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RESPONSABILIDADE CIVIL Resumo

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RESPONSABILIDADE CIVIL – 24.04.2017 
 
 Evolução histórica da responsabilidade: antes de o Estado invocar o direito de fazer 
Justiça, não havia responsabilidade civil, tudo era baseado na vingança (Lei de Talião). 
o No Direito Romano, o Estado invocou para si a administração da Justiça. A 
responsabilidade aquiliana trouxe a culpa, o que deu início a responsabilidade 
civil pelo ato ilícito, diferente do descumprimento contratual. Ou seja, a 
responsabilidade aquiliana é aquela que não resulta de descumprimento de 
contrato. 
o Na Idade Média houve a separação da responsabilidade civil e penal. 
o No Direito Francês a responsabilidade civil era fundada na culpa 
(responsabilidade subjetiva). Contudo, na França, houve o primeiro julgado a 
admitir a responsabilidade civil sem culpa, ou seja, a responsabilidade 
objetiva. 
 
 O que é responsabilidade civil? É o dever de reparar o dano em decorrência do 
descumprimento de uma obrigação anterior. Primeiro alguém descumpre uma 
obrigação, depois, se o descumprimento gerou dano, surge o dever de reparar. Nem 
sempre decorre de ato ilícito, visto que ato lícito também causa danos que merecem 
reparação. 
A obrigação descumprida pode ser contratual ou genérica (“neminem laedere” – 
obrigação de não lesar ninguém) ou específica (previsão legal que foi 
descumprida). 
 
o EXCEÇÕES – shuld – obrigação. Haftung – responsabilidade. 
 Há deveres que podem ser descumpridos sem que a pessoa 
responda – exemplo: dívida de jogo pode deixar de ser paga e ninguém 
será responsabilizado por isso – 814, CC; dever do evictor de indenizar 
as benfeitorias – 453, CC. 
 Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se 
pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, 
ou se o perdente é menor ou interdito. 
 Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a 
evicção, serão pagas pelo alienante. 
 Há casos em que haverá responsabilidade mesmo sem 
descumprimento de dever: exemplo: empregador que responde pelos 
danos causados pelo empregado – 932, III, CC; transportador de pessoas 
que responde pelos danos causados ao seu passageiro mesmo que não 
tenha tido culpa no acidente – art. 735, CC. 
 Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o 
passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. 
 
 Diferenças entre responsabilidade civil e responsabilidade penal: 
Na área penal, o objetivo da responsabilidade é a “expiação”, ou seja, pagar pelo erro 
cometido. Já na responsabilidade civil, o objetivo é reparar. A responsabilidade penal é 
deflagrada pelo Estado. A responsabilidade civil depende da iniciativa da(s) vítima(s). 
Para que alguém responda penalmente não é necessário se verificar prejuízo moral ou 
material. Na responsabilidade civil pressupõe prejuízo moral ou material. Na 
responsabilidade penal precisa-se de imputabilidade, ser maior de 18 anos. Na 
responsabilidade civil não precisa de imputabilidade – 928, CC, o incapaz responde 
civilmente pelos prejuízos que causar, independentemente de culpa, a fim de 
garantir à vítima o eu direito de reparação. Contudo, o entendimento do STJ é que a 
responsabilidade civil do incapaz é subsidiária, deve-se esgotar primeiro a 
responsabilidade dos representantes legais. 
Na responsabilidade penal, o ônus da prova é do persecutor, enquanto que na 
responsabilidade civil o ônus da prova é da vítima, em regra. 
A responsabilidade penal é intransferível. Já na responsabilidade civil, essa 
responsabilidade pode passar para herdeiros – 943, CC – tanto o dever de reparar 
quanto o de buscar reparação. Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la 
transmitem-se com a herança. 
 
 PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS CÍVEL E CRIMINAL – 935, CC 
o A propositura de demanda penal não obsta o prosseguimento de ação cível, 
bem como a responsabilidade penal não impede a responsabilidade civil. 
o EXCEÇÕES – três casos em que o resultado da ação criminal fará coisa julgada 
na área cível, vinculando-se. 
 Sentença penal condenatória – art. 63, CPP – juiz já terá reconhecido 
os fatos relevantes para que se reconheça a responsabilidade civil. No 
cível não deverá se provar tudo novamente, apenas destaca a sentença 
criminal e fazer a ação civil ex delicto – CPP. Essa ação irá liquidar e 
executar a sentença criminal no que se refere ao cível. A liquidação irá 
apurar os danos, seguindo-se a execução. 
 Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo 
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando 
estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
 Absolvição por inexistência do fato – art. 66, CPP e 935, CC – o juiz 
criminal está convencido de que aquele fato não aconteceu. Desse modo, 
torna inviável a responsabilização civil do acusado, uma vez que 
inexistindo fato, inexiste responsabilidade civil/criminal. 
 Absolvição por inexistência de autoria – art. 935, CC – o fato 
aconteceu, mas o juiz está convencido pelas provas de que aquele 
acusado não foi o autor do fato, desse modo, impede a responsabilização 
civil dessa pessoa, faz coisa julgada na esfera cível. 
 
