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QUESTIONARIO 1 CONST III.pdf

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QUESTIONÁRIO 1 - DIREITO CONSTITUCIONAL III 
Profa. Dra. Niura Bettim 
Aluno: Gustavo dos Santos 
01 – Dentro da organização político-administrativa da república federativa do Brasil explique a 
importância e, como se apresenta: a forma de estado, forma de governo e sistema de governo. 
R. O Brasil adotou a forma republicana de governo, o sistema presidencialista de governo e a forma 
federativa de Estado. 
02 – Quais são as características do Federalismo ? Explique detalhadamente. 
R. descentralização política: a própria Constituição prevê núcleos de poder político, concedendo 
autonomia para os referidos entes; repartição de competência: garante a autonomia entre os entes 
federativos e, assim, o equilíbrio da federação; Constituição rígida como base jurídica: fundamental a 
existência de uma Constituição rígida no sentido de garantir a distribuição de competências entre os entes 
autônomos, surgindo, então, uma verdadeira estabilidade institucional; inexistência do direito de secessão: 
não se permite, uma vez criado o pacto federativo, o direito de separação, de retirada; soberania do 
Estado federal: a partir do momento que os Estados ingressam na Federação perdem soberania, 
passando a ser autônomos entre si; intervenção: diante de situações de crise, o processo interventivo 
surge como instrumento para assegurar o equilíbrio federativo e, assim, a manutenção da Federação; 
auto-organização dos Estados-membros: através da elaboração das constituições estaduais (art. 25 da 
CF/88, ex.:); órgão representativo dos Estados-membros: no Brasil, de acordo com o art. 46, a 
representação dá-se através do Senado Federal; guardião da Constituição: no Brasil, o STF; repartição de 
receitas: assegura o equilíbrio entre os entes federativos (arts. 157 a 159). 
03 – Explique semelhança e distinção entre a república federativa do Brasil e a União. 
R. A União, ente autônomo, é a congregação das comunidades regionais que vêm a ser os 
Estado-Membros, o que equivale dizer Federação no sentido de ser a união dos Estados, Distrito Federal 
e Municípios, denominando-se assim União Federal. Já a República Federativa, ente soberano, é 
constituída pela reunião da União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, todos autônomos. 
04- Explique detalhadamente a dupla personalidade da União. 
R. No plano internacional a União representa a República Federativa do Brasil, conforme preceitua o art. 
21, I a IV. No âmbito interno, ela é uma pessoa jurídica de direito público interno, componente da 
Federação brasileira e autônoma na medida em que possui capacidade de auto-organização, autogoverno, 
autolegislação e autoadministração, configurando, assim, autonomia financeira, administrativa e política 
(FAP). 
05 – Explique detalhadamente as competências ​Não Legislativas​ e ​Legislativas​ da União. 
R. ​Não Legislativas (administrativa ou material) denominam-se dessa forma pois não se trata de atividade 
legiferante: 
- exclusiva: art. 21 da CF/88; 
- comum (cumulativa, concorrente, administrativa ou paralela): art. 23, trata-se de competência não 
legislativa comum aos quatro entes federativos, quais sejam, a União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. 
Legislativas, são as constitucionalmente definidas, para elaborar leis: 
- privativa: art,. 22 da CF/88; 
- concorrente: o art. 24 define as matérias de competência concorrente da União, Estados e Distrito 
Federal; 
- competência tributária expressa: art. 153, I; 
- competência tributária residual: art. 154, I; 
- competência tributária extraordinária: art. 154, II. 
06 - Explique detalhadamente as competências ​Não Legislativas e ​Legislativas dos 
Estados-membros . 
R.​ Não legislativas (administrativa ou material) 
- comum (cumulativa ou paralela): trata-se de competência não legislativa comum aos quatro entes 
federativos, quais sejam, a União, Estados,Distrito Federal e Municípios, prevista no art. 23 da 
CF/88; 
- residual (remanescente ou reservada): são reservadas aos Estados as competências administrativa 
que não lhe sejam vedadas, ou a competência que sobrar (eventual resíduo), após a enumeração 
dos outros entes federativos (art. 25, §1º), ou seja, as competências que não sejam da União (art. 
21), do Distrito Federal (art. 23), dos Municípios (art. 30, III a IX) e comum (art. 23). 
