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FARMACOLOGIA DOS ANTIPSICÓTICOS Prof. Ranieri Psicoses Definição: alterações de pensamento e/ou do comportamento, com ou sem presença de alucinações e delírios . Orgânicas: - estados confusionais induzidos por drogas - doenças do SNC (tumores, traumas, epilepsia, reações alérgicas, demências, etc.) Não orgânicas: - afetivas – depressão e mania - esquizofrênicas Esquizofrenia - Principal transtorno PSICÓTICO - Frequência: afeta ~1% da população geral - Efeitos devastadores – Desde adolescência ou início idade adulta – Diminuição acentuada qualidade de vida / produtividade – Necessidade de tratamento medicamentoso a longo prazo – 10% morrem por suicídio – Sobrecarga para família e sociedade / Grandes custos humanos e financeiros Esquizofrenia Causas: aumento da liberação de dopamina (sistema límbico, formação reticular, hipotálamo). Fatores genéticos associados a fatores ambientais desencadeantes: infecções, uso de drogas e fármacos. Podem ser classificadas de acordo com os sintomas predominantes: Ex. Paranoide (sintomas positivos), desorganizado (sintomas afetivos), catatônicos (sintomas motores). Hipótese Dopaminérgica da Esquizofrenia Excesso de dopamina subcortical → Hiperestimulação D2 → Sintomas positivos. Déficit de dopamina pré-frontal → Hipoestimulação D1 e D2 → Sintomas cognitivos e negativos. Sintomas positivos: ilusões (crenças com convicção que dominam o pensamento), alucinações (auditivas: insultos, ordens, comentários), visuais, táteis e olfativas. Pensamento alienado e desorganizado: possessão, fala incoerente, ideias bizarras. Alterações psicomotoras: ambitendência, ecopraxia, estereotipias, postura inadequada. Sintomas negativos: Embotamento afetivo (pessoas desligadas, indiferentes, incapazes de mostrar emoção), falta de Interesse, reduzida motivação (incapazes de trabalhar, cuidar de sua higiene pessoal ou de se alimentarem). Indecisão, negativismo, e passividade, misturadas com impulsos súbitos. Isolamento Social (dificuldade em fazer e manter amigos ou relações pessoais, pouca ou nenhuma relação íntima). Escassez de Pensamentos. Vias Dopaminérgicas - SNC Antipsicóticos Outras Denominações: neurolépticos, fármacos anti-esquizofrenia, tranquilizantes (sedativos) maiores. Usos: - esquizofrenia. - episódios de mania, estados mistos maníaco-depressivos, depressões psicóticas. - comportamento de violência impulsiva. - distúrbios de comportamento em doenças de Alzheimer, Parkinson, psicoses orgânicas. - Doença (Coréia) de Huntington: bloqueio dos movimentos involuntários. - controle de náuseas e vômitos. - tratamento dos soluços incoercíveis. - pré-medicação cirúrgica - BDZ são preferidos. - neuroleptoanalgesia - droperidol + fentanil. Histórico 1949: Laborit - teste de fármacos relacionados com a prometazina. 1952: Jean Delay e Pierre Deniker - administração doses crescentes de clorpromazina a pacientes agitados, maníacos hiperativos e esquizofrênicos. 1954: Nathan Kline - propriedades neurolépticas da reserpina demonstrada em esquizofrênicos. Mecanismo de ação Bloqueio (antagonismo competitivo) dos receptores de dopamina D2 Bloqueio dos receptores de serotonina 5-HT2 Bloqueio, com diferentes intensidades , de outros receptores dopaminérgicos, serotoninérgicos , colinérgicos, histaminérgicos e noradrenérgicos. Classificação dos Antipsicóticos (neurolépticos) Tradicionais de alta potência: Haloperidol (Haldol), Flufenazina (Anatensol), Pimozida (Orap) Tradicionais de média potência: Trifluoperazina (Stelazine) Tradicionais de baixa potência: Clorpromazina (Amplictil), Levomepromazina (Neozine) Atípicos: Tioridazina (Melleril), Sulpirida (Equilid), Clozapina (Leponex), Risperidona (Risperdal), Olanzapina (Zyprexa), Quetiapina (Seroquel), Aripiprazol (Abilify). Estruturas químicas Principais Antipsicóticos Típicos Sedativos no Brasil Nome químico Nome comercial CLORPROMAZINA Amplictil, Clorpromazina LEVOMEPROMAZINA Levozine, Neozine TIORIDAZINA Melleril TRIFLUOPERAZINA Stelazine AMISULPRIDA Sociam Principais Antipsicóticos Incisivos no Brasil Nome químico Nome comercial FLUFENAZINA Anatensol, Flufenan HALOPERIDOL Haldol, Haloperidol PENFLURIDOL Semap PIMOZIDA Orap PIPOTIAZINA Piportil, Piportil L4 ZUCLOPENTIXOL Clopixol Principais Antipsicóticos Atípico no Brasil Nome Quimico Nome Comercial AMISULPRIDA Socian CLOZAPINA Leponex OLANZAPINA Zyprexa QUETIAPINA Seroquel RISPERIDONA Risperidal, Risperdol ZIPRAZIDONA Geodon ARIPIPRAZOL Abylife Características Clínicas Reduzem os sintomas agudos da esquizofrenia - controlam o comportamento