 FUNÇÕES DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
o Punitiva/Preventiva: a função punitiva não existe por si mesma. Serve para 
prevenir também, evitar que aconteça de novo. Sempre estará atrelada à função 
preventiva. Função pedagógica do dano moral – exemplo – aplicar 
reprimenda para que sirva de aviso para que a conduta não se reproduza. 
o Reparação do dano: garantir à vítima a reparação do seu dano, é considerada 
a principal função. Por tal motivo que algumas pessoas respondem sem ter 
agido com culpa. 
 O dano moral por si só não é indenizável, pois é impossível desfazer o dano a 
personalidade. Desse modo, a reparação concedida é uma forma de compensação 
com dinheiro. 
 
 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA – art. 186, CC 
Para responsabilizar alguém é necessário: 
AÇÃO OU OMISSÃO VOLUNTÁRIAS 
Ação é atitude positiva, omissão é um não fazer. A voluntariedade decorre da 
vontade de agir ou de não agir. (involuntário é diferente, por exemplo, 
engavetamento, quem foi envolvido não é responsabilizado pelos estragados 
causados no carro da frente). A ação ou omissão voluntárias são praticadas com 
discernimento, por ser capaz. Não precisa verificara se a pessoa estava ciente, é 
critério objetivo. 
 Dois ou mais praticando ato danoso – SOLIDARIEDADE LEGAL – 
942, CC. 
 Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam 
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos 
responderão solidariamente pela reparação. 
 A omissão responsabilizará se a pessoa tinha um dever de agir para 
impedir o evento danoso e se omitiu, pode decorrer da lei ou do 
contrato. 
 
CULPA 
 
Não importa o tipo de culpa, a vítima receberá a indenização conforme o dano 
que sofreu. 
 Stricto sensu: a ação/omissão é voluntária, mas o sujeito não queria 
produzir dano. 
 Lato sensu (dolo): no direito civil, dolo é vício do negócio jurídico. 
Consiste na vontade de agir e de produzir o resultado danoso. 
 Graduações da culpa: 
 Lata ou grave: muito grave 
 Leve: bastava um pouco de previdência para evitar o dano 
 Levíssima: somente com máxima diligência teria conseguido 
evitar o dano. 
o PARÁGRAFO ÚNICO DO 944, CC – o juiz pode julgar 
equitativamente e reduzir o valor da indenização quando 
ficar demonstrado que a culpa do réu é levíssima. 
o Art. 944. A indenização mede-se pela extensãodo dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. 
o Aferição da culpa: parte-se da premissa geral de que 
todos os capazes têm o dever de prever o resultado das 
suas ações ou omissões. 
 Previsibilidade: possibilidade de prever que 
ocorreria um dano, prejuízo; 
 Comparação com o tipo padrão: analisar se a 
atitude tomada pelo indigitado estaria de acordo 
com a diligência normal de um homem médio. 
Analisar o que teria feito naquela situação o tipo 
padrão. Se o tipo padrão teria feito da mesma forma 
que o indigitado, não haveria culpa. Se agiria de 
forma diferente, aí sim teria culpa. 
 A culpa pode se manifestar de três maneiras: 
o Imprudência: agir sem pensar, de forma açodada. 
o Negligência: poderia/deveria ter feito algo para evitar o 
dano. 
o Imperícia: pode ser combinada com a negligência ou com 
a imprudência. É a falta de uma aptidão exigível de um 
profissional. 
 Outras manifestações: 
o Culpa in omittendo, in comittendo: se omitir ou agir 
culposamente. 
o Culpa in custodiendo: culpa na guarda de coisas; 
o Culpa in vigilando: culpa na vigília de pessoas; 
o Culpa in elegendo: culpa na escolha, escolheu mal. 
 Culpa presumida ou in re ipsa: decorre do próprio fato, não se 
confunde com responsabilidade objetiva, pois quando o réu 
provar que não teve culpa, será isento de responsabilidade, 
enquanto que a responsabilidade objetiva independe da 
comprovação de culpa, provar que não agiu com culpa não faz 
diferença nenhuma. Fatos recorrentes, que de tanto se verificar 
que ali o sujeito agiu com culpa, a jurisprudência passou a 
trabalhar com a presunção de culpa para casos no mesmo 
sentido. A diferença está a quem cabe o ônus da prova. 
Quando há culpa presumida, há inversão do ônus da prova. O 
réu deverá provar que não teve culpa. Exemplo: veículo que 
invade calçada, inadimplemento contratual... 389, 383, CC. 
 Médico é profissional liberal, responde subjetivamente (14, p. 
4º, CDC – única hipótese de responsabilidade subjetiva do 
CDC). 
o CULPA CONTRA A LEGALIDADE: presume-se a culpa 
daquele que tenha descumprido um mandamento legal. 
Aquele que descumpriu uma norma é automaticamente 
responsável pelos danos. Exemplo: dirigir embriagado, sem 
habilitação. Os tribunais brasileiros não adotam essa 
teoria. 
o CULPA CONCORRENTE – art. 945: se dá quando ambos 
(ofensor e vítima) agiram com culpa e contribuíram, 
concorreram para a produção do resultado danoso. 
o Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a 
sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa 
em confronto com a do autor do dano. 
 Culpa concorrente com danos apenas a uma das 
partes: a indenização será reduzida, sendo que um 
suportará sozinho uma parte do dano sofrido e a 
outra parte será indenizada proporcionalmente pelo 
que concorreu para causar o dano; 
 Danos recíprocos: as duas partes sofreram danos. 
Exemplo: “A” sofreu danos de R$ 20.000,00 e “B” 
sofreu danos de R$ 5.000,00. Não é cada um paga 
o seu. Cada um pagará a metade do dano do 
outro e é possível fazer compensação. “A” tem 
direito de receber R$ 10.000,00, mas teria que 
pagar R$ 2.500, receberá só R$ 7.500,00. 
08.05.2017 
 
NEXO DE CAUSALIDADE 
 
É uma ligação ininterrupta entre uma ação, omissão ou fato e um dano, de modo 
que se possa afirmar que aquela ação, omissão ou fato foram a causa do dano. 
Também pode ser chamado de nexo etiológico. 
Não há nenhuma definição de nexo causal no CC, o art. 186 apenas prevê a 
expressão de “causar” dano, apenas. 
 
