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1 FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SERTÃOZINHO – SP TECNOLOGIA EM GESTÃO EMPRESARIAL CAIO AUGUSTO SILVA MANOEL GESTÃO POR COMPETÊNCIAS: BENEFÍCIOS E PARADIGMAS DA SELEÇÃO E AVALIAÇÃO PESSOAL POR COMPETÊNCIAS JUNHO/2018 SERTÃOZINHO 2 FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SERTÃOZINHO – SP TECNOLOGIA EM GESTÃO EMPRESARIAL CAIO AUGUSTO SILVA MANOEL GESTÃO POR COMPETÊNCIAS: BENEFÍCIOS E PARADIGMAS DA SELEÇÃO E AVALIAÇÃO PESSOAL POR COMPETÊNCIAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Sertãozinho, como requisito para obtenção do diploma de Tecnólogo em Gestão Empresarial. Orientador: Prof. M.e. Irineu Francisco de Aguiar JUNHO/2018 SERTÃOZINHO 3 CAIO AUGUSTO SILVA MANOEL GESTÃO POR COMPETÊNCIAS: BENEFÍCIOS E PARADIGMAS DA SELEÇÃO E AVALIAÇÃO PESSOAL POR COMPETÊNCIAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Sertãozinho, como requisito para obtenção do diploma de Tecnólogo em Gestão Empresarial. Sertãozinho, 11 de junho de 2018. BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Orientador(a): Prof(a). Me. Irinieu Francisco de Aguiar Faculdade de Tecnologia de Sertãozinho Sertãozinho ________________________________________ Prof(a). Faculdade de Tecnologia de Sertãozinho Sertãozinho ________________________________________ Prof(a). Faculdade de Tecnologia de Sertãozinho Sertãozinho 4 ENTREGA FINAL – 11/06/18 O envio Final consiste em: Texto escrito completo do Trabalho de Graduação. Tema: Gestão por Competências Questão especifica: Benefícios e Paradigmas da Seleção e Avaliação Pessoal por Competências Problema: Explorar os desafios e oportunidades de ganho da seleção e avaliação pessoal por competências, diante da estrutura das organizações modernas Hipótese: A inclusão de novos colaboradores e avaliações de funcionários antigos das empresas, avaliados pela gestão por competências, pode ampliar os benefícios organizacionais, atendendo as necessidades da empresa e com ganho em produtividade e lucro 5 RESUMO Esse trabalho tem como objetivo analisar como se é caracterizada a gestão por competências em organizações que aplicam esse modelo de gestão em recursos humanos. A metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa foi de caráter qualitativa, pois está baseada no desenvolvimento dos processos e relações sociais. A análise dos dados foi efetuada através da análise do conteúdo. Os resultados revelam que este modelo foi adotado pelas organizações, com intenção de tornar as empresas mais competitivas no mercado. A gestão por competências possibilitou uma nova visão de atuação na área de recursos humanos, gerando vantagens, e desvantagens. Por fim, chega-se à conclusão que a implementação do modelo de gestão com base em competências promove melhorias nos processos de gestão de pessoas e também uma maior valorização dos colaboradores. Palavras-chave: Competências; Recursos humanos; Gestão de pessoas; Gestão por competências 6 ABSTRACT This study mainly analyze how the management skills is characterized in organizations that apply this management model in human resources. The methodology used for the development of research was qualitative in character, since it is based on the development of social processes and relationships. Data analysis was performed through content analysis. The results show that this model was adopted by the organizations, with the intention of making the companies more competitive in the market. The management by competences allowed a new vision of action in the area of human resources, generating advantages, and disadvantages. Finally, it is concluded that the implementation of the competency-based management model promotes improvements in people management processes and also a greater appreciation of employees. Keywords: competence; management skills; human resources; management processes 7 Lista de Figuras Figura 01: Componentes da Competência................................................................12 Figura 02: Competências Esperadas nas organizações...........................................16 8 SUMÁRIO Introdução ................................................................................................................ 09 Capítulo 1 - Competência ........................................................................................ 11 1.1 Definição de Competência ..................................................................................... 