Candida sp 
Trichomonas vaginalis 
Sugestivo de Chlamydia sp 
Actinomyces sp 
Efeito citopático compatível com vírus do grupo Herpes 
Outros (especificar) 
 
Atipias celulares 
Células atípicas de significado indeterminado 
Escamosas 
Possivelmente não-neoplásicas 
Não se pode afastar lesão intraepitelial de alto grau 
 
17 
 
Apostila de Citologia Clínica 
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Glandulares 
Possivelmente não-neoplásicas 
Não se pode afastar lesão intraepitelial de alto grau 
De origem indefinida 
Possivelmente não-neoplásicas 
Não se pode afastar lesão intraepitelial de alto grau 
 
Em células escamosas 
Lesão intraepitelial de baixo grau (compreendendo efeito citopático pelo HPV e 
neoplasia intraepitelial cervical grau I) 
Lesão intraepitelial de alto grau (compreendendo neoplasias intraepiteliais cervicais 
graus II e III) 
Lesão intraepitelial de alto grau, não podendo excluir microinvasão 
Carcinoma epidermóide invasor 
 
Em células glandulares 
Adenocarcinoma in situ 
Adenocarcinoma invasor 
Cervical 
Endometrial 
Sem outras especificações 
Outras neoplasias malignas 
Presença de células endometriais (na pós-menopausa ou acima de 40 anos, fora 
do período menstrual) 
 
18 
 
Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
 
CITOLOGIA, HISTOLOGIA, FISIOLOGIA, ANATOMIA DO APARELHO GENITAL 
FEMININO E CONSTITUINTES DO ESFREGAÇO CERVICAL NORMAL 
 
CITOLOGIA 
Estuda a morfologia e funções das células e dos componentes celulares,“cito” – 
cytos (latim = cavidade) – célula. 
 
Organelas Celulares 
Citoesqueleto 
Membrana plasmática 
Mitocôndrias 
Retículo Endoplasmático 
Aparelho de Golgi 
Lisossomos e peroxissomos 
Centríolos 
Ribossomos 
Inclusões Citoplasmáticas 
Figura 7: Representação da célula eucarionte com 
as organelas. 
 
HISTOLOGIA 
Estudo da estrutura microscópica dos tecidos, órgãos e sistemas, “histos” (grego 
– tecido), “tissu” (francês – tecido). 
História - Bichat (1771-1802) estudou e classificou os tecidos, sem microscópio, 
em + de 600 corpos  21 tipos de tecidos e órgãos. Mais tarde, com microscópio 
 4 tecidos fundamentais. 
 
Quatro tecidos fundamentais 
Tecido epitelial, Tecido conjuntivo, Tecido muscular e Tecido nervoso 
Grupos de células similares quanto à estrutura, função e origem embrionária, 
mantidas juntas por quantidade variada de material intercelular. 
19 
 
Apostila de Citologia Clínica 
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Tecido Epitelial 
Cobre o corpo por fora e reveste os órgãos por dentro. Células poliédricas, pouca 
substância extracelular, firmemente unidas umas às outras por complexos 
juncionais, formando camadas contínuas. Apoiado em tecido conjuntivo ligado 
pela membrana basal (sintetizada pelas células epiteliais). Não possui vasos 
sanguíneos, sendo nutrido por difusão através do tecido conjuntivo. Duas formas: 
epitélios que cobrem todo o corpo externamente e revestem o corpo internamente; 
glândulas que se originam das células epiteliais. 
 
Classificação dos epitélios 
Forma da célula 
Pavimentosas 
Cúbicas 
Cilíndricas 
Número de camadas 
Simples 
Estratificada 
 
 
 
Quadro 9: Classificação do tecido epitelial conforme a forma da célula e número de camadas. 
 
Tecido epitelial simples cilíndrico 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Tecido epitelial cilíndrico simples e representação esquemática do tecido cilíndrico simples. 
 
20 
 
Apostila de Citologia Clínica 
Prof. Vera Regina Medeiros Andrade 
 
 
 
Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9: Tecido epitelial pavimentosos estratificado não queratinizado (mucosa) e representação 
esquemática das células do tecido epitelial pavimentosos estratificado não queratinizado. 
 
Células epiteliais do epitélio pavimentoso estratificado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10: Tecido epitelial pavimentosos estratificado queratinizado (pele) e representação 
esquemática das células do tecido epitelial pavimentosos estratificado queratinizado. 
 
 
21 
 
Apostila de Citologia Clínica 
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Diferenciação celular – Tecido epitelial 
O processo de diferenciação ou maturação celular é o estágio de especialização 
que atinge um ponto final de função e estrutura estabilizadas. 
 
 
Superficial 
 
Intermediária 
 
Parabasal 
 
Basal 
 
 
Figura 11: Histologia mostrando diferenciação das células do tecido epitelial pavimentosos 
estratificado não queratinizado (mucosa) e representação esquemática das células do tecido epitelial 
pavimentosos estratificado não queratinizado. 
 
Desdiferenciação 
A diferenciação retrógrada (desdiferenciação) ocorre quando uma célula segue uma 
direção oposta da maturação celular normal e retorna à sua forma embrionária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12: Histologia mostrando várias camadas das células do tecido epitelial pavimentosos 
estratificado não queratinizado (mucosa) sem diferenciação e representação esquemática. 
 
 
 
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Apostila de Citologia Clínica 
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FISIOLOGIA 
A célula epitelial é provida de receptores hormonais (estrogênio e progesterona) 
que controlam a sua maturação e diferenciação 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13: Representação de uma célula epitelial com receptores de estrogênio e progesterona e 
células epiteliais apresentando diferenciação celular. 
 
Ciclo menstrual 
 
Figura 14: Representação esquemática das fases do ciclo menstrual. 
 
 
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Apostila de Citologia Clínica 
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ANATOMIA 
Aparelho genital feminino 
 
Figura 15: Representação esquemática do aparelho genital feminino. 
 
Vulva 
Lábios maiores, Lábios menores, Clitóris, Glândulas (sebáceas, Bartolin) 
Revestimento de Tecido epitelial escamoso estratificado queratinizado 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16: Representação esquemática da vulva; histologia do tecido epitelial que reveste a vulva e 
citologia da vulva. 
 
 
24 
 
Apostila de Citologia Clínica 
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Vagina 
Canal que liga o colo do útero à vulva, está à frente do reto e atrás da bexiga 
Revestida por Tecido epitelial escamoso estratificado não queratinizado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17: Representação esquemática da vagina; histologia do tecido epitelial pavimentoso 
estratificado não queratinizado (mucosa) que reveste a vagina e citologia com células epiteliais. 
 
Útero 
Forma de cone cujo vértice é inferior, parte superior é o corpo e a inferior é o colo 
Revestido por: Epitélio cilíndrico simples ciliado e não ciliado, formando 
glândulas tubulares retas com células cilíndricas altas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 18: Representação esquemática do útero e colo do útero; histologia do tecido epitelial 
pavimentoso cilíndrico simples que reveste o colo do útero e citologia com células epiteliais. 
 
 
 
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Figura 19: Representação esquemática do aparelho genital feminino; representação esquemática da 
histologia do tecido epitelial pavimentoso estratificado não queratinizado (mucosa) e do tecido 
epitelial cilíndrico simples que revestem o colo do útero na ectocérvice e endocérvice e citologia com 
células epiteliais escamosas e glandulares. 
 
CONSTITUINTES DO ESFREGAÇO CERVICAL NORMAL 
 
CÉLULAS DO EPITÉLIO ESCAMOSO 
 
Células da camada basal 
Camada única de células germinativas, sofrem mitose e mantém a renovação do 
epitélio. Células pequenas, redondas e basófilas. Núcleo volumoso (grande) central 
e hipercromático. Aparecem no esfregaço citológico em casos de diminuição 
hormonal brusca que leva a descamação intensa (pós parto) ou em casos de atrofia. 
 
