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Universidade Federal de Rondônia Departamento de Engenharia Florestal MANEJO DE FLORESTAS PLANTADAS Avaliação econômica Prof. MSc. Karen Janones da Rocha karenrocha@unir.br UNIDADE VII 7. Avaliação econômica A aplicação dos critérios de análise econômica na área floresta é fundamental para se decidir qual o melhor projeto e, ou, alternativa de manejo a serem adotados Muitos trabalhos têm sido feitos sobre análise econômica de projetos florestais, a maioria deles utilizando os principais critérios dessa análise econômica 7. Avaliação econômica Todos esses critérios levam em conta a variação do capital no tempo, mas cada um aponta diferentes aspectos relacionados ao projeto A avaliação de um projeto ou experimento baseia-se em seu fluxo de caixa, que consiste nos custos e nas receitas distribuídos ao longo da vida útil do empreendimento A avaliação econômica de um projeto baseia- se em seu fluxo de caixa, que consiste nos custos e receitas distribuídos ao longo da vida útil do empreendimento 7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 7. Avaliação econômica Custos Receitas PROJETOS DE INVESTIMENTO É toda aplicação de capital em qualquer empreendimento, com a finalidade básica de obter receitas 7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 7. Avaliação econômica Sendo assim, supõe-se que todos os insumos e produtos relacionados com o projeto possam ser quantificados em termos monetários PROJETOS CONVENCIONAIS: Ocorre apenas uma mudança de sinal em seu fluxo de caixa 7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 7. Avaliação econômica PROJETOS NÃO-CONVENCIONAIS: Ocorre mais de uma mudança de sinal em seu fluxo de caixa, o que é o caso normalmente dos empreendimentos florestais 7.2 RELAÇÕES ENTRE PROJETOS 7. Avaliação econômica PONTO DE VISTA TÉCNICO COMPATÍVEIS: se a execução de um deles não afetar a possibilidade de execução dos outros projetos INCOMPATÍVEIS ou mutuamente exclusivos: se a execução de um deles significar a impossibilidade de execução dos demais 7.2 RELAÇÕES ENTRE PROJETOS 7. Avaliação econômica PONTO DE VISTA ECONÔMICO DEPENDENTES: Se a execução de um deles afetar a rentabilidade ou economicidade dos demais INDEPENDENTES: Se a rentabilidade ou economicidade de um deles não depender da implementação dos outros projetos 7.3 TESTE DE VIABILIDADE DE PROJETOS 7. Avaliação econômica VIABILIDADE TÉCNICA (ENGENHARIA) Verificar se há tecnologia e conhecimento suficiente para realizar o projeto O objetivo (projeto) a ser alcançado deve ser tecnicamente viável 7.3 TESTE DE VIABILIDADE DE PROJETOS 7. Avaliação econômica VIABILIDADE ECONÔMICA O teste de viabilidade econômica consiste em verificar se as receitas inerentes ao projeto superam os custos, que, juntamente com as receitas, são valores diretos, observados do ponto de vista privado 7.3 TESTE DE VIABILIDADE DE PROJETOS 7. Avaliação econômica VIABILIDADE FINANCEIRA Consiste em verificar se há recursos suficientes (capital, terra, mão-de-obra, etc) para a implementação do projeto 7.3 TESTE DE VIABILIDADE DE PROJETOS 7. Avaliação econômica VIABILIDADE SOCIAL Aos custos e receitas privados são acrescentados os custos e receitas sociais, fazendo-se, então, a análise do ponto de vista da sociedade, não do ponto de vista privado 7.3 TESTE DE VIABILIDADE DE PROJETOS 7. Avaliação econômica VIABILIDADE POLÍTICA Verificar se a execução vai render votos para o partido ou vai fazer com que parte da sociedade se sinta prejudicada em relação a outra 7.3 TESTE DE VIABILIDADE DE PROJETOS 7. Avaliação econômica VIABILIDADE AMBIENTAL Ou Ecológica – Tem ganhado muito força nos últimos tempos e pode prevalecer sobre os demais aspectos 7.4 HORIZONE DE PLANEJAMENTO O Horizonte de Planejamento (HP) pode ser entendido como o período de tempo estimado durante o qual o empreendimento em análise será operado Pode ser finito ou infinito 7. Avaliação econômica 7.4 HORIZONE DE PLANEJAMENTO A definição do horizonte de planejamento tem forte influência sobre a avaliação econômica dos projetos florestais Clutter et al. (1983) sugeriram que este valor corresponda a 1,5 a 2,0 vezes o comprimento da rotação da floresta que está sendo manejada 7. Avaliação econômica 7.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS 7. Avaliação econômica Projetos Custo inicial Receitas Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 A 50.000 25.000 25.000 - - B 50.000 25.000 25.000 5.000 - C 50.000 10.000 20.000 15.000 15.000 D 50.000 20.000 10.000 15.000 15.000 Para exemplificar ambos os grupos, considere um quadro de receitas e custos de quatro projetos simulados (SILVA et al., 2005) 7.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS 7. Avaliação econômica 7.5.1 Métodos que não consideram o valor do capital investido Tempo de Retorno do Capital Investido (Pay back) Razão Receita/Custo (R/C) Razão Receita Média/Custo (Rm/C) 7.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS 7. Avaliação econômica 7.5.2 Métodos que consideram o valor do capital investido Valor Presente Líquido (VPL) Cj = custo no final do ano ou do período de tempo (j) considerado; Rj = receita no final do ano ou do período de tempo (j) considerado; i = taxa de desconto; n = duração do projeto em anos ou em número de períodos de tempo; j = período de tempo, em anos j n j j j n j j iCiRVPL )1()1( 00 7.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS 7. Avaliação econômica 7.5.2 Métodos que consideram o valor do capital investido Valor Anual Equivalente (VAE - BPE) Comparação direta de projetos que apresentem durações diferentes ])1(1[ ]1)1[( nt t i iVPL VAE 7.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS 7. Avaliação econômica 7.5.2 Métodos que consideram o valor do capital investido Valor Anual Equivalente (VAE - BPE) Como o próprio nome já indica, t=1 ])1(1[ * ni iVPL VAE 7.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS 7. Avaliação econômica 7.5.2 Métodos que consideram o valor do capital investido Taxa Interna de Retorno (TIR) Deve-se considerá-la uma taxa média de crescimento do projeto j n j j j n j j iCiR )1()1( 00 7.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS 7. Avaliação econômica 7.5.2 Métodos que consideram o valor do capital investido Taxa Interna de Retorno (TIR) 21 1221 ΔΔ .iΔ.iΔ i ii Δ ii Δ 2 2 1 1 7.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS 7. Avaliação econômica 7.5.2 Métodos que consideram o valor do capital investido Razão Benefício/Custo (B/C) j n j j j n j j iC iR CB )1( )1( / 0 0 Escolher os maiores valores de B/C 7.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS 7. Avaliação