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DIREITO AMBIENTAL - Diogo Guanabara 1º Av 2018.2

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João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
DIREITO AMBIENTAL 
Professor: Diogo Guanabara 
Resumo Para a Primeira Avaliação 
 Necessidade de Proteção do Meio Ambiente: Conceitos Básicos 
Nós, em nosso dia a dia, lidamos com diversos problemas ambientais, como, por exemplo, os canudos de 
plásticos, sacolas de plásticos, resíduos e etc. É perceptível que todas essas problemáticas estão 
intrinsecamente ligadas ao consumo, ou seja, quanto mais consumimos, maior será a preocupação. 
 “Buraco” na Camada de Ozônio: 
Devido à emissão de CFC (Clorofluorcarbonetos) estava ocorrendo a diminuição da espessura da camada de 
ozônio, gerando a perda de sua função natural de filtração. Esse afinamento da camada de ozônio gerou 
algo próximo de 28,3 milhões de Km. Logo, devido a redução da espessura da camada de ozônio aumentou o 
índice de incidência dos Raios UV, gerando o aquecimento Global. 
*Solução: Diante dessa problemática, no Protocolo de Montreal em 1989, estabeleceu-se uma meta 
gradativa e constante de redução de CFC (comum no sistema de refrigeração). Atualmente, o chamado 
“Buraco” na Camada de Ozônio está sob controle, no entanto, não quer dizer que ele diminuiu. 
 Aquecimento Global: 
O problema não é o aquecimento, mas o descontrole desse aumento. De acordo com alguns cientistas, a 
Terra ciclicamente esfria e aquece, onde estamos vivendo um momento de aquecimento natural da terra. 
Ou seja, o problema é o aumento acima da temperatura prevista. 
Existem alguns teóricos que não concordam com o aquecimento. Porém, existem outros que defendem que 
a ação humana é a causa do aquecimento global, por conta da alta emissão de gases provocantes do efeito 
estufa, que apesar de ser necessário, não pode ser descontrolado. 
*Solução: Por isso o Direito passa a estabelecer metas proporcionais de redução de emissão desses gases 
aos países e continentes de acordo com o nível de emissão de cada país ou continente. Daí, temos o 
chamado Protocolo de Kyoto, que foi o responsável pela criação de metas de redução da emissão de gases, 
porém, nem todos os países assinaram, dando, então, continuidade ao problema. 
*Consequências: O aquecimento global provoca uma série de efeitos sociais, ambientais e políticos, como: 
A. Aumento do Nível dos oceanos (derretimento das calotas) 
B. Aumento das chuvas em algumas regiões 
C. Desertificação de algumas áreas, tornando as áreas produtivas em inférteis 
D. “Refugiados Ambientais”, devido a infertilidade do Solo, as pessoas que viviam em uma determinada 
região, migram para outras áreas devido a escassez de terras produtivas. 
 “Refugiados Ambientais”: 
Quanto maior a temperatura da Terra, haverá ainda mais alterações significativas do clima, tendo como 
consequência, além do derretimento das calotas, aumento do nível do mar, extinção de determinadas 
espécies, os refugiados ambientais também saem de suas áreas, devido ao fato de não apresentar mais 
condições ambientais que possibilitem um ambiente ameno e amigável, especialmente devido a 
poluição das águas e empobrecimento do solo. Diante disso, o Direito ambiental estabelece obrigações 
aos países poluidores (geralmente os mais ricos) com os refugiados ambientais. 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
 Gestão de Resíduos: 
A alta produção de resíduos pelos humanos resulta numa maior dificuldade de como tais resíduos serão 
geridos (Decomposição, reciclagem, incineração, aterramento, etc), exigindo, portanto, uma intervenção 
do Direito na regulação de como serão aplicados os recursos ambientais para melhor gestão dos 
resíduos, como a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que estabelecem os deveres de todos os 
municípios em acabar com lixões (Até agosto de 2016, meta não alcançada), substituindo-os por outras 
formas de armazenamento, como os aterros sanitários. 
*Logística Reversa: A logística reversa está prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos, 
determinando que todos os produtores e importadores de produto de pneus, óleos, lubrificantes, pilhas, 
baterias, agrotóxicos e suas embalagens , devem reter os itens e produtos que não funcionam mais. Ex: 
caso um pneu da Pirelli esteja inutilizado, deve este ser retido pela empresa. 
 Gestão de água potável: 
Quando falamos de gestão de água estamos tratando da distribuição da água, assim como do saneamento 
da água, sendo esse um outro tema que deve ser tratado pelo Direito, uma vez que, apenas 3% da água é 
destinada ao uso humano, sendo que, dessa quantidade destinada ao uso, apenas 80% está congelada e 20% 
está potável. 
Solução: Diante disso, se pensa em cobrar o uso da água, uma vez que, hodiernamente, nós apenas pagamos 
o Serviço da embasa. 
 Direito Ambiental Internacional 
As questões ambientais não encontram limites territoriais, uma vez que, um problema ambiental de 
determinado país, poderá atingir um país vizinho. Diante disso, os problemas ambientais precisavam ser 
resolvidos mediante uma governança internacional. 
Devido ao processo de industrialização humana e seus efeitos no meio ambiente na década de 60, os 
Europeus foram os pioneiros a compreender que o Direito precisava regulamentar questões ambientais, 
devido ao fato de que eles tiveram uma melhor percepção das tragédias ambientais (analisando o que 
pode vir a causar) e juntamente também terem um pioneirismo quanto ao desenvolvimento de questões 
científicas, resultando na evolução do Direito Ambiental, que, posteriormente , irradiará para o resto do 
mundo. Além disso, com o avanço significativo do desenvolvimento tecnológico que demonstrava a 
causa, surgiram ONGS que passaram a questionar a forma como a humanidade estava lidando com o 
Meio ambiente. Isso acarretou no surgimento de diversos movimentos sociais na década de 70, que 
forçaram os Estados a se unirem para discutirem sobre meio ambiente. 
 Conferência de Estocolmo em 1972: Foi o primeiro movimento que buscava ajuda mútua 
internacional, colocando o meio ambiente como tema central de uma reunião, inserindo os Estados 
na discussão, sendo esse um marco para o Direito Ambiental. A reunião tinha como premissa central 
a inserção de todos os Estados membros da ONU em um debate global sobre o meio ambiente, com 
o objetivo de desconstruir a noção de governança individual, visando uma governança coletiva e 
internacional para que os problemas fossem sanados. 
*Declaração do Meio ambiente: Essa Conferência de Estocolmo em 1972 resultou na Declaração do 
meio ambiente, sendo esse um tratado internacional dotado de normas (normas não vinculantes, por 
ter natureza de tratado e não geram responsabilização ao Estado) e premissas que reconheceram o meio 
ambiente como sendo um prolongamento dos demais Direitos Humanos, modificando a percepção do 
mundo acerca do Meio ambiente (“Nós seres humanos devemos ter um meio ambiente equilibrado para 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
termos uma vida digna”). Portanto, essa declaração passou a determinar que um Meio Ambiente sadio e 
equilibrado era um Direito Humano, havendo a necessidade de defesa da essencialidade do meio 
ambiente, influenciando bastante as Constituições do Estados que participaram dessa Conferência, 
ganhando esse valor novo em seu bojo; servindo como influência para o Brasil e a Constituição da 
República Portuguesa de 1977, assumindo o meio ambiente como Direito Fundamental. 