Se tiver apenas uma causa em relação ao dano, não há dificuldade em 
demonstrar o nexo de causalidade, é só comprovar a relação entre o fato e o 
dano. Contudo, há vezes em que não há apenas uma causa/fato: 
 
o Concausas: conjunto de causas, a partir delas, ser verificará quais delas ou 
quais foram efetivamente a causa do dano; 
 Simultâneas: duas ou mais causas que atuam juntas e que ocasionaram 
o dano. Exemplo: caso boate kiss: rojão, produto tóxico no teto e saída de 
emergência inadequada, todas juntas causaram o dano. 
Neste caso, todos que concorreram para o dano serão responsabilizados 
solidariamente. 
 Sucessivas: se têm várias causas e vários danos. Um acontecimento 
leva a outro e um dano leva ao outro. Verifica-se a presença de danos 
diretos e indiretos. 
Para saber a dimensão da responsabilidade (pelo que e até onde responde), deve-se 
analisar as três teorias do nexo de causalidade: 
o Teoria da equivalência das condições ou teria do “sine qua non” – todas as 
condições são consideradas causas do dano, desse modo, todos os envolvidos 
respondem, não há distinção qualitativa, análise sobre as causas que realmente 
foram importantes para aquele dano; é adotada no direito penal, contudo, a 
grande maioria da doutrina e da jurisprudência não entende que ela deva 
ser aplicada no direito civil; NÃO É APLICADA. 
o Teoria da causa mais próxima ou dos danos diretos – art. 403, CC – a 
maioria dos doutrinadores entende que esta deverá ser aplicada quando há 
concausas, por conta da sua mínima previsão no art. 403, CC que diz “por 
efeito dela direto e imediato”. Para esta teoria, cada um responderá apenas 
pelo dano direto e imediato da sua ação ou omissão, afastando-se as causas 
remotas. A dificuldade está em mensurar e especificar o valor de cada dano. 
o Teoria da causalidade adequada – é a que mais é aplicada na 
jurisprudência. Deve-se identificar o que é causa e o que não é causa do dano, 
pois nem tudo é causa, e encontrar a (s) causa(s) importante(s), adequadas a 
produção do dano. Identificada a causa adequada, o responsável irá 
responder pelos danos diretos e indiretos. 
 Teoria thin skull rule – sempre vem aplicada junto com a causalidade 
adequada. Quando um causador – que deu a causa adequada – deixa a 
vítima em estado de vulnerabilidade, suscetível a novos danos, 
responderá pelos novos danos que decorreram da vulnerabilidade da 
vítima. 
 
 Grupo de pessoas, alguém dentro do grupo causou o dano, não se sabe quem: 
todos do grupo serão responsabilizados solidariamente – teoria da causalidade 
alternativa – 938, CC. 
 
 Responsabilidade civil sem nexo de causalidade: atentados terroristas ou atos de 
guerra; dano ambiental que se torna obrigação propter rem (se alguém comprar 
propriedade e ali foi causado um dano ambiental, mesmo que o adquirente não tenha 
dado causa ao dano ambiental, será responsabilizado civilmente). 
 
O DANO E SUA INDENIZAÇÃO 
Art. 944 – o valor da indenização é proporcional ao valor do dano. 
O dano é uma lesão a um interesse juridicamente tutelado. Existem várias espécies 
de danos, pois existem várias espécies de interesses juridicamente tutelados. É 
necessário que o dano seja atual e certo. 
o Dano atual – já existe ao tempo da responsabilização; 
 EXCEÇÃO – dano infecto – art. 1280, CC. É aquele que ainda não 
aconteceu, mas é certo que vai acontecer. Por exemplo, prédios que 
ameaçam a ruir, árvores que ameaçam cair. Providência – tutela 
inibitória e não indenização. 
 Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio 
vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe 
preste caução pelo dano iminente. 
o Certo – não hipotético, sobre o qual se tem certeza. 
 
ESPÉCIES DE DANOS 
o DANO PATRIMONIAL 
 Dano emergente ou positivo – art. 402, CC - aquilo que a vítima 
perdeu. O valor devido pelo ofensor não pode ser abatido com o seguro 
contratado pela vítima. O danopatrimonial é pago até que se torne 
indene, até que a vítima se torne sem dano. Se a vítima decidiu cobrar o 
dano de sua seguradora, não pode cobrar novamente do ofensor, é uma 
escolha da vítima, no caso do seguro de dano. Contudo, com relação ao 
dano moral, é possível que a vítima receba tanto do ofensor, quanto da 
seguradora. O dano moral admite essas duas indenizações pois ele não 
tem preço, no caso do seguro de vida. 
 Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao 
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de 
lucrar. 
 Súmula 246, STJ – seguro obrigatório. 
SÚMULA N. 246 
O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização 
judicialmente fixada. 
 Súmula 537, STJ 
Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar 
a denunciação ou contestar o pedido do autor, pode ser condenada, 
direta e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da 
indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice. 
 