 
 
 
 
 
Figura 20: Citologia com agrupamento de células epiteliais escamosas basais e esquema das 
células. Imagem comparativa: Pequenas bolas com bolas menores, ou latas de tinta azul 
 
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Apostila de Citologia Clínica 
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Células da camada parabasal 
Várias camadas de células. Células maiores, arredondadas, possuem mais 
citoplasma que as células basais, bordas bem definidas, citoplasma cianófilo. 
Núcleo central discretamente hipercromático. Aparece no esfregaço de pós parto, 
atrófico e na infância. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 21: Citologia apresentando células epiteliais escamosas parabasais e imagem comparativa: 
ovos, onde a gema é o núcleo 
 
Células da camada intermediária 
Várias camadas, a espessura varia de acordo com a fase do ciclo. Células com 
forma poligonal, citoplasma abundante, delicado e cianófilo claro. Núcleo redondo, 
claro e central. Possui alto teor de glicogênio. Os lactobacilos que compõem a flora 
vaginal metabolizam o glicogênio a ácido láctico, mantendo o pH ácido vaginal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 22: Citologia apresentando células epiteliais escamosas intermediárias e imagem 
comparativa: almofadas com botões. 
 
 
 
15 a 30 m 
27 
 
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Células da camada superficial 
Várias camadas de células, a espessura varia de acordo com a fase do ciclo. 
Células bem diferenciadas, poligonais, achatadascianófilas ou eosinófilas 
apresentando citoplasma queratinazado que reflete o padrão citológico da atividade 
estrogênica. Descamam facilmente. Apresentam núcleos picnóticos que são 
núcleos puntiformes, hipercromáticos, opacos, homogênios os quais não se pode 
visualizar estrutura em seu interior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 23: Citologia apresentando células epiteliais escamosas superficiais eosinófilas e cianófilas e 
imagem comparativa: uma folha de papel com um pingo de tinta preta ou um grão de feijão 
 
CORRELAÇÃO DA HISTOLOGIA E CITOLOGIA 
 
Figura 24: Histologia do tecido epitelial pavimentoso estratificado não queratinizado e citologia 
apresentando células epiteliais escamosas da camada basal, intermediária e superficial e esquema 
das células. 
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CÉLULAS DO EPITÉLIO COLUNAR DA ENDOCÉRVICE 
 
Células colunares, cilíndricas ou glandulares 
Uma camada de células produtoras de muco e células ciliadas. Células altas, 
alongada ou arredondada, conforme o plano pelo qual é vista. Citoplasma basófilo, 
delicado e vacuolizado. Núcleo redondo ou oval, grande, volumoso, basal. 
Disposição em favo de mel quando vista de cima e paliçada quando vista da face 
lateral com altura de 20 a 30 m e diâmetro de 8 a 10 m. 
 
 
 
 
 
Figura 25: Desenho esquemático do tecido epitelial glandular simples em paliçada e em favo de mel; 
imagem comparativa: cerca (paliçada) ou favo de mel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 26: Citologia apresentando agrupamento de células glandulares endocervicais mostrando 
formação em favo de mel e paliçada na borda do agrupamento e desenho esquemático. 
 
 
 
 
 
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CÉLULAS DO EPITÉLIO COLUNAR DO ENDOMÉTRIO 
 
Células colunares, cilíndricas ou glandulares 
Descamam durante a menstruação e podem ser observadas até o 10º dia do ciclo 
menstrual. Células endometriais são pequenas. Descamam em agrupamentos 
densos, tridimensionais. Possuem tamanha menor que as endocervicais. Células 
do estroma endometrial (tecido conjuntivo) também podem aparecer. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 27: Citologia apresentando agrupamento de células glandulares endometriais mostrando 
formação em favo de mel; citologia apresentando agrupamento de células glandulares endometriais 
(exodus). 
 
Outras células 
Leucócitos polimorfonucleares neutrófilos são componente usual nos esfregaços 
cervicais em pequeno número. Variam conforme a fase do ciclo menstrual. 
Escassos na ovulação e mais numerosos na fase progestacional. Quando 
presentes em grandes quantidades, estão associados a processos inflamatórios. 
 
Hemácias podem aparecer poucas. Em grande número quando o esfregaço é 
colhido no período menstrual. Podem estar associadas com ulcerações ou trauma 
durante a coleta. 
 
Histiócitos (monócitos) são frequentes em esfregaços cervicais. Apresentam 
formas variadas, podem ser pequenos, do tamanho de uma célula endometrial ou 
maiores, gigantes e multinucleados em esfregaços de pós-menopausa. 
 
30 
 
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Linfócitos células redondas, são bem menos frequentes nos esfregaços cervicais. 
São observados em grandes quantidades em infecções crônicas, como em cervicite 
folicular. 
 
Muco é secretado pelas células endocervicais, sendo observado em esfregaços 
cervicais, dependendo da fase do ciclo menstrual. Sem significado clínico. 
 
Espermatozoides podem ser observados, porém nunca relatados. Sem significado 
clínico. 
 
 
METAPLASIA ESCAMOSA 
 
É uma alteração reversível onde ocorre uma mudança de um tipo de célula adulta 
e madura em outro tipo celular adulto. Um processo em que um tipo de epitélio se 
transforma em outro tipo epitelial. Representa uma substituição adaptativa das 
células que são sensíveis ao estresse por tipos celulares melhor preparados para 
suportar o ambiente adverso. O tecido metaplásico é mais resistente às agressões 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 28: Representação esquemática do processo de metaplasia. 
 
 
 
 
 
 
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Mecanismo da Metaplasia 
 
Reprogramação das células pluripotentes (células de reserva) ou de células 
mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo. Se as 
influências que predispõem à metaplasia persistirem pode ocorrer uma 
transformação maligna, conforme exemplos abaixo: 
 Metaplasia epitelial colunar para escamosa no trato respiratório 
 Metaplasia epitelial escamoso para colunar no trato digestório, 
como na esofagite de Barret, na qual o epitélio esofágico é 
substituído por células colunares. 
 Metaplasia epitelial colunar para escamosa no colo do útero (SGF) 
 Como acontece a metaplasia 
 
 
 
 
Figura 29: Desenho esquemático apresentando a junção escamo-colunar em processo de 
metaplasia. 
 
 
 
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Ectopia 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ectopia na zona de transformação 
 
 
 
 
 
 
 
Ectopia com metaplasia na zona de transformação 
E = Epitélio escamoso, C = Epitélio cilíndrico; M = Metaplasia pavimentosa em mucosa 
endocervical 
Figura 30: Representação esquemática do colo do útero apresentando ectopia (eversão) do colo e 
metaplasia. 
 
Critérios citológicos 
Aparecem em agregados soltos ou isoladas. Mostram processos citoplasmáticos 
proeminentes. Células metaplásicas imaturas são pequenas e semelhantes às 
células basais e parabasais. Células metaplásicas maduras são grandes poligonais 
de tamanho e forma similar às células intermediárias e superficiais. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 31: Citologia apresentando células metaplásicas com projeções citoplasmáticas. 
 
 
 
 
 
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Variações celulares não-neoplásicas 
 
Metaplasia escamosa: Células apresentando margens celulares proeminentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 32: Citologia apresentando células metaplásicas com projeções citoplasmáticas e desenho 
esquemático de uma célula metaplásica com projeções citoplasmáticas proeminentes. 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
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Mudanças celulares queratóticas: Paraceratose e hiperceratose 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 33: Citologia apresentando células epiteliais totalmente queratinizadas e anucleadas; 
citologia apresentando algumas células de paraceratose. 
 
Metaplasia tubária: Apresenta células colunares ciliadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 34: Citologia apresentando células epiteliais cilíndricas ciliadas. 
 