Legislativas, constitucionalmente definidas, para elaborar leis: 
- expressa: art. 25,​caput​, qual seja, como vimos, a capacidade de auto-organização dos 
Estados-membros, que se regerão pelas Constituições e leis que adotarem, observados os 
princípios da CF/88; 
- residual (remanescente ou reservada): art. 25, §1º, toda competência que não for vedada está 
reservada aos Estados-membros, ou seja, o resíduo que sobrar, o que não for de competência 
expressa dos outros entes e não houver vedação, caberá aos Estados materializar; 
- delegada pela União: art.. 22, parágrafo único, a União poderá autorizar os Estados a legislar sobre 
questões específicas da matérias de sua competência privativa prevista no art. 22 e incisos. Tal 
autorização dar-se-á por meio de lei complementar; 
- concorrente: art. 24, a concorrência para legislar dar-se-á entre a União, os Estados e o Distrito 
Federal, cabendo à União legislar sobre normas gerais e aos Estados, sobre normas específicas; 
- suplementar: art. 24, §§ 1º ao 4º, no âmbito da legislação concorrente, a União limita-se a 
estabelecer normas gerais e os Estados normas específicas. No entanto, em caso de inércia 
legislativa da União, os Estados poderão suplementá-la, regulamentando as regras gerais sobre o 
assunto, sendo que, na superveniência de lei federal sobre norma (suplementar) terá a sua eficácia 
suspensa, no que for contrária à lei federal sobre normas gerais editadas posteriormente. Sendo a 
competência suplementar dividida em duas: a) competência suplementar complementar - na 
hipótese de já existir lei federal sobre a matéria, cabendo aos Estados e ao Distrito Federal (a 
competência estadual) simplesmente completá-las; b) competência suplementar supletiva - nessa 
hipótese inexiste a lei federal, passando aos Estados e o Distrito Federal (na competência 
estadual), temporariamente, a ter a competência plena sobre a matéria; 
- tributária expressa: art. 155 (estudar especialmente em direito tributário). 
07 - Explique detalhadamente as competências ​Não Legislativas​ e ​Legislativas dos Municípios​. 
R. ​Competências não legislativas (administrativas ou materiais): 
- comum (cumulativa ou paralela): trata-se de competência não legislativa comum aos quatro entes 
federativos, quais sejam, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, prevista no art. 23 da 
CF/88; 
- privativa (enumerada): art. 30, III ao IX; 
Competências legislativas: 
- expressa: art. 29, ​caput ​- qual seja, como vimos, a capacidade de auto-organização dos 
Municípios, através de lei orgânica; 
- Interesse local: art. 30, I - o interesse local diz respeito às peculiaridades e necessidades ínsitas à 
localidade; 
- suplementar: art. 30, II - estabelece competir aos Municípios suplementar a legislação federal e 
estadual no que couber. “no que couber” norteia a atuação municipal, balizando-a dentrodo 
interesse local. Observar ainda que tal competência se aplica, também, às matérias do art. 24, 
suplementando as normas gerais e específicas, juntamente com outras que digam respeito ao 
peculiar interesse daquela localidade; 
- plano diretor: art. 182, §1º - o plano diretor deverá ser aprovado pela Câmara Municipal, sendo 
obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes. Serve como instrumento básico da 
política de desenvolvimento e de expansão urbana; 
- competência tributária expressa: art. 156 (estudar especialmente em direito tributário). 
08 - Explique detalhadamente as competências ​Não Legislativas​ e ​Legislativas​ do Distrito Federal . 
R. ​Competências não legislativas (administrativas ou materiais): 
- comum (cumulativa ou paralela): trata-se de competência não legislativa comum aos quatro entes 
federativos, quais sejam, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, prevista no art. 23 da 
CF/88. 
Competência legislativas: 
O art. 32, § 1º, estabelece que ao Distrito Federal são atribuídas as competência legislativas 
reservadas aos Estados e Municípios. Assim, tudo o que foi dito a respeito dos Estados aplica-se ao 
Distrito Federal, bem como o que foi dito sobre os Municípios no tocante à competência para legislar, 
também a ele se aplica. 
- expressa: art. 32, ​caput ​- elaboração da própria lei orgânica; 
- residual: art. 25, § 1º - toda competência que não for vedada, ao Distrito Federal estará reservada; 
- delegada: art.22, parágrafo único - a União poderá autorizar o Distrito Federal a legislar sobre 
questões específicas das matérias de sua competência privativa. Tal autorização dar-se-á 
mediante lei complementar; 
- concorrente: art. 24 - onde se estabelece concorrência para legislar entre União, Estados e Distrito 
Federal, cabendo à União legislar sobre normas gerais e ao Distrito Federal, sobre normas 
específicas; 
- suplementar: art. 24, §§ 1º a 4 - no âmbito da legislação concorrente, como vimos, a União limita-se 
a estabelecer normas gerais e o Distrito Federal, normas específicas. No entanto, em caso de 
inércia legislativa da União, o Distrito Federal poderá suplementá-la e regulamentar as regras 
gerais sobre o assunto, sendo que, na superveniência de lei federal sobre norma geral, a aludida 
norma distrital geral (suplementar) terá a sua eficácia suspensa, no que for contrária à lei federal 
sobre normas gerais editadas posteriormente; 
- interesse local: art. 30, I, combinado com o art. 32, § 1º; 
- competência tributária expressa: art. 155 (a estudar especialmente em direito tributário). 
