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unidade7 - fundamentos da nutrição clínica e coletiva

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FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETA
1
FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO
CLÍNICA E COLETIVA
Graduação
73
FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA
NECESSIDADES NUTRICIONAIS PARA
ADOLESCENTES E CRIANÇAS
Nesta unidade você irá estudar as recomendações e necessidades
nutricionais para adolescentes e crianças, distúrbios alimentares envolvidos
nas alterações corporais e psíquicas de adolescentes. Teremos dados de
referências através de tabelas para adolescentes e crianças.
OBJETIVO DA UNIDADE:
Identificar as alterações corporais através de tabelas e reconhecer as
necessidades dos requerimentos e da orientação nutricional para a
interferência de futuros distúrbios alimentares em crianças e adolescentes.
PLANO DA UNIDADE:
• Recomendações e necessidades nutricionais para adolescentes.
• Tabela de percentis de IMC.
• Distúrbios alimentares na adolescência
• Anorexia nervosa.
• Bulimia.
• Obesidade.
• Necessidades nutricionais para recém-nascido pré-termo.
• Necessidades nutricionais para recém-nascidos a termo.
• Tabela de comprimento (cm) para meninas e meninos de 0 a 12 meses.
Bons estudos!
U
N
ID
A
D
E 
7
74
UNIDADE 7 - NECESSIDADES NUTRICIONAIS PARA ADOLESCENTES E CRIANÇAS
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA ADOLESCENTES
Durante a adolescência, a alimentação balanceada é tão importante
quanto na primeira infância, pois além de satisfazer as
elevadas necessidades de nutrientes durante esta fase,
ela serve também para criar e manter bons hábitos
alimentares para o resto da vida.
Neste período podem aparecer novos hábitos de
consumo explicáveis por motivos psicológicos, sociais e
socio-econômicos, pela influência de amigos, rebeldia
contra os controles exercidos pela família, busca de
autonomia e identidade, aumento do poder de compra,
hábito de preparar rotineiramente seu próprio alimento, a
urbanização e o costume de comer fora de casa.
Estes novos padrões alimentares podem repercutir, a longo prazo, na
saúde futura do indivíduo maduro e na escolha posterior dos alimentos.
Necessidades nutricionais do adolescente
A taxa de crescimento na adolescência é a segunda maior durante a
vida, sendo inferior apenas ao primeiro ano de idade. A maior velocidade de
crescimento nesse período costuma ocorrer entre as meninas entre 12 e 13
anos, e aproximadamente 2 anos após nos meninos (entre 14 e 15 anos).
Os requerimentos nutricionais são mais diretamente afetados pela taxa
de crescimento do que pela idade cronológica, sendo maiores na fase entre
os 11 e 14 anos de idade, durante o auge do crescimento, e diminuindo
gradativamente conforme se chega aos 18 anos.
No sexo masculino, a massa muscular cresce de maneira desproporcional,
resultando em maior porcentagem de massa magra, em comparação com o
sexo feminino.
As meninas apresentam uma maior porcentagem de gordura corporal
em relação aos meninos.
O valor calórico das refeições de um adolescente deve ser distribuído da
seguinte forma:
12 a 15% de proteínas (carnes)
55 a 60% de carboidratos (massas, pães, batatas e legumes)
25 a 30% de gorduras (de preferência vegetal)
75
FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA
TABELA DE PERCENTIS DE IMC (KG/M²) DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES -
WHO 1995
Classificação do estado nutricional para crianças e adolescentes de acordo
com os percentis de IMC
IMC = P (Kg)
 A² (m²)
DISTÚRBIOS ALIMENTARES NA ADOLESCÊNCIA
ANOREXIA NERVOSA
O que significa?
Anorexia nervosa é um distúrbio alimentar que resulta da preocupação
exagerada com o peso corporal, que pode provocar problemas
psiquiátricos graves. A pessoa se olha no espelho e, embora
esteja extremamente magra, se vê obesa. Com medo de
engordar, o indivíduo exagera na atividade física, jejua, vomita,
toma laxantes e diuréticos.