11 1.2 Competências Técnicas ........................................................................................ 12 1.3 Competências Individuais ...................................................................................... 12 1.4 Competências Organizacionais ............................................................................. 13 1.5 Competências Comportamentais ........................................................................... 14 Capítulo 2 – Gestão por Competências ................................................................. 15 2.1 Gestão de Pessoas focada em Competências ...................................................... 15 2.2 Gestão por Competências nas Organizações ....................................................... 16 Capítulo 3 – Seleção e Avaliação por Competências ........................................... 19 3.1 Seleção por Competências .................................................................................... 19 3.2 Avaliação por Competências ................................................................................. 20 3.3 Implantando Gestão por Competências ................................................................ 20 Capítulo 4 – Principais Desafios e Benefícios da Gestão por Competências .... 22 4.1 Integração do Conceito de Competências a todos os Sistemas da Organização . 22 Discussão ................................................................................................................. 25 Conclusão ................................................................................................................ 26 Referências .............................................................................................................. 28 9 IntroduçãoNo mundo moderno, cada vez mais surgem novos metodologias para as apresentações organizacionais, em sua maioria, na questão dos recursos humanos, com inúmeros parâmetros e estudos desenvolvidos, mas todos chegam a uma conclusão em comum, o poder da decisão e norteador que as personalidades e caráter dos indivíduos provocam em sua volta. Tratando-se de gestão de pessoas, é corriqueira a sua associação ao controle de dados de pessoas em organizações, e a forma com que se posicionam com diversas situações do cotidiano do trabalho De acordo com Dutra (2002), as pessoas, exercem papel de transformação, tanto de forma técnica, tanto comportamental, fornecendo competências para as empresas. Desse modo, é verídico levar em consideração que as pessoas se tornam o bem maior das empresas, pois o resultado entregue pode ser considerado como sendo uma junção de valores ao patrimônio de informações das empresas Os benefícios e paradigmas que envolvem os processos de seleção de pessoas são imensos, pois todos no final visam a contratação de indivíduos resilientes, flexíveis, analíticos para as instituições, e a escolha de um método de seleção eficaz, capaz de garantir que o planejamento estratégico e a missão das empresas sejam cumpridos. Atualmente, as práticas de gestão de pessoas nas empresas, se baseiam em temas como gestão, liderança e capacidade de transformação, e segundo FLEURY (2011), acabam dando surgimento a novos métodos e conceitos para tornar a gestão por competências, ou seja, uma gestão baseada na junção dos conhecimentos, atitudes e habilidades das pessoas, e de que modo essas questões podem ser avaliadas, mensuradas e desenvolvidas por meios de treinamentos e feedbacks constantes. Com foco em valorizar as pessoas, e a mudança de paradigma dos funcionários como sócios do negócio, bem também com intuito de melhorar as relações indivíduos/organização, esse tipo de gestão vem ganhando cada vez mais lugar no mercado, juntamente com novos métodos de seleção e avaliação pessoal (DUTRA, 2012). 10 Desse modo, nascem novos desafios e paradigmas da seleção por competências, confrontando os processos de seleção atuais, estudando-se seus pontos fortes e negativos, juntamente com seus resultados organizacionais. Diagnosticar os desafios e paradigmas de se implementar a seleção por competências, bem como avaliações periódicas, torna-se o objetivo geral desse estudo, partindo do pressuposto, das principais práticas de mercado, utilizados por empresas, e de conhecimento de mercado. Os objetivos específicos desse estudo baseiam-se na investigação dos benefícios e paradigmas da implantação da seleção e avaliação pessoal por competências; analisando as potencialidades descritas, bem como destacar