 Lucro cessante ou dano negativo – art. 402, 948, II, 949 e 950, CC – 
aquilo que razoavelmente deixou de lucrar, certamente a vítima 
receberia, mas não receberá em razão do evento danoso. Tem que se 
certo, senão não é lucro cessante. 
 Pensionamento: O lucro cessante mais fácil de comprovar é a 
perda do salário. É quando se indeniza pelo lucro cessante do 
salário que deixou de ser auferido, seja porque a vítima perdeu ou 
reduziu a sua capacidade de trabalho. Sempre será convertida 
em salários mínimos. 
A parte pode pedir a constituição de capital ou a inclusão em 
folha de pagamento – art. 533, CPC – pegar bem e separar, 
tornando-se inalienável, indisponível e é desse capital que sairá a 
renda ou garantirá o pagamento da pensão. Súmula 490, STF: A 
pensão correspondente à indenização oriunda de responsabilidade civil deve ser 
calculada com base no salário mínimo vigente ao tempo da sentença e ajustar-se-á 
às variações ulteriores., e Súmula 313, STJ: Em ação de indenização, 
procedente o pedido, é necessária a constituição de capital ou caução fidejussória 
para a garantia de pagamento da pensão, independentemente da situação financeira 
do demandado. 
 
O pensionamento pago pelo INSS não exime o ofensor de pagar 
o pensionamento devido, pois tratam-se de origens diferentes, 
uma previdenciária e outra decorrente de ato ilícito. 
A morte de filho menor, nas famílias humildes, de baixa renda, 
será devido o pensionamento, mesmo que esse filho em nada 
contribuísse para o sustento da família. Existe uma presunção de 
que esse filho contribuiria no futuro para o sustento da família. Se 
não for família de baixa renda, o entendimento pode ser outro. 
A família da vítima tem duas opções: pedir pensionamento ou 
pagamento em uma parcela integral. 
Tem se admitido o 13º pensionamento. É possível penhorar o 
bem de família do ofensor, em razão do caráter alimentar do 
pensionamento. 
 
 Dano reflexo ou ricochete – pode ser tanto patrimonial, como 
extrapatrimonial, art. 12 e 20, CC. Enunciado 560, da VI Jornada 
de Dto. Civil: No plano patrimonial, a manifestação do dano reflexo ou por 
ricochete não se restringe às hipóteses previstas no art. 948 do Código Civil. Há 
uma vítima direta, que é quem sofre o dano, mas ele sofre um 
reflexo, atingindo uma vítima indireta, que é quem reclamará pelo 
dano. Exemplo: “A” foi assassinado, tinha esposa e filho. Vítima 
direta é o “A”, mas o dano ricocheteia na esposa e filho. 
Exemplo de dano patrimonial: policial estaciona carro no 
estacionamento da faculdade, o carro tinha sua farda dentro, o 
carro é furtado. A vítima direta é o policial, contudo, a vítima 
indireta é o Estado, visto que é o Estado quem paga a farda. 
 
 Perda de uma chance – pode ser um dano patrimonial ou moral. 
A vítima tinha uma oportunidade/chance de alcançar uma 
vantagem anteriormente almejada. Contudo, o evento danoso 
barra totalmente a expectativa de ganho da expectativa/vantagem 
almejada. A vítima perde a chance em razão de evento danoso 
provocado por um ofensor. A chance é considerada um 
interesse legitimamente tutelado. Desse modo, a perda da chance 
deve ser indenizada. O valor do dano é arbitrado conforme a 
probabilidade que a vítima tinha de ganhar. 
 
 
 
15.05.2017 
 
o DANO EXTRAPATRIMONIAL: o objeto da lesão não é patrimônio, a lesão recai 
sobre direito da personalidade de alguém. A cada pouco surge uma nova teoria 
apresentando uma nova espécie de dano, basta se apresentar um interesse 
jurídico legitimamente tutelado que poderá haver a tutela de um novo dano. 
 Dano moral: decorre de uma lesão a um direito de personalidade, todos 
os seres humanos têm direitos da personalidade e estes são inerentes ao 
ser humano, basta nascer com vida. Exemplos de direitos da 
personalidade: direito ao nome, vida, integridade física, integridade 
psíquica, contudo, podem aparecer novos direitos de personalidade. 
 Pessoa jurídica pode sofrer dano moral – Súmula 227, STJ – 
A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. - proteção à honra 
objetiva da pessoa jurídica, se for maculada em sua honra objetiva 
de forma injusta, imagem que é vista, tem direito ao dano moral. 
Não existe indenização para dano moral, pois indenizar é tornar sem 
dano e quanto se ofende direito da personalidade, não há mais como 
voltar atrás, o que existe é uma compensação. Condenação punitiva e 
preventiva. 
 Sistema bifásico – adotado pelo STJ: Arbitramento com base na 
jurisprudência e nas particularidades do caso; 
 Arbitramento equitativo: grau da culpa, gravidade da ofensa, 
porte econômico do causador, etc... 
 Dano moral in re ipsa: do fato em si já se sabe que houve uma 
lesão, não há necessidade de provas, os danos já se presumem. 
É o que ocorre com a morte, perda de membros, abalo de crédito, 
entre outros. Súmula 403, STJ - Independe de prova do prejuízo a 
indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins 
econômicos ou comerciais. 
 