Atrofia 
Células parabasais degeneradas eosinofílicas com núcleos degenerados. Autólise 
do núcleo, resultando núcleos desnudos. Exsudato inflamatório com granulações 
basofílicas. Material amorfo basofílico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 35: Citologia apresentando esfregaço atrófico com células epiteliais profundas apresentando 
degeneração nuclear, fundo grumoso. 
 
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Mudanças associadas a gravidez: Célula intermediária navicular, na gravidez, 
devido ao alto teor de glicogênio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 36: Citologia apresentando células epiteliais intermediárias naviculares. 
 
Mudanças celulares reativas associadas com: 
Inflamação 
 
Critérios Citológicos 
Núcleo 
Aumento nuclear 
Hipercromatismo 
Binucleação ou multinucleação 
Degeneração nuclear 
Nucléolos únicos ou múltiplos 
Halos perinucleares, sem espessamento periférico 
Citoplasma 
Metacromasia,policromasia (anfofilia) 
Vacuolização 
Fagocitose 
Degeneração citoplasmática 
Citoplasma com bordas apagadas 
Outras células – Leucócitos 
Neutrófilos 
Histiócitos 
Linfócitos 
 
Núcleo 
Aumento nuclear 
Células escamosas apresentando 1 ½ a 2 vezes o tamanho do núcleo de uma 
célula intermediária normal 
Calibrar o olho com as outras células intermediárias normais do esfregaço 
Células glandulares endocervicais podem apresentar grande aumento nuclear 
(núcleos volumosos) e nucléolos 
 
 
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Figura 37: Citologia apresentando células epiteliais com núcleos aumentados de tamanho. 
 
Hipercromatismo - cromatina fortemente corada, mas uniforme 
Binucleação ou multinucleação - Célula apresentando dois ou três núcleos 
 
 
 
 
Figura 38: Citologia apresentando células epiteliais com núcleos hipercromático; citologia 
apresentado célula com binucleação. 
 
Degeneração nuclear 
 
Cariorrexe 
Dissolução da cromatina 
Dispersão da cromatina 
Perda dos limites nucleares 
 
 
Picnose 
Retração nuclear 
Redução do volume nuclear 
Condensação do DNA 
Núcleo hipercromático 
 
Cariólise 
Dissolução da cromatina pela DNAse 
Núcleo sem coloração ou pouco corado 
Nucléolos únicos ou múltiplos, proeminentes 
 
 
 
 
 
 
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Citoplasma 
Citoplasma com metacromasia, policromasia (anfofilia). Vacuolização e 
degeneração citoplasmática. Fagocitose, Halos perinucleares, sem espessamento 
periférico. Citoplasma com bordas apagadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 39: Citologia apresentando células epiteliais metacromasia; citologia apresentando célula 
com vacuolização e degeneração citoplasmática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 40: Citologia apresentando célula epitelial com um fagossomo; citologia apresentando célula 
epitelial com bordas citoplasmáticas apagadas. 
 
Outras Células 
Leucócitos 
Neutrófilos são vistos nos esfregaços cervicais e não são indicativos 
de infecção. Mas, quando eles estão presentes, em quantidade 
aumentada indicam um processo infeccioso. 
Na fase aguda da infecção - Exsudato leucocitário, apresentando 
neutrófilos e histiócitos (macrófagos – monócitos). Exsudato 
inflamatório denso, pode impedir uma análise citológica. 
 
Monócitos  Histiócitos 
Pequenos: após a fase menstrual (êxodo)  NORMAL. Fora dessa 
fase  INFLAMAÇÃO CRÔNICA . Grandes: com núcleo excêntrico, 
forma oval, redonda ou em feijão. Após menopausa e após 
radioterapia 
 
Linfócitos 
Na fase crônica, ocorre infiltração localizada ou difusa de linfócitos 
formando folículos linfoides 
 
 
 
 
 
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Alterações de reparo 
Reparo  Erosão ou Úlcera 
Um trauma ou infecção aguda pode levar a uma perda da descontinuidade do 
epitélio  ulcera ou erosão 
 
 
Figura 41: Desenho esquemático de um tecido mostrando erosão. 
 
 
Representação esquemática simplificada da reparação 
 
 
Proliferação das células basais ou de células de reserva 
na periferia da lesão 
 
Células cobrem a superfície como um lençol. 
Reconstituição do epitélio por proliferação e diferenciação 
celular 
 
Critérios Citológicos: Fundo da lâmina normalmente limpo; Células e núcleos 
orientados na mesma direção, refletem crescimento celular rápido, aspecto de 
lençol; Aumento do tamanho nuclear, nucléolos proeminentes. Ausência de células 
isoladas com alterações nucleares 
 
 
Figura: 
Fonte: 
 
 
 
 
 
 
Figura 42: Citologia apresentando agrupamento de células epiteliais de um reparo. 
 
 
39 
 
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Mudanças celulares reativas associadas com: 
 
Inflamação 
- Cervicite folicular 
Linfócitos e seus precursores com padrão de cromatina grosseira, nucléolos 
proeminentes, mimetiza carcinoma de células escamosas pouco diferenciado. 
Infecção crônica - Chlamydia trachomatis (Doença inflamatória pélvica - DIP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 43: Citologia apresentando processo inflamatório, mostrando linfócitos em grande 
quantidade. 
 
 
Radiação 
Critérios 
Tamanho celular normalmente aumentado. Células em forma bizarra. Núcleos 
aumentados com degenerações. Binucleação ou multinucleação comum. Nucléolos 
proeminentes único ou múltiplos. Reação reparatória pode ser observada. 
Vacuolização do citoplasma. 
 
 
 
Figura 44: Citologia apresentando efeito da radioterapia em células epitelais. 
 
 
40 
 
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Dispositivo intrauterino 
Células podem descamar em agrupamentos ou isoladas. Agrupamentos podem 
imitar as células de adenocarcinoma. – cautela na presença de um DIU. Em caso 
de dúvida, considere repetir a amostragem após a remoção do DIU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 45: Citologia apresentando agrupamento glandular com mudanças reativas associadas ao 
DIU. 
 
 
 
 
 
Trichomonas vaginalis 
 
Protozoário, unicelular, flagelado, forma de pera (oval ou redondo), 15 a 30 m de 
tamanho. Núcleo pálido, vesicular e localização excêntrica. Citoplasma eosinófilo 
ou cinófilo, com granulações que podem ser observadas, flagelo não visível. 
Aderem nas superfícies das mucosas e causam lesões no trato genital masculino e 
feminino. Não invadem os tecidos do hospedeiro. Causam tricomoníase, uma 
infecção de transmissão sexual. Corrimento de cor amarelada ou esverdeada, 
causando coceira e dor no ato sexual. Podem causar infecções nas trompas e 
ovários, levando a esterilidade ou pode ser assintomática. 
 
 
 
 
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Características do esfregaço citológico 
Fundo apresenta exsudato leucocitário 
Células escamosas policromáticas 
Leve aumento nuclear com hipercromasia 
Binucleação, multinucleação, cariopicnose e halo perinuclear 
Outras alterações celulares reativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 46: Citologia apresentando processo inflamatório, mostrando diversas estruturas piriformes, 
núcleo pálido, vesicular, cianofíceas, algumas com granulações, e flagelo não visível. Ao lado uma 
representação esquemática do protozoário. 
 
 
Fungos morfologicamente consistentes com Candida spp. 
 
Fungos com blastoconídeos, pseudo-hifas e hifas verdadeiras ramificadas e 
septadas, eosinofílicas a marrom-acinzentada. Várias espécies, dentre as mais 
frequentes: Candida albicans e Candida glabrata. 
 
Candidíase: Certos fatores que contribuem para o aparecimento da candidíase: 
gravidez, diabetes, obesidade, higiene pessoal, medicamentos (antibióticos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 47: Citologia apresentando mostrando organismos fúngicos morfologicamente compatíveis 
com Candida spp. ao lado uma representação de hifa com septação e blastoconídeos. 
 
