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FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETA
1
FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO
CLÍNICA E COLETIVA
Graduação
65
FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA
U
N
ID
A
D
E 
6 ALIMENTAÇÃO PARA
INDIVÍDUOS SADIOS
Nesta unidade iremos estudar as recomendações nutricionais, as tabelas
como referências para a classificação do estado nutricional do adulto e todo
contexto do impacto social, assistêncial, fatores fisiológicos, metabólicos,
físicos e psicossociais, dando ênfase para promover a saúde e a qualidade
de vida para o idoso.
OBJETIVO DA UNIDADE:
Reconhecer a importância de uma alimentação equilibrada para manter o
estado nutricional do indivíduo.
PLANO DA UNIDADE:
• Recomendações nutricionais para indivíduos sadios.
• Recomendações nutricionais para idosos.
• O envelhecimento e seu impacto social.
• Funções do nutricionista geriátrico ou gerontólogo.
• Impacto social.
• Impacto sobre os serviços de saúde.
• Fatores que interferem na qualidade de vida para o alongamento
da mesma.
• Políticas e assistência à saúde do idoso.
• Alterações gastrointestinais.
• Fatores que afetam o consumo de nutrientes nos idosos.
• Estratégias alimentares para promover a saúde do idoso.
Bons estudos!
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UNIDADE 6 - ALIMENTAÇÃO PARA INDIVÍDUOS SADIOS
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA INDIVÍDUOS SADIOS
Cada organismo humano depende de uma
quantidade de energia que pode ser avaliada
basicamente pelo seu peso, altura, idade e nível de
atividade física.
A quantidade de alimento necessária depende de
fatores como o sexo, peso, atividade física e
evidentemente a idade. Uma pessoa de 70Kg, com
mais de 50 anos, deve receber um mínimo de 1200
quilocalorias por dia, menos do que um adulto jovem
de mesmo peso que gasta em média 2500-3000
quilocalorias por dia. Evidentemente estes valores
variam com o tipo de atividade física de cada um, mas
na terceira idade o gasto calórico tende a diminuir.
A avaliação calórica torna-se muito importante durante uma doença,
quando devem ser redobrados os cuidados com a quantidade e a qualidade
de alimentos ingeridos.
 IMC ( Índice de Massa Corporal )
FAO/85
IMC Masculino = 22,0
IMC Feminino = 20,8
IMC = P (Kg)
 A² (m²)
Peso Ideal = IMC x A2
Peso em excesso = PA – PI (Peso Atual - Peso Ideal)
Peso Atual : A2 = Classificação do IMC
Classificação do IMC para Adultos – OMS 1997
PT ( Peso Teórico) PT = IMC x A²
Nutrientes para adultos – FAO/85
Proteína: 10 – 15%
Glicídio: 50 – 65%
Lipídio: 25 – 35%
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FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA IDOSOS
Na terceira idade há uma diminuição global da atividade das células, o
que leva a modificações das necessidades nutricionais.
Uma dieta incorreta pode ocasionar riscos à saúde.
A composição adequada da dieta de um idoso sadio
deve seguir o seguinte padrão, segundo FAO/85:
10-20% de proteínas (carnes)
50-60% de carboidratos (açúcares, massas, fibras).
30% de gorduras (evitando gordura de origem
animal).
Diante de algum tipo de doença, este padrão poderá
ser alterado, mas sempre sob controle nutricional.
Classificação do IMC para Idosos
Lipschitiz,1994
 IMC = P (Kg)
 A² (m²)
À medida que uma pessoa envelhece, a sensação de gosto, cheiro, visão,
audição e tato diminuem de modo individual e em taxas diferentes:
• A sensibilidade do paladar para doce e salgado declina com a idade;
• O sentido do olfato declina mais rapidamente que o sentido do paladar;
• Muitas das medicações tomadas pelo idoso podem alterar o paladar.
Com a idade, o corpo fica menos eficiente para absorver e usar alguns
nutrientes; a osteoporose e outras doenças comuns em pessoas mais velhas
também alteram as necessidades nutricionais. Conseqüentemente, o idoso
pode precisar de quantidades extras dos seguintes nutrientes:
• Cálcio: previne a osteoporose e mantém os ossos saudáveis;
• Fibras: previne a prisão de ventre;
• Potássio: especialmente se tiver prisão de ventre ou utilizar diuréticos;
• Vitamina B12: participa da formação das células vermelhas do sangue
e mantém os nervos saudáveis;
• Vitamina D: participa da absorção do cálcio;
• Zinco: ajuda a compensar a diminuição da imunidade.
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UNIDADE 6 - ALIMENTAÇÃO PARA INDIVÍDUOS SADIOS
O ENVELHECIMENTO E SEU IMPACTO SOCIAL
Definições:
• Geriatria - estuda e trata as doenças associadas à idade avançada e
propõe tratamento.
• Gerontologia - estuda o processo de envelhecimento, definindo metas
e meios importantes no atendimento às demandas dos idosos.
• Senilidade - alterações provocadas por afecções ou doenças que
acometem o idoso.