benefícios e malefícios de sua implementação. Sendo assim, pode-se sugerir e justificar um novo método de gestão de recursos humanos, para empresas, auxiliando desse modo, organizações a elevarem o desempenho de seus colaboradores, e consequentemente o da própria empresa, com um formato inovador de gestão. Neste estudo foi utilizada a pesquisa exploratória a partir das principais práticas adotadas pelas empresas e publicadas nos principais referenciais e periódicos. A coleta de dados foi realizada através de pesquisa bibliográfica. Foi realizada uma análise qualitativa dos dados, já que este estudo não possui dados estatísticos e os processos sociais foram levados em consideração para a pesquisa, como motivações, valores, crenças, etc. Foram analisados artigos de autores representativos na área, considerando conceito de competências, gestão de competências, gestão de pessoas com foco em competências e seleção por competências. 11 Capitulo I – Competência 1.1 Definição de Competência Competência é um conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes, que afetam a maior parte do trabalho de uma pessoa, que se relacionam com seu desempenho laboral, e que impactam no desempenho e resultados atingidos (LEME, 2005). Guion (1991) afirma que, competência é uma característica subjacente de uma pessoa, e que acarreta em um desempenho eficiente ou superior em uma função ou trabalho. De acordo com Zarifian (2001), competência é a inteligência na prática, aplicada na resolução de problemas que eclodem. Essa inteligência necessita sustentar-se nos conhecimentos obtidos, na busca de constante revisão e atualização, de maneira a fazê-lo se adaptar aos novos desafios cotidianos. O desenvolvimento de competências é possível através da aprendizagem, que por sua vez, poderá ser natural ou induzida, formal ou informal (SONNENTAG; NIESSEN; OHLY, 2004). De modo geral, a aprendizagem envolve aquisição de conhecimentos, atitudes, habilidades (DURAND, 2000; ILLERIS, 2004). Quando natural, ocorre de maneira informal, são usadas técnicas como observação e imitação; a aprendizagem induzida é formal, envolve treinamentos e busca induzir pessoas a adquirir, conhecimentos ou transferir informações. O conceito de competência pode ser avaliado em três diferentes dimensões. São eles: a noção de competência na esfera individual; a noção de competência na esfera estratégica e as competências organizacionais (COs); e a noção de competência aplicada nas organizações – a gestão por competências (DINIZ e VIEIRA, 2008). Durand (2000) conceituou competências com base em três dimensões – conhecimentos, habilidades e atitudes, relacionando aspectos cognitivos, sociais, técnicos e afetivos relacionados ao trabalho. O conhecimento relacionado ao saber, o que se sabe, mas nem sempre é colocado em pratica. A habilidade esta relacionada ao saber fazer, o que se coloca em pratica, se tem experiência e controle sobre. E, a atitude, esta relacionada ao fato de se querer fazer, as 12 características pessoais que conduzem a praticar ou não o que se conhece e o se sabe. Componentes das Competências Figura 1: Durand (2000)(adaptado) 1.2 Competências Técnicas Segundo Leme (2005), competências técnicas são tudo que um profissional necessita saber para desempenhar uma função, como por exemplo, ferramentas, idiomas, sistemas computacionais. É, sobretudo, aquilo que os profissionais necessitam para ser um especialista técnico. As competências técnicas tendem a ser procuradas como palavras chaves em currículos dos candidatos e depois testadas nas entrevistas, e testes práticos. 1.3 Competências Individuais As competências individuais têm fundamento nas escolas anglo-saxônicas e francesas. O pensamento anglo-saxões tem um caráter racionalista, vinculado às qualificações e aos desempenhos e resultados a serem obtidos, em detrimento dos comportamentos individuais das pessoas. Percebe-se que os comportamentos individuais antes estabelecidos, dificultavam o reconhecimento e a interação de todos os membros que estavam envolvidos em determinados processos. Já o pensamento Frances, classifica-os como elemento da sociologia e da poupança do trabalho, dando maior valor, aos processos de interações, troca de ensinamentos, mas, entretanto, essa quantidade 13 de teoria, acaba prejudicando a pratica na gestão por competências (SCIANNI; BARBOSA, 2009). Segundo Fleury e Fleury (2010), as competências individuais têm em sua formação o conceito de qualificar e mapear as funções. Ele afirma que a qualificação está diretamente ligada aos requisitos de cada cargo e também, ao seu conhecimento adquirido pelo indivíduo no decorrer do tempo. Alguns desses conhecimentos podem ser adquiridos no sistema educacional, desse modo, nota-se que as competências individuais significam um contexto de conhecimentos, habilidades e atitudes que cada colaborador possui, tornando-seuma referência para a construção de seu desenvolvimento junto à organização. 