Outra premissa da Declaração do Meio Ambiente foi a de que o homem é, ao mesmo tempo, artífice 
(modificador do ambiente) e resultado do ambiente, gerando mudanças e sofrendo consequências 
(Homem responsável pelo meio ambiente). Daí, surge a noção do Princípio da proteção Intergeracional 
do Meio ambiente, de que o Meio Ambiente deve ser defendido para a presente geração e futuras 
gerações. Alémdisso, outra premissa era de que: o desenvolvimento socioambiental deve estar de 
acordo com o desenvolvimento econômico. 
o 2º Momento da Conferência de Estocolmo 
*Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA): A PNUMA foi gerada na Conferência 
de Estocolmo em 1972, sendo um braço da ONU, que tinha a função de ser a agência responsável em 
promover a conservação e uso eficiente dos recursos naturais, operacionalizando os objetivos previstos 
na Declaração do Meio Ambiente, através do estímulo de formas alternativas de desenvolvimento 
econômico. 
Antes, a ideia era de que para termos um Maior Lucro, era necessário usar ao máximo aquilo que o meio 
ambiente nos fornece de recursos. Ou seja, era um modelo utilizado sem pensar no futuro (Rompendo o 
princípio de proteção intergeracionais) e falido que tinha apenas uma lógica extrativista, resultando em 
diversos impactos negativos para o meio ambiente. Por sua vez, a PNUMA surge para criar estilos 
alternativos de desenvolvimento. Daí, criaram seminários em 1979-1980 para disseminar esses modelos 
alternativos de desenvolvimento. 
*Relatório Brundtland: O PNUMA teve a iniciativa de desenvolver palestras e discussões mundo a fora 
sobre formas alternativas de desenvolvimento econômico lideradas por Brundtland, condensando uma 
proposta de modelo alternativo chamado de desenvolvimento sustentável, que ao invés de estimular a 
lógica extrativista antiga, apoia a geração de riqueza, no entanto, esta deve estar atenta a utilização 
racional dos recursos naturais e impactos do meio ambiente, devendo estar à serviço do ser humano. 
Portanto, para o desenvolvimento Sustentável, o aspecto social não pode ser ignorado. 
Logo, o desenvolvimento sustentável é a geração de riquezas com a efetiva utilização dos recursos 
ambientais visando o bem estar humano. Daí, formamos o Tripé da Sustentabilidade (Composta por: 
geração de riquezas, meio ambiente e o ser humano). Para BrundTland, “desenvolvimento sustentável é 
o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer as futuras gerações”. 
A ONU querendo que esse modelo de Desenvolvimento alternativo fosse conhecido pelo mundo todo 
para ser debatido, criou uma nova conferência e a chamou de Conferência das Nações Unidas para o 
Meio ambiente e desenvolvimento (1992)- ECO92 ou RIO92. 
 ECO 92 
A ECO 92 é também chamada de RIO92, sendo essa uma Conferência das Nações Unidas para o Meio 
ambiente e desenvolvimento, tendo como objetivo estabelecer uma aliança Mundial, mediante a criação de 
novos níveis de cooperação entre Estado e Setores chaves da sociedade, apresentando para a sociedade o 
conceito de Desenvolvimento sustentável, estimulando que os Estados aceitassem também esse conceito. 
Ou seja, além de abrir um espaço diplomático entre os Estados, a RIO92 inseriu no contexto de proteção ao 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
meio ambiente a expansão da utilização do conhecimento do desenvolvimento sustentável às universidades, 
centros de pesquisa, ONGS, povos nativos e empresas. 
O centro do debate era incentivar o desenvolvimento econômico-social em harmonia com a preservação do 
meio ambiente seguindo o tripé da sustentabilidade, propondo a ideia de que o modelo anterior era 
ultrapassado, uma vez que, existiam países que geraram muita riqueza, mas que prejudicou muito o meio 
ambiente. Diante disso essa Conferencia para as Nações Unidas em favor do Meio ambiente e 
desenvolvimento resultou na criação de documentos amplos e documentos programáticos e específicos: 
a) Princípio da Responsabilidade (Mas diferenciada): Consiste na premissa de que os Estados serão 
responsáveis pela conservação, proteção e recuperação do Ecossistema, na medida em que 
contribuíram em graus variados para a degradação. Ou seja, os Estados que historicamente 
prejudicaram mais o meio ambiente terão maiores responsabilidades a serem cumpridas para a 
proteção do mesmo. Ex. O protocolo de Kyoto quando estabeleceu metas de redução de poluição na 
atmosfera levou em conta questões históricas através do Princípio da Responsabilidade, mas 
diferenciada. 
b) Declaração do Rio (Documento amplo): Esse documento possui a natureza de um tratado 
internacional, sendo um conjunto de premissas e princípios que foram debatidos durante a RIO92, 
sendo esse um documento amplo. Vale ressaltar que, esse documento é não-vinculante, ou seja, não 
há como responsabilizar o Estado civilmente. 
c) Agenda 21 (Documento programático): Tem a natureza jurídica de Soft law, sendo um documento 
programático, ou seja, traz certas normas de conduta, mas não comina nenhuma sanção jurídica ao 
não cumprimento de tais normas. Essa agenda 21 foi um referencial para o desenvolvimento de 
ações ambientais pelos Estados. 
d) Documentos Específicos da ECO92: Além da Agenda 21, declaração do Rio, foram criados tratados 
internacionais sobre temas ambientais mais específicos: 
1- Convenção sobre a Diversidade Biológica: Busca salvaguardar e manter espécies (seja de fauna ou 
flora) ameaçadas em extinção. 
2- Convenções sobre mudanças no Clima: Trouxe as primeiras premissas de uma governança 
internacional associadas à forma de combate contra o aquecimento global e mudanças no clima, 
havendo reuniões periódicas entre os Estados signatários do tratado internacional. Os documentos 
criados nessa reunião são os protocolos que criaram novos direitos, metas e obrigações para os 
Estados, tendo como, por exemplo, o Protocolo de Kyoto e o Protocolo de Paris. 
3- Declaração de Princípios sobre o uso de florestas: Estabelece normas de proteção as florestas, 
tendo como enfoque as florestas tropicais. 
 Conferência mundial de Desenvolvimento Sustentável de 2002- Ocorreu em Joanesburgo em 2002, 
10 anos após a RIO92. Diferentemente, essa conferência de 2002 não teve tanto sucesso, devido ao 
fato de que em 2001 ocorreu o ataque as Torres Gêmeas e, por consequência, ocorreu a 
popularização do ataque ao terror. Desse modo, os temas ambientais acabaram ficando de lado, e 
por consequência, essa conferência apenas reafirmou o que aconteceu na ECO92, não sendo bem 
sucedida. Porém, foram criados alguns documentos, como, por exemplo: 
a) Declaração de Joanesburgo: Foi basicamente uma reafirmação de valores e princípios assumidos 
pelos Estados presentes na ECO92, não trazendo nenhuma mudança significativa. 
b) Plano de Implementação: Foi um plano responsável por identificar e estabelecer metas, como, por 
exemplo: a erradicação da pobreza, alterações no padrão de consumo e proteção dos recursos 
naturais. 
 RIO+20 ou Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (2012): Logo após a 
crise econômica de 2008, foi realizada em 2012 essa Conferência das Nações Unidas sobre 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
desenvolvimento sustentável com o objetivo de resgatar a Conferência que tinha ocorrido no Rio de 
Janeiro na ECO92, num período em que o mundo apenas estava focado apenas na crise econômica e 
no aumento de refugiados, diante disso, não deu muito sucesso. 
Houve apenas a Reafirmação do Princípio da Responsabilidade Comum, tendo como pontos 
principais: a água, a energia, saneamento básico, segurança alimentar, oceanos e mares e entre 