Trata-se de um transtorno que se manifesta principalmente
em mulheres jovens, embora sua incidência esteja aumentando
também em homens. Às vezes, os pacientes anoréxicos
chegam rapidamente à caquexia, um grau extremo da
desnutrição e o índice de mortalidade chega a atingir 15% a 20% dos casos.
76
UNIDADE 7 - NECESSIDADES NUTRICIONAIS PARA ADOLESCENTES E CRIANÇAS
A anorexia geralmente tem início na adolescência, às vezes antes e menos
freqüentemente na idade adulta. A anorexia nervosa afeta, sobretudo,
indivíduos das classes sócio-econômica média e alta.
Sintomas:
• Perda exagerada de peso em curto espaço de tempo sem nenhuma
justificativa. Nos casos mais graves, o índice de massa corpórea chega a ser
inferior a 17;
• Recusa em participar das refeições familiares. Os anoréxicos alegam
que já comeram e que não estão mais com fome;
• Preocupação exagerada com o valor calórico dos
alimentos. Esses pacientes chegam a ingerir apenas
200kcal por dia;
• Interrupção do ciclo menstrual (amenorréia) e
regressão das características femininas;
• Atividade física exagerada;
•Depressão, síndrome do pânico, comportamentos
obsessivo-compulsivos;
• Visão distorcida do próprio corpo. Apesar de
extremamente magras, essas pessoas julgam-se com
excesso de peso;
• Pele extremamente seca.
Causas
Diversos fatores favorecem o aparecimento da doença: a predisposição
genética, o conceito atual de moda que determina a magreza absoluta como
símbolo de beleza e elegância, a pressão da família e do grupo social.
Diagnóstico e tratamento
Normalmente, a anorexia nervosa é diagnosticada baseando-se na perda
de peso acentuada e nos sintomas psicológicos característicos. O anoréxico
típico é uma adolescente que perdeu pelo menos 15% de seu peso corpóreo,
teme a obesidade, parou de menstruar, nega estar doente e parece saudável.
Em geral, o tratamento consiste em duas etapas:
1ª.: Restauração do peso corpóreo normal;
2ª.: Psicoterapia, freqüentemente complementada com um tratamento
medicamentoso.
Essa perda de peso pode colocar em risco a vida do indivíduo. Comumente,
o tratamento inicial é realizado em ambiente hospitalar, onde membros
experientes da equipe médica incentivam de modo firme, porém delicado, o
indivíduo a alimentar-se.
Raramente, o paciente é alimentado através da via intravenosa ou
através de uma sonda gástrica que é inserida pelo nariz. Quando o estado
nutricional do indivíduo é considerado aceitável, é instituído um tratamento
77
FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA
de longo prazo, o qual é melhor realizado por especialistas em distúrbios
alimentares.
Este tratamento pode incluir a psicoterapia individual, em grupo, ou
familiar, além de medicamentos. Quando a depressão é diagnosticada, são
prescritos medicamentos antidepressivos. O tratamento visa estabelecer
um ambiente tranqüilo, estável e interessado no indivíduo, estimulando-o a
consumir uma quantidade adequada de alimento.
A “reintrodução” dos alimentos deve ser gradativa. Caso contrário
provocaria grande sobrecarga cardíaca. Às vezes, é necessária a internação
hospitalar para que essa oferta gradual de calorias seja controlada por
nutricionistas. Não há medicação específica para a anorexia nervosa.
Medicamentos antidepressivos podem ajudar a atenuar sintomas
depressivos, compulsivos e de ansiedade. Em geral, o tratamento de
pacientes anoréxicos exige o trabalho de equipe multidisciplinar.
Recomendações:
• Algumas profissões são consideradas de risco para a anorexia.
Bailarinas, jóqueis e atletas olímpicos precisam estar atentos para a pressão
que sofrem para reduzir o peso corporal;
• A faixa etária está abaixando nos casos de anorexia. A família precisa
observar especialmente as meninas que disfarçam o emagrecimento usando
roupas largas e soltas no corpo e se recusam a participar das refeições em
casa;
• Às vezes, os familiares só se dão conta do que está acontecendoquando, por acaso, surpreendem a paciente com pouca roupa e vêem seu
corpo esquelético, transformado em pele e osso. Nesse caso, é urgente
procurar atendimento médico especializado;
• O ideal de beleza que a sociedade e os meios de comunicação impõem
está associado à magreza absoluta. É preciso olhar para esses apelos
com espírito crítico e bom senso e não se deixar levar pela mensagem
enganosa que possam expressar;
Se o paciente anoréxico estiver correndo risco por causa
da caquexia e dos distúrbios psiquiátricos, deve ser
internado num hospital para tratamento médico.
