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CAPACITORES Os circuitos eletrônicos em geral, com exceção daqueles ligados à eletrônica digital e à computação, envolvem algum tipo de controle ou conversão de energia elétrica. A maioria dos circuitos também necessita ser alimentada por uma fonte DC para funcionar. As fontes de tensão e corrente são os elementos que fornecem essa energia ao circuito. Com base nesses princípios, os componentes eletrônicos são divididos em dois grandes grupos: ativos e passivos. Numa primeira abordagem define-se componente ativo como aquele que fornece energia ao circuito (caso em que se encontram apenas as fontes de tensão e corrente) enquanto que componente passivo é aquele que absorve energia (caso de todos os outros componentes: resistores, capacitores, bobinas, diodos etc.). Entretanto, dentro do campo da eletrônica define-se como componente ativo aquele capaz de exercer um efetivo controle sobre uma tensão ou corrente de saída a partir de uma tensão ou corrente aplicada à entrada, permitindo a amplificação de sinais (válvulas, transistores bipolares, amplificadores operacionais etc.). Tais componentes atuam como fontes de tensão ou fontes de corrente dependentes (pois a grandeza obtida à saída depende das variações à entrada). Observa-se que tanto os componentes ativos como os passivos exercem algum tipo de controle sobre a energia elétrica, só que nos dispositivos passivos este controle é fixo, normalmente limitando a um valor determinado a grandeza elétrica, como acontece com os resistores. Existe um grupo especial de elementos passivos que têm a propriedade de armazenar energia, podendo devolvê-la num outro instante. São designados como reativos, pois reagem com o circuito, trocando energia com os elementos deste. Um destes elementos é o indutor, bobina e o reator. O outro é o capacitor ou condensador. O capacitor é constituído de dois elementos condutores (placas ou armaduras) separadas por um elemento isolante (dielétrico). Para que haja o acúmulo de cargas elétricas há a necessidade de um material isolante; quanto mais isolante for o meio, mais cargas elétricas serão acumuladas. Esse processo de eletrização pode ocorrer de três formas básicas: atrito, contato ou indução. Esses dois últimos é que ocorrem no capacitor. A FIGURA 1 mostra a foto de alguns tipos de capacitores e a FIGURA 2 mostra algumas simbologias utilizadas para representar capacitores nos esquemas eletrônicos. Figura 1 O Capacitor eletrolítico internamente é composto por duas folhas de alumínio, separadas por uma camada de óxido de alumínio, enroladas e embebidas em um eletrólito líquido (composto predominantemente de ácido bórico ou borato de sódio). Por ser composto por folhas enroladas, tem a forma cilíndrica(lembrando que o cilindro não é perfeito,visto que possui uma área de Secção menor na parte de baixo em relação a de cima). Suas dimensões variam de acordo com a capacitância e limite de tensão que suporta. É um tipo de capacitor que possui polaridade, ou seja, não funciona corretamente se for invertido. Se a polaridade for invertida dá-se inicio à destruição da camada de óxido, fazendo o capacitor entrar em curto-circuito. Nos capacitores eletrolíticos, uma inversão de polaridade é extremamente perigoso, visto que, a reação interna gera vapores que acabam por destruir o capacitor através de uma explosão ou, rompimento da carcaça. Os capacitores mais modernos, podem inchar e, por isso, raramente explodem (podendo acontecer somente se a tensão inversa aplicada for elevadíssima). Quando ligamos uma fonte de tensão a um capacitor, como no circuito abaixo, a armadura ligada ao polo negativo da fonte eletriza-se negativamente por contato: os elétrons livres se dirigem do polo negativo para a placa, carregando-a. Surge então um campo elétrico ao redor dela, que repele os elétrons livres da outra placa, os quais se deslocam para o polo positivo da fonte. Essa placa, portanto, começa a se carregar positivamente por indução. FIGURA 5 – Conectando um capacitor a uma fonte de tensão Observa-se então que assim que se aplica tensão sobre o capacitor, circula uma corrente de valor elevado, para carregá-lo. Portanto, no instante inicial, a tensão sobre o capacitor é nula e a corrente é