 
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Desvio na flora sugestivo de vaginose bacteriana 
 
Características do esfregaço citológico 
Fundo do esfregaço com cocobacilos em evidência. Células escamosas individuais 
cobertas por uma camada de cocobacilos que obscurece a membrana celular e o 
citoplasma formando as “clue cells” ou células alvo. 
 
Gardnerella vaginalis e/ou Mobiluncus sp 
A predominância de cocobacilos representa uma mudança da flora vaginal de 
Lactobacilos para um processo polimicrobiano, envolvendo vários tipos de bactérias 
anaeróbicas, incluindo, mas não limitando-se à Gardnerella vaginalis. Bastonete 
curto, Gram negativo ou Gram variável, citologia com células alvo ou Clue cell. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 48: Citologiaapresentando processo inflamatório por desvio na flora sugestivo de vaginose 
bacteriana, observe as células alvo ou clue cellls. 
 
Ecossistema vaginal: A flora vaginal é um ecossistema dinâmico constituído de 
várias espécies de Lactobacillus, e outras bactérias produtoras de ácido lático. A 
composição da flora vaginal não é constante, sofrendo variações em resposta a 
fatores exógenos e endógenos. Tais fatores incluem as diferentes fases do ciclo 
menstrual, gestação, uso de contraceptivos, frequência de intercurso sexual, uso de 
duchas ou produtos desodorantes, utilização de antibióticos ou outras medicações 
com propriedades imunossupressivas. 
Lactobacillus spp. - Bastonete Gram positivo, imóvel e não capsulado; constitui o 
maior componente da flora vaginal; pH < 4,5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 49: Citologia apresentando flora de lactobacilos. 
 
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Bactérias morfologicamente consistentes com Actinomyces spp. 
 
São bactérias anaeróbicas (Gram positivas), habitantes normais da boca e do 
intestino. Causam doença quando barreiras da mucosa são rompidas por trauma 
mecânico. Resposta inflamatória aguda, dor pélvica. Encontrado em 
aproximadamente 7% das mulheres usuárias de DIU. 
 
Critérios citológicos 
Grupos entrelaçados de organismos filamentosos (borrão). Grupos em “cotton 
boll” (bola de algodão). Usualmente ramificados 
 
 
Figura 50: Citologia apresentando organismos filamentosos (borrão), morfologicamente 
consistentes com Actinomyces spp. 
 
Alterações celulares consistentes com o vírus do herpes simples 
 
Vírus grandes, encapsulados, com dupla fita de DNA, conhecidas mais de 100 
espécies, 6 causam doenças no homem. HSV-1 e HSV-2 são geneticamente 
semelhantes e causam um padrão semelhante de infecção primária e recorrente. 
Infectam a pele e as mucosas orofaríngea (HSV-1) e genital (HSV-2). Causam 
lesões vesiculares com ulceração e evidente reparo epitelial, provocando dor, 
queimação e bolhas dolorosas, pequenas feridas. 
 
Critérios citológicos 
Fundo apresenta exsudato leucocitário. Células grandes, multinucleadas, com 
núcleos moldados. Núcleos com aspecto de vidro fosco com fina membrana 
nuclear, cromatina marginalizada. Inclusões intranucleares eosinofílicas, densas 
 
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Figura 51: Citologia apresentando célula epiteliais grandes, multinucleadas, com núcleos 
moldados, aspecto de vidro fosco com efeito citopático consistente com o vírus do herpes simples. 
 
 
Mudanças celulares consistentes com o citomegalovírus 
Critérios citomorfológicas 
As células com núcleos grandes e proeminentes, inclusão intranuclear vermelho 
consistentes com a infecção pelo citomegalovírus (CMV) 
 
Figura 52: Citologia apresentando célula epiteliais com efeito citopático consistente com o vírus 
citomegalovírus. 
 
 
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Papilomavírus humano (HPV), verrugas e câncer do colo do útero 
Pequenos vírus, epiteliotrópico, sem envelope, cadeia dupla de DNA, infectam 
epitélios da mucosa e pele em vertebrados superiores e induzem a proliferação 
celular. Mais de100 tipos de HPV foram identificados, sendo que metade deles 
infectam o trato genital. Muitos tipos de HPV foram encontrados em câncer cervical, 
enquanto outros são encontrados raramente ou não em todos. Classificados de 
HPVs de “baixo risco” e “alto risco”, de acordo com sua capacidade de 
transformação da célula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 53: Figura esquemática do Papilomavírus, apresentando seu capsídeo e molécula do DNA; 
representação da cadeia de DNA com os genes E (early) e L (late). 
 
 
Papilomavírus humano (HPV) 
Baixo risco (6, 11, 42, 43, 44, 45, 51, 52, 74 ...) 
Causam tumores benignos como verrugas comuns e verrugas anogenitais 
(condilomas) 
 
Alto risco (16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 ...) 
Associado ao câncer da cérvice, vulva, ânus e pênis 
 
Mais de 40 tipos de HPVs infectam o trato anogenital 
 
 
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Figura 54: Representação esquemática do útero e da cérvice uterina e seus epitélios; representação 
esquemática linear dos dois epitélios, na junção epitelial do epitélio da cérvice uterina – Junção 
escamo colunar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 55: Representação esquemática linear mostrando uma fissura no epitélio escamosos e junção 
escamo-colunar por onde o vírus HPV pode ter acesso a célula da camada basal. 
 
 
 
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Figura 56: Representação esquemática de uma célula epitelial escamosa da camada basal, 
mostrando o HPV penetrando na célula e a molécula de DNA do vírus, circular (epissomal) no núcleo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 57: Representação esquemática do tecido epitelial mostrando o HPV, no núcleo, desde a 
célula da camada basal, na forma epissomal, até a célula superficial. 
 
 
 
 
Núcleo 
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Que doenças podem ser causadas pelo HPV, se o DNA não se integra ao 
genoma celular? 
Lesões benignas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 58: Desenho esquemático de verrugas vulgares na pele da planta do pé; foto de verrugas 
vulgares na pele do rosto; foto de verrugas vulgares na pele na mão. HPV de baixo risco (6, 11, ...) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 59: Fotos de verrugas vulgares na pele da região genital e anal; histologia de verruga vulgar 
na pele. HPV de baixo risco (6, 11, ...) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 60: Representação esquemática do núcleo de uma célula epitelial escamosa da camada 
basal, mostrando a molécula do DNA do HPV; a seta vermelha mostra onde normalmente ocorre a 
quebra da molécula circular do DNA que se lineariza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 61: Representação esquemática do núcleo de uma célula epitelial escamosa da camada 
basal, mostrando a molécula do DNA do HPV linearizada se integrando no DNA da célula 
hospedeira. 
 
 
 
 
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Figura 62: Representação esquemática do tecido epitelial mostrando o DNA do HPV integrado ao 
DNA da célula hospedeira, ocorrendo transformação na célula. 
 
O HPV infecta as células da camada basal, em decorrência de abrasão ou 
microlesões da pele e mucosa no colo do útero, na junção escamocolunar ou 
epitélio de transição, onde as células proliferativas estão mais expostas. 
 
 
Lesões causadas pelo HPV, quando o DNA está integrado ao DNA da célula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 63: Representação esquemática do útero normal; colo do útero e citologia com lesão 
precursora; colo do útero e citologia com câncer. HPV de alto risco (16, 18, ...) 
 