outros. A ideia desse princípio é o fato de que um desastre ambiental e a poluição ignora limites 
territoriais, desembocando muitas vezes a consequência em Estados que nada tem a ver. Desse 
modo, qual seria a responsabilidade do Estado Poluidor? Ou seja, traz uma ideia de Direito 
Ambiental internacional. 
 Visões do Direito Ambiental: 
Ao olharmos para o Direito ambiental e o Meio ambiente, acabamos fazendo uma análise de acordo com 
uma perspectiva subjetiva acerca de nossa perspectiva de mundo (veganoe economistas analisarão 
sobre diversos prismas sobre o tema). Desse modo, quando falamos de visões do Direito Ambiental 
estamos tratando de formas diversas de abordar o meio ambiente (Tudo isso vai partir de uma visão 
filosófica entre Homem e Meio ambiente). Dessa relação entre homem e meio ambiente, podemos 
extrair três modelos axiológicos que são: Antropocentrismo Clássico, Ecocentrismo e o 
Antropocentrismo Alargado. 
1. Visão Antropocêntrica Clássica: 
Entende o Homem como sendo o eixo central de qualquer tipo de sistema (Tudo serve ao Ser humano), indo 
de encontro com a visão antiga Teocêntrica (Deus no centro do Sistema). Diante dessa visão antropocêntrica 
clássica, o planeta é visto como um celeiro de recursos naturais que devem atender as necessidades 
humanas. Desse modo, o meio ambiente nada mais seria do que um meio para satisfação das necessidades 
humanas através da extração de recursos, sem uma preocupação com a reposição desses recursos. 
*Especismo: Em 1965, Richard Ryde cunhou o especismo, que é o preconceito ou atitude tendenciosa de 
alguém a favor dos interesses de membros de sua espécie e contra os de outra. Logo, é uma forma de 
preconceito em que é entendida que o Homem é melhor e mais importante que todas as outras espécies, 
inclusive em relação ao próprio meio ambiente, levando a ideia de que as espécies hierarquicamente 
inferiores devem estar à serviço de atender as necessidades humanas. 
Por sua vez, os críticos do desenvolvimento sustentável tratam da submissão das ações do homem ao 
respeito à capacidade do ecossistema planetário de atender as demandas de espécies dominantes. 
2. Ecocentrismo: 
São todas as correntes que rejeitam o Antropocentrismo Clássico. Para essa visão, o homem não é mais o 
centro do sistema, mas sim o próprio ambiente. Portanto, o homem está dentro de um contexto do meio 
ambiente, que é eixo do sistema. Além disso, para os Ecocentristas, não existe separação entre o humano e 
não humano, uma vez que, o homem é apenas um dos diversos elementos que compõem o meio ambiente, 
como, os rios, aves, mamíferos, insetos e etc. 
*Animalismo: Dentro desse sistema há a divisão entre animais humanos e não-humanos, que é estudada 
pelo animalismo, que dentro de uma lógico ecocêntrica estabelece e define a relação entre animais 
humanos e não humanos. Dentro dessa perspectiva animalista, existem duas visões que enxergam essa 
relação de forma diferente, que são: 
I. Bem-Estarismo (Peter Singer): Está ligado ao bem-estar, seguindo a lógica de que não existe base 
moral para se sustentar o especismo, ou seja, não há base moral ou ética para sustentar que o 
homem é melhor ou superior que nenhum outro animal. Mas, sim, sustenta a tese de igualdade 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
entre homens e animais impostas no âmbito da moralidade. Por isso devemos levar em conta o 
Princípio da Igual consideração de interesses (Não prega a igualdade de Direitos entre o homem e o 
animal, mas sim, de que devo cuidar para dar aos animais não humanos o seu bem-estar, ou seja, os 
homens devem assegurar que os animais não humanos não sofram desnecessariamente ao tomar a 
sua decisão). Portanto, o ser humano, ao tomar sua decisão, devo considerar o interesse dos animais 
não humanos. 
II. Abolicionismo (Tom Reagan): Parte da ideia da extensão de direitos humanos aos animais não-
humanos, ou seja, ambos os animais teriam os mesmos direitos. Porém, é necessária uma definição 
de quais seriam os animais que seriam tais direitos. Ou seja, poderíamos dizer que uma barata teria 
os mesmos direitos que o ser humano? A ideia é de que somente os animais sujeitos de uma vida é 
que teriam esse direitos, ou seja, são os animais sensíveis e autoconscientes. Desse modo, seriam 
aqueles animais que tenham condições intelectuais de optar aquilo que seja melhor ou pior para ele. 
O Abolicionismo segue o princípio da Coerência (Extensão de direitos fundamentais dos humanos aos 
animais não humanos que sejam sencientes – sensíveis e auto conscientes). 
Observação: A maioria dos animais não humanos apresentam consciência do mundo, comportamentos 
compreensíveis e linguagens. 
3. Antropocentrismo Alargado: Essa visão trabalha mais com a relação existente entre o Homem e 
o Meio ambiente, no qual o ser humano encontra-se em um nível superior do que o meio 
ambiente. Porém, nessa relação entre homem e meio ambiente, exige-se que o sujeito 
reconheça o valor intrínseco do meio ambiente. Portanto, essa visão não defende a ideia de 
extensão de direitos humanos aos animais não humanos, mas sim, de que propõe a exigência 
de deveres de proteção aos animais não humanos, especialmente os sencientes. Isso é tratado 
na Lei de Crimes Ambientais ao tratar dos maus tratos dos animais. Essa visão é a mais próxima 
da Constituição de 1988. 
 Tutela Jurídica dos Animais Não humanos no Brasil 
O Tratamento jurídico no Brasil em relação ao tratamento dos animais humanos e não humanos se dá com 
certa proteção aos animais não-humanos. O art. 225,§1º da CF/88 determina que deve evitar os maus tratos 
dos animais e nem submeterem a crueldade. Mas, quais seriam esses animais? 
Resposta: Se eu for partir de uma corrente abolicionista (Tom Reagan), os animais que estão se referindo 
são os animais dotados de senciencia. Por sua vez, numa visão Antropocêntrica clássica, o animal é apenas 
extensão do ambiente para satisfação do homem. Sendo assim, essa Teoria não irá ser usada nesses casos, 
uma vez que, não se pensa na proteção do meio ambiente do animal não-humano. No entanto, numa visão 
Antropocêntrica Alargada, não vai permitir os maus tratos dos animais, pois irá chocar com a minha 
percepção de vida enquanto ser humano, ou seja, agride tanto aos olhos humanas que deve se punir. 
o Art. 225 da CF/88. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e 
ecossistemas; (Regulamento) 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades 
dedicadas à pesquisa e manipulação de material 
genético; (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento) 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem 
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada 
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção; (Regulamento) 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa 
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade; (Regulamento) 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento) 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a 
preservação do meio ambiente; 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função 
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento) 
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de 
acordo com soluçãotécnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas 
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. 
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a 
Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que 
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos 
naturais. (Regulamento) (Regulamento) 
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, 