máxima, atuando o capacitor como se fosse um curtocircuito. Com o passar do tempo essa corrente de carga vai decrescendo (a carga acumulada nas placas tende a repelir as outras que continuam chegando) à medida que a tensão vai crescendo. O capacitor se opõe à variação abrupta de tensão, atrasando esta em relação à corrente. Assim que o capacitor se carrega, a corrente cai a zero, comportando-se o componente como um circuito aberto. A oposição que um capacitor oferece à passagem da corrente alternada é chamada de reatância capacitiva. CAPACITÂNCIA A capacitância de um circuito é definida como sendo a oposição à variação de tensão. Se a tensão em um circuito variar para mais ou para menos, a capacitância se oporá a essa modificação, ”tentando“ manter a tensão constante. Notamos tal efeito entre qualquer par de condutores separados por um isolante. Num capacitor, quanto mais carga ele acumular para uma dada tensão, maior será sua capacitância. Assim, definimos capacitância como sendo a relação entre a carga acumulada e a tensão aplicada. Quando um Coulomb de carga (Q) é acumulado, estabelecendo-se entre os terminais do capacitor uma diferença de potencial (V) de um Volt, dizemos que a capacitância (C) é de um Farad. Através da equação anterior podemos calcular também a quantidade de carga (Q), em Coulombs, acumulada em um capacitor, dada a sua capacitância (C) em Farads e a tensão (V) sobre ele, em Volts. Exemplo: Calcule a carga acumulada em um capacitor de 1000 µF sendo a diferença de potencial entre seus terminais de 50 V. Q = 1000 x 10-6 F x 50 V = 50000 µC = 50 mC É importante lembrar que os valores em múltiplos ou submúltiplos devem ser convertidos para a unidade, preferencialmente usando potências de dez. Assim, 1 μF equivale a 1 x 10-6 F. Os resultados podem ser apresentados em potências de dez ou em submúltiplos/múltiplos. As potências de dez dos submúltiplos do Farad são: CÁLCULO DA CAPACITÂNCIA Os fatores que afetam a capacitância são: - a área das placas (armaduras); - a distância entre as placas (armaduras); - o tipo de dielétrico (isolante). Quanto maior for a área das placas, mais carga será acumulada para uma dada tensão; portanto, maior será a capacitância. Quanto mais isolante o meio for, mais cargas serão acumuladas e consequentemente maior será a capacitância Podemos então apresentar a seguinte fórmula para o cálculo da capacitância de um capacitor de placas paralelas e idênticas, com dielétrico uniforme: Mais uma vez, é importante destacar que, ao introduzir na fórmula, todos os valores têm de ser expressos na unidade, preferencialmente usando potências de dez. Calcule a capacitância de um capacitor, formado por placas idênticas com lado igual a 10 centímetros, e dielétrico de uma folha de papel parafinado com meio milímetro de espessura. Dados: lado = l= 10 cm = 0,1 m → Área = A = 0,1 x 0,1 = 10-2 m 2 Distância = d = 0,5 mm = 0,5 x 10-3 m Fórmula: C = (8,85 x 10-12 x 2,5 x 10-2) / 0,5 x 10-3 C = 442,5 x 10-12 F → C = 442,5 pF ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES Associação em paralelo Como em toda associaçãoem paralelo, a tensão é a mesma em todos os seus ramos. Logo, cada capacitor de uma associação em paralelo fica submetido à mesma tensão que é aplicada ao conjunto (V). Sendo V1 a tensão no capacitor C1, V2 a tensão no capacitor C2 e Vn a tensão no capacitor Cn (Cn é um capacitor qualquer da associação, não importando quantos capacitores estejam associados). Já a capacitância equivalente de uma associação de capacitores em paralelo é a soma das capacitâncias individuais dos ramos. Sendo C1 a capacitância do primeiro capacitor, C2 a capacitância do segundo capacitor e Cn a capacitância de um capacitor qualquer da associação, não importando quantos capacitores estejam associados. A carga em cada capacitor da associação pode ser facilmente calculada pela equação: Q = C x V sendo C a capacitância desse capacitor e V a tensão total, pois é a mesma em cada um. A carga total da associação é a soma das cargas individuais dos capacitores e também pode ser calculada pelo produto da capacitância equivalente da associação pela tensão total. Associação em série A grandeza comum a todos os elementos de uma associação em série é a corrente. Como corrente é a quantidade de carga