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Como se faz o diagnóstico precoce do câncer do colo do útero 
 
Exame clínico – verrugas, lesões planas, história clínica 
Exame citológico de células esfoliadas (Papanicolaou) 
Exame de colposcopia 
Exame anatomopatológico 
Exames complementares 
Teste moleculares que detectam o DNA do HPV 
Captura híbrida 
Reação em cadeia da polimerase (PCR)52 
 
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Células escamosas 
 
Células escamosas atípicas 
De significado indeterminado (ASC-US - Atypical Squamous Cells of 
Undetermined Significance) 
Não exclui HSIL (ASC-H - Atypical Squamous Cells - cannot exclude HSIL) 
 
 
Células Escamosas Atípicas de Significado Indeterminado (ASC-
US) 
 
“Anormalidades celulares mais evidentes do que aquelas atribuídas às alterações 
reativas, mas que, quantitativamente ou qualitativamente, não asseguram o 
diagnóstico definitivo de lesão intra-epitelial escamosa (SIL)”. 
 
Características citológicas 
Diferenciação escamosa 
Aumento da área do núcleo em relação ao citoplasma. Núcleo 2 ½ a 3 X maior do 
que o núcleo de uma célula intermediária normal ou 1 ½ a 2 X a área do núcleo de 
uma célula metaplásica normal. Variação no tamanho e forma nuclear e eventual 
binucleação. Leve hipercromatismo, mas a cromatina mantém distribuição 
uniforme sem granulações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 64: Citologia apresentando células epiteliais escamosas normais e células epiteliais 
escamosas com alterações celulares compatíveis com ASC-US. 
 
Critérios citológicos 
Células com aparência MADURA do citoplasma apresentando núcleos atípicos. 
Células com alguns, mas não todos fatores, que sugerem efeitos citopáticos do 
HPV, lembram coilócitos. Hiperceratose, células escamosas poligonais maduras 
anucleadas (pode ser contaminação). Paraceratose atípica, células sozinhas ou em 
agrupamentos tridimensionais com alongamentos, núcleo aumentado, binucleação, 
e hipercromatismo. 
 
 
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Células Escamosas Atípicas – não exclui Lesão de Alto Grau 
ASC-H 
 
Ocasionalmente, essas alterações morfológicas tornam-se tão acentuadas que as 
lesões intra-epiteliais escamosas de alto grau (HSIL) ou carcinoma de células 
escamosas não podem ser excluídas – representam 10% dos ASC. 
 
Critérios citológicos: Células escamosas pequenas. Células escamosas de 
metaplasia imatura atípica, 1 ½ a 2 X a área do núcleo de uma célula metaplásica 
normal. Altas proporções núcleo/citoplasma. 
 
Reparo atípico: Células escamosas associadas com atrofia. Células metaplásicas 
imaturas atípicas. As células ficam juntas, parece que se acomodam umas às outras 
formando um paralelepípedo. Núcleos tamanhos ≠. Podem apresentar halo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 65: Citologia apresentando células epiteliais metaplásicas normais e células epiteliais 
escamosas com alterações celulares compatíveis com ASC-H. 
 
 
Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL) 
 
Envolvem alterações celulares associadas com os efeitos citopático do HPV, 
displasia leve e neoplasia intraepitelial cervical 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 66: Esquema da diferenciação terminal do tecido epitelial apresentando efeito citopático da 
infecção pelo HPV; histologia de uma lesão intraepitelial cervical de baixo grau; seta indicando a 
diferenciação em dois terços superiores do epitélio. 
 
 
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Histologia 
Hiperplasia da camada basal que ocupa 30% da altura do epitélio. Sobre essa 
camada, as células se diferenciam e mostram anisonucleose e citoplasma com 
vacuolização (Coilocitose). Pode ser observado distúrbios de queratinização, 
paraceratose. 
 
Citologia 
Células isoladas ou agrupadas com contornos celulares nítidos. Anormalidades 
nucleares em células intermediárias e superficiais. Aumento nuclear de pelo menos 
3X a área do núcleo de uma célula intermediária normal. Binucleação e 
multinucleação. Membrana nuclear lisa com leves irregularidades. Célula 
mostrando cavidade perinuclear opticamente clara e densa borda citoplasmática – 
coilócito. Paraceratose e ceratose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 65: Citologias apresentando células epiteliais escamosas intermediárias com núcleo atípico e 
coilócitos; desenho esquemático de uma célula com coilócito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 66: Microscopia eletrônica do núcleo de célula epitelial com lesão intraepitelial escamosa de 
baixo grau (LSIL) apresentando partículas virais no interior do núcleo. 
 
 
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Lesão intraepitelial escamosa de alto grau – HSIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 67: Esquema da diferenciação terminal do tecido epitelial apresentando efeito citopático da 
infecção pelo HPV; histologia de uma lesão intraepitelial cervical de alto grau (NIC 2); seta 
mostrando a diferenciação no terço superior do epitélio. 
 
NIC 2 - Epitélio com indiferenciação em uma espessura de 70%, conserva a 
diferenciação no terço superior, as células mostram as alterações que acompanham 
à infecção do Papilomavírus Humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 68: Esquema não mostra diferenciação do tecido epitelial; histologia de uma lesão 
intraepitelial cervical de alto grau (NIC 3); seta representando que não há diferenciação do tecido 
epitelial. 
 
NIC 3 - Toda a espessura do epitélio cervical mostra células neoplásicas, com 
células imaturas, alterações e polimorfismo nuclear. Não há nenhuma maturação 
superficial, mas a membrana basal está preservada 
 
Citologia 
 
Aumento nuclear é o mesmo do LSIL, mas as células são menores e menos 
maduras. Membrana nuclear irregular. Hipercromatismo, cromatina com grânulos 
finos ou grossos, com distribuição uniforme. Nucléolos raramente presentes, 
quando aparecer dá para sugerir invasão. Fundo limpo. Arranjos em grupos coesos, 
fileiras ou em correntes. 
 
 
 
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Figura 69: Citologias apresentando células epiteliais escamosas com alterações compatíveis com 
HSIL 
 
 
Carcinoma de células escamosas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 70: Esquema mostrando invasão do tecido conjuntivo; histologia de carcinoma de células 
escamosas. 
 
Toda a espessura do epitélio cervical mostra células neoplásicas, com células 
imaturas, alterações e polimorfismo nuclear. 
 
Não há nenhuma maturação superficial, E AS CÉLULAS NEOPLÁSICAS 
ROMPEM A MEMBRANA BASAL E INVADEM O TECIDO CONJUNTIVO 
SUBJACENTE 
 
 
Citologia 
Células menores que as de HSIL, com características de HSIL. Acentuada variação 
no tamanho e forma celular. Células em forma caudadas. Células em forma 
fusiformes. Formações em pérolas córneas. Descamação em células isoladas ou 
agrupadas. Células em agregados sinciciais com bordas celulares mal definidas. 
Células escamosas com citoplasma denso orangeofílico – queratinizadas. 
 
 
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Figura 71: Citologias apresentando células de carcinoma de células escamosas. 
 
Núcleos 
Coloração em tinta de nanquim  MALIGNO 
Anisocariose 
Cromatina grosseira granular, cromatina irregular 
Membrana nuclear ultrapassando a membrana celular 
Nucléolos visíveis (macronucléolos proeminentes) 
Mitoses atípicas. Diátese tumoral, fundo sujo com aspecto proteináceo, como 
nuvem - restos de produtos de degradação celular 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Células glandulares 
 
Atípicas 
Células endocervicais (Sem outra especificação - NOS) 
Células endometriais (NOS) 
Células glandulares (NOS) 
 
Células Glandulares Atípicas 
Células mostrando diferenciação endocervical ou endometrial com atipia nuclear 
que excedam a alterações reativas ou reparatórias, mas que carecem de 
características inequívocas de adenocarcinoma “in situ” ou invasivo. 
 