BULIMIA
O que significa?
A bulimia nervosa é um distúrbio caracterizado por episódios repetidos
de comer compulsivo seguido pela purgação (vômito auto-induzido ou
ingestão de laxantes e/ou diuréticos), dieta rigorosa ou prática excessiva
de exercícios para contrabalançar os efeitos do comer compulsivo.
Como ocorre na anorexia nervosa, a maioria dos indivíduos que sofre de
bulimia nervosa é do sexo feminino e adolescente, apresenta uma grande
preocupação em relação à forma e ao peso corpóreo e pertence às classes
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UNIDADE 7 - NECESSIDADES NUTRICIONAIS PARA ADOLESCENTES E CRIANÇAS
sócio-econômica média e alta. Embora a bulimia nervosa tenha sido retratada
como uma epidemia, somente cerca de 2% das estudantes universitárias,
como a população de maior risco, são bulímicas verdadeiras.
Sintomas
O comer compulsivo (consumo rápido e impulsivo de
grandes quantidades de alimento acompanhado por uma
sensação de perda de controle) é acompanhado por uma
angústia intensa e também por purgação, dieta rigorosa e
prática excessiva de exercícios.
A quantidade de alimento consumido em uma vez pode
ser bastante grande ou pode não ser maior que a de uma refeição normal.
O estresse emocional muitas vezes desencadeia a ingestão excessiva, a
qual geralmente é realizada em segredo. Um indivíduo deve apresentar esse
comportamento pelo menos duas vezes por semana para que a bulimia
nervosa seja diagnosticada, mas pode ocorrer com maior freqüência. Apesar
dos bulímicos preocuparem-se com a obesidade e alguns serem jovens
obesos, o seu peso corpóreo tende a oscilar em torno do normal.
O vômito auto-induzido pode provocar erosão do esmalte dos dentes,
aumento das glândulas salivares das bochechas (glândulas parótidas) e
inflamação do esôfago. O vômito e purgação podem reduzir a concentração
de potássio no sangue, produzindo arritmias cardíacas.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da bulimia nervosa é dado quando o jovem demonstra
uma preocupação evidente sobre o ganho de peso e apresenta oscilações
importantes do peso corpóreo, especialmente quando existem evidências
do uso excessivo de laxantes.
O diagnóstico somente é confirmado quando o indivíduo descreve o
comportamento de comer compulsivo e purgação. As duas modalidades de
tratamento são a psicoterapia e o tratamento medicamentoso.
A psicoterapia, a qual geralmente é melhor realizada por um terapeuta
com experiência em distúrbios alimentares, pode ser muito eficaz. Um
medicamento antidepressivo pode ser útil no controle da bulimia nervosa,
mesmo quando o indivíduo não apresenta uma depressão evidente. No
entanto, o distúrbio pode retornar após a interrupção da droga.
O tratamento da bulimia nervosa exige o acompanhamento de equipe
multidisciplinar composta por médicos, psicólogos e nutricionistas.
Medicamentos antidepressivos podem ser úteis, especialmente se ocorrerem
distúrbios como depressão e ansiedade.
IMPORTANTE:
O diagnóstico da doença nem sempre é fácil, porque os
sintomas não são evidentes como os da anorexia.
Infelizmente, não se conhecem métodos eficazes para
prevenir patologias como a bulimia e a anorexia. Seria necessário um empenho
79
FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA
da sociedade na mudança de certos valores estéticos ligados ao culto do
corpo e à magreza.
OBESIDADE
A obesidade ocorre principalmente em meninas. Ela pode causar
problemas psicológicos sérios como: auto-rejeição, rejeição pelo grupo e
autopunição por dois mecanismos: comer mais, já que não vai perder peso;
não comer, podendo desenvolver processos como anorexia nervosa, além
do uso de dietas incorretas, causando desnutrição e outros problemas como
a hipoglicemia.