1.4 Competências Organizacionais As competências organizacionais são reconhecidas como uma junção de habilidades que uma organização tem e demonstra de modo integrado em sua área de atuação. Esses impactos e similaridades acarretam de forma gradual na performance da empresa e coopera para todos os seus resultados. Além disso, é necessário que sejam considerados todos os procedimentos internos e suas funções, as expectativas dos clientes, os desafios e perigos do nicho de mercado em que a mesma opera (FLEURY; FLEURY, 2010). Para Fleury e Fleury (2010) o significado de competências fundamentais de uma organização está diretamente relacionado à ao seu planejamento estratégico, inclusive do mapeamento dos recursos que a organização possui como capital do conhecimento. Acredita-se que o mapeamento das competências essenciais e individuais da organização torna-se primordial para a manutenção da empresa. A partir dessas informações, as organizações, podem realmente conhecer todo o seu potencial humano. Desse modo, é possível a identificação de possíveis falhas, fazendo com que sejam corrigidas e se obtenham resultados positivos. 14 1.5 Competências Comportamentais É que o profissional deve demonstrar como seu diferencial competitivo, e que impacta fortemente em seus resultados, como por exemplo, flexibilidade, criatividade, transformação, organização, planejamento, entre outras. Na Gestão por Competências, tanto as competências técnicas quanto as comportamentais são gerenciadas, entretanto, as competências técnicas são mais comuns no mercado, pois, há bastante tempo no mercado, faz parte da cultura das empresas nos momentos das avaliações, tanto pessoais quanto de equipes (LEME, 2005). 15 Capitulo II – Gestão por Competências 2.1 Gestão de pessoas focada em competências De acordo com Gil (2001), “O termo administração de recursos humanos, vem sendo substituído com o tempo, por Gestão de Pessoas, como modo de se referir a pessoas, dentro das empresas”. A gestão de pessoas tem grande importância para toda a empresa, sendo assim, tem um importante papel, primeiro porque é dentro das organizações que os colaboradores passam grande parte dos seus dias, em segundo lugar, essas mesmas pessoas necessitam de norteador e definição de missão e objetivo, necessitam de hierarquia e tática operacional, administração de recursos financeiros, metas, ações e decisões em geral (VERGARA, 2006). Um dos primeiros trabalhos utilizando da metodologia de competências relacionadas aos recursos humanos foi feito por MCClelland (1973). O mesmo propõe em um de seus artigos a utilização de testes de competências, no lugar de testes de QI para seleção, tendo como pressuposto de que os testes de QI são pouco confiáveis para antever o sucesso do indivíduo na profissão. É importante ressaltar que, a gestão de pessoas passa por alterações periodicamente no mercado de trabalho. Devido a diversos fatores, mas principalmente devido à inadequação de modelo antigos, onde a serventia as necessidades e as esperança das empresas, não complementa mais suas brechas de sustentação e modelos de negócios (DUTRA, 2012). O conceito de competência significando o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que justifica o desempenho elevado de um colaborador. Este padrão é extrema utilidade às organizações para as quais o aprimoramento, a inovação e a aprendizagem organizacional são decisivas à sua capacidade competitiva no mercado (Fleury e Fleury 2001). Para Fleury (2011), é necessário o emprego de novos instrumentos e técnicas nos tradicionais processos de recrutamento e seleção de pessoas, de forma que possibilite identificar pessoas com pensamento estratégico, potencial crescimento, flexibilidade para enfrentar incidentes críticos e as novas demandas das empresas. 