Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Cardápios - Planejamento Professor Ms. Flavio Lamoza Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Índice Objetivos da Unidade.............................................................................................................................................3 O Cardápio..............................................................................................................................................................4 Planejamento do Cardápio.....................................................................................................................................5 Layout do Cardápio..............................................................................................................................................13 Tópicos para Análise de um Cardápio.....................................................................................................................17 Consequências de um incorreto Planejamento de Cardápios............................................................................20 Bibliografia...........................................................................................................................................................22 Cardápios - Planejamento 2 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Objetivos da Unidade Conhecer os fatores essenciais no planejamento de um cardápio Cardápios - Planejamento 3 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos O Cardápio Segundo registros históricos, os primeiros restaurantes não usavam cardápios escritos; os garçons e garçone- tes citavam de memória os pratos disponíveis no dia. Alguns restaurantes parisienses possuíam uma placa grande afixada diante dos mesmos, onde estavam re- lacionados os pratos do dia, e o “maitre” se colocava em pé, junto à placa, a fim de explicar o preparo de cada prato e, a seguir, anotava a comanda. Eventualmente, em alguns restaurantes de Paris, teve origem o hábito de se escrever o cardápio em placa menor que era dependurada na cintura do garçom, para ser lida quando se fizesse necessário ou quando esse não se lembrasse dos nomes de todos os pratos. Posteriormente, tal costume foi se difundindo até chegar aos nossos dias. A palavra “menu” vem do francês e significa lista detalhada. Esse vocábulo tem sua origem no latim. Daí deriva a nossa palavra minuto. Com base nessa teoria, dizemos que menu ou cardápio significa lista detalhada minuciosa. A função básica de todo cardápio é informar o que se encontra à disposição e o preço, possibilitando ao cli- ente verificar se acessível ou não e evitando com isto constrangimentos futuros. Aos funcionários da cozinha e do serviço, informa o que deve ser preparado em termos de mise en place. É um documento gerencial, central que envolve todo o tipo de trabalho, desde o fornecedor até o comensal. O principio de tudo é o cardápio, que deve ser definido na fase final, quando se planeja o empreendimento, porque ele descreve a natureza da operação e a visão do investimento. Ele ainda ajuda seu operador a determinar a forma e construção do prato com as diversas características requeridas, inclusive os requisitos sanitários, bem como os tipos de equipamentos a serem instalados. No momento do desenvolvimento do cardápio, vários fatores gerenciais surgirão, como por exemplo: quan- tidade de funcionários necessários, matéria-prima e equipamentos a serem adquiridos, etc. Também serão identificadas as bases de quando e como os itens devem ser preparados e servidos. O cardápio pode influir no controle dos custos, arquivamento e até mesmo na contabilidade. Cardápios - Planejamento 4 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Planejamento do Cardápio A pessoa que planeja ou desenvolve o cardápio deve ser devidamente habilitada para isto, pois ela saberá das necessidades da operação e do mercado; ela também deverá saber sobre alimentos: como se combinam, como se preparam e de que maneira devem ser apresentados. O planejamento do cardápio também permite a percepção das possíveis limitações operacionais como cus- tos e mão de obra habilitada. Ele ainda deve ser capaz de visualizar de que maneira o cardápio vai aparecer graficamente. A comunicação