A obesidade é o maior problema de saúde da atualidade e atinge
indivíduos de todas as faixas etárias e classes sociais, tem etiologia
hereditária e constitui um estado de má nutrição em decorrência de um
distúrbio no balanceamento dos nutrientes, induzido, entre outros fatores,
pelo excesso alimentar.
O peso excessivo causa problemas psicológicos, frustrações, infelicidade,
além de uma gama enorme de doenças lesivas.
O aumento da obesidade tem relação com:
• o sedentarismo;
• a disponibilidade atual de alimentos;
• erros alimentares e pelo próprio ritmo da vida atual.
A obesidade relaciona-se com dois fatores preponderantes: a
genética e a nutrição irregular. A genética evidencia que existe
uma tendência familiar muito forte para a obesidade, pois filhos
de pais obesos têm 80 a 90% de probabilidade de serem obesos.
A nutrição tem importância no aspecto de que uma criança
superalimentada será provavelmente um adulto obeso. O excesso de
alimentação nos primeiros anos de vida aumenta o número de células
adiposas, um processo irreversível, que é a causa principal de obesidade
para toda a vida. Hoje, consumimos quase 20% a mais de gorduras
saturadas e açúcares industrializados.
A obesidade consiste num modelo de comportamento que pode ser
resumido em três palavras: sedentarismo, comilança e stress. Estamos
vivendo a era da globalização de um modo de vida baseado na inatividade
corporal, no consumo de alimentos industrializados cada vez mais gordurosos
e açucarados.
As conseqüências dessa alimentação engordurada podem não ser
inocentes. Artérias entupidas e diabetes são apenas algumas das
possíveis conseqüências do excesso de peso. Mas,
independentemente das conseqüências, existe hoje uma unanimidade
entre os médicos para se considerar a própria obesidade como uma
doença.
80
UNIDADE 7 - NECESSIDADES NUTRICIONAIS PARA ADOLESCENTES E CRIANÇAS
E o que é pior: uma doença crônica e incurável. Como a gordura precisa
ser estocada no organismo, todo obeso tem um aumento do número de
células adiposas (obesidade hiperplásica) ou um aumento do tamanho das
células adiposas (obesidade hipertrófica) ou uma combinação das duas coisas.
O sedentarismo é a causa mais importante do excesso de peso e da
obesidade. Por esse simples motivo, a atividade física tem que ser o primeiro
item de qualquer programa realista de tratamento da doença. A pessoa
sedentária deve começar reeducando-se em suas atividades cotidianas.
A partir daí, abre-se espaço para uma atividade física sistemática. Mas é
preciso que seja uma atividade aeróbica (caminhada, esteira, corrida,
bicicleta, hidroginástica, natação, remo, dança, ginástica aeróbica de baixo
impacto etc.), com elevação da freqüência cardíaca em até 75% de sua
capacidade máxima.
Nessas condições, a primeira coisa que o organismo faz é lançar mão da
glicose armazenada nos músculos sob a forma de glicogênio. Depois de
aproximadamente 30 minutos, quando o glicogênio se esgota, o organismo
começa a queimar gordura como fonte de energia.
IMPORTANTE.
As dietas restritivas devem ser evitadas. Até porque,
exatamente pelo fato de serem desbalanceadas, o
organismo se defende espontaneamente delas, fazendo com que, após um
período de restrição, a pessoa coma muito mais. O que o indivíduo precisa é
buscar uma mudança no estilo de vida, pois os fatores comportamentais
desempenham, de longe, o papel mais importante no emagrecimento.
Recomendações:• Obedeça rigorosamente ao horário das refeições, comendo com
intervalos de 3 a 4 horas;
• Jamais pule refeições;
• Quando, fora dos horários, surgir a vontade de comer, busque uma
alternativa (caminhada, exercícios físicos etc.) que reduza a ansiedade;
• Antes de cada refeição, planeje o que você vai comer e prepare
cuidadosamente a mesa e o prato;
• Preste a máxima atenção ao ato de comer. Não coma enquanto lê ou
assiste televisão;
• Mastigue bem e descanse o garfo entre cada bocada. Isso ajuda a
controlar a ansiedade. Mas é eficiente também porque existem dois
mecanismos que promovem a saciedade. Um, de natureza mecânica, atua
rapidamente, com o preenchimento do estômago. O outro, mais lento,
depende da troca de neurotransmissores no cérebro. Comendo devagar, a
pessoa dá tempo para que esse segundo mecanismo funcione;
81
FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA
• Jamais faça compras em supermercados de estômago vazio, para não
encher o carrinho com guloseimas;
• Não estoque comidas tentadoras (doces, sorvetes, salgadinhos) em
casa. Tenha sempre à mão opções saudáveis.