 Dano existencial: dano que agride os projetos de vida de uma pessoa, 
de modo que ela é obrigada a viver uma vida que ela não queria, nestes 
casos se identifica a presença do dano existencial, exemplo: alguém que 
gosta de praticar esportes, pratica esportes frequentemente, sofre um 
acidente por culpa de alguém e perde as duas pernas. A existência dele 
ficará comprometida, a felicidade ficará comprometida, pois ele não tem 
mais como desenvolver umas das paixões da vida dele que é o esporte. 
 
Art. 292, V, CPC/15 – deve ser informado o montante pretendido a 
título de dano moral e este deverá integrar o valor da causa. 
Contudo, a doutrina e a jurisprudência vem aduzindo que integrar o valor 
no valor da causa não irá mudar a sistemática de antes. Quando se 
pretende uma quantia x, pode-se utilizar 03 opções: pedir o valor 
líquido(colocar o valor pretendido no valor da causa), sugerir um 
valor na causa de pedir, mas fazer pedido ilíquido/genérico (pede 
que arbitre o valor da indenização, sugerindo-se que seja de R$..., mas 
não precisa inserir no valor da causa), não sugerir valor e deixar ao 
arbitramento do juiz. 
 
Se pedir um valor x e ser arbitrado menos, será sucumbente no que 
deixou de ganhar? NÃO! Súmula 326, STJ - Na ação de indenização por dano 
moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência 
recíproca. 
 
 Dano moral coletivo ou social: é possível quando há uma lesão à 
direitos difusos e coletivos. Art. 60, VI, CDC e art. 1º, da lei 7347/85. O 
dinheiro do dano moral coletivo normalmente são destinados a fundos. 
Difere dos países que adotama Common Law, que aplica o punitive 
damages, que correspondem a um valor muito maior do que o dano 
efetivamente amargado pela vítima. 
 Dano estético: é um dano próprio e independente do dano moral, é uma 
lesão à configuração física do indivíduo, de forma que a sua imagem se 
torne distorcida, fonte de tristeza, desgosto, para a vítima que sofreu o 
dano estético. Não importa onde está o dano estético, não precisa ser 
visível, pode estar escondido. A reparação/compensação depende de se 
verificar se o dano é permanente, prolongado, redimível. 
Se a pessoa usava a imagem para trabalho, o dano estético pode 
gerar, também, reparação pelo lucro cessante. 
 
o CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS MORATÓRIOS 
A correção monetária atualiza o valor usando como base o índice de inflação do 
período. Juros funcionam como “castigo” para quem causou dano a outrem, 
sendo tomado como base 1% ao mês. 
 Danos materiais: art. 398, CC e Súmulas 43 e 54, STJ: 
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em 
mora, desde que o praticou. 
Súmula: 43 
INCIDE CORREÇÃO MONETARIA SOBRE DIVIDA POR ATO ILICITO A PARTIR 
DA 
DATA DO EFETIVO PREJUIZO. 
Súmula: 54 
OS JUROS MORATORIOS FLUEM A PARTIR DO EVENTO DANOSO, EM 
CASO DE RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL. 
 Juro moratório: começa a ser contado da data do evento danoso; 
 Correção: começa da data do arbitramento. Quando o julgador 
arbitra o valor do dano extrapatrimonial, já arbitra atualizado, só 
precisa atualizar do arbitramento para frente. 
 Danos morais: Súmulas 362 e 54, STJ 
 
Súmula: 362 
A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide 
desde a data do arbitramento. 
 Juro moratório: começa a ser contado da data do evento danoso; 
 Correção: começa da data do evento danoso. 
o DUTY TO MITIGATE THE LOSS: dever de mitigar os próprios danos, toda a 
vítima tem esse dever. A vítima não pode criar mais danos porque ela sabe que 
será indenizada. O ônus de provar que o autor se excedeu é do réu. Súmulas 
43, 54, 246, 362 498. 
Súmula: 246 
O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização 
judicialmente fixada. 
Súmula 498 
Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais. 
 
 Ato abusivo: agir com abuso de direito também pode gerar dever de indenizar sem ter 
havido culpa (ato ilícito sem culpa). 
 Fatos antijurídicos: não consegue se identificar ato ou omissão de ninguém. 
 
22.05.2017 
 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA 
Em vez de punir o ofensor pela culpa, é garantido o direito da vítima de obter reparação, 
não se faz análise da reprovabilidade da conduta do ofensor. 
A regra é a responsabilidade subjetiva. Não será responsabilidade subjetiva quando a lei 
previr a responsabilidade objetiva ou quando estiverem presentes os elementos da 
cláusula geral de responsabilidade objetiva. (p. único, art. 927, CC). 
As cláusulas gerais são abertas, admitem que muitos fatos se enquadrem naquela moldura 
que ela delimitou. “Todo mundo que praticar atividade perigosa que implique risco aos 
outros terá que responder objetivamente”. É autorenovável, sempre será possível analisar 
novas atividades à luz da cláusula geral. 
A doutrina majoritária diz que a atividade é uma ação coordenada de atos de 
empreendimento empresarial. Deve ser perigosa ao ponto de expor os outros a risco. É 
uma atividade lícita, mas implica risco aos outros. 
O fundamento teórico da responsabilidade objetiva é o risco. 
Tipos de riscos: 
 Risco proveito: quem tem o bônus, terá o ônus, desse modo, quem tem o lucro, terá 
que responder ao dano causado às suas vítimas. Aquele que coloca os outros em 
perigo, mas está obtendo proveito econômico com a atividade; 
 Risco criado: desvincula da ideia de lucro. Se criou o risco a alguém, responderá 
objetivamente; 
 Risco integral: está ligado a uma atividade extremamente perigosa e, por isso, não 
admite excludente da responsabilidade civil, nem por força maior, caso fortuito, culpa 
exclusiva da vítima, nada afasta a responsabilidade do sujeito se estiver submetido ao 
risco integral. Por exemplo, poluição ambiental. 
Pilares da responsabilidade objetiva: 
 Função reparadora: a antijuridicidade do ato não está na conduta, mas sim no dano. A 
vítima não tem que suportar o dano sofrido. 
 Aplicação do princípio da solidariedade: art. 3º, I, CF/88. 
 