09 – O que são Territórios Federais? Qual é a sua natureza Jurídica e como se dá a divisão dos 
municípios dentro dos territórios? Os municípios estão submetidos a quem? 
R. ​Nas palavras de Uadi Lammêgo Bulos “Territórios Federais são circunscrições administrativas, 
integrantes de parcela do território nacional, que não pertencem aos Estados, ao Distrito Federal, nem aos 
Municípios, sendo gerenciados e administrados pela União”. Sua natureza jurídica é autárquica 
(descentralizações administrativas da União), visto não possuir autonomia, apenas personalidade jurídica, 
sem qualquer capacidade de auto-organização, autolegislação, autoadministração e autogoverno. Os 
territórios poderão ser divididos em Municípios de acordo com o art. 33, § 1º CF/88, aos quais serão 
aplicadas as regras previstas nos art. 29 a 31 da CF/88. 
10 – Porque a representação de territórios no âmbito legislativos só se dá através de 04 deputados 
federais ? Explique detalhadamente. 
R. ​Território não é um ente autônomo é uma autarquia sui generis, por ter uma massa de gente há 
necessidade de representação, voz, e por este motivo é estipulado um número fixo de 4 deputados 
federais. 
11 – Porquê não há senadores representando os territórios federais ? Explique detalhadamente. 
R. ​Por não ser um ente federado consequentemente não há representação no Senado. 
12 – Qual a importância da tripartição de poder e da forma de estado para a preservação do estado 
democrático de direito? 
R. ​Tanto a tripartição ( freios e contrapesos ) quanto a forma de estado (Federado) tem sua importância na 
relação de limitação, controle e fiscalização do poder Estatal. 
13 – Explique detalhadamente o DF., características e especificidades. 
R. ​O Distrito Federal, que não se confunde com Brasília (atual Capital Federal), é uma unidade federada 
autônoma, visto que possui capacidade de auto-organização, autogoverno, autoadministração e 
autolegislação. Está impossibilitada de dividir-se em Municípios, art. 32, caput. Tem sua autonomia 
parcialmente tutelada pela União. 
UNIÃO ESTADOS-MEMBROS MUNICÍPIOS DF 
COMPETÊNCIAS NÃO LEGISLATIVAS (ADMINISTRATIVAS OU MATERIAIS) 
1. Exclusiva - art. 21 1. Residual - art. 25, §1º 1. Privativa - art. 30, III a 
IX 
 
2. Comum - art. 23 2. Comum - art. 23 2. Comum - art. 23 2. Comum - art. 23 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
1. Privativa - art. 22 1. Expressa - art. 25, 
caput 
1. Expressa - art. 29, 
caput 
1. Expressa - art. 32, 
caput 
2. Concorrente - art. 24 2. Concorrente - art. 24 2. Concorrente - art. 24 2. Concorrente - art. 24 
3. Trib. expressa - art. 153 3. Residual - art. 25, §1º 3. Interesse local - art. 30,I 3. Residual - art. 25, §1º 
4.Trib. residual - art. 154, I 4. Delegada - art. 22, 
parágrafo único 
4. Plano diretor - art. 182, 
§ 1º 
4. Delegada - art. 22, 
parágrafo único 
5. Trib. extraordinária - art. 
154, II 
5. Suplementar - art. 24 
§§1º ao 4º 
5. Suplementar - art 30, II 5. Suplementar - art. 24, 
§§ 1º ao 4º 
 6. Trib. expressa - art. 155 6. Trib. expressa - art. 156 6. Trib. expressa - art. 155 
 7. Interesse local - art. 30, 
I, combinado com art. 32, 
§ 1º 
1. todos os artigos mencionados referem-se a CF/88; 
2. item 2. Municípios, é um posicionamento da Prof. Niuria, vai contra a Doutrina e a própria CF; 
3. quadro feito com base na doutrina “Direito Constitucional Esquematizado - Pedro Lenza”, com exceção conforme observação anterior.

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