NECESSIDADES NUTRICIONAIS PARA RECÉM-NASCIDO PRÉ-TERMO
(PREMATURO).
Você sabe o que significa o termo pré-termo? Pré-termo (prematuro):
criança que nasce antes da 38ª semana de gestação, com peso inferior
de 2,500g e altura inferior a 47 cm.
A prematuridade pode ter diversas causas, como:
• Anomalia do aparelho genital materno;
• Anomalia dos anexos fetais (deslocamento de placenta);
• Toxemia gravídica (pré-eclâmpsia e eclâmpsia);
• Esforço físico exagerado, queda, choque;
• Nutrição deficiente (fatores sócio-econômicos);
• Insuficiência de fatores pré-natais;
• Tumores (mioma);
• Infecções (sífilis);
• Fumo;
• Álcool.
Características do prematuro:
• Peso: menor que 2.500 Kg;
• Estatura: inferior a 47 cm;
• Perímetro cefálico: inferior a 33 cm;
• Faces envelhecidas
• Desproporção do perímetro cefálico e torácico;
• Pele: enrugada;
• Aspecto geral: grande fragilidade (emagrecimento total) ;
• Tecido celular subcutâneo: escassos.
Alimentação do prematuro
A alimentação adequada do recém-nascido pré-termo tem por finalidade
satisfazer as necessidades metabólicas dos vários órgãos e sistema,
tentando promover crescimento semelhante ao intra-uterino.
82
UNIDADE 7 - NECESSIDADES NUTRICIONAIS PARA ADOLESCENTES E CRIANÇAS
Metabolismo
• Dinâmica renal: a capacidade de concentrar urina do recém-nascido
pré-termo é pequena.
• Imaturidade hepática: é em parte responsável pela hiperbilirrubinemia
(icterícia).
• Edema: costuma aparecer nas primeiras 24 horas de vida, quando
não está presente ao nascimento. A fragilidade capilar aumentada contribui
para o edema.
• Fatores ambientais: o recém-nascido pré-termo deve viver em
ambiente úmido, com temperatura em cerca de 30°C.
Aparelho digestório
• Dificuldade mecânica
Para a administração da quantidade de alimento que preencha suas
necessidades nutricionais, no caso da dificuldade de sucção, dar o alimento
de colher ou conta-gotas e, no caso de haver dificuldade de deglutição, dar
por meio de sonda.
• Regurgitação e vômitos
Com aspiração ou distensão abdominal, podem trazer sérias implicações
ao recém-nascido pré-termo, com repercussão sobre sua alimentação.
• Imaturidade do aparelho digestório
O grau de imaturidade geral varia e nem sempre está em relação com o
peso. Há uma escassa capacidade gástrica no recém-nascido pré-termo.
Necessidade calórica
1ª semana: 50 a 100 Kcal/Kg peso/dia.
2ª semana: 110 a 150 Kcal/Kg peso/dia.
Técnicas das refeições
• Os bebês que sugam e deglutem
Mamam ao seio.
• Os bebês não executam a sucção nem deglutição
Alimentação por sonda.
NECESSIDADES NUTRICIONAIS PARA RECÉM-NASCIDOS A TERMO
Características
• Maturidade pulmonar: maturidade dos centros
nervosos.
• Sistema cardiovascular: batimentos cardíacos normais.
• Reflexo de sucção e deglutição: normais.
• Comprimento: 50 cm ao nascer, durante o 1º ano de
vida aumenta cerca de 25 cm.
83
FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA
• Perímetro cefálico:
• 34 - 36 cm ao nascer.
• 44 cm por volta do 6º mês.
• 47 cm por volta do 12º mês.