16 As práticas de gestão de pessoas com foco em competências destacam integração da estratégia organizacional com as expectativas das pessoas (DUTRA, 2012). De acordo com Gramigna (2002), o uso da gestão por competências provém várias vantagens, como: • O conceito certo, dos perfis profissionais que podem beneficiar a ascensão da produtividade; • Um objetivo claro para os empenhos no desenvolvimento das equipes, partindo do pressuposto das necessidades da organização e o perfil dos seus colaboradores. • A priorização dos investimentos em capacitação, fortalecendo o ganho em um investimento mais seguro. • A gestão por desempenho, de acordo com critérios mais fáceis se serem analisados e computados. • A Percepção dos colaboradores, acerca do papel que estão assumindo sobre a responsabilidade de seu auto desenvolvimento. 2.2 – Gestão por competências nas organizações modernas Os novos modelos de gestão têm sua estrutura baseada na produção flexível, autonomia e diversificação. Além disso, a tecnologia utilizada possui automação flexível de modo que condiz com o perfil da pessoa que irá geri-la (DUTRA et. al, 2001). Segundo Dutra (2012), com isso, os modos de gerir pessoas passaram por transformações e inovações, e isso gerou para as empresas algumas modificações e rearranjos relacionadas à: 1. Alteração no perfil das pessoas exigido pelas empresas: Transição de um perfil exigido de pessoas obedientes e disciplinadas para um perfil de pessoas autônomas e com engajamento empreendedor. 2. Mudança da essência da gestão de pessoas do controle para o desenvolvimento: A mudança de essência da gestão de pessoas busca o desenvolvimento mútuo, com o desenvolvimento conjunto da empresa e das pessoas. 17 3. Maior destaque das pessoas no sucesso da empresa: Desta forma há uma mobilização e comprometimento maior da pessoa em seu trabalho, incentivando o potencial criador de cada um. Competências Esperadas nas organizações Figura 2: Fonte elaboração própria Sendo assim, é possível notar que as mudanças nos modos de gerir pessoas focam para o destaque das competências, tanto em relação às competências organizacionais importantes para o triunfo da empresa, quanto em relação as competências profissionais desenvolvidas pelos funcionários (CARBONE, 2005). Segundo Fleury e Fleury (2011), os principais fatores que levaram às modificações nas formas de gerir empresas são três ondas de mudanças: passagem de um regime de mercado vendedor para mercado comprador; globalização dos mercados e da produção; implantação da economia baseada em conhecimento. Com todas as mudanças organizacionais fica evidente o destaque da visão estratégica da empresa, de forma que os arranjos modernos da organização exigem conhecimento e familiarização de todos os níveis da organização com sua visão (FLEURY e FLEURY, 2011). 18 Um dos arranjos organizacionais que ganham destaque são as universidades corporativas (UC), que são como laboratórios para a aprendizagem (MEISTER, 1999), e visam o alinhamento e desenvolvimento de talentos humanos em relação as estratégias empresariais Outro arranjo organizacional que ganha importância é a educação corporativa (EC), objetivando à cultura empresarial de competência e resultado, onde as modificações acontecem nos sistemas, nas políticas, estruturas, práticas e principalmente na mentalidade organizacional e individual (DUTRA et al, 2001). O mais significativo e importante arranjo organizacional atual está relacionado ao alinhamento entre competências individuais e estratégia organizacional. Esse alinhamento é a base para vantagem competitiva e diferencialde mercado (ORSI e BOSE, 2003). Portanto, a gestão de pessoas por competências é uma nova forma de gestão, que buscar desenvolver os diferentes níveis da organização através da busca das competências necessárias à obtenção de seus objetivos (CARBONE et al, 2009). 19 Capitulo III – Seleção e Avaliação por competências 3.1 Seleção por Competências O processo de seleção de pessoas é um importante processo dentro de uma organização. Uma seleção bem-feita possibilita à organização aumento da produtividade, maior facilidade para atingir os objetivos da empresa e conseqüentemente, retorno dos investimentos realizados (Mazon e Trevizan, 2000). A seleção por competência vem ganhando atenção nas organizações, já que representa uma abordagem eficiente para seleção de profissionais. O principal objetivo desse tipo de seleção é a criação de um perfil de competências para cada cargo dentro de uma organização, para isso, é criado um mapeamento de competências (Rabaglio, 2004). Nem sempre o candidato certo para as funções propostas para o cargo é encontrado, sendo assim, é selecionado o candidato que mais se aproxima do