• Senescência - alterações fisiológicas que ocorrem naturalmente no
envelhecimento.
FUNÇÕES DO NUTRICIONISTA GERIÁTRICO OU GERONTÓLOGO
O nutricionista geriatra ou gerontólogo desempenha as funções de:
• planejar o atendimento da população idosa;
• formar opiniões, sugerir normas e soluções;
• convencer as autoridades do setor de saúde e informar a população e
aos próprios profissionais de saúde a problemática da saúde e nutrição do
idoso.
IMPACTO SOCIAL
Crescimento da população idosa x falta de disponibilidade de recursos
sócio-econômicos (baixa distribuição de renda; dificuldades de adaptação
do idoso às exigências do mundo moderno).
Conseqüências:
• Isolamento do idoso;
• Impacto sobre a sociedade;
• Imagem do idoso x velho;
• Conflitos de gerações.
IMPACTO SOBRE OS SERVIÇOS DE SAÚDE
Crescimento acentuado nos serviços de saúde por parte dos idosos,
além do crescimento de idosos com 90 – 100 anos, ocasionando maiores
cuidados médico-hospitalares.
Conseqüências:
• Elevação das despesas com os cuidados a saúde;
• Custos com internações hospitalares;
• Desenvolvimento de métodos terapêuticos e diagnósticos
freqüentemente caros como:
• Tomografia computadorizada;
• Ressonância magnética, entre outros.
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FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA
FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DE VIDA PARA O
ALONGAMENTO DA MESMA
Fatores genéticos
Há evidências de que o potencial genético favorável se revela na função
imunológica, reduzindo-se os riscos de morte por doenças infecciosas agudas,
alterações nos cromossomos responsáveis pelas demências (Alzheimer,
Parkinson).
Fatores ambientais
Com relação as eco-circunstâncias, desde a infância até a maturidade,
entre os ambientais familiares e comunitários, em seus aspectos biológicos,
psicológicos, sociais, culturais e econômicos, interagindo com o ser humano.
Fatores comportamentais (tanto em sociedade como em relação ao indivíduo)
Manifestam-se no estilo de vida – sedentarismo, obesidade, hábitos
alimentares, fumo, álcool e outras dependências, “stress”.
POLÍTICAS E ASSISTÊNCIA À SAÚDE DO IDOSO
Saúde e Cidadania do Idoso.
Programa Nacional a Saúde do Idoso (PNSI)
São definidas como diretrizes essenciais (Portaria nº 1.395 de 10 de
dezembro de 1999):
• A promoção do envelhecimento saudável;
• A manutenção da capacidade funcional => ser aplicadas as vacinas
contra o tétano, a pneumonia pneumocócica e a influenza, que representam
problemas sérios entre os idosos no Brasil e que são as preconizadas pela
Organização Mundial da Saúde – OMS – para este grupo populacional.
• A assistência às necessidades de saúde do idoso => a consulta geriátrica
deverá ser fundamentada na coleta e no registro de informações que possam
orientar o diagnóstico a partir da caracterização de problemas e o tratamento
adequado.
• Utilização rotineira de escalas de rastreamento para depressão, perda
cognitiva e avaliação da capacidade funcional, assim como o correto
encaminhamento para a equipe multiprofissional e interdisciplinar.• A reabilitação da capacidade funcional comprometida => as ações, nesse
contexto, terão como foco especial a reabilitação precoce, mediante a qual
buscar-se-á prevenir a evolução e recuperar a perda funcional, evitando que
as limitações da capacidade funcional possam avançar e que aquelas
limitações já avançadas possam ser amenizadas. Envolverá as práticas de
um trabalho multiprofissional de medicina, enfermagem, fisioterapia, terapia
ocupacional, nutrição, fonoaudiologia, psicologia e serviço social.
• Apoio ao desenvolvimento de cuidados informais => a assistência
domiciliar aos idosos cuja capacidade funcional está comprometida.
• Apoio a estudos => Universidade Aberta a Terceira Idade (UNATI)
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UNIDADE 6 - ALIMENTAÇÃO PARA INDIVÍDUOS SADIOS
ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS
Diminuição da secreção salivar
Torna a mastigação e a deglutição do alimento mais difícil.
Falta de dentição
Cerca de 50% das pessoas com mais de 65 anos não têm dentes e
apenas alguns tem dentaduras satisfatórias. Os que ainda têm os dentes
devem ter problemas peridentários e cáries, devido à redução de limpeza e
a negligência de muitos anos.
Secreção gástrica diminuída de ácido clorídrico
Suspeita pela baixa absorção de Ca e Fe.
Diminuição da secreção de pepsina e enzimas proteolíticas
Prejuízo para a digestão de proteínas.
Secreção diminuída de bile
Digestão mais lenta e menos eficiente. Assim, a gordura excessiva pode
ser a causa de indigestão.
Movimento gastrointestinal diminuído
Constipação é um problema mais freqüente no idoso, devido ao aumento
da quantidade de resíduo resultante da digestão que leva à flatulência.