• Técnica: a medida da circunferência cefálica é determinada,
passando-se uma fita em torno da parte mais proeminente da cabeça,
ou seja, sobre a região frontal e, posteriormente, no nível do occipital,
contornando a cabeça no mesmo nível, à direita e à esquerda.
Ganho de Peso
O peso é considerado o melhor indicador de crescimento, porque é
representativo de todas as mudanças que ocorrem no corpo, além de ser de
fácil obtenção.
1º Trimestre: 2.100g ou 700g/mês.
2º Trimestre: 1.800g ou 600g/mês.
3º Trimestre: 1.500g ou 500g/mês.
4º Trimestre: 1.200g ou 400g/mês.
• Técnica: o peso corporal do lactente deve ser medido, utilizando-
se balança, a qual permite a leitura do peso com precisão. A criança
deve estar preferencialmente despida. A avaliação deve ser feita, se
possível, no mesmo horário e sempre antes das mamadas ou
refeições.
Comprimento
O comprimento é uma medida estável, extremamente valiosa,
porém difícil de ser obtida com exatidão, necessitando sempre da participação
de duas pessoas.
TABELA DE COMPRIMENTO (CM) DE CRIANÇAS DE 0 - 12 MESES, POR IDADE
E SEXO
84
UNIDADE 7 - NECESSIDADES NUTRICIONAIS PARA ADOLESCENTES E CRIANÇAS
• Técnica: a determinação do comprimento do lactente requer
equipamento adequado (antropômetro) e dois examinadores
bem treinados. Um examinador mantém a cabeça da criança
apoiada no plano vertical e em contato com a parte fixa do
antropômetro. Os ombros, as costas e as nádegas da criança
devem estar bem apoiados na superfície horizontal. A segunda
pessoa pressiona os joelhos da criança na direção da superfície,
garantindo que se mantenham estendidos e segura-lhe os pés
e, com a outra mão, desloca o esquadro móvel até que encoste
na superfície plantar, mantendo um ângulo reto entre o pé e a perna.
Alimentação no primeiro ano de vida
A alimentação, desde os primeiros meses de vida, busca preencher
as seguintes demandas:
• Metabolismo basal;
• Crescimento e desenvolvimento;
• Atividade muscular.
De 0 a 4 meses:
• Leite materno ou fórmulas infantis com orientação médica;
De 5 a 6 meses:
• Para crianças com aleitamento artificial: papa salgada.
De 7 a 12 meses:
• Aos 6 meses: papa de fruta à tarde;
• Dos 6 aos 8 meses: papa salgada na hora do almoço;
• Aos 10 meses: papa salgada no jantar;
• Aos 12 meses: pão ou biscoito pela manhã e no lanche da tarde;
refeição da família com textura modificada no almoço e no jantar.
Necessidades calóricas
0 – 6 meses: Kg x 108 Kcal/dia.
7 m – 1 ano: Kg x 98 Kcal/dia.
1 a – 3 anos: Kg x 102 Kcal/dia.
85
FUNDAMENTOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA E COLETIVA
LEITURA COMPLEMENTAR
Aprofunde seus conhecimentos lendo:
WHO/FAO/ONU. Necessidades de Energia e Proteína. 9 ed.São
Paulo: Manole, 2002.
EUCLYDES, M. P. Nutrição do Lactente: Base científica para
uma alimentação adequada. 2 ed. Minas Gerais. 2000. 487p.
VITOLO, M. R. Nutrição – Da Gestação a Adolescência. 2 ed.
Curitiba-Paraná: Rreichmann & Affonso Editores. 2003. 272p.
CTENAS, M. L. B. Crescendo com Saúde – Guia de Nutrição
Infantil 2. Apoio científico: Sociedade Brasileira de Pediatria. 1
ed. 2003.
É HORA DE SE AVALIAR!
Não se esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-lo a
fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as
respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Nesta unidadeestudamos as recomendações e necessidades nutricionais
para adolescentes e crianças, distúrbios alimentares envolvidos nas alterações
corporais e psíquicas de adolescentes e as tabelas de referências para
adolescentes e crianças. Vamos continuar com nossos estudos vendo na
próxima unidade a importância do aleitamento materno, a gravidez e a lactação
para o bem estar do recém-nascido.

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