que se deseja (Bronover e Doval, 2014). Devido à relevância da seleção por competências, é importante buscar ferramentas e métodos para otimizar e facilitar o processo de seleção por competências (Abreu e Carvalho-Freitas, 2009). Segundo Lúcia e Lepsinger (1999), a seleção por competência sempre proporcionará alguns benefícios para gestão de pessoas, como: Ter um quadro completo dos requerimentos do trabalho; Focar atenção em pessoas que efetivamente trarão maior probabilidade de sucesso no trabalho; Investir menos em pessoas que não correspondem aos requerimentos da organização; Processo de entrevista sistemático e profundo; Distinguir entre competências que são mais treináveis das competências mais difíceis de se desenvolver. Instrumentos de avaliação de pessoas dentro das organizações são ótimos para auto orientação dos profissionais em seu trabalho. Além de serem bons instrumentos de comunicação, já que é possível passar aos colaboradores o que a organização espera deles hoje, e no futuro. Tal instrumento funciona como um feedback dirigido e mais imparcial por parte dos gestores (Fernandes e Hipólito, 2008). De acordo com Belfort, Santos e Tadeucci (2012), moldar-se às novas diretrizes do negócio é um requisito indiscutível, porque novas tecnologias, novas 20 premissas e novos modelos de Gestão estimulam a competitividade, e encontram-se sempre ligados na criação de novas competências. 3.2 Avaliação por competências A avaliação por competências, possibilita um feedback para os colaboradores avaliados, que lhes proporciona, o conhecimento de atitudes, que podem ser melhoradas, e também a visão de que a organização, reconhece algumas de suas competências, e desse modo, o colaborador, consegue identificar qual o seu papel dentro da organização, e como crescer junto a ela. Segundo Chiavenato (1998), a avaliação de desempenho, não deve limitar-se a somente um julgamento unilateral entre líder e colaborador, a respeito de seu comportamento. É necessária uma avaliação com uma profundidade maior, encontrando causas e motivos do seu desempenho, e estabelecer relações, de comum acordo entre as partes, fazendo com que haja uma ampliação do desenvolvimento humano e organizacional dos indivíduos. Segundo Gramigna (2002), atualmente, a avaliação de desempenho, está imersa em um modelo de desenvolvimento e aumento do domínio das competências, a autora inclusive propõe que uma auto-avaliação por parte dos indivíduos seja ponderada no momento da avaliação e que os lideres e subordinados devem discutir suas visões no momento da avaliação. De acordo com uma pesquisa realizada por Ruano (2003), os colaboradores de uma organização que implementou a avaliação de desempenho por competências, concordam, que esse modelo de avaliação promove o auto conhecimento e a procura permanente por desenvolvimento, e como conseqüência disso foi mais fácil a priorização de ações no trabalho e conseqüentemente acabou gerando resultados positivos para as empresas. 3.3 Implantando Gestão por Competências O modelo de gestão fundamentado em competências vem sendo implementando por diversas organizações para planejar, captar, desenvolver e avaliar competências indispensáveis para o alcance de suas metas organizacionais (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001; CARBONE et al, 2005). 21 Mueller (1996) sugere que os modelos de gestão por competências têm por finalidade, incitar, implicitamente o desenvolvimento de competências nos indivíduos, e por conseqüência, aumentar a qualidade das competências a disposição das organizações (Fernandes 2006). Segundo Dutra (2001), profissionais tendem a melhor se desenvolver quando focam sua carreira em uma mesma área, no geral, relacionada a sua área de formação. Mudanças de caminho acabam ocorrendo, sobretudo no inicio da carreira. Entretanto, com essas mudanças, o profissional acaba gastando tempo para adquirir conhecimentos novos, o que pode acarretar em um desenvolvimento mais brando, de que se mantivesse seu foco inicial. Na prática, a implementação do modelo de avaliação de competências, requer a definição de um conjunto, algumas competências em comum para todos os grupos, outras especificas para cada eixo das carreiras. Para Leme (2005), implementação da gestão por competências segue 6 etapas, são elas: 1. Sensibilizar / Conscientizar; 2. Definir as competências organizacionais; 3. Definir as competências de cada função; 4. Identificar as competências dos colaboradores; 5. Desenvolver os colaboradores; 6. Acompanhar a evolução da Gestão por competências. Para identificação e desenvolvimento de competências é necessário: a análise do negócio, intenção estratégica e fatores-chave de sucesso; identificação de competências organizacionais, recursos constitutivos das competências organizacionais e de competências humanas, assim como, a implementação de ações para seu desenvolvimento. Para mensuração e aperfeiçoamento do desempenho é preciso definir o modelo de mensuração corporativo, o modelo de mensuração para áreas/processos e alinhamento dos modelos de competências e desempenho. 