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NPJ 9º PEÇA 02 Direito de Greve

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUÍZ DE DIREITO DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA X
SINDICATO W, entidade civil, sem fins lucrativos, legalmente constituídos, desde XXXX, estabelecidos à Rua..., nesta Cidade/UF, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado infra-assinado, com fundamento no artigo 5º, LXX, alínea a, LXIX da CF/88,na Lei nº 12.016/09 e na Lei nº 7.783/89, impetrar o presente:
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO C/C PEDIDO LIMINAR
Visando proteger direito líquido e certo de seus associados, indicando como autoridade coatora o COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR, pessoa jurídica de Direito Público, com sede e foro na Rua..., nº..., Bairro..., nesta Cidade/UF, pelos motivos que passará a expor:
DO CABIMENTO
Inicialmente, registro ser cabível o mandado de segurança quando houver violação ou justa ameaça ao direito líquido e certo por parte da autoridade coatora, independentemente de sua categoria e da função que exerça.
Vejamos os seguintes incisos do Art. 5º da constituição Federal de 1988:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Nesse sentido, vejamos também o inciso de nº LXIX:
“Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”.
Portanto, inegável a violação ao direito liquido e certo dos Trabalhadores, conforme se pode verificar dos fatos e fundamentos a seguir expostos.
Quanto à tempestividade, nos termos do artigo 23 da Lei nº 12.016/09, o prazo decadencial para impetração do mandado de segurança é de 120 (cento e vinte) dias, iniciando-se a contagem quando da ciência do ato impugnado.
Diante disso, é cabível o mandado de segurança no presente caso, haja vista o Impetrante ter tomado ciência do ato impugnado em prazo não superior á 120 dias, conforme os documentos em anexo.
DOS FATOS
Após anos de defasagem salarial, milhares de trabalhadores que integravam o mesmo segmento profissional reuniram-se na sede do Sindicato W, legalmente constituído e em funcionamento há vinte anos, que representava os interesses da categoria, em assembleia geral convocada especialmente para deliberar a respeito das medidas a serem adotadas pelos sindicalizados.
Ao fim de ampla discussão, decidiram que, em vez da greve, que causaria grande prejuízo à população e à economia do país, iriam se encontrar nas praças da capital do Estado alfa, com o objetivo de debater publicamente os interesses da categoria de forma organizada e ordeira, e ainda fariam passeatas semanais pelas principais ruas da capital. Em situações dessa natureza, a lei dispõe que seria necessária a prévia comunicação ao comandante da Polícia Militar.
No mesmo dia em que recebeu a comunicação dos encontros e das passeatas semanais, que teriam início em dez dias, o comandante da Polícia Militar, em decisão formalmente comunicada ao Sindicato W, decidiu indeferi-los, sob o argumento de que atrapalhariam o direito ao lazer nas praças e a tranquilidade das pessoas, os quais são protegidos pela ordem jurídica.
DO DIREITO
Neste sentido, o Código de Processo Civil, em seu art. 300, autoriza o Juiz a conceder a antecipação de tutela “existindo prova inequívoca”.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
IV-I. DO FUMUS BONI IURIS E DO PERICULUM IN MORA
De igual modo, há risco na demora da prestação jurisdicional. O perigo da demora é evidente, pois os representantes pela impetrante não podem aguardar indefinidamente pela liberação de suas mercadorias por se tratar de época natalina, a negativa desta liberação acarreta prejuízos imensuráveis para o comércio. Data vênia, o fumus boni iuris está demonstrado nos dispositivos acima mencionados, normas constitucionais e infraconstitucionais. Diante disso, é certo que a Impetrante preenche todos os requisitos para a concessão da liminar ora pleiteada.
O requisito genérico, que é a verossimilhança do Direito, restou sobejamente demonstrado e provado com as razões de fato e de direito expostas.
Ademais, a jurisprudência pátria tem apontado para a fiscalização aduaneira que são essenciais para a continuidade dos serviços. O TRF5 já decidiu:
ADMINISTRATIVO. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. GREVE. CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS ESSENCIAIS. POSSIBILIDADE.
I. Decisão liminar às fls.65/67, posteriormente ratificada na sentença, determinando que a autoridade coatora seja compelida a realizar os atos administrativos necessários à fiscalização e, consequentemente, a liberação das mercadorias que se encontravam retidas em decorrência de movimento grevista dos fiscais federais agropecuários.
II. A jurisprudência pátria tem apontado o caráter essencial dos serviços aduaneiros, não podendo o particular arcar com qualquer ônus decorrente do exercício do direito de greve dos servidores.
III. Remessa oficial improvida.
Diante disso, com fundamento no artigo 300 do Código de Processo Civil e no artigo 7º da Lei nº 12.016/2009, requer, liminarmente, e inaudita altera parts, no sentido de determinar que o Impetrado dê continuidade aos atos relativos manifestação.
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.
DOS PEDIDOS:
Em face de tudo o que foi acima exposto, requer a impetrante: 
 A concessão de MEDIDA LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS para, de imediato, suspender-se o ato da Autoridade Coatora, garantindo-se, a todos os trabalhadores o direito de reunir-se pacificamente em locais públicos para manifestação, haja vista a ilegalidade cometida pela autoridade apontada como coatora, a saber: 
- violação do Artigo 5º, inciso XVI da Constituição Federal de 1988; 
 A notificação da autoridade coatora para prestar as informações de estilo, no decêndio legal; 
A oitiva do representante do Parquet;
Requer ao final, confirmando-se o abuso de autoridade, praticado pelo impetrado, sejam remetidas cópias ao Ministério Público.
Atribui à causa para efeito de alçada o valor de R$XX.XXX,XX
Nestes Termos,
Pede Deferimento
Local e Data
Advogado
OAB/UF

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