Critérios citológicos 
Células glandularesendocervicais com núcleos aumentados e levemente 
irregulares 
Citoplasma vacuolizado e denso 
Modificações que excedem as mudanças reativas, mas sutis que impedem o 
diagnóstico de displasia glandular 
 
Critérios citológicos 
Células ocorrem em camadas, blocos ou rosetas. Sobreposição nuclear. Variação 
no tamanho e forma nuclear. Leve a moderada hipercromasia. Nucléolos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 72: Citologias apresentando agrupamento celular glandular com aumento nuclear, arranjo 
irregular do agrupamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Adenocarcinoma endocervical “in situ” 
Carcinoma de células do epitélio simples cilíndrico no canal endocervical 
Citologia 
Aumento nuclear, hipercromasia, estratificação (várias camadas) e atividade 
mitótica, sem invadir a membrana basal 
Características dos agrupamentos: roseta, pseudoestratificação, sobreposição e 
perda da polaridade 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 73: Citologia apresentando agrupamento celular glandular com aumento nuclear e 
hipercromatismo, arranjo do agrupamento em forma de roseta. 
 
 
Adenocarcinoma endocervical 
Citologia 
Apresenta todas as características do adenocarcinoma “in situ”. Agrupamentos ou 
agregados tridimensionais de células. Núcleos aumentados, pleomórficos, 
afastados para periferia, cromatina com distribuição irregular. Macronucléolos. 
Diátese tumoral, mostra características de invasão. Lesões precursoras do câncer 
do colo uterino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 74: Citologia apresentando agrupamento celular glandular com hipercromatismo nuclear, 
núcleos em forma de charuto, arranjo do agrupamento em forma de roseta. 
 
 
 
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Figura 75: Representação esquemática da histologia desde normal até carcinoma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Espermograma 
 
Exame de Espermograma, Espermiograma, Espermatograma, Espermocitograma, 
Espermocinetograma 
Objetivos: Estudar e acompanhar a infertilidade; Monitorar cirurgia; Pesquisar; 
Participar em medicina legal 
 
Conceito 
É a avaliação físico-química, qualitativa, quantitativa e morfológica do esperma. 
Deve ser sempre analisada, pelo menos, duas amostras de sêmen com coletas 
obtidas com um intervalo mínimo de duas semanas, devido à enorme variabilidade 
que existe na emissão seminal e, caso haja diferença maior que 20% entre 
qualquer parâmetro, será necessária uma nova amostra. Consiste de uma revisão 
morfofuncional do sistema genital masculino 
 
Sistema Genital Masculino 
Testículos - Túbulos seminíferos: órgãos ovais, dois, diâmetro 4 a 5cm e largura 
2cm. Envolvidos por cápsula de tecido conjuntivo denso → túnica albugínea 
Ductos genitais 
Situados no interior dos testículos e ductos situados fora dos testículos 
Glândulas anexas 
Vesículas seminais, Próstata e Glândulas Bulbouretrais 
Pênis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pênis 
Corpos cavernosos do pênis 
Glande 
Prepúcio 
Lóbulos testiculares 
Uretra 
Bexiga 
Próstata 
Ampola 
Vesícula seminal 
Ducto ejaculador 
Ducto deferente 
Ductos eferentes Corpos cavernosos da uretra 
Túnica vaginal 
Rede testicular 
Túbulos retos 
Epidídimo 
Albugínea 
Bulbo 
uretral 
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Função 
Gametogênese (espermatozóides) 
Esteroidogênese (testosterona) 
 
Desenvolvimento 
Cavidade abdominal, no final do período fetal (8o mês) descem para o saco 
escrotal (peritônio → túnica vaginal → cavidade serosa recobre porção antero-
lateral) 
Porção posterior → vasos, nervos 
 
Túbulos Seminíferos 
Enovelados, comprimento 40 a 70cm, diâmetro 150 a 280 µm 
Epitélio estratificado complexo - Células Germinativas e Células de Sertoli - 
suporte físico e nutrição do epitélio germinativo 
Tecido intersticial - Células de Leydig - sintetizam TESTOSTERONA, sob ação do 
LH 
 
 
 
 
Espermatogênese e Espermiogênese 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Transporte do espermatozóide  cerca de 200 a 600 milhões de 
espermatozóides são depositados no colo do útero, atravessam o canal cervical, 
o útero e as trompas. Somente 200 espermatozóides alcançam o sítio de 
fertilização. 
Local de fertilização  a sede usual de fertilização é a ampola da trompa uterina. 
Capacitação e Maturação dos espermatozoides 
Espermatozóides recém ejaculados não são capazes de fecundar o ovócito  
período de condicionamento que dura cerca de 7 horas, num processo chamado 
de capacitação  no útero ou na trompa uterina, são removidas as capas de 
glicoproteínas e proteínas seminíferas da superfície do acrossoma. As enzimas do 
acrossoma entram em contato com a membrana celular: 
 
 
Sistema Genital Masculino 
Ductos genitais 
Situados no interior dos testículos 
Situados fora dos testículos 
Glândulas anexas 
Vesículas seminais 
Próstata 
Glândulas Bulbouretrais 
Pênis 
 
Vesículas Seminais e Secreção 
Dois órgãos, alongadas e contorcidas de 5 cm de comprimento; constituída por um 
tubo único (3 a 4mm de diâmetro, 10 a 15 cm de comprimento), dobrado sobre si 
mesmo; 
Secreção amarelada, ligeiramente alcalina, viscosa e rica em frutose 
46 a 80% do volume final 
Frutose 
Fatores de coagulação 
Tromboplastina 
Prostaglandinas 
Lactoferrina 
Proteínas antigênicas 
Imunoglobulinas 
Inibidores das proteínas 
Potássio 
 
Próstata e Secreção prostática 
A maior das glândula acessórias, circunda a porção inicial da uretra; 
Forma e tamanho de uma castanha, pesa cerca de 20g; 
Secreção prostática: rica em cálcio, zinco, magnésio e ácido cítrico, fosfatase 
ácida e alcalina ... 
13 a 23% do volume seminal 
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Fatores de liquefação 
Espermolisinas 
Trobolisina 
Cálcio, zinco, magnésio e ácido cítrico 
Fosfatase ácida e alcalina 
Inusitol 
Ativador de plasminogênio 
Albumina 
Inibidores de tripsina 
 
Espermograma 
Avaliação das glândulas seminais, da fertilidade e monitoramento pós-vasectomia 
Além das avaliações físico-químicas, microscópicas e morfológicas dos 
espermatozóides, podem ser realizadas também avaliações imunológicas, 
bioquímicas e hormonais 
Espermograma 
Biossegurança 
Vacina contra Hepatite B 
Uso obrigatório de luvas descartáveis 
Lavagem das mãos com sabão neutro 
Havendo contaminação externa do frasco, utilizar desinfetante (hipoclorito) 
Descarte do material utilizado 
 
Métodos para análise 
 
1a Etapa: Procedimentos pré-analíticos 
2a Etapa: Procedimentos analíticos 
3a Etapa: Procedimentos pós-analíticos 
 
Procedimentos pré-analíticos: Preparo do paciente e coleta do sêmen 
Preparo do paciente para a coleta do sêmen 
“Informações que devem ser fornecidas ao paciente de forma clara, a fim de se 
obter um material que garanta a confiabilidade dos parâmetros analisados”. 
Os procedimentos de coleta e análise do sêmen devem ser adequados e 
padronizados 
 
Abstinência sexual 
O período de abstinência deverá ser de 2 a 5 dias, mas deve-se levar em conta a 
atividade sexual do paciente, o ideal cinco dias - 1 a 3 dias, mínimo dois e máximo 
sete dias 
Deve-se registrar o período de abstinência, data e hora da coleta, período de 
intervalo entre a coleta e o exame, medicamentos usados. 
 