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o 
que não poderão ser instaladas. 
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as 
práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 
215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural 
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais 
envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017) 
o Art. 32 da Lei nº9.605/98. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais 
silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
 Questões Jurisprudenciais no Brasil: 
1. Caso do Chipanzé: Ocorreu uma situação inusitada em que foi impetrado um Habbeas Corpus 
em favor de um chipanzé. Porém, é valido relembrar de que o Habbeas corpus é um remédio 
constitucional para o direito de ir e vir de pessoa. Daí, foi impetrado um Habbeas corpus para 
soltar o chipanzé em um santuário de chipanzés em São Paulo, devido os maus tratos no 
zoológico. É importante lembrar que os animais são bens semoventes no Direito Civil. Porém, 
nesse caso foi aceito o Habeas Corpus em favor do chipanzé. Devido a esse caso, ocorreu em 
2015 na Argentina um habeas corpus com outro chipanzé e ele foi libertado (Entendimento de 
que o animal possui direito subjetivo, animal como paciente- Abolicionismo). 
2. Caso da Farra do Boi: Era uma festa popular em Santa Catarina que tinha como objetivo 
espantar os pecados. Consiste na prisão de um boi que o tornava estressado e apreensivo. 
Diante disso, soltavam o animal na rua para que ele pudesse ser açoitado pelas pessoas. Desse 
modo, é perceptível que nesse caso há um entrechoque entre duas previsões constitucionais: 
Direito à cultura e proibição de maus tratos aos animais (Art.225). Diante do caso concreto, o 
STF abriu o precedente de se valorizar a proteção dos animais. Vale ressaltar que, esse mesmo 
precedente foi utilizado nas brigas de galo e na ADI da Vaquejada. 
3. Caso da Objeção de Consciência: Um estudante de Medicina, por ser totalmente contra os 
maus-tratos dos animais, fez um pedido na faculdade para que não precisasse participar das 
aulas de anatomia que trabalhavam com a prática da vivissecção. No entanto, a Universidade 
não aceitou devido a importância da matéria. Diante disso, o aluno ingressou com uma ação no 
Poder Judiciário requerendo não fazer as matérias de vivissecção nos animais. Diante disso, 
percebemos duas previsões constitucionais: liberdade de cátedra x Objeção de consciência. 
Todavia, o PJ decidiu que o aluno não deveria ser obrigado a ir para tais aulas, sendo necessário 
uma atividade alternativa (preponderou a objeção de consciência). 
*Observação: Diante desse caso, o Professor Diogo Guanabara ainda chegou a propor a reflexão de se 
alterar o aluno de medicina por um aluno de medicina veterinária. O poder judiciário deveria tomar essa 
mesma decisão? Para Guanabara, não. 
4. Caso da Proibição de Finning: O Finning é uma prática em que é cortada a barbatana do 
Tubarão enquanto está vivo e depois as comercializam, devolvendo o tubarão cortado ao mar 
após o “finning”. No Pará havia uma empresa que apenas comercializava as barbatanas de 
tubarão (não pescavam). Porém, o Tribunal de Justiça do Pará alegava que a empresa estava 
cometendo finning, sendo essa uma prática que causava maus tratos nos animais (Art225- Visão 
Antropocêntrica Alargada) 
5. Vaquejada: A lei do Ceará regulamentava a vaquejada e determinava alguns requisitos, como: 
pista adequada, colchão de areia grande, água para os bois e cavalos, proteção de caldas nos 
bois, as condições do vaqueiro. Ou seja, regulamentou a vaquejada. Diante disso, o STF teve um 
entendimento e declarou a lei Inconstitucional e a prática (Razões para essa 
inconstitucionalidade: Essa prática causava sofrimento no animal ao puxar a calda do animal) 
porém, a bancada dos vaqueiros sustentou-se que teriam todos os cuidados. Daí o STF se 
esquivou de decidir se o animal é dotado de Direitos Subjetivos. Porém, o Congresso fez uma 
emenda permitindo a vaquejada. 
 Classificação Jurídico- Constitucional do Meio Ambiente: 
Essa classificação do Meio ambiente leva em conta aspectos que compõem o Meio ambiente. Essa 
classificação se divide em: Natural, Artificial, Cultural e do Trabalho. A ideia é percebermos o que é meio 
ambiente e o que que o Direito Ambiental busca defender. 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
A. Meio Ambiente Natural: Pode ser conceituado a partir da atmosfera, biosfera, fauna, flora, subsolo 
(inclusive recursos minerais). Esses recursos naturais estão sob o fenômeno da homeostase 
(equilíbrio dinâmico entre os seres vivos e meio em que vivem). Toda vez que fugimos desse 
equilíbrio, surgem os danos ambientais. 
Seria o que nós comumente chamamos de natureza. E nosso semestre vai estar focado nesse meio 
ambiente. 
Esse tratamento Constitucional está prioritariamente no Art. 225 (Centro do sistema jurídico constitucional 
do meio ambiente no Brasil). Porém, existe um tratamento constitucional além desse Artigo. 
B. Meio Ambiente Artificial: No senso comum, temos entendimento de que meio ambiente é tudo 
aquilo que Deus criou. Porém, isso é um equívoco, pois o meio ambiente é também pensado a 
partir da criação do homem (homem como artífice). Porém, não será o Direito Ambiental que irá 
tratar desse tema, mas sim o Direito Urbanístico ou imobiliário. Esse conceito vai estar atrelado a 
regra de proteção das cidades. 
Ex: Lei que regulamenta o Loteamento urbano , por exemplo, um terreno de 100.000 m quadrados. É 
proibido o fracionamento do terreno em pedaços pequenos para venda, uma vez que, prejudica a 
assistência da saúde, vias. Ou seja, todo aquele que quer lotear as áreas para vender, é necessário que faça 
um planejamento de uma série de infraestruturas básicas para o loteamento, como, por exemplo, vias de 
acessos, áreas verdes, estacionamentos, iluminação, água e esgoto. Limitam o seu direito de empreender 
para garantir esse meio ambiente artificial. 
C. Meio Ambiente Cultural: É aquele que é integrado pelo patrimônio histórico, artísticos, 
arqueológico, paisagísticos e turístico. Tudo aquilo que transmite uma identidade com o Povo, a sua 
cultura, a sua formação e os elementos identificadores de sua cidadania. Daí, será o Direito 
Administrativo e até o Direito Internacional que irá tratar desses temas. O tombamento é regido 
pelo Direito Administrativo que tem o objetivo de declarar como bem histórico ou cultural um bem 
imóvel. O bem Jurídico tombado é declarado como bem cultural. Diante disso, você tem um regime 
jurídico que visa a preservação de traços arqueológicos (Art.216) e qualquer modificação deveser 
aprovado pelo IPHAN. 
D. Meio Ambiente do Trabalho: O trabalho é feito sempre em algum local onde as pessoas 
desempenham suas atividades laborais. Quem trata desse tema é o Direito do Trabalho e o Direito 
previdenciário. Na nossa Constituição é tratado no Art. 7º, XXIII; Art. 200, VIII 
 Princípios do Direito Ambiental: 
 Princípio do Desenvolvimento Sustentável: 
Esse é um tema que foi tratado na ECO92, pós conferencia de Estocolmo em 1972, no qual estendeu 
a qualidade do meio ambiente como Direito Humano. Daí, buscou-se em um relatório, o conceito do 
desenvolvimento alternativo = Desenvolvimento sustentável, discutindo a possibilidade das 
presentes e futuras gerações gozarem do ambiente equilibrado. Está presente no Art. 170, VI 
(Princípios da Ordem econômico, mostrando de que o desenvolvimento econômico deve se pautar 
no desenvolvimento e preservação do meio ambiente) e no Art. 225. 
 
