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878422 1 Trafego Urbano

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I. O TRAFEGO 
 
O movimento das pessoas e das mercadorias é o reflexo das diferentes atividades existentes 
numa sociedade, sendo um fator determinante para a qualidade de vida das pessoas. O ramo da 
Engenharia que se ocupa do movimento eficiente e seguro de pessoas e bens na rede viária é a 
Engenharia do Tráfego. 
O papel da Engenharia de Tráfego é a circulação viária e a segurança, nesse sentido, tem com 
objeto o estudo da mobilidade (facilidade de deslocamento) e a otimização do sistema viário, 
garantindo o acesso das pessoas aos locais (acessibilidade). 
Portanto, o profissional de engenharia de tráfego deve buscar através de ações e competências 
técnicas o melhor aproveitamento e dimensionamento do sistema víário, de forma a garantir a 
eficiência de seu uso. Esta é alcançada quando os dois objetivos principais são alcançados, ou 
seja, a plenitude da mobilidade e da acessibilidade. 
Por outro lado o sistema de transportes, qualquer que seja a perspectiva que se tome, tem como 
elementos essenciais o Homem, o veículo e a infraestrutura, cuja caracterização de cada um 
deles será feita nos pontos seguintes. 
 
II. O HOMEM 
 
O Homem necessita se deslocar para poder desempenhar as atividades (trabalho, estudo, lazer, 
compras, etc.) que fazem parte do seu cotidiano, constituindo a viagem o preço a pagar para 
obter o benefício associado à realização da viagem. Para que a qualidade de vida das pessoas 
não se degrade por limitação de acessibilidade aos bens e serviços que procuram é necessário 
garantir que os deslocamentos sejam feitos com rapidez, comodidade e segurança a fim de que a 
utilidade negativa da viagem seja em valor absoluto inferior à utilidade positiva resultante da 
disponibilidade de acesso que lhe foi oferecida. 
O veículo, as vias e todo o equipamento a elas associado têm que ser concebidos tendo presente 
as características físicas e psíquicas do ser humano. 
 
III. O Homem Como condutor 
 
A tarefa de condução desenvolve-se obedecendo a uma hierarquia funcional, onde se 
consideram normalmente três níveis de operação: 
 
 Decisões de navegação – corresponde ao planeamento e execução do percurso; 
 Pilotagem – corresponde ao conjunto de tarefas necessárias ao domínio do veículo na sua 
interação com a infraestrutura e com os outros agentes vários (por exemplo, manobras de 
ultrapassagem, estacionamento, passagem num cruzamento, etc.); 
 Controle do veículo – corresponde à realização de manobras como a manutenção de uma 
trajetória, da velocidade, imposição de mudanças, etc. 
 
 
Figura 1 – Processos efetuados durante a realização da tarefa de condução 
 
O condutor quando desempenha a tarefa de condução tem, em cada momento, de realizar de 
uma forma contínua uma série de processos (Figura 1), que lhe permitem interagir com o 
ambiente rodoviário. Assim a informação recolhida pelo condutor é analisada e este decide, em 
cada instante, qual a ação a tomar. 
O condutor recolhe a informação recorrendo aos sentidos, sendo obviamente o sentido da visão 
aquele cuja importância é mais elevada. Os fatores que captam a atenção do condutor podem-se 
dividir em três grupos: 
 
 Fatores relacionados com os elementos da via, que diretamente afetam a condução do 
veículo, nomeadamente a sua geometria e sinalização; 
 Fatores relacionados com o tráfego; 
 Outros fatores não relacionados diretamente com o ambiente viário. 
 
A capacidade que o condutor possui de processar informação está evidentemente limitada pelo 
tempo mínimo, dependente do estado emocional do condutor, que os órgãos sensoriais 
necessitam para distinguir as diferentes ações. Em termos médios esses tempos são de 1/16 seg. 
para a visão, 1/20 seg. para a audição, 1/5 seg. para reações a sustos e choques (Babkov, 1975). 
Para além destas reações existem outras que são recebidas de um modo contínuo, tais como, 
ruídos, vibrações e acelerações. Em cada momento o condutor apenas se consegue concentrar 
numa determinada situação, recebendo apenas uma ideia genérica das outras circunstâncias. 
 