 Casos de responsabilidade objetiva no Código Civil: 
 Artigo 936 – fato do animal. Dono e detentor respondem solidariamente, embora 
existam opiniões contrárias. 
O dono e o Estado respondem pela presença de animal na pista. 
 
 Artigo 937 – Ruína de edifício. 
 Artigo 938 – Queda de effusis e dejectis – líquidos e sólidos. Coisas caídas e 
lançadas. Se cair de apartamento e não puder ser verificado de onde caiu, o 
condomínio todo responde pela queda do objeto. 
 
Responsabilidade pelo fato da coisa – teoria da guarda 
Por essa teoria, o dono da coisa vai responder pelo dano que a sua coisa provocar. 
 Entrega do veículo para outrem – não se verifica se o dono teve negligência, 
imprudência na entrega do veículo ao condutor. Se entregou a outrem, basta para 
verificar a sua responsabilidade. O dono responderá independentemente de culpa 
se o condutor foi o culpado pelo acidente. No trânsito, a responsabilidade é 
subjetiva, depende da culpa do condutor para que se verifique a responsabilidade 
objetiva do dono. Responsabilidade impura, heterogênea, mista, híbrida. 
 Descuidou de sua guarda: exemplo, filho que pega a chave escondido e provocasse 
acidente por culpa dele, o dono responde. 
 Vendeu o veículo – Súmula 132, STJ: vendedor vendeu, entregou o carro, quem está 
andando com o carro é o comprador e este causa um acidente. Depois da tradição, o 
dono é o comprador, mesmo que não tenha havido a transferência administrativa 
e que o veículo esteja em nome do vendedor. Aquele que vendeu o carro não 
responde pelo acidente. 
 Teve o veículo roubado/furtado: se ficar configurada a facilitação do furto ou do roubo 
por parte do dono, ele pode ser responsabilizado pelos danos que o ladrão do seu 
veículo provocou a uma vítima. 
 A empresa locadora de veículo – Súmula 492, STF A empresa locadora de 
veículos responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos danos por este 
causados a terceiro, no uso do carro locado.: a locadora do veículo responde junto 
com o condutor que foi o culpado pelo acidente. A locadora não responde se a culpa do 
acidente não foi do locatário. 
RESPONSABILIDADE CIVIL INDIRETA – art. 932, ss, CC 
Possui dois nomes: indireta ou por fato de terceiro. Casos em que alguém responderá 
por atos/fatos de outrem. 
Grande parte da doutrina diz que é uma enumeração taxativa, contudo, os que não 
concordam com tal argumento se apoiam na Súmula 492, STF para justificar que há 
casos que não estão no 932 e, ainda assim, há responsabilidade por fato de terceiro. 
Responsabilidade sem débito – há haftung sem schuld. 
 
 Responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos menores: os pais respondem pelos 
danos que seu filho provocar, a responsabilidade dos pais é objetiva. Não há como 
apurar a culpa do filho que causou o dano, pois o menor não tem o dever de prever as 
consequências dos seus atos. 
Emancipação: Enunciado 41, CJF – no caso de emancipação voluntária, a doutrina 
entende de que não libera os pais da responsabilidade civil. 41 – Art. 928: a única hipótese 
em que poderá haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos 
termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil. 
“Sob sua autoridade e em sua companhia”: significaque o filho tem que estar sob a 
guarda daquele genitor para que o genitor responda pelos atos dele, se não estiver 
sob a guarda do genitor x, este não responderá pelos danos provocados pelo filho. A 
responsabilidade é do guardião. Os pais não têm direito de regresso contra os 
filhos (único caso do art. 932, CC). 
Porém, o valor arcado pelos pais pode ser trazido à colação, descontando a parte no 
valor da herança do filho que causou o dano, art. 2010, CC. 
 Responsabilidade dos tutores e curadores pelos danos provocados pelos tutelados e 
curatelados: a responsabilidade do tutor/curador é objetiva e não se pode falar em 
culpa do incapaz. Os curadores e tutores têm direito de regresso em face dos 
curatelados/tutelados – art. 928. CC. Não é necessário provar a culpa in vigilando. A 
responsabilidade do incapaz é subsidiária e mitigada, pois o artigo deixa clara uma 
ordem a ser seguida, o incapaz somente será responsabilizado se seus responsáveis 
não tiverem obrigação de fazê-lo ou não tiverem meio. Pela jurisprudência, não é 
possível demandar diretamente o incapaz, sendo necessário demandar o 
responsável, colocando o incapaz no polo passivo, porém como litisconsorte 
passivo subsidiário. É mitigada, pois não pode privar o incapaz ou as pessoas que 
dele dependam do necessário, para isso, o juiz pode condená-lo a pagar por um valor 
menor do que o dano, decidindo pela equidade. 
 Responsabilidade do empregador ou comitente: empregador é quem tem um 
empregado, comitente, no art. 932, tem um amplo sentido de quem comete, atribui a 
outrem uma tarefa, serviço, contrata alguém para trabalhar sem que se dê o vínculo 
empregatício. O empregador e o comitente respondem objetivamente pelos danos 
que o seu empregado, serviçal, preposto, comissário, causar a terceiros. 
o Quando há vínculo empregatício, não é necessário pesquisar se entre A e B há 
subordinação. 
o Quando não há vínculo empregatício, a responsabilidade do comitente 
depende da verificação de que modo se dá a relação, analisando se tem 
subordinação, que é a condição para responsabilizar aquele que não é 
empregador pelos atos do seu trabalhador. 
o Nos dois casos, outra condição é que o ato danoso tenha sido cometido por 
ocasião do serviço. 
o A terceira condição é que para o empregador/comitente responda pelo ato do 
empregado este deve ter agido com culpa. Responsabilidade civil objetiva 
impura ou imprópria. 
 