Coleta do sêmen 
Deve ser realizada no laboratório por automasturbação 
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Se não for realizada no laboratório, a amostra deveráser enviada no máximo em 
30min após o recolhimento 
Horário da coleta – é importante estabelecer um horário e informar ao paciente 
Jejum não é obrigatório (12 horas), exceto se solicitado a dosagem de frutose, 
níveis elevados de glicose podem interferir na dosagem 
Condições da sala de coleta  Silenciosa 
 
Orientações ao paciente 
O paciente deverá ser orientado para evitar perda de material 
Não utilizar preservativos de látex durante a coleta (presença de 
substâncias espermaticidas) 
Não utilizar métodos alternativos para obtenção do sêmen 
Por exemplo, relação sexual interrompida devido a contaminação de 
células, bactérias, alteração pH 
Proteção do material contra altas e baixas temperaturas 
Menos de 20o C e mais de 40o C 
 
Frascos para amostra 
A amostra deverá ser coletada em frascos esterilizado, de vidro ou plástico (sem 
espermaticida), de boca larga, fornecido pelo laboratório; 
Fechar imediatamente o frasco após a coleta, para evitar alcalinização; 
 
No momento do exame devem ser registrados 
 
Nome do paciente: ____________________ 
Idade: __________ 
Filhos:____ Idade do(s) filho(s): __________ 
Período de abstinência: _________ dias 
Data: ___________ Hora de coleta: _______ 
Uso de medicamentos: _________________ 
Motivo do exame: _____________________ 
 
 
 
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SÊMEN 
As 1as porções são ricas em: 
Espermatozóides 
Fluidos das glândulas bulbouretrais e do epidídimo 
As porções finais são ricas em secreções: 
Vesículas seminais, coágulo 
Próstata, liquefação 
 
COAGULAÇÃO 
Tempo de duração da coagulação 
1a Fase: Liquefação inicial 
2a Fase: Coagulação 
3a Fase: Liquefação secundária 
 
COAGULAÇÃO 
1a Fase: 
Inicial liquefeita, (virtual) de duração extremamente curta em casos normais 
Logo após a ejaculação, o sêmen se transforma em gel pelo contato com uma 
superfície estranha - frasco (“in vitro”), colo de útero (“in vivo”) 
Esse mecanismo protege os espermatozóides do gasto de energia e ação 
deletéria do pH vaginal 
2a Fase: 
Coagulação, período de 5 a 30 minutos 
Os gametas ficam presos nas malhas do coágulo, processo parecido com a 
coagulação plasmática (sêmen não tem fibrinogênio) 
3a Fase: 
Liquefação secundária, definitiva - após a liquefação, os demais parâmetros, 
devem ser analisados imediatamente 
A liquefação normal de 30 a 60 minutos 
A liquefação parcial ou ausente é considerada uma importante causa de 
infertilidade 
Determinação do tempo de coagulação 
Método: análise virtual – observa-se a dissolução do coágulo 
Valores de referência: 5’ a 30’ após a coleta 
 
COAGULAÇÃO 
Ausência de coagulação ou liquefação primária 
Falta completa ou parcial de fatores de coagulação (vesícula seminal) 
Persistência de um estado líquido ou semi-líquido do sêmen 
Altera a mobilidade dos espermatozóides 
 
COAGULAÇÃO 
Ausência de liquefação secundária. Persistência de coágulos ou uma alta 
viscosidade (próstata) 
Baixa concentração de fibrinolisina 
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O esperma apresenta alta viscosidade, podendo causar imobilização completa 
ou parcial dos espermatozóides 
 
CONSISTÊNCIA / VISCOSIDADE 
Representa a consistência do sêmen. Com uma pipeta de 5ml, deixar o 
esperma cair em gotas pela ação da gravidade 
 
Técnica: 
Consistência / Viscosidade 
Com uma pipeta de 0,1 mL com 11 cm de coluna de esperma, gotejar 3 gotas 
cronometrando. 
Entre 4,8 a 5,2 segundos: normal 
> que 5,2 segundos: viscosidade elevada 
< que 4,8 segundos: baixa viscosidade 
Referências 
Normal 
gotas discretas se desprendem da pipeta 
Aumentada 
gotas se alongam, formando filetes de mais de 2cm (deficiência de produção 
de espermolisinas pela próstata) 
Diminuída 
quando o líquido escorre da pipeta (deficiência vesicular com baixa produção 
de fatores da coagulação) 
 
VOLUME 
O volume está diretamente dependente da freqüência de coitos 
Valores normais: 2,0 a 5,0 ml 
Valores menores que 1,0 ml (hipospermia) são insuficientes para análise, 
devendo ser solicitada nova coleta, observando o novo período de abstinência 
 
Hipospermia: <1ml 
Falta de abstinência 
Insuficiência vesicular ou prostática 
Hiperespermia: > 5ml 
Abstinência prolongada 
Tumores benignos ou malignos da próstata ou vesícula 
 
Aspermia: ausência de ejaculado 
Agenesia de glândulas vesiculares 
 
Ejaculação retrógrada 
Anormalidades da uretra que provocam insuficiência das válvulas urinárias 
Alterações do controle neurológico da ejaculação 
 
ASPECTO 
Observação subjetivo do analista 
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Aspecto Homogêneo 
Normal 
Espesso e gelatinoso 
Após a liquefação, pode apresentar-se mais fluido e opalescente 
Aspecto Heterogêneo 
Agregados proteináceos 
Períodos abstinência sexual ↑ 
Testosterona ↓ 
Processos inflamatórios 
Certos medicamentos 
 
COR 
Cor normal 
Branco opaco a cinza claro 
 
Cores anormais 
Amarela intensa 
Leucospermia 
Vermelhas 
Hemospermia 
 
ODOR 
É considerado "sui generis“ e deve-se a presença de três aminas: esperminas, 
espermidina e putrescina 
O odor é resultado da oxidação dessas aminas 
A ausência desse odor pode sugerir infecção 
 
 
pH 
Potenciômetro, tiras indicadoras, graduadas em décimos de unidade, entre 6,0 
e 9,0 
Valores normais: 7,2 a 8,0 
Em contato com o ar o pH tende a elevar-se a valores de 8,8 a 9,0 
Manter o frasco fechado 
Este teste dever ser realizado no prazo máximo de 1 hora após a coleta 
pH 
pH – medido logo após a ejaculação 
pH básico > 8,0 
Indica deficiência de secreção prostática 
pH ácido < 7,2 
Indica insuficiência da secreção vesicular 
 
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Análise morfológica 
Análise morfológica dos espermatozoides 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Espermatozoides alterados 
Alterações de cabeça 
Alterações de peça intermediária 
Alterações de cauda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alterações de cabeça 
 
Defeitos na forma e tamanho da cabeça, incluindo as cabeças grandes, pequenas, 
“tapering”, piriformes, amorfas, vacuoladas, cabeças duplas ou qualquer 
combinação entre essas alterações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Alterações de peça intermediária 
Defeitos do pescoço e peça intermediária incluindo falta de cauda, cauda não 
inserida ou “pendente”, peça intermediária distendida, irregular, pendente ou 
anormalmente fina ou qualquer combinação entre essas alterações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Alterações de cauda 
Defeitos da cauda, incluindo caudas curtas, múltiplas, dobradas, quebradas, 
irregulares, espiraladas, caudas com gotículas terminais, ou qualquer combinação 
entre essas alterações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Células germinativas 
A identificação das células germinativas imaturas pode ser feita através de 
colorações como Leishman, Giemsa, Papanicolaou etc. 
 