FATORES QUE AFETAM O CONSUMO DE NUTRIENTES NOS IDOSOS
Os idosos apresentam condições peculiares que condicionam o seu
estado nutricional. Alguns desses condicionantes se devem às alterações
fisiológicas próprias do envelhecimento, enquanto outros são influenciados
pelas enfermidades presentes e por fatores relacionados com a situação
sócio-econômica e familiar.
Fatores metabólicos
• Diminuição da taxa metabólica basal
Pela presença de doença crônica que pode afetar as necessidades
nutricionais.
Fatores cardiovasculares
• Diminui a capacidade pulmonar e a quantidade de sangue no coração,
não consegue bombear adequadamente.
Fatores renais
• Diminui o ritmo de fluxo sangüíneo através dos rins. Torna-se importante
uma boa ingestão de líquidos.
Fatores fisiológicos
• Quando a mastigação for um problema
Alimentos nutritivos mais moles devem ser escolhidos. Pode-se alterar a
textura dos alimentos por meio de trituração ou corte.
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FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA
• Perda dos sentidos
Com a idade, os sentidos do paladar, olfato, visão, audição e tato começam
a perder um pouco de sua sensibilidade. Os medicamentos podem mudar a
sensibilidade do paladar.
• Síndrome da “boca seca”
Com o envelhecimento, ocorrem alterações nas glândulas salivares,
diminuindo o fluxo da saliva, muito comum nos idosos. Próteses dentárias
mal ajustadas freqüentemente forçam os idosos a diminuírem a ingestão de
alimentos sólidos, pela dificuldade de mastigação, substituindo estes por
alimentos moles, com pouca fibra, como cereais integrais, frutas e vegetais,
o que pode ocasionar perda de peso e desnutrição.
• Constipação (prisão de ventre)
Queixa muito habitual que pode ocorrer devido a uma diminuição da
motilidade do intestino grosso e pouca ingestão de água.
• Lentidão geral do metabolismo
Principalmente em determinadas funções glandulares como os ovários,
testículos e tireóide. Há um acúmulo de radicais livres que, quando atingem
determinadas quantidades, podem alterar as proteínas e/ou as gorduras,
favorecendo doenças como: a aterosclerose, a catarata e o enfisema
pulmonar, acelerando o processo de envelhecimento.
Fatores psicossociais
• Depressão
Habitualmente em decorrência de um sentimento de perda de um amigo
ou parente, produtividade, algo de valor, rendimentos e finalidade da própria
imagem.
• Rendimentos reduzidos
Aposentadoria reduzida = baixa ingestão alimentar.
Fatores físicos
• Diminuição da capacidade física;
• Incapacidade física.
ESTRATÉGIAS ALIMENTARES PARA PROMOVER A SAÚDE DO IDOSO
• Disciplinar o consumo de alimentos, estabelecendo horários;
• Fracionar a alimentação diária;
Oferecer ao idoso refeições menos volumosas, mais vezes ao dia. O
cardápio pode ser fracionado em cinco refeições, assim distribuídas: desjejum,
almoço, lanche, jantar e ceia (lanche noturno leve).
• Utilizar com moderação os óleos vegetais para preparar as refeições;
Evite as frituras e dê preferência à preparação cozida, assada ou grelhada.
• Sentar o idoso confortavelmente a mesa em companhia de outras
pessoas;
Familiares, amigos, residentes de asilos, grupos de terceira idade, dentre
outras pessoas.
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UNIDADE 6 - ALIMENTAÇÃO PARA INDIVÍDUOS SADIOS
• Servir a refeição em local agradável;
Esta atitude melhora o estado de ânimo do idoso. Isso significa que o
ambiente onde se realiza as refeições deve ser limpo, arejado, de preferência
de cor clara, piso não derrapante, com mobiliário adequado e com espaço
de circulação.
• Oferecer refeições atrativas e saborosas;
Para que a refeição seja atrativa é necessário oferecer aos idosos
cardápios que fazem ou fizeram parte de seu cotidiano, desde que os mesmos
façam parte de um hábito alimentar saudável.
• Aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras;
Procure incluir em cada refeição, fontes de alimentos ricos em fibras. Dê
preferência às frutas, legumes e verduras frescas.
• Reduzir o consumo de açúcar (refinado, cristal), gordura, sal, café e
alimentos industrializados;
• Oferecer água, sucos (naturais), chás.
Para aumentar o consumo de líquidos, visto que a sensação de sede
está diminuída nesta faixa etária.
LEITURA COMPLEMENTAR
MAHAN, L.K; ESCOTT-STUMP, S K. Alimentos, Nutrição e
Dietoterapia, 10 ed. São Paulo: Roca, 2002. 1157p.
WHO/FAO/ONU. Necessidades de Energia e Proteína. 9
ed.São Paulo: Manole, 2002.
É HORA DE SE AVALIAR!
Não se esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Nesta unidade estudamos as recomendações nutricionais para adultos
sadios e idosos, vimos diversas tabelas e todo processo que engloba o
idoso no seu contexto social. Na próxima, estudaremos as necessidades
nutricionais para adolescentes e crianças.

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