 Responsabilidade dos hotéis, albergues e educandários: responsabilidade dos 
estabelecimentos de educação e hotéis tanto pelos danos sofridos, quanto pelos 
danos causados por seus hóspedes e estudantes. Ex: caso Geisy, homicídios em 
Realengo... A responsabilidade pode se dar em solidariedade com os pais e alunos 
agressores (há discussões sobre o tema). 
 Responsabilidade civil dos participantes de crimes: responsabilidade de quem ganhou 
uma parte ou todo produto de um crime, seria uma espécie de enriquecimento sem 
causa, leva ao dever de reparar, art. 884, CC. Alguém comete o crime e outro se 
beneficia com o produto do crime, nesse sentido, este outro responderá civilmente 
perante as vítimas do crime. 
 
05.06.2017 
 
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL 
Existindo fato e dano, verificar se existe excludente de ilicitude. Em geral, quem alega as 
excludentes é o réu, mas nada impede de o autor se antecipar para verificar a incidência 
de excludente. Se couber excludente, não haverá responsabilidade civil. A 
responsabilidade civil é excluída porque houve quebra de nexo de causalidade, 
inexiste ligação entre o fato e o dano sofrido pela vítima ou o dano da vítima deve ser 
suportado por ela e não é antijurídico. 
 
 CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA: ocasiona tanto a quebra do nexo causal quanto a 
juridicidade do dano, a vítima sabe e conhece os riscos de sofrer aquele dano e, 
mesmo assim, pratica o ato que vai lhe causar dano. Permite a minoração da 
responsabilidade em caso de culpa concorrente. 
 EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO – art. 188, I – não é ato ilícito/antijurídico. 
Exemplo: protesto do título do devedor, utilização de ofendículos (arame farpado, 
cachorro – medidas de proteção à propriedade). Se o cachorro atingir pessoa 
inocente não é exercício regular de um direito, quem vai usar ofendículo precisa 
tomar providências para que ele não atinja aquele que não é agressor. 
Se houver abuso, deixa de ser regular, deixa de ser excludente – ato ilícito – art. 
187, CC. – Resultados desproporcionais obtidos com o exercício irregular do direito. 
o Culpa in contrahendo – desistir de um contrato pode ser exercício regular de 
um direito, contudo, não o será se a desistência do contrato se der de 
forma abusiva. Durante as tratativas, fase pré-contratual, é possível que 
alguém responda civilmente pelos danos causados àquele que confiava que o 
contrato seria firmado. Para que gere a responsabilidade civil, deve-se verificar a 
ocorrência de 3 elementos: 
 Desistência de se firmar o contrato se deu sem justo motivo; 
 Encorajamento da confiança na conclusão do contrato – “deu 
corda”; 
 Existência de dano/prejuízo àquele que confiou que o contrato seria 
realizado. 
o No casamento passa a ser indenizável quando a vítima já fez despesas 
confiante quando o casamento seria realizado. 
 FORÇA MAIOR – art. 393 – rompe o nexo de causalidade. É um fato previsível e 
inevitável. Exemplo: vendaval, enchentes. 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se 
expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era 
possível evitar ou impedir. 
 
 CASO FORTUITO – evento imprevisível e inevitável. 
o Caso fortuito externo – inevitável e imprevisível – é excludente de 
responsabilidade – Exemplo: raio, assalto 
o Caso fortuito interno – não é excludente de responsabilidade - fatos 
relacionados e inerentes a uma atividade (empresarial, profissional) realizada 
pelo réu, entende-se que por serem próprios da lida poderiam ter sido evitados 
se houvesse a adequada manutenção ou vigilância. Exemplo: previsível que 
determinada peça iria quebrar, poderia ter sido evitado... 
 LEGÍTIMA DEFESA – tira a antijuridicidade do dano, não é obrigado a indenizar. Se 
alguém estiver ameaçando o indivíduo ou alguém da família dele, poderá repelir a 
agressão e causar um dano ao seu agressor. Deixa de ser excludente da 
responsabilidade civil quando para defender-se da agressão acaba atingindo 
terceiro – 188, II, c/c 929, CC, deve indenizar o terceiro. 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem 
absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 
 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do 
perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. 
 