que atravessa o circuito (ou se acumula em seus componentes, como no caso dos capacitores) por unidade de tempo, então é fácil perceber que a carga será a mesma em todos os capacitores da associação em série. Sendo Q1 a carga no capacitor C1, Q2 a carga no capacitor C2 e Qn a carga no capacitor Cn (Cn é um capacitor qualquer da associação, não importando quantos capacitores estejam associados). Sabemos que na associação em série a tensão total é a soma das tensões individuais em seus componentes. Também sabemos que: V = Q / C. Então, podemos escrever: Colocando QT em evidência, vem: Dividindo os dois lados da equação por QT ela não se altera: Logo, já temos o valor da capacitância equivalente da associação em série: A tensão em qualquer capacitor da associação em série pode ser obtida dividindo a carga total (que também é a carga individual, como já vimos) pela sua capacitância. Eletrodinâmica - Corrente Elétrica Ao se estudarem situações onde as partículas eletricamente carregadas deixam de estar em equilíbrio eletrostático passamos à situação onde há deslocamento destas cargas para uma determinada direção e em um sentido, este deslocamento é o que chamamos corrente elétrica. Estas correntes elétricas são responsáveis pela eletricidade considerada utilizável por nós. Normalmente utiliza-se a corrente causada pela movimentação de elétrons em um condutor, mas também é possível haver corrente de íons positivos e negativos (em soluções eletrolíticas ou gases ionizados). A corrente elétrica é causada por uma diferença de potencial elétrico (d.d.p./ tensão) Para calcular a intensidade da corrente elétrica (i) na secção transversal de um condutor se considera o módulo da carga que passa por ele em um intervalo de tempo, ou seja: A unidade adotada para a intensidade da corrente no SI é o ampère (A), em homenagem ao físico francês Andre Marie Ampère, e designa coulomb por segundo (C/s). Continuidade da corrente elétrica Para condutores sem dissipação, a intensidade da corrente elétrica é sempre igual, independente de sua secção transversal, esta propriedade é chamada continuidade da corrente elétrica. Isto implica que se houver "opções de caminho" em um condutor, como por exemplo, uma bifurcação do fio, a corrente anterior a ela será igual à soma das correntes em cada parte desta bifurcação, ou seja: Resistência Elétrica Ao aplicar-se uma tensão U, em um condutor qualquer se estabelece nele uma corrente elétrica de intensidade i. Para a maior parte dos condutores estas duas grandezas são diretamente proporcionais, ou seja, conforme uma aumenta o mesmo ocorre à outra. Desta forma: A esta constante chama-se resistência elétrica do condutor (R), que depende de fatores como a natureza do material. Quando esta proporcionalidade é mantida de forma linear, chamamos o condutor de ôhmico, tendo seu valor dado por: Sendo R constante, conforme enuncia a 1ª Lei de Ohm: “Para condutores ôhmicos a intensidade da corrente elétrica é diretamente proporcional à tensão (ddp) aplicada em seus terminais”. A resistência elétrica também pode ser caracterizada como a "dificuldade" encontrada para que haja passagem de corrente elétrica por um condutor submetido a uma determinada tensão. No SI a unidade adotada para esta grandeza é o ohm (Ω), em homenagem ao físico alemão Georg Simon Ohm. Pode-se também definir uma grandeza chamada Condutância elétrica (G), como a facilidade que uma corrente tem em passar por um condutor submetido à determinada tensão, ou seja, este é igual ao inverso da resistência: E sua unidade, adotada pelo SI é o siemens (S), onde: Corrente contínua e alternada Se considerarmos um gráfico i x t (intensidade de corrente elétrica por tempo), podemos classificar a corrente conforme a curva encontrada, ou seja: • Corrente contínua Uma corrente é considerada contínua quando não altera seu sentido, ou seja, é sempre positiva ou sempre negativa. A maior parte dos circuitos eletrônicos trabalha com corrente contínua. Quanto à sua curva no gráfico i x t, a corrente contínua pode ser classificada por: Corrente contínua constante Diz-se que uma corrente contínua é constante, se seu gráfico for dado por um segmento de reta constante, ou seja, não variável. Este tipo de corrente é comumente encontrado em pilhas e baterias. Corrente