é requisito fundamental do cardápio escrito. É necessário que se tenha um arquivo histórico de cardápios, ao qual se possa recorrer para consultas sobre cardápios anteriores e assim descobrir que pratos já foram servidos com mais sucesso e que pratos não foram bem aceitos, indicando assim as preferências dos comensais. Além disso, é necessário um cardápio especifico alusivo às datas festivas (Natal, Páscoa, Dia das Mães, etc). Cardápios - Planejamento 5 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Planejamento do Cardápio É de suprema importância observar-se custos e sazonalidade dos ingredientes que compõem os pratos do cardápio. O menu deve ser preparado com bastante antecedência, para que se tenha tempo suficiente de se agendar a mão-de-obra necessária à impressão do cardápio. Alguns devem ser planejados com seis ou mais meses de antecedência, enquanto que outros podem ter um ou dois dias apenas. Podem variar de acordo com o setor de operações. Por exemplo, no caso de hotel, pode-se contar com um cardápio clássico, cafeteira, churrascaria, peixaria, bar, room service, after hours, para eventos, festivais, etc. Em se tratando de um hospital, o cardápio deve variar de acordo com as finalidades. Exemplos: cardápio geral (funcionários e pacientes normais) e depois um cardápio para cada tipo de dieta (menos sal ou menos gordura, menos calorias, etc.). Cardápios - Planejamento 6 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Planejamento do Cardápio O cardápio é um instrumento de vendas, portanto deve ser cuidadosamente pensando e elaborado. Ele é parte do “marketing” do restaurante. Ao se estabelecer o plano de marketing de um restaurante, o cardá- pio deve ser dirigido ao segmento de mercado a ser atingido, tipo de vendas, estratégias, etc. Logo, para planejar um cardápio é necessário responder as seguintes questões: • Qual será o tipo do cardápio? • Haverá sugestão do chefe? Como será apresentada? • Haverá cardápios especiais para eventos? • Qual é à margem de lucro esperada? Com o máximo de informações levantadas, passamos à etapa das DECISÕES, que são as escolhas do tipo de clientela, faixa etária, seu poder aquisitivo, tipo de serviço oferecido, decoração e tipo de cardápio. Temos, então, um perfil do restaurante. Elaborado o projeto, entramos na fase de PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS, isto é, o restaurante funcio- nando. O sucesso ou o fracasso da operação é medido pela AVALIAÇÃO, que permite corrigir, tomar outros caminhos, redirecionando o restaurante, alterar o cardápio, etc. Cardápios - Planejamento 7 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Planejamento do Cardápio Quando o cliente sentar à mesa do restaurante, estará pronto para comprar e, é neste momento, que o cardápio tem grande importância na venda, portanto, é a peça de marketing mais importante no restau- rante. Ele merece atenção e tempo de elaboração. Ao planejar um cardápio devemos ter em mente alguns postulados básicos. Um cardápio não é apenas uma mera listagem de pratos à escolha do cliente – planejar cardápios exige técnica e arte. São necessários para quem planeja: • conhecimentos culinários: para que o cardápio apresente variedades de formas de cocção, riqueza de combinações entre pratos e guarnições, usando uma seleção de pratos com originalidade. • conhecimentos de serviços de restaurantes: há certos pratos que exigem talheres e “mise en place” especiais e o restaurante pode não estar aparelhado para este serviço ou ainda, nem mesmo o pessoal estar treinado para tanto. • análise de vendas:é outro ponto importante para a composição de um cardápio, principalmente na hora de atualização, pois ela reflete quais foram às preferências da clientela em relação ao que o res- taurante oferece e, mais ainda, indicam quais os pratos mais rentáveis, quais os pratos que devem ser mais trabalhados e aqueles que devem ser retirados do cardápio. • análise da clientela: para quem vou vender? Quem vem o meu restaurante quer comer o que? Como posso criar um hábito nesta clientela? É uma clientela habitual ou ela se renova? Cardápios - Planejamento 8 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Planejamento de Cardápio Planejar cardápios é um exercício de técnica e também de