 ESTADO DE NECESSIDADE – é escolher e sacrificar um interesse jurídico de menor 
valor para salvar um interesse jurídico de maior valor. Será excludente da 
responsabilidade civil quando o interesse sacrificado é do autor do dano/fato – 
provocou perigo para os dois interesses. Quando a vítima do dano for o autor do 
perigo, o estado de necessidade será uma excludente – capitão do navio que 
colocou o navio em local perigoso foi morto por um passageiro, passageiro agiu emestado de necessidade e não terá obrigação de reparar o dano. Sacrificar a vida de 
outro em favor da minha é estado de necessidade e não há dever de indenizar. NÃO 
É EXCLUDENTE se o lesionado não causou o perigo, gerando dever de indenizar – 
art. 929, CC. – exemplo: quebrar vidro da janela para salvar a criança que está na casa 
pegando fogo, mas tem que pagar a janela quebrada, pratica ato lícito, mas tem que 
indenizar, há direito de regresso contra o autor do perigo. 
Não haverá estado de necessidade quando a vítima do dano não causou o 
perigo/fato. 
 
 FATO DE TERCEIRO – quebra o nexo de causalidade, réu demonstra que quem 
causou aquele dano foi um terceiro. O dano foi causado por outra pessoa. Terceiro é 
aquele que não tem ligação/subordinação com o suposto responsável. 
O fato de terceiro não é excludente quando a relação se enquadra nas hipóteses 
do art. 932, CC. 
Nem sempre a atuação do terceiro exclui a responsabilidade – art. 735, - contrato de 
transporte. 
 
 
12.06.2017 
 
RESPONSABILIDADE DO ESTADO 
É toda baseada em doutrina e jurisprudência – Artigo 37, §6, da CF e 43 do Código Civil. 
Por Estado, entende-se as pessoas jurídicas de direito público (União, estado, municípios, 
DF, autarquias, fundações públicas, etc). 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito 
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus 
agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os 
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
Também responderão civilmente como Estado algumas pessoas jurídicas de direito 
privado prestadoras de serviço público. Estas irão responder como Estado quando prestar 
serviço público, sendo assim, não importa sua natureza, mas sim o serviço prestado. 
Se o prestador do serviço público causar danos, o entendimento é de que a concedente 
de distribuição de água. No caso de danos causados pela CASAN, o município somente 
vai responder caso a CASAN não tenha patrimônio para arcar com os danos que causar. 
Para responsabilizar o Estado é necessário demonstrar se o Estado estava atuando 
(responsabilidade objetiva) ou for omisso (responsabilidade subjetiva). O Estado não 
responde quando houver quebra do nexo de causalidade. 
 Responsabilidade objetiva (atuação): O fundamento teórico da responsabilidade 
objetiva é o risco administrativo. O estado, para atender a necessidade do administrado 
pode colocar todos em risco e, por isso, responderá pelos danos causados aos 
administrados vítimas da sua atuação, pelo princípio da distribuição igualitária dos ônus 
e encargos. Ainda que não haja ato ilícito, a administração responde. O estado 
não responde pelo risco integral. Se respondesse pelo risco integral, nada 
excluiria a responsabilidade civil do Estado. Como responde pelo risco 
administrativo, incidem excludentes. Ex de ato lícito – retroescavadeira do município 
que causa rompimento de tubulação de gás, queda de viaduto recém construído... 
 Responsabilidade subjetiva (omissão): quando o Estado deixa de fazer aquilo que 
poderia/deveria ter feito. É pautada no princípio da reserva do possível, de modo que 
se entende que o Estado tem um limite em sua atuação. Ainda, em alguns casos, as 
consequências dos fatos naturais são agravadas peça ação ou omissão do Estado. 
Assim, só responderá se ficar demonstrada a sua “culpa” pela omissão, a 
demonstração de excludentes pode eximir o Estado. O Estado não pode ser 
responsabilizado por omissões genéricas, apenas quando há omissão específica. 
o Omissão genérica: se caracteriza pelas mazelas gerais do Estado, por 
exemplo, o Estado não cuida das estradas, a saúde pública é demorada, a 
educação deixa a desejar, a segurança não é eficiente... 
o Omissão específica: acontece quando tem um fato com dia, hora e vítima. 
 Culpa do agente – culpa anônima – não é necessário identificar o 
agente culpado, basta demonstrar a falha, a deficiência no serviço, não é 
necessário individualizar o agente que se omitiu. 
 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO INDENIZATÓRIA 
O prazo geral é o do art. 206, CC, p. 3º, V – prescreve em 3 anos a pretensão da 
responsabilidade civil indenizatória; 
 Contagem: 
o Da violação do direito/fato 
o Do momento em que a vítima conhece o dano e sua autoria – O STJ adota a 
teoria actio nata, que dispõe que os prazos prescricionais começam a ser 
contados do momento que a vítima sabe que foi vítima de um dano ou quando 
ela sabe quem foi o autor do dano. 
 Havendo ação penal ou inquérito, haverá influência na contagem do prazo 
prescricional, eles impedem o início do prazo prescricional – art. 200, CC, enquanto 
estes correrem, independentemente quanto tempo dure o inquérito policial ou a ação 
penal. 
 Prazos especiais: 
o Contra a Fazenda Pública: 5 anos – art. 1º, Dec. 20.910/32 e art. 1º, Lei 
9494/97 
o No Código de Defesa do Consumidor: 5 anos para pleitear reparação pelos 
acidentes de consumo – art. 27, CDC;

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