contínua pulsante Embora não altere seu sentido as correntes contínuas pulsantes passam periodicamente por variações, não sendo necessariamente constantes entre duas medidas em diferentes intervalos de tempo. A ilustração do gráfico acima é um exemplo de corrente contínua pulsante. Esta forma de corrente é geralmente encontrada em circuitos retificadores de corrente alternada. Corrente alternada Dependendo da forma como é gerada a corrente, esta é invertida periodicamente, ou seja, ora é positiva e ora é negativa, fazendo com que os elétrons executem um movimento de vai-e-vem. Este tipo de corrente é o que encontramos quando medimos a corrente encontrada na rede elétrica residencial, ou seja, a corrente medida nas tomada de nossa casa. Resistores São peças utilizadas em circuitos elétricos que tem como principal função converter energia elétrica em energia térmica, ou seja, são usados como aquecedores ou como dissipadores de eletricidade. Alguns exemplos de resistores utilizados no nosso cotidiano são: o filamento de uma lâmpada incandescente, o aquecedor de um chuveiro elétrico, os filamentos que são aquecidos em uma estufa, entre outros. Utilizam-se as representações: Associação de Resistores Em um circuito é possível organizar conjuntos de resistores interligados, chamada associação de resistores. O comportamento desta associação varia conforme a ligação entre os resistores, sendo seus possíveis tipos: em série, em paralelo e mista. Associação em Série Associar resistores em série significa ligá-los em um único trajeto, ou seja: Como existe apenas um caminho para a passagem da corrente elétrica esta é mantida por toda a extensão do circuito. Já a diferença de potencial entre cada resistor irá variar conforme a resistência deste, para que seja obedecida a 1ª Lei de Ohm, assim: Esta relaçãotambém pode ser obtida pela análise do circuito: Sendo assim a diferença de potencial entre os pontos inicial e final do circuito é igual à: Analisando esta expressão, já que a tensão total e a intensidade da corrente são mantidas, é possível concluir que a resistência total é: Ou seja, um modo de se resumir e lembrar-se das propriedades de um circuito em série é: Tensão (ddp) (U) se divide Intensidade da corrente (i) se conserva Resistência total (R) soma algébrica das resistência em cada resistor. Associação em Paralelo: Ligar um resistor em paralelo significa basicamente dividir a mesma fonte de corrente, de modo que a ddp em cada ponto seja conservada. Ou seja: Usualmente as ligações em paralelo são representadas por: Como mostra a figura, a intensidade total de corrente do circuito é igual à soma das intensidades medidas sobre cada resistor, ou seja: Pela 1ª lei de ohm: E por esta expressão, já que a intensidade da corrente e a tensão são mantidas, podemos concluir que a resistência total em um circuito em paralelo é dada por: Associação Mista: Uma associação mista consiste em uma combinação, em um mesmo circuito, de associações em série e em paralelo, como por exemplo: Em cada parte do circuito, a tensão (U) e intensidade da corrente serão calculadas com base no que se conhece sobre circuitos série e paralelos, e para facilitar estes cálculos pode-se reduzir ou redesenhar os circuitos, utilizando resistores resultantes para cada parte, ou seja: Sendo: Potência Elétrica A potência elétrica dissipada por um condutor é definida como a quantidade de energia térmica que passa por ele durante uma quantidade de tempo. A unidade utilizada para energia é o watt (W), que designa joule por segundo (J/s). Ao considerar que toda a energia perdida em um circuito é resultado do efeito Joule, admitimos que a energia transformada em calor é igual a energia perdida por uma carga q que passa pelo condutor. Ou seja: Mas, sabemos que: Então: Logo: Mas sabemos que então podemos escrever que: Pela 1ª Lei de Ohm temos que Então podemos definir duas formas que relacionem a potência elétrica com a resistência. • Por exemplo: Qual a corrente que passa em uma lâmpada de 60W em uma cidade onde a tensão na rede elétrica é de 220V? E qual a resistência do filamento interno da lâmpada? • Dados: P = 60 W U = 220 V ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES - RESUMO
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