arte, pois harmonizar todos esses elementos não é tarefa fácil, implicando também numa certa sensibilidade da combinação dos alimentos e das bebidas. Ao pesquisar o mercado (o grupo de pessoas para as quais você quer vender) é essencial avaliar os dados abaixo antes de começar o desenvolvimento de seu conceito: • Idade média • ocupação / indústria ou comércios presentes na área? • nível escolar e cultural • média salarial • concorrência direta e indireta São pontos de interesse neste estudo do mercado, pois determinam quem são os clientes potenciais, for- necendo parâmetros para que você antecipe as necessidades deles. Desta forma, é necessário saber as carac- terísticas econômicas e culturais para obter a certeza de que a sua idéia, ou conceito, combina com o local selecionado. Além disso, considerar através de tabelas os preceitos de necessidades e conveniências quando considerado o raio de distância de seu mercado (em termos de quilômetros de seu restaurante). Cardápios - Planejamento 9 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Planejamento de Cardápio Através dos dados fornecidos pela pesquisa de mercado, você pode determinar a procura dos serviços ou ofertas disponíveis em seu estabelecimento, antecipando a quantidade de pessoas por período de refeição. Geralmente esta parte da pesquisa é feita por um especialista da área. A análise do mercado fornecedor também é relevante. Para determinado prato precisa-se de determinado ingrediente. É fácil e barato encontrá-lo no mercado? Neste momento, infelizmente, surgem improvisações que irão depor contra a imagem do restaurante. A seleção de um prato está diretamente ligado à relação custo x margem de contribuição do prato, isto é, qual o lucro que este traz para o restaurante. A sazonalidade deve ser observada na composição do cardápio. Quais os produtos da época? Na sua estação eles são os melhores e custam mais baratos. Por que oferecer uma torta de figos fora da estação? Será mais trabalhoso encontrar figos, serão mais caros e sua qualidade deixará a desejar ou então deverá ser usado figo em conserva. Deve-se lembrar que cardápios envelhecem. Devem ser atualizados sempre a cada seis meses ou no máximo anualmente. Devemos permanecer apenas com os pratos mais vendidos. Em alguns restaurantes, os cardá- pios são renovados diariamente! Cardápios - Planejamento 10 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Planejamento do Cardápio Dependendo da classe e tipo do restaurante, a ordem clássica de apresentação dos pratos no cardápio é imprescindível, sobretudo se for um restaurante que se proponha a servir a cozinha francesa. Um cardápio deve apresentar uma boa variedade nas formas de cocção, permitindo ao cliente um amplo leque de escolha. Por exemplo, no item carnes, apresentar pratos grelhados, cozidos, baseados, fritos, etc. É importante que haja uma variedade de guarnições, é necessário ser criativo e evitar as repetições, por exemplo: batata frita, arroz e farofa. Porém, ficar atento sempre aos pratos típicos que tem guarnições clás- sicas tradicionais, por exemplo: feijoada deverá ser acompanhada de farofa e arroz branco. As pessoas comem primeiro com os olhos, portanto deve-se levar em consideração a apresentação do prato e a variedade de cores. Os legumes, além de leves e nutritivos, trazem cores ao prato. Cardápios - Planejamento 11 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Planejamento de Cardápio A clientela percebe a preocupação na busca de novidades para satisfazê-la. Claro que os pratos considerados estrelas ou especialidades da casa e os mais vendidos não devem ser alterados, permanecendo sempre no cardápio. Cuidado com o humor, sobretudo em relação ao nome dos pratos e sua descrição. Este aspecto está intima- mente ligado à clientela que freqüenta o restaurante. Os pratos devem ser clara e sucintamente descritos. Ao escolher um prato, o cliente não é obrigado a saber que “Filé de Peixe à Florentina” terá espinafre como guarnição ou que “Souflé Dubarry” leva necessaria- mente couve-flor. Em muitos restaurantes, esta tarefa de explicar a composição do prato cabe ao maître ou ao garçom, mais isso deve ser cuidadosamente pensado, pois exige além de um bom treinamento de pessoal, uma demora na escolha do