O desenvolvimento sustentável seria aquele desenvolvimento que atende as necessidades das 
presentes gerações, sem prejudicar as necessidades das futuras gerações (Relatório Brundtland). Se 
apoiam numa lógica de proteção intergeracional. 
 
O próprio relatório mostra que esse desenvolvimento sustentável se apoia em três pilares, que 
rompe com o modelo tradicional de que para se garantir uma maior riqueza é necessária uma maior 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
destruição do meio ambiente. Os pilares do desenvolvimento sustentável são: *Dimensão 
econômica: Maior riqueza (através do uso eficiente, mudança nos padrões de consumo- para não se 
tornar pernicioso ao meio ambiente e reduzir o desperdício), maior proteção do meio ambiente 
(Não pode ser extrativista, utilização parcimoniosa do meio ambiente, preservação do meio 
ambiente natural) e *Dimensão Social: maior desenvolvimento social (cuidar das pessoas, repartição 
das riquezas, universalizar a saúde, educação, uso do bem coletivo) – Econômico, social e ambiental. 
 
A maioria da doutrina fala que o desenvolvimento sustentável é um princípio, porém, o professor 
Diogo Guanabara não concorda, por entender que não se encaixa com a estrutura principiológica, 
pois na visão de Alexy todo princípio entra em choque ou em rota de colisão, o que não acontece 
com o desenvolvimento sustentável. Para ele, isso não seria uma regra também, mas sim um 
postulado. 
 
 Princípio da Capacidade do Suporte ou Princípio do Limite: 
Existem algumas substâncias que apresentam suas propriedades alteradas em algum momento. Diante 
disso, alguém terá que limitar o que será próprio para consumo humano e o que não é. Isso irá ser a partir a 
partir de estudos que demonstram qual o limite para que as propriedades do recurso natural não sejam 
alteradas. Quem define esse limite é a própria Administração Pública, que irá delimitar padrões de uso que 
serão publicizados (Ex. da água Potável), com o objetivo de estabelecer padrões de qualidade. 
Os Padrões estabelecidos (Standarts Ambientais) devem levar em conta o limite da matéria ou energia 
estranha que o ambiente pode suportar sem alterar suas características básicas e essenciais. 
Ex: Nível de Cloro na água ou Sódio, a administração Pública que define. 
Isso serve para nos informarmos como cidadão e para mensurarmos o dano ambiental. Ou seja, o Estado nos 
fornece um padrão ambiental, e a partir desse dado e dos estudos podemos mensurar o dano. 
o Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever 
de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 
 Princípio do Poluidor-Pagador 
*Poluir mediante pagamento? Óbvio que não. Não é um princípio que estimula danos ao meio 
ambiente só porque o sujeito está pagando. Mas sim, é um princípio criado na ECO92 e visa prevenir 
danos ambientais, estimulando comportamentos que impeçam a poluição (Plano de Observação 
preventivo) e Buscar Sanções aqueles que poluíram (Plano de Observação Repressivo). 
 
*PPP (PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR) Plano Preventivo: Quer evitar o dano 
 
Esse princípio surge no ambiente internacional para prevenir danos ao ambiente, através da 
tentativa de desestimular aquela atividade ou setor econômico que cause poluição, através de vários 
mecanismos, como, por exemplo, através de Tributos Ambientais (Tributos como reestabelecer o 
equilíbrio entre produtos mais baratos e mais caros devido ao custo de produção, buscando 
reequipara-los- caso do pincel, através de exoneração dos tributos para aqueles que poluam menos 
ou aumentando os tributos para aquele que custa menos e polui mais.) 
 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
*Ideia básica: Internalização das “externalidades negativas” produzidas pelos agentes econômicos, 
de modo a que os custos ambientais (custo de saúde derivado de má alimentação ou poluição- esses 
custos precisam ser refletidos nos custos das coisas) sejam proporcionalmente arcados por quem 
polui. 
Ex. Alimentos orgânicos – Apresenta pouca Oferta e pouca demanda, gerando um maior preço no 
mercado e também devido a sua perecividade dos alimentos. Diante disso, para estimular os 
alimentos orgânicos e reduzir o uso de agrotóxicos, o Estado poderia conceder isenções fiscais ou 
aumentar tributos dos inorgânicos (Atualmente, o ICMS é o mesmo – dando um maior incentivo de 
consumo de materiais inorgânicos e poluentes). 
 
*PPP no PLANO REPRESSIVO: quer repreender o dano ambiental. 
 