22 Capitulo IV - Principais Desafios e Benefícios da Gestão por Competências A aplicação da gestão por competências ajuda os lideres em uma procura constante por melhores resultados, verificando os conhecimentos agregados nas organizações, mapeando as competências individuais e organizacionais, além de mensurar a necessidade de variações, treinamentos, realocações, visando o crescimento da organização como um todo. A implementação da gestão por competências, traz consigo algumas desvantagens ou desafios que podem ser visos como uma questão negativa por parte dos colaboradores, como por exemplo, a procura incansável de se tornar sempre o melhor, o alto nível de stress provocado, ansiedade causada pela possibilidade do medo da perda do emprego, as relações de trabalho não saudáveis, intensificação e aumento da jornada semanal de trabalho, aumento, cada vez, maior de responsabilidades individuais na organização, sem a compensação de um aumento salarial ou de uma maior estabilidade no emprego e também ambientes corporativos cada vez mais competitivos e individualistas (ZARIFIAN, 2011). Com esses desafios, nota-se que a gestão com base em competências significa uma mudança de cultura também, na busca de uma maior valorização da responsabilidade e autogestão dos colaboradores. E para sua implementação, cabe a organização avaliar os benefícios e desafiospara a implantação da gestão de competências 4.1 – Principais dificuldades e possibilidades de ganho no ambiente organizacional Integração do conceito de competências a todos os sistemas da organização - Dificuldade de avaliação das habilidades e competências no recrutamento; - Dificuldade de avaliação de desempenho por competências; - Sistema de remuneração com base nas competências, relacionando o valor que o colaborador agrega a empresa; - Provisão de cargos de liderança, considerando as competências requeridas; - Promoção baseada nas competências, e não ao tempo de empresa. 23 Utilização da metodologia - Alinhar as competências individuais com as competências da organização; - Alinhar as competências estratégicas; - Dificuldades de se identificar as principais competências; - Dificuldade na medição das competências; - Tecnologias obsoletas que gerencias as competências. Na Cultura Organizacional - Criação de uma nova cultura, que sustente novos valores e praticas de gerenciamento; - Criação de uma cultura de inovação para superação de desafios e que guie para as mudanças; - Reforçar que a cultura dos objetivos em curto prazo, é menos importante do que as de longo prazo. Na motivação da empresa - Envolvimento da alta administração no processo; - Desconhecimento dos benefícios da gestão por competências; - Participação dos líderes, gestores, colaboradores e sindicatos; - Quebra do paradigma em relação à efetividade das ações de gestão de pessoas; - Participação ativa das lideranças. No mapeamento e mensuração por competências - Identificar e organizar as competências técnicas e comportamentais; - É estabelecido com fundamentação nas atividades do cargo; -Integralmente alinhado com as necessidades do cargo; - A Medição é realizada pela própria metodologia da gestão; - Não existe influência do operador na medição de competências; - São flexíveis e adaptáveis de acordo com o perfil de cada cargo na organização; -Provê o tipo de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para cada atividade da função. 24 No feedback baseado em gestão por competências - Possui instrumentos personalizados para avaliação de cada cargo ou função; - É estabelecida com fundamentos no mapeamento e medição dos cargos; - Avaliação das competências obrigatórias para o cargo; - É feita de modo personalizado e mensurável; -Diagnostica as lacunas das competências comportamentais de cada indivíduo; - Tem possibilidade de ser implantada no modelo de avaliação de 360º; - Garante fornecimento de grandes quantidades de relatórios para a área de Recursos Humanos. 