prato por parte do cliente. Um cuidado muito grande deve ser tomado quanto à ortografia usada no cardápio. Pratos estrangeiros devem necessariamente ser descritos levando-se em consideração a grafia correta do nome do prato com acentuação e gênero das palavras, por exemplo, a palavra creme em francês é feminina, portanto o nome do creme também deverá estar no feminino. Só se deve vender aquilo que é de fato utilizado na produção. As improvisações nesta área são comuns e afetam a imagem do restaurante. Por exemplo, um “Coq au Chambertin” deverá ser feito com vinho Cham- bertin (um vinho da Borgonha – França), claro que importado, portanto de custo inviável. Substituindo-se por um vinho nacional, mesmo que de primeira linha, não se deverá denominar este prato “Coq au Vin”, com isto não afetando sua credibilidade. Cardápios - Planejamento 12 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Layout do Cardápio O layout e design do cardápio refletem o estilo do restaurante sendo uma excelente ferramenta de venda, é o estímulo inicial para a transação de vendas do estabelecimento, influenciando a decisão de compra do cliente. Os clientes são estimulados pelas sugestões visuais fornecidas pelo cardápio, seu trabalho artístico, papel de alta qualidade, tipos de letras, as cores, o design e layout e a facilidade de leitura. A imagem do cardápio, dependendo do tipo de estabelecimento, pode ser elegante, estilo executivo, bem humorado, étnico ou moderno. A tendência atual é apresentar modelos discretos de tamanho médio, de fácil manuseio e de leitura atraente. A cor do cardápio reflete as características do estabelecimento quanto ao ambiente e à origem: o vermelho-escuro inspira riqueza e ostentação; tons pastéis transmitem uma atmosfera quente e reconfor- tante. Também, cardápios marrons indicam origem alemã e os vermelho, verde e branco, origem italiana. Normalmente restaurantes econômicos ou familiares colocam fotos de seus pratos no cardápio, isto dá mais agilidade no momento do serviço, porém, em estabelecimentos mais refinados isto fica deselegante, sendo o ideal trabalhar bem a descrição dos pratos. Cardápios - Planejamento 13 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Layout do Cardápio A capa deve identificar o restaurante e ter seu logotipo, os nomes dos pratos devem ser de fácil entendi- mento e possuir uma descrição dos mesmos. Seu layout deve ser formulado levando-se em conta seus produ- tos, serviços, ambiente e valor percebido do seu público-alvo. Para a descrição dos pratos devem ser observados alguns requisitos: • Usar tamanho, tipo e cor de letra para permitir perfeita legibilidade do cliente; • Descrever os grupos de pratos obedecendo a ordem em que são servidos (Aperitivos, Sopas, Entra das, Saladas, Pratos Principais, Acompanhamentos, Sobremesas e Bebidas); • Descrever os pratos de forma simples,evitando linguagem muito técnica; • Quando a nomenclatura de um prato estrangeiro não tiver tradução literal para o português, o título original deve ser mantido, porém explicado quanto à sua composição; • Embora pratos tradicionais estrangeiros devam ser escritos na sua forma original (gnocchi, por exemplo), dependendo do nível do estabelecimento poderão ser expressos em português (nhoque); • Pratos com nomes próprios deverão ser escritos com letra maiúscula; • Existe a tendência de que a procedência dos insumos utilizados nas produções esteja bem descrita, isso valoriza a produção e o estabelecimento. Cardápios - Planejamento 14 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Layout do Cardápio Em relação à escrita dos preços no cardápio, alguns cuidados devem ser tomados: • Não utilize ordem crescente de preços e prefira escrevê-los após a descrição do prato; • Em preços que possam flutuar muito junto com a variação do custo da matéria prima, escreva no cardápio “preço de mercado”; • Não deixe visíveis as alterações feitas nos preços; • Não aumente os preços de todos os itens de uma só vez; • Prefira diminuir o tamanho da porção a alterar os preços, porém, pode-se optar por retirar o item do cardápio, já que clientes regulares podem concluir que estão sendo enganados. Cardápios - Planejamento 15 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Layout do Cardápio O