Uma vez que você polui e causou um dano ambiental, é necessário que surja a responsabilização, 
seja ela no aspecto ambiental, administrativo, civil e penal. Ou seja, se você poluiu, pague. 
 Princípio do Usuário Pagador: 
Esse princípio, diferentemente do poluidor pagador, diz que todos aqueles que usam do meio 
ambiente para ganhar alguma coisa está pegando empréstimo da sociedade no que diz o recurso 
ambiental e precisa ser pago. Ou seja, aquele que é usuário de recurso natural deve pagar por sua 
utilização. Ex. Tenho uma mineradora, daí eu retiro da sociedade um recurso natural (Minério). Esse 
princípio fala que eu estou pegando emprestado o recurso natural e que devo pagar à sociedade 
pelo empréstimo tomado. Porém, para eu pagar à sociedade é necessário que haja dano? Não. A 
ideia aqui é compensar a sociedade pelo empréstimo que ela me dá. 
Ex. A conta da Embasa denota o serviço de encanamento e distribuição da àgua, mas não reflete a 
Àgua em si (ao recurso ambiental). Historicamente, nós, não pagamos pela água. Então, a embasa 
tem a tendência de refletir o uso da água. 
 Art.º, VII (PNMA)- Pegar na Internet 
Internalizar, no custo dos produtos, os 
prejuízos sentidos por toda a sociedade com 
a degradação do meio ambiente 
Imputar, ao usuário dos bens amnmbientais 
por custo do seu empréstimo 
Destina-se a atividade poluentes Destina-se a atividades não poluentes 
 
 
 Princípio da Prevenção: 
É uma diretriz para a restrição de uma atividade diante da evidência de perigo ou risco ambiental 
concreto e certo.Exige uma atitude do Estado para prevenir uma atividade que o Estado sabe que vai 
ocorrer o dano. 
Ex. Construir uma Fábrica de Pneu ao lado do rio – estado não autoriza. 
 
Nesse princípio há certeza da ocorrência do dano (Risco in concreto). 
Analogia: Não sai para rua, pois está chovendo, para não gripar – “Melhor prevenir do que 
remediar” 
Foi um princípio criado no Ambiente internacional desde aCarta de Estocolmo e foi ratificado na 
Conferência do Rio 92. 
 Princípio da Precaução 
Tem uma previsão legal na ordem internacional no princípio 15 do Rio/92, gerando o in dubio pro 
ambiente, na dúvida deve se agir em favor do ambiente. 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
Preocupação de evitar qualquer risco de dano ao ambiente. Ex. Reflexos ambientais de uma 
indústria de Pneus- mas, nós nãos sabemos os reflexos. Dentro dessa incerteza, cuide do ambiente. 
Esse princípio traz a ideia da Inversão do ônus da prova: Aquele a quem se imputa o dano ambiental 
(efetivo ou potencial) é quem deve suportar o ônus de provar que sua atividade não traz risco 
(Informativo STJ 418)- Serve no Brasil e no Mundo inteiro. Ex: Diogo quer fazer uma fertilização do 
oceano e há dúvida. Diogo que precisa provar ao órgão que a atividade dele não traz risco algum. 
Analogia: Leite e manga, a vó que não deixa – Na dúvida não tome. 
 Princípio da Participação ou Princípio democrático: 
O PDDU na época do governo de João Henrique (Prefeito de ssa) foi declarado inconstitucional em 
decorrência da infringência desse princípio. 
Tem origem no Direito ambiental internacional na Eco/92 no princípio 10 
Esse princípio abrange dois sentidos: 
a) Participação é um direito de participar de tomadas de decisões políticas ambientais 
b) É um dever de atuação da coletividade na proteção e preservação do Meio ambiente (Devemos 
participar junto ao Estado da proteção do Meio ambiente). 
Quem possui a responsabilidade de fazer uma boa gestão dos resíduos sólidos? Não é somente o Estado, 
mas as empresas também possuem e os consumidores/cidadãos – “Gestão compartilhada”. 
Na condição de princípio, eles irão trazer medidas fundadas no princípio da Participação: 
*Administrativos: Informar ou substanciar o direito de petição (Levar ao órgão conhecimentos novos, pedir 
ajuda, informações) e de informação (Direito Fundamental previsto no Art.5º, devemos ser informados da 
condição ambiental, das propriedades da água mineral). 
*Judiciais: Ação popular e ação civil pública, ADC e ADPF (Contra qualquer lei que ofenda a princípios 
ambientais) 
*Políticas: Iniciativa Popular (Projetos de Lei), Referendos e Plebiscitos para questões ambientais. 
Além disso, é necessário fomentar a participação efetiva, buscar uma participação democrática. Porém, essa 
participação será melhor com dois fundamentos: 
a) Princípio da Informação Ambiental (Art.5º, XIV CF/88)- Há um direito de informações e dados 
relativos ao meio ambiente. Essa informação tem origem/ natureza difusa (Posso usar para mim 
como para todo mundo). E essa informação terá implicação nos instrumentos. Ex: R.I.M.A (Relatório 
de impacto ambiental -Muitos licenciamentos ambientais que causam consequências, é necessário 
demonstrar as implicações positivas e negativas de uma determinada obra (Transposição), “Selo 
Ruído” – Quantos decibéis de ruído o ar condicionado tem; Relatório de qualidade ambiental – 
Relatórios de Balneabilidade (saber a qualidade da água do mar) e Publicação do pedido de 
licenciamento ambiental- Deve ser publicado um pedido de registro para abrir uma fábrica de pneus 
por exemplo. 
b) Princípio da Educação ambiental (Art.228,§1º) - Estabelecer uma consciência ambiental. A educação 
é apenas um instrumento para se conseguir a conscientização ambiental. A educação é realizada 
com base na Lei nº 9.795/99: 
*Educação Formal: Através de processos pedagógicos infundir a conscientização ambiental, por meio da 
inclusão no Âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas. 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
*Educação Informal: Busca a consciência pública de consciência ambiental, mas que não está vinculado 
a currículo escolar, mas sim, por meio de uma ação politizada, grupos, ongs e etc. 
Observação: se nós fossemos para um grupo de conscientização ambiental- Educação formal. 
 Princípio da Ubiquidade ou da Integração: 
*Ubíquo: Capacidade de se fazer de maneira obrigatória em todos os lugares em que se passa 
Revela que o meio ambiente tem a característica de se fazer obrigatória onde quer que se passe. Ou 
seja, qualquer decisão política e pessoal deve ser levada em conta o meio ambiente. 
Ex: “ Minha casa e minha vida” para construção de casas (se preocupou com o problema econômico- 
acessível as pessoas e dar moradia as pessoas), porém, se fez uma corrida louca para se construir em 
terrenos longe de tudo, sem acesso direito. Além disso, gerou uma busca por terrenos no mercado 
imobiliário em zonas verdes e perdeu a possibilidade de considerar o meio ambiente como algo a ser 
preenchido por ele, rompendo com o Princípio da Integração. Desse modo, devemos considerar o 
meio ambiente nas decisões. 
*Necessidades de Políticas Públicas Transversais: 
a) Surgiu a avaliação estratégica- AAE como instrumento de integração, devendo levar em conta 
todos os aspectos ambientais na política pública, pois isso sempre repercute no meio ambiente e por 
isso devemos fazer essa avaliação estratégica (Esse instrumento não é obrigatório- não tem previsão 
legal, muito embora, o TCU oriente e os bancos tem exigido para financiamento das obras- Caso da 
Av. Sete.) 
 Princípio da Proibição do Retrocesso Ambiental 
Vigora no Direito Constitucional, o princípio do retrocesso social, ou seja, na medida em que o 
Estado avança nos Direitos Fundamentais, ele não pode retroceder. Ex: Liberdade de Expressão, não 
podendo retroceder para censura, em casos de bons costumes (Lei que retrocede um direito 
fundamental dado pelo Estado). 
No caso do Direito Ambiental, o Estado começa a desenhar um molde parecido, em que o Estado 
não pode retroceder, em tese, ao que já tem protegido. Ou seja, uma vez que são conquistadas, não 
podem retroagir, obstando medidas legislativas e executivas que provocam isso. 
*Objetivo: 
a) Proteger um bloco normativo (Constitucional ou infraconstitucional) já consolidado no 
ordenamento jurídico, impedindo ou assegurando o controle dos atos que venham a provocar sua 
supressão ou restrição dos níveis da efetividade vigentes dos direitos fundamenatais. 
Ex. Caso do Código Florestal, em que surge uma medida legislativa que reduz a zona de margem do 
rio. Porém, há em que defende que seria inconstitucional (reduz quantitativamente), porém, há 
quem sustente que não há retrocesso (se fosse abolido a proteção das margens do rio). O STF seguiu 
a lógica do Benefício Português, em algo parecido com “bolsa família” português. 
 