 
 
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Análise qualitativa e quantitativa não automatizada 
Avaliação da motilidade e vitalidade 
 
Preparo para análise seminal 
Em uma lâmina, colocar 10 µl de sêmen e cobrir com uma lamínula de 22x22mm 
Repousar por alguns minutos 
Examinar em 10X e 40X 
Verificar o número de espermatozóides por campo 
 
Aglutinação 
A sua presença pode sugerir causa imunológica de infertilidade 
Deve ser analisada em 10 campos 
A sua presença deve ser relatada, e o tipo de aglutinação registrado 
Cabeça-cabeça 
Cauda-cauda 
Peça intermediária – peça intermediária 
Mista (vários tipos presentes) 
 
 
Motilidade 
 
 
 
 
Dever ser classificada nas seguintes categorias: 
Motilidade progressiva e rápida 
Motilidade progressiva lenta 
Motilidade não progressiva 
Sem movimento 
A avaliação da motilidade dever ser feita imediatamente após a liquefação, 2h e 6h 
após a primeira avaliação 
 
Células Epiteliais não de linhagem seminal 
Células redondas: Espermatogênese e células inflamatórias 
 
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Movimento Progressivo Direcional 
 
 
Percentual de frequência 
100% e 90%: Não existe 
80%: Pouco frequente 
70%: Frequente 
60%: Muito frequente 
50%: Muito frequente 
40%: Pouco frequente 
30%: Pouco frequente 
20%: Raro 
10%: Raro 
 
 
 
Movimento Progressivo Pouco Direcional (lento) 
 
 
Percentual de frequência 
60%: Raro 
50%: Frequente 
40%: Muito frequente 
30%: Muito frequente 
20%: Frequente 
10%: Raro 
 
 
 
Movimento Progressivo Não Direcional (lento) 
 
 
Percentual de frequência 
40%: Pouco frequente 
30%: Frequente 
20%: Muito frequente 
10%: Muito frequente 
 
 
 
 
 
 
 
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Vitalidade 
 
Reflete a proporção de espermatozoides que estão "vivos“ na amostra, o método 
de escolha é a técnica de coloração Eosina / Nigrosina 
Baseia-se na “integridade funcional da membrana plasmática viva”, que não 
permite a passagem do corante, enquanto a membrana das células mortas 
permite a passagem do corante 
Espermatozoides vivos – não corados 
Espermatozoides mortos – corados 
 
Reagentes 
 
Eosina amarela ou amarelada (Merck) – solução salina a 3%, estocar em 
temperatura ambiente 
Nigrosina hidrossolúvel (Merck) – solução a 8% em salina 
Pesar 8 gramas de nigrosina, tornando-a pó fino em um gral 
Adicionar 10 ml de etanol a 95o 
Levar a estufa de 100 oC até evaporação do etanol 
Adicionar salina lentamente, mexendo a nigrosina até completa dissolução, 
completa volume em 100 ml, estocar a temperatura ambiente e filtrar 
periodicamente 
 
Técnica 
 
Colocar uma gota de sêmen bem homogeneizado sobre uma lâmina de 
microscopia 
Adicionar 2 gotas de solução de Eosina a 3% e misturar imediatamente 
Adicionar rapidamente 3 a 4 gotas de suspensão de Nigrosina a 8% e misturar 
imediatamente 
Preparar 4 esfregaços bem grossos com a mistura acima, secando-os 
rapidamente (secador de cabelo) 
Observar ao microscópio, com objetiva de imersão, contar 100 gametas (vivos e 
mortos) 
 
Valores de referência 
 
Acima de 70% de vivos 
Necrospermia – acima de 30% de mortos 
Contagem de espermatozoides 
É realizada, após a liquefação total do sêmen, em câmara de contagem. 
Apesar das câmaras de Horwell e de Makler serem específicas para a contagem 
de espermatozoides, a câmara de Neubauer (hemocitômetro) ainda é largamente 
utilizada. 
 
 
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Câmara de Neubauer 
 
É uma lâmina de vidro espessa, com uma depressão central de contagem, 
adaptada ao microscópio de campo claro e ao de contraste de fases 
É formada por 9 quadrados de 1 mm2 de área  total de 9 mm2 
A depressão central é de 0.1 mm até a superfície 
A área marcada (L) corresponde a 1 mm2 
O volume compreendido entre a superfície e a lamínula é de 0.1 mm3, ou 0.1 µL 
 total de 0,9 mm3 
 
 
 
 
 
 
 
 
Técnica 
Diluir o esperma de 1/40, depois de liquefeito e homogeinizado, em solução salina 
a 0,9% com 5% de formaldeido 
Exemplo: 0,1ml de esperma + 3,9ml de solução diluente 
Após homogeinizar bem, colocar na câmara e aguardar 5 minutos em 
ambiente úmido, para sedimentação dos gametas 
Contar com objetiva de 40X os 5 quadrantes e multiplicar por 80.000 
Com concentração alta, contar o quadrante central e multiplicar por 400.000 
 
Outros elementos 
Leucócitos, hemácias, células fagocitárias, células germinativas imaturas, células 
de Sertoli, células epiteliais não germinativas e resíduos celulares anucleados não 
diferenciados 
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Análise de pouco valor clínico, porém o  de alguns deles (leucócitos) 
ajuda no diagnóstico 
Bactérias no sêmen é um achado comum pode estar relacionada com 
infecções do trato genito-urinário 
Obs: A contagem de leucócitos e hemácias devem ser realizados na Câmara de 
Neubauer, considerados valores normais até 1.000 mm3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Técnicas analíticas complementares (opcionais) 
Detecção de anticorpos anti-espermatozóides 
Imunobeads, teste de aglutinação macroscópica (MAR Teste) e outros 
A presença destes anticorpos sugere infertilidade 
Marcadores bioquímicos: 
fosfatase ácida e ácido cítrico (marcadores da próstata) 
frutose e prostaglandinas (vesículas seminais) 
Cultura seminal 
Interferentes: Medicamentos 
O relato do uso de medicamentos é importante na execução do exame 
Podem provocar aumento, ou diminuição das contagens e da motilidade 
dos espermatozóides 
ácido valpróico, cetoconazol, cimetidina, fluconazol, ramitidina, anfepramona, 
decanoato de testosterona, fenitoína, haloperidol, sulfassalazina, reserpina, 
trimetopina, cafeína e outros. 
 
Drogas de abuso como, por exemplo: álcool, tabaco,maconha, cocaína e outras 
Preservativos de látex 
Temperaturas extremas de conservação da amostra (ideal entre 20 e 40ºC) 
 
 
 
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CITOPATOLOGIA DE DERRAMES EM CAVIDADES CORPÓREAS 
 
 
 
O mesotélio recobre: pleura; peritônio e pericárdio 
Composto por duas membranas serosas: parietal e visceral. O espaço entre os 
folhetos apresenta-se quase virtual, lubrificação. 
 
 
Líquidos serosos 
Constituição 
Filtrado do plasma, formado na camada parietal e absorvido na camada 
visceral da pleura; peritônio e pericárdio 
Função principal 
Lubrificação, permite o deslizamento das membranas 
Patologia 
Derrames – efusões (cúmulo de líquido) 
Trauma, infecção ou neoplasias 
Derrames de membranas serosas 
 
Transudatos 
A saída de fluído para a cavidade excede a capacidade de reabsorção 
Exudatos 
A saída de fluído para a cavidade excede a capacidade de reabsorção, causada 
muitas vezes por processos inflamatórios decorrentes de infecção ou por 
neoplasia 
 
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Transudatos 
Causas mais comuns 
Cirrose, insuficiência cardíaca, embolismo pulmonar, outros 
Diminuição da pressão osmótica das proteínas do plasma 
Aumento da pressão hidrostática venosa/arterial 
Retenção de sódio e água 
Densidade < 1.015; Proteínas < 3.0 g/dl 
Teste de Rivalta  Negativo (presença de material proteináceo, com 2 a 3 gotas 
de ácido acético) paucicelular (- de 1.000 células/l) 
 
Exudatos 
Ocorre por inflamação (infecção) ou neoplasias 
Aumento da permeabilidade capilar ocasionada por bactérias, substâncias tóxicas, 
agentes químicos e físicos, etc. 
Densidade > 1.015; Proteínas > 3.0 g/dl 
Teste de Rivalta  Positivo, hipercelularidade (+ de 1.000 células/l) 
 
Derrame pleural

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