cardápio ainda deverá conter informações quanto à cobrança de serviço, couvert artístico ou outras car- acterísticas especiais de serviço do restaurante, além de endereço, telefone, horários de funcionamento. Ao abrir um restaurante, o ideal é utilizar um cardápio que não gere custos muito altos de impressão, já que certamente muitos itens deverão ser alterados ou excluídos e substituídos. Além disso, muitos cardápios são presenteados aos clientes ou mesmo roubados, gerando assim muitos gastos de reposição. Quando se abre um cardápio o ponto focal , aquele que o leitor (cliente) tende a dirigir os olhos primeiro é o ponto onde devem estar os produtos que se quer enfatizar ou promover. Assim sendo, a diagramação de um cardápio deve obedecer a um “plano de vendas” onde aqueles produtos que proporcionam maior margem de contribuição devem ser destacados, podendo-se usar ainda figuras e desenhos que chamem a atenção. Modelos de cardápio com divisão em uma ou duas partes: Cardápios - Planejamento 16 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Tópicos para Análise de um Cardápio • Os pratos listados no cardápio apresentam contrastes em sabor, consistência e cores? • A cozinha está equipada com equipamento para a preparação dos pratos do cardápio? • Há uma distribuição eqüitativa de custo dos pratos e matéria-prima? • Os itens do cardápio exigem muito tempo na preparação ou cozinheiros especializados? • Há muitos itens preparados pelo mesmo método de cocção? • Há muitos itens sazonais que causariam um custo alto? • Os ingredientes dos pratos listados no cardápio são facilmente encontrados no mercado abastecedor? • Há muitos itens no cardápio que exigem equipamentos especiais ou habilidades para serem servidos? • As análises de cardápio mostram que os pratos estão sendo vendidos dentro da expectativa de vendas? • Os preços dos pratos apresentam variações que atendam a toda gama de clientes? • Há explicações dos pratos, sobretudo daqueles pouco comuns, e os pouco vendidos saíram dos cardápios? • A descrição é honesta, como também a qualidade dos produtos empregados e no porcionamento? • Cardápios especiais são utilizados para aproveitar certas horas do dia (sugestões, chá, lanche)? Cardápios - Planejamento 17 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Tópicos para Análise de um Cardápio • A iluminação do restaurante permite uma leitura clara do cardápio? • Em cardápios fixos há sugestões do dia? • Há algo no cardápio que conte a história, localização ou nome do restaurante? • Das sugestões acrescentadas, algumas são itens do cardápio? • O planejamento do cardápio permite ao cliente possibilidade de combinações? • Os itens do cardápio estão listados por ordem de preço ou por ordem de sua preferência de venda? • Quando há uma sugestão de refeição completa, ela apresenta alguma vantagem ao cliente? • Há quanto tempo o cardápio foi atualizado? • Os itens pouco vendidos ainda estão no cardápio? • Os preços do cardápio do seu restaurante são preços que acompanham os da concorrência? • Alguns itens do cardápio facilitam ou dificultam a execução de pratos que têm uma margem de lucro maior? • Há mudanças de cardápio para tirar vantagem de produtos sazonais? • A carga de trabalho, produzida pelo cardápio, está distribuída por todos os empregados da cozinha? • Produtos pré-preparados são utilizados para aliviar a carga de trabalho e o custo? Cardápios - Planejamento 18 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Tópicos para Análise de um Cardápio • Há alguma forma, desenho, cor ou logotipo que reflita a individualidade do seu restaurante? • A cor, tamanho, forma e material utilizado na confecção do cardápio é apropriada aos estilos e decoração do seu restaurante? • Há relações de cores entre os pratos servidos e as cores das ilustrações dos cardápios? • As categorias dos itens do cardápio estão separadas por títulos, ilustrações ou figuras? • Os itens do cardápio estão alistados de forma propícia à venda, há algum símbolo, alguma figura que chame atenção sobre eles? • Os tipos de letra utilizados no cardápio são facilmente legíveis? • O cardápio está de acordo com os requisitos legais? • Há espaço no cardápio para informações sobre o restaurante? • Há espaço no cardápio para informação