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OBESIDADE E CIRURGIA BARIÁTRICA Marcela Abreu Rodrigues Psicóloga Mestre e doutoranda em desenvolvimento humano e saúde- UnB. CRP: 01/10363 COMO DEFINIMOS OBESIDADE? Década de 40 a 60: 20%acima do peso ideal. Não leva em consideração diferenças na composição corporal: água, músculos, ossos, gordura. Semelhante à balança do banheiro ou “teste do espelho”. Ex: atletas geralmente estão acima do peso devido a composição óssea e muscular. DEFINIÇÃO ATUAL Presença de GORDURA corporal em excesso. Relação gordura-músculo. Análise da impedância elétrica Pesagem hidrostática IMC= peso/altura² EPIDEMIOLOGIA Devido às mudanças de hábitos de vida causadas pela revolução industrial, o peso corpóreo da população tem aumentado. Obesidade é considerada grave problema de saúde pública mundial. 7% da população mundial, cerca de 250 milhões de pessoas estão acometidas pela obesidade. FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A OBESIDADE. Hereditariedade Doenças genéticas, o cérebro e hormônios. Fatores psicossociais. Cultura, status socioeconômico e gênero. Estímulos alimentares, restrição e fome. FUNÇÕES DESEMPENHADAS PELO ALIMENTO • Sobrevivência • Criar e sustentar relações sociais; • Demonstrar carinho; • Preocupação; • Amor; • Enfrentamento positivo ou negativo das emoções Tratamento Cirúrgico Alternativa eficaz quando métodos tradicionais falham. Vantagens: grande perda de peso, possibilidade de remissão completa dos sintomas, melhora da QV, auto-estima e interação social. Desvantagens: impõe limites nas porções alimentares, mas torna-se insuficiente por não tratar e nem limitar outras dimensões igualmente relevantes. Tipos de cirurgia: 1. Restritivas: impedem a ingestão de grande volume de alimentos – banda gástrica, balão intragástrico 2. Disabsortivas: impedem absorção de nutrientes 3. Mista: disabsortivas e restritivas, são as mais praticadas e com resultados melhores. PAPEL DA PSICOLOGIA NO PRÉ OPERATÓRIO Identificação do paciente Histórico de ganho de peso Fatores biomédicos associados ao peso História familiar (obesidade e doenças) Fatores psicossocias Pressão de terceiros para perda de peso Discriminação Auto-estima Hábitos alimentares Diário alimentar Topografia da resposta alimentar Velocidade de ingesta Controle de estímulos Local Talher usado Padrões não adaptativos: “bindge eating” – comer uma grande quantidade de comida (calorias) em um curto período de tempo. Causa fisiológica; Causa psicológica Comedor de grandes quantidades Inabilidade de distinguir fome de não fome; Padrão beliscador; Síndrome do comer noturno. ; Pular café da manhã pelo menos 4x na semana; Consumo de mais de 50% das calorias diária após 19 horas; Padrão de atividade física e inatividade; Uso/ abuso de substâncias e/ou álcool; Comportamentos de risco: Impulsividade; Dificuldade em adesão ao tratamento e recomendações nutricionais. Compulsividade; Risco do comportamento alimentar por outros comportamentos mal-adaptativos (TV, computados, shopping, exercício em excesso, uso de álcool e drogas). Adesão ao tratamento. Funcionamento cognitivo; Recursos intelectuais Capacidade de compreensão dos riscos cirúrgicos e demandas comportamentais exigidas pela cirurgia; Conhecimento sobre obesidade mórbida e intervenções cirúrgicas; Capacidade de enfrentamento e solução de problemas. Possibilidade de reganho de peso. Psicopatologia Estabilidade emocional Risco de suicídio, comportamento auto-destrutivo; História de intervenções ou hospitalizações psiquiátricas; Desordens psicóticas impacto da cirurgia em caso de alguma desordem psiquiátrica (estabilidade de 6 meses pré operatória); História de psicoterapia, Contato com terapeuta Uso de medicação; Situação de vida atual; Estressores potenciais. Suporte social Diretamente relacionado com perda de peso e melhora da adesão ao tratamento. Disponibilidade e satisfação com o suporte; Motivação e expectativas com relação à cirurgia; INTRUMENTOS Podem ser usados para corroborar com as informações coletadas na entrevista; Treinamento do psicólogo é fundamental! Beck (ansiedade e depressão) EATING ATTITUDES TEST (EAT) Versão com 40 itens ou 26 itens (versão traduzida para o português, Nunes et al, 1994). Rastreamento dos indivíduos suscetíveis ao desenvolvimentos de BN e AN. Indica presença de padrões alimentares anormais, mas não revela a possível psicopatologia subjacente. CUIDADO! Escores altos não indicam presença de transtorno alimentar. EATING DISORDER INVENTORY- EDI Composto por 64 itens que avaliam características psicológicas e comportamentais comuns à AN e BN. Escala Linckert – sempre a nunca. Oito subescalas: 3 avaliam aspectos psicopatológicos específicos do TA: ímpeto para magreza, insatisfação corporal e bulimia. 5 avaliam aspectos psicopatológicos gerais: ineficácia, desconfiança interpessoal, consciência interoceptiva e medos de maturidade). Apresenta uma versão revisada EDI 2 com mais 3 subescalas: asceticismo, regulação do impulso e insegurança social. EDE para crianças (KEDS) EATING DISORDER EXAMINATION (EDE -Q). * Versão auto-aplicável do Eating Disorder Examination em formato entrevista. 41 itens com 4 subescalas: Restrição alimentar Preocupação alimentar Preocupação com a forma corporal Preocupação com o peso BINDGE EATING SCALE (BES) Avaliar a gravidade do CAP em obesos. Apresenta Versão em português: Escala de Compulsão alimentar Periódica. Não é um instrumento diagnóstico e deve ser complementado com entrevista clínica. Escala Linckert composta por 16 itens que avaliam: Manifestações comportamentais; Sentimentos e cognições envolvidos no CAP. QUESTIONNAIRE ON EATING AND WEIGHT PATTERNS- QEWP * Especificamente desenvolvido para fornecer diagnóstico do TCAP de acordo com critérios do DSM-IV. Composto por 28 questões sobre episódios de CAP, indicadores de perda de controle alimentar, métodos compensatórios de controle de peso, história de peso e dieta, grau de preocupação com o peso e o corpo e dados demográficos básicos. Pode ser em formato de entrevista. Versão em português: Questionário sobre padrões de alimentação e peso. PAPEL DA PSICOLOGIA (PÓS- CIRÚRGICO) Desenvolvimento de habilidades sociais. Sensibilização para adesão ao tratamento a longo prazo. Treino em solução de problemas. Questões sexuais. Busca de estratégias de enfrentamento adequadas. Depressão e tristeza. Modificação da imagem corporal. ANTES DEPOIS Sociabilidade; Prazer; Desculpa para eventos sociais; “Eu posso” Imposição; Tensão; Insegurança; Medo de engordar; Pressão familiar; Representação do ato de se alimentar OBRIGADA!!!! MAIS INFORMAÇÕES marcelabreu81@gmail.com