bizarro e diminuem a agitação. Tratamento prolongado previne ataques de esquizofrenia, permitindo a retirada do paciente do hospital. Preparações de liberação lenta são utilizadas na terapia de manutenção. São eficazes em 50-70% dos esquizofrênicos - os sintomas negativos são os mais resistentes. Todos os antipsicóticos são igualmente eficazes no controle de sintomas positivos na psicose aguda. Antipsicóticos atípicos têm maiores efeitos em sintomas negativos, em comparação a antipsicóticos convencionais. Não há diferenças consistentes de eficácia entre antipsicóticos atípicos. Em pacientes refratários a tratamento com antipsicóticos convencionais, antipsicóticos atípicos mostram melhores resultados. Antipsicóticos atípicos associam-se a menores taxas de recidivas e menor abandono de tratamento. Antipsicóticos atípicos mostram menor incidência de efeitos Extrapiramidais. Características Clínicas Antipsicóticos de alta potência: Maior afinidade a receptores D2, Maior eficácia, Mais SEP (Sintomas Extrapiramidais), Maior incidência de discinesia, Menos problemas cognitivos, Menos sedação, Menos efeitos anticolinérgicos e Menos efeitos cardiovasculares. Características Clínicas Antipsicóticos de baixa potência: Menor afinidade a receptores D2, Menor eficácia, Menos SEP (Sintomas Extrapiramidais), Menor incidência de discinesia, Mais problemas cognitivos, Mais sedação, Mais efeitos anticolinérgicos e Mais efeitos cardiovasculares. Características Clínicas Antipsicóticos Atípicos: Sintetizados a partir dos anos 60. Bloqueia os receptores D2, D3 D4, 5-HT2a, 5-HT2c, 5-HT3, H1 e alfa 1. Mais eficazes do que os outros antipsicóticos típicos. Poucos efeitos extrapiramidais. Menos efeitos colaterais: sedação, efeitos anticolinérgicos e hipotensores, ganho de peso, discrasias sanguíneas (agranulocitose – diminuição da produção de glóbulos brancos: diminuição da imunidade) em cerca de 2% dos pacientes Farmacocinética geral São altamente lipossolúveis. Bem absorvidos via Oral (biodisponibilidade de 25 a 65%). Alcançam a Cpmáx. Entre 2 e 3 horas (V.O.). A Cp estável é atingida entre 4 e 7 dias. Tem alta ligação com proteínas séricas (albumina) e altos volumes de distribuição. Apresentam impregnação dos tecidos. A meia vida de eliminação varia de 12 a 30 horas. Farmacocinética - continuação A metabolização hepática é intensa por oxidases do sistema microssomal e redutases. Os metabólitos, inativos, são eliminados na urina. As benzamidas (tiaprida, sultoprida) são menos lipossolúveis, tem meia vida entre 3 e 10 horas. As difenilbutilpiperidinas (primozida, penfluridol) são extremamente apolares com meias-vidas entre 100 e 200 horas. São de ação prolongada. Estes últimos, assim como as preparações de depósito de flufenazina e do haloperidol são importantes para o tratamento de manutenção da esquizofrenia. Posologia diárias dos principais Neurolépticos Antipsicóticos (neurolépticos) – Efeitos Adversos Depressor forte do SNC – sedativo maior – muitos efeitos adversos. a) neurológicos: distonia aguda (rigidez da mandíbula, língua, pescoço), parkinsonismo, distonia crônica (movimentos faciais e orais involuntários), dificuldades respiratórias. Ação do fármaco na via nigro-estriatal. Acatisia: Inquietação mental e motora O tratamento desse efeito colateral é feito à base de anticolinérgicos injetáveis intramusculares (Biperideno - Akineton®), e são sempre eficazes em poucos minutos. Discinesia: movimentos involuntários, principalmente da musculatura oro- língua-facial, ocorrendo protusão da língua com movimentos de varredura látero-lateral, acompanhados de movimentos sincrônicos da mandíbula. O tronco, os ombros e os membros também podem apresentar movimentos discinéticos. b) Endócrinos: aumento de prolactina, amenorréia, galactorréia, infertilidade (queda de progesterona e bloqueio da ovulação). c) Síndrome neuroléptica maligna: hipertermia, instabilidade só SNA, oscilação do nível de consciência. Óbito numa proporção de 20 a 30% dos casos. d) Efeitos anticolinérgicos: boca ressecada, visão turva constipação, retenção urinária. e) Efeitos anti-histaminérgicos: sedação f) Efeitos antiadrenérgicos: hipotensão, arritmia. g) Efeitos alérgicos: urticária, dermatites, coloração da pele (azul, cinza ou púrpura). Outros efeitos adversos: Hepatotóxicos, indutores de tolerância e dependência (com abstinência semelhante aos ansiolíticos). Interações Fármacos Mecanismo Efeitos da interação Álcool, opióides, hipnosedativos e anestésicos Sinergia na depressão do SNC. Sedação extrema e
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