IV. O VEÍCULO 
 
O condutor quando se depara com uma situação em que necessita de parar o veículo, não se da 
conta instantaneamente que tem de o fazer, pelo que durante o tempo total para percepção e 
reação até ao início da frenagem, o veículo continua em movimento. Deste modo a distância de 
parada mínima corresponde à soma das duas distâncias, a que é percorrida durante o tempo de 
percepção/reação e que equivale à distância percorrida desde que o obstáculo se torna visível até 
que o condutor use o pedal de freio, e a distância de parada. 
O conhecimento do espaço que um determinado veículo ocupa quando realiza uma dada 
trajetória, do raio de viragem que um veículo consegue descrever e da largura que ocupa quando 
descreve esse raio de viagem, são elementos imprescindíveis a um dimensionamento correto da 
infraestrutura viária. 
Em zonas urbanas e locais de estacionamento, o comportamento do veículo em curva é de 
enorme importância, uma vez que o espaço disponível é escasso e as manobras de viagem são 
inúmeras. A análise das trajetórias dos veículos, bem como do espaço necessário para as 
efetuarem é algo fundamental. 
 
V. A INFRAESTRUTURA 
 
Na concepção de uma via, a velocidade é um parâmetro fundamental para a escolha e controle 
dos elementos geométricos do traçado, pois permite ter em consideração de uma forma racional 
os critérios de economia, segurança e comodidade. 
Os usuários, pedestres e motoristas, devem tomar decisões a todo momento para garantir fluidez 
e segurança para todos. Para que isso ocorra da forma mais eficiente, a visibilidade é a questão 
chave. A distância entre um veículo por exemplo e uma sinalização, ou seja, a percepção da 
mesma pelo usuário definem o tempo para a tomada de uma decisão de forma segura. 
De forma singular, quando os usuários se deparam com situações em que têm de tomar decisões 
complexas, ou quando as informações fornecidas pela sinalização são de difícil compreensão, 
todas as questões de fluidez e principalmente de segurança são afetados. 
Assim sendo, sempre que seja previsível uma situação em que um condutor seja confrontado 
com uma necessidade de adaptação da condução, por exemplo, na aproximação das 
intersecções, nós de ligação, diminuição do número de vias, zonas de entrecruzamento e áreas 
de serviço, é necessário garantir uma distância de visibilidade que permita ao condutor: 
 
 aperceber-se da situação ou da informação inesperada; 
 identificar essa situação; 
 adotar a velocidade mais conveniente; 
 concluir em segurança a manobra necessária. 
 
VI. RACIONALIDADE NO TRÂNSITO OU PROGRAMA 3 ES 
 
Um trânsito racional, feito com Segurança, Fluidez e Comodidade (Conforto), depende de ações 
em três áreas distintas: Engenharia, Educação e Esforço Legal. Isso representa o que nos 
Estados Unidos é mais conhecido como o Conjunto 3E. Engineering, Education, Enforcement. 
(Rosestraten, 1988). 
Trata-se de um conceito a muito defendido na literatura em que as 3 ações são indispensáveis 
para se chegar a um transito seguro e organizado. Ressalta-se que essas três ações devem ser 
aplicadas continuamente ao sistema para que realmente funcionam e surtam efeito no 
comportamento do homem, o elemento que mais influência na operação do sistema. As ações 
contidas no clássico tripé formado pela Engenharia Educação e Esforço Legal podem influir 
consideravelmente no comportamento do homem. 
A ENGENHARIA busca basicamente o aumento da segurança, agindo através do 
desenvolvimento de projetos, junto a infraestrutura (construção de pontes, viadutos, dispositivos 
viários, etc.) circulação e estacionamento (definição da hierarquia das vias, sentidosde 
circulação, locais de estacionamento, forma de operação nos cruzamentos: sinal de pare, 
semáforo, etc.) sinalização (implantação de sinalização vertical e horizontal de regulamentação, 
de indicação e semafórica) e gestão das estratégias de operação, etc). 
A EDUCAÇÃO é voltada para o Homem (Motorista, Pedestre, Passageiro), e contribui par ao 
desenvolvimento no sentido de segurança viária através do ensino de normas e condutas 
corretas aos usuários do sistema de trânsito e do constante reforço a essas atitudes, Sendo assim, 
de maneira geral visa conscientizar as pessoas da importância do respeito às leis de trânsito, 
bem como prepará-las para que possam conduzir veículos ou se locomover a pé com eficiência 
e segurança. 
O ESFORÇO LEGAL baseia-se no policiamento (fiscalização e/ou advertência), 
correspondendo na ação de constante fiscalização para verificação da obediência das pessoas às 
leis e regras de trânsito, orientando e, quando necessário, autuando, multando ou tomando 
outras providencias legais. A fiscalização deve ser permanente, abrangente e atuante, educadora, 
para que ser perceba a assimilação da educação. 
 
Bibliografia: 
Costa,A.H.P., Macedo, J.M.G., Engenharia de Tráfego: Conceitos básicos,: CCDRN, 2008. 
Babkov, V.F., 1975 – Road Conditions and Traffic Safety – Mir Publisher Moscow

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