 
 ORDEM CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE 
Esse tema trata da análise e relação existente entre o Meio ambiente e Constituição Federal de 1988. É a 
primeira Constituição em nossa história brasileira que dá um tratamento importante ao Meio ambiente. 
Sendo essas algumas referências expressas do Meio Ambiente na Constituição Federal: 
o Art.5º, LXXIII -Ação Civil Pública Ambiental 
o Art.23, VI- Competência comum de proteger questões ambientais 
o Art.24, VI e VII- Competência concorrente de legislar sobre questões ambientais 
o Art.129, III- Função Institucional do MP para proteger o Meio ambiente 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
o Art.170- Princípio da ordem econômica 
o Art.182- Política Urbana no Brasil 
o Art.200, VIII- Meio ambiente do Trabalho 
o Art.225- É o centro do Sistema constitucional do Meio Ambiente 
Nesse tema de Ordem Constitucional, nós iremos trabalhar com o Art. 225 da Constituição que é o 
centro do sistema constitucional do Meio ambiente. Sendo assim, todas as leis que surgem devem se 
atentar a esse centro do sistema. 
 Análise do Art.225 da CF/88 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Deveres do Poder Público (Art.225,§1º): 
§ 1º Para assegurara efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e 
ecossistemas; 
Art. 225. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações”. 
*Comentário: 
1. O caput do Art.225 trata que todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado. Porém, eis a questão: quem seria esse “Todos”? Seriam os seres vivos 
ou seria os seres humanos? A interpretação que tem se dado ao Art.225 é que seriam 
as Pessoas (sendo elas residentes ou não residentes-utilizamos aquela interpretação 
expansiva dos Direitos Fundamentais quanto a sua titularidade). Porém, percebemos 
que tal interpretação depende da visão ambiental adotada pelo intérprete, tendo em 
vista que, esse entendimento de que seriam somente as pessoas pertence a uma 
visão antropocêntrica do Direito Ambiental. Por sua vez, se o intérprete tiver uma visão 
ecocêntrica tendente ao abolicionismo, defenderia a tese de que esse direito ao meio 
ambiente equilibrado seria aplicado aos animais humanos e não-humanos. 
2. Ao tratar da expressão “bem de uso comum do povo” lembramos da classificação 
de bens jurídicos do código civil que faz a distinção de Bens públicos, determina essa 
espécie como tipo de Bens públicos. Logo, tenta-se dizer que seria um bem público o 
Meio ambiente. Porém, nem todo meio ambiente é um bem público, pois existe meio 
ambiente privado. Ex. Dentro da Minha fazendo eu sou obrigado a manter uma 
reserva legal (espaço de meio ambiente dotado de afetação pública), determinando 
que não posso dá economicidade ao bem, porém esse bem não torna público, mas 
sim continua privado. A ideia prevista na Constituição é de que a obrigação de 
proteção do meio ambiente é comum a todos (particular e público). 
3. Além disso, o caput do Art. 225 trata da Essencialidade desse direito à qualidade 
de vida, ou seja, ter um ambiente equilibrado é um Direito Fundamental, sendo esse 
um Direito essencial à saúde e a própria existência do indivíduo para que se tenha 
uma vida digna. Posso utilizar a ação civil pública, Ação Popular (Remédio 
Constitucional devido à essa natureza de direito fundamental). 
4. *Impondo ao Poder Público e à Coletividade o dever de defendê-lo: Há um dever 
fundamental de proteção do Meio Ambiente. Isso é a lógica dos Direitos Fundamentais 
que impõe em contrapartida um dever para sua tutela. Essa defesa dos Direitos 
fundamentais ao meio ambiente não é somente do poder público, mas de toda 
coletividade. 
5. *Preservá-lo para presentes e futuras gerações- Não somente proteger para o 
presente, mas garantir o gozo das gerações futuras. 
 