ao cliente sobre outros tipos de serviços oferecidos pelo restaurante? • Os preços do cardápio foram alterados refletindo fielmente as alterações sócio-econômicas do momento? • A impressão do cardápio é feita profissionalmente? • Quando você acrescenta (chip-on) sugestões, elas são feitas em papel da mesma qualidade, e não cobrem parte do cardápio? Cardápios - Planejamento 19 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Conseqüências de um Incorreto Planejamento de Cardápios • Repetição de formas de cocção: um prato assado na entrada e um prato assado como principal. • Repetição de ingredientes: creme de leite no prato principal e chantilly na sobremesa, massa de entrada e torta de sobremesa. • Pleonasmo na definição dos nomes: “Crème Argenteuil aux pointes d’asperges”, Argenteuil já in dica que a guarnição do creme é aspargo, portanto apenas “Crème Argenteuil”. • Monotonia cromática: não variar com as cores dos alimentos dos pratos na seqüência do jantar (menu fixo), como por exemplo um cardápio de composto de: Creme de aspargos, Blanquette de veau e Flan caramel. Essa composição traz a cor amarelada do primeiro ao último prato. • Falta de previsão: nenhuma consideração com o clima local, período de serviço, adaptação dos produtos à realidade local. • Cardápio velho: cardápio não é limpo e possui itens ilegíveis, portanto pouco comandados. Lembrar sempre que o cardápio é o principal elemento deflagrador de vendas do restaurante. Cardápios - Planejamento 20 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Conseqüências de um Incorreto Planejamento de Cardápios • Itens demais: cardápio elaborado sem qualquer método, gerando uma quantidade enorme de itens a serem comprados; não há associação da imagem do restaurante a um produto específico. • Falta de criatividade: elaborar um cardápio requer, por parte do profissional, um enorme trabalho de pesquisa para sair do tradicional e inovar sua cozinha. Deve-se levar em conta a variação de produtos e principalmente, de métodos de produção, atentar para não repetir os mesmos molhos e temperos em vários pratose também variar as guarnições. • Falta de equilíbrio entre itens de baixo e alto custo, não gerando um custo médio aceitável. • Não seguir a sazonalidade: não observar junto ao mercado sobre alimentos disponíveis e suas respectivas safras. • Falta de cuidados na apresentação: descuidar da aparência e da montagem dos alimentos nos pratos. A casa deve convencionar a seqüência de disposição dos elementos e manter o mesmo padrão. Por exemplo, se o produto principal vai à esquerda e a guarnição à direita, esse procedimento deve ser mantido para todos os elementos. • Sub-dimensionamento operacional: pouca consideração quanto ao tipo e quantidade de mão-de-obra requisitada para cada item e quanto ao tipo e quantidade de equipamentos necessários para preparar os produtos. O principal erro dos novos donos de restaurante é a montagem da cozinha antes da elaboração do cardápio. Isto nunca deve ser feito. É fundamental definir o cardápio ou pelo menos a linha de produtos a serem vendidos, para, a seguir, prever o que será necessário para a cozinha. Cardápios - Planejamento 21 Planejamento de Cardápio e Composição de Custos Bibliografia BARRETO, Ronaldo Lopes Pontes. Passaporte para o Sabor. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2000. FILHO, Pedro Haase. Gastronomia: Cardápios Especiais. São Paulo: RBS Publicações, 2003 FONSECA, Marcelo Traldi. Tecnologias Gerenciais de Restaurantes. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 1999. FURTADO, Silvana Mello. Formação em Gastronomia: aprendizagem e ensino. São Paulo: Editora Boccato, 2011. JAMES, Kenneth. Escoffier – O Rei dos Chefs. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2008. OLIVEIRA, Mario da Silva. Gestão de restaurantes: uma prática de hospitalidade. São Paulo: UAM, 2006. SPANG, Rebecca. A Invenção do Restaurante. Rio de Janeiro: Record, 2003. VASCONCELOS, Frederico. Como montar um cardápio Eficiente. São Paulo: Editora Roca, 2002. ZANELLA, Luiz Carlos. Restaurante: técnicas e processos de administração e operação. Caxias do SUL: EDUCS, 2002 Sites Consultados http://marketingnacozinha.com.br http://correiogourmand.com.br Cardápios - Planejamento 22
Compartilhar