25 Discussão Com base no objetivo geral deste estudo, que consiste em diagnosticar e analisar os desafios e paradigmas da implementação da seleção por competências, foi utilizada a pesquisa exploratória a partir das principais práticas adotadas pelas empresas e publicadas nos principais referenciais e periódicos. Uma maior necessidade de esclarecimento do conceito é inegável, pois, em poucos casos as opiniões dos autores foram divergentes sobre o conceito de competência. Desse modo foi positivo a percepção de que não é mais um tema ignorado nos meios acadêmicos e empresariais. Para implantação da seleção de pessoas com foco em competências, a gestão de pessoas apresenta um papel fundamental. Segundo Kochanski (1997), os recursos humanos devem atender às exigências tradicionais e a articulação das competências individuais que proporcionam alto desempenho, com intuito de apontar e reforçar as competências identificadas, sendo assim, gestão por competências é uma mudança de cultura também. Também é possível que com o avanço do entendimento da gestão por competências nas organizações, tenha-se a necessidade de alinhamento das competências com as estratégias organizacionais. De acordo com Dutra et. al (2008), as transformações nas formas de gestão das empresas são motivadas pela inadequação dos modelos de gestão antigos, gerando assim novas propostas para gestão de pessoas. Uma das propostas para gestão de pessoas foi a criação de um novo modelo de estratégia, integrando os subsistemas em torno das competências necessárias para atingir os objetivos organizacionais. Segundo Carbone et al (2009), a gestão de pessoas com foco em competências apresenta um papel fundamental para alinhamento dos colaboradores de uma empresa com a estratégia organizacional desta empresa. A incorporação do conceito de competência à prática organizacional é a base do modelo de gerenciamento de pessoas para alinhamento dos interesses da empresa e de seus colaboradores (Fleury, 2011). 26 Conclusão Com base nas análises realizadas é possível notar que grande parte das organizações, principalmente se tratando de grandes organizações, buscam implementar a gestão de pessoas por competências em suas estruturas e este modelo de gestão vem surgindo como uma alternativa real aos métodos tradicionais de se estruturarem as ações dos recursos humanos. A gestão de pessoas com foco em competências pode ser considerada o suporte para implantação da gestão e seleção por competências, integrando ferramentas e métodos para incorporação nos processos de recrutamento e seleção de pessoas, possibilitando integração total da empresa. Pode-se afirmar que, as finalidades da Gestão por Competências vão desde a maximização dos lucros e dos resultados da empresa, e também a redução dos custos operacionais e a evolução de uma gestão para uma gestão mais profissional, alem de ampliara conexão das equipes com a empresa e a instituição de uma atmosfera de aprendizagem permanente, de estimulo ao desempenho, motivando e engajando o meio produtivo. A Gestão por competências empregada nas organizações tem papel importante na retenção de talentos, por se tratar de um método de gestão justo e atrativo. Pode-se concluir também a importância desse modelo de gestão para a motivação e aplicada de maneira solida, prevê-se um horizonte de sustentável para a empresa será mais após sua aplicação. Através da implementação da Gestão por competências, cria-se valor através de ganhos de escala (crescimento) e eficiência, tornando as empresas como fontes integradoras de novas tecnologias e melhoria na qualidade de seus serviços, conseqüentemente a aplicação de melhores práticas em novos ativos irá criar valor, integrando as operações, e futuras aquisições com foco no aumento de produtividade, mitigando riscos dos cenários micro e macroeconômicos no geral. 27 Esta pesquisa possibilitou uma ampla compreensão no que se refere à gestão por competências, e ficou constatado que os benefícios são na maioria das vezes maiores que as dificuldades. 28 Referências Bibliográficas Abreu, C. V. & Carvalho-Freitas, M. N. de. Seleção por competências: A percepção dos profissionais de RHsobre o método de seleção por competências. 2009. A. D. Lucia and R. Lepsinger, “The art and science of competency models,” Jossey–Bass, San Francisco, 1999. BELFORT, R. M; SANTOS, E. F. M. S; TADEUCCI, M. S. R. 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