 
 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
* Comentário: Nesse inciso, a Constituição quer trazer a ideia do dever do Poder Público de Proteção Geral do 
Meio Ambiente. 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades 
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
 *Comentário: É o dever do Poder público preservar a biodiversidade, levando o Poder Público a estimular a 
proteção de florestas e espécies com o intuito de assegurar a diversidade e a biossegurança (É a 
responsabilidade de regulação do mercado que envolvam alterações nos organismos geneticamente 
modificados, possuindo uma Lei própria -Lei11.105/05. Portanto, quanto mais homogênea a carga genética, 
menos diverso nós seremos. Existe a possibilidade de modificar organismos geneticamente da fauna ou flora 
para ter alguma utilidade para o ser humano. Ex. Uva sem semente – Empresas querem o produto naquele 
formato. Diante disso, surgiu a lei de Biossegurança que trata desses organismos geneticamente modificados, 
se pode ou não a modificação dos organismos geneticamente modificados. Essa lei trabalha bastante com o 
Princípio da Precaução (Se não tem a certeza dos riscos, não se autoriza). 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem 
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer 
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
*Comentário: É dever do Poder Público demarcar locais que são sensíveis para o Meio ambiente para a sua 
proteção, como, por exemplo, na Região Amazônica que existem áreas com bastante sensibilidade. Diante 
disso, o Poder público deve afetar esses espaços mediante Lei ou decreto, criando APP, Áreas de reserva 
Legal e Unidade de Conservação. Porém, a supressão dessas áreas, somente poderá ser feito por meio de 
Lei. 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa 
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
*Comentário: Toda atividade ou empreendimento que cause significativo impacto ambiental vai ser obrigatória 
a exigência de estudo de impacto ambiental (Estudo prévio de Impacto Ambiental). Esse assunto tem algumas 
resoluções do CONAMA. Esses estudos de impacto são exigidos para a autorização do licenciamento ou não. 
Por exemplo, quero construir uma ponte ligando salvador até a ilha de Itaparica. Diante disso, é necessário 
fazer um estudo de impacto ambiental devido à notória potencialidade de degradação do meio ambiente. 
Haverá um relatório de Impacto Ambiental (RIMA) que será um resumo do Estudo de impacto ambiental para 
que seja publicizados com linguagem mais acessível e menos denso. 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem 
risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 
*Comentário: Existe um dever de Controle do Poder Público com produtos poluentes: adubos químicos, águas 
residuais poluídas, pesticidas, uma vez que comportam em risco ao meio ambiente, 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a 
preservação do meio ambiente; 
*Comentário: Promover a educação ambiental, sendo um meio para conscientização ambiental= 
Princípio da Educação ambiental (Lei 9.795, que regula a educação ambiental) 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função 
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. 
*Comentário: Discutimos isso ao tratarmos da tutela jurídica dos animais. Alguns afirmam que 
revelam a teoria ecocêntrica do Direito Ambiental. Todavia, alguns sustentam que seria a teoria 
Antropocêntrica Alargada. 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
Observação: Conforme o Art.225,§7º, não serão consideradas cruéis as práticas desportivas que 
utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, devendo ser registradas como bens 
imateriais de patrimônio cultural brasileiro, sendo regulamentada por lei específica que assegure o 
bem estar dos animais. 
 O §2º ao §7º irá tratar de questões que não somente envolve o Poder Público, mas 
também a sociedade como um todo. 
 Exploração de Recursos Minerais (Art.225,§2º) 
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de 
acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 
*Comentário: O parágrafo 2º trata que aqueles que exploram recursos minerais ficam obrigado a recuperar o 
local que foi explorado os minerais (Após a exploração desses locais, fica um buraco). Não é somente jogar 
uma terra, pois a Constituição trata de “recuperação”, que nada mais é do que a restituição do ecossistema 
degradado a uma condição não degradada, quepode da sua condição de antes. Ou seja, a Constituição trata 
da recuperação e não da Restauração (Restituição do ecossistema degradado o mais próximo possível da 
condição original. Muito embora a Constituição exija somente a recuperação, a Restauração também é válida, 
bastando somente o dever de recuperar (a empresa pode alegar não ter a obrigação de restaurar, mas tão 
somente recuperar). 
Além disso, antes da exploração do minério a empresa tem a necessidade de demonstrar o PRAD- documento 
que demonstra como vai recuperar o meio ambiente degradado. 
 Tríplice Sanção (Art.225,§4º) 
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas 
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. 
*Comentário: É uma responsabilização tríplice (civil, penal e administrativamente). 
 Proteção Especial aos Biomas (Art.225,§5) 
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona 
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem 
a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
*Comentário: Esses biomas são importantes para o Brasil. Diante disso, a Constituição defende que seja criada 
uma lei específica que regulamente a proteção desses biomas e se pode explorar os recursos ou não. 
Observação: Se eu tiver um imóvel dentro desses biomas, não torna esses bens em bens públicos. Ex Somente 
pensarmos em todos os condomínios na paralela. 
 Indisponibilidade de Terras Necessárias (Art.225,§6º) 
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, 
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
*Comentário: Via de Regra, Terra devoluta é disponível. Mas, a terra devoluta será indisponível para negócios 
jurídicos quando prestarem uma função ambiental relevante de ecossistemas naturais. Ex: Se na Amazônia 
existir uma terra devoluta que tem uma função ambiental importante e o Poder Público quer vender essa terra 
para particular, não pode, uma vez que, há uma função ambiental. 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
 Localização das Usinas 
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que 
não poderão ser instaladas 
*Comentário: A Constituição fala que o local em que as usinas vão ser instaladas devem ser delimitadas por 
lei. Ou seja, não pode ser estabelecida pelo Poder Executivo, mas sim por LEI. 
Not in my back yard- “Nimby” – Ninguém quer determinadas estruturas perto de sua residência, como, por 
exemplo, usina nuclear, aterro, aeroporto e etc. Por isso, a Constituição determina que seja estabelecido por 
lei para retirar de uma ideia de arbitrariedade. 
 Competências Constitucionais Ambientais: 
Os Entes federativos possuem competências materiais (criação de políticas públicas, direcionando a atuação 
política dos Entes) e legislativas. 
a. Competência Comum dos Entes Federativos (Art.23): São as competências Materiais a mais de de 
um Ente da federação, girando em torno de matérias da ordem social. Portanto, o que importa aqui é 
fazer e não quem vai fazer. Os entes atuam conjuntamente. 
Observação: Leis complementares irão disciplinar o limite de atuação de cada ente. 
Função: Proteger o Meio Ambiente • Combater a Poluição em qualquer das suas formas • Preservar: 
• Florestas • Fauna • Flora • Registrar, Acompanhar e Fiscalizar a concessão de direitos de pesquisa e 
exploração de Recursos Hídricos e Minerais em seus territórios 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, 
as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor 
histórico, artístico ou cultural; 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; 
 IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de 
saneamento básico; 
 XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos 
hídricos e minerais em seus territórios; 
b. Competência Concorrente: São as Competências legislativas pertencente a mais de um ente da 
federação, girando em torno de matéria de ordem social. Diferenciam-se da comum porque são 
legislativas. Ademais, a União estabelece normas gerais e os Estados e o DF podem tratar de Leis 
especificas- suplementar, podendo o Município legislar de maneira suplementar quando lhe couber. 
Observação: Caso a União não crie as Normas gerais, poderão os Estados Legislarem de maneira livre. 
Portanto, compete a União, estados, DF legislarem concorrentemente sobre: 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2 
 
• Florestas • Caça • Pesca • Fauna • Conservação e defesa do Recursos Naturais • Proteção do Meio 
Ambiente • Controle da Poluição • Proteção do Patrimônio: Histórico, Cultural, Artístico, Turístico 
e Paisagístico. 
c. Competência Privativa da União: Pode ser delegadas. Compete a União legislar sobre: 
• Competência Privativa da UNIÃO: (art. 22, IV, XII, XIV e XXVI) • Aguas • Energia • Jazidas • 
Minas e outros recursos minerais • Atividades Nucleares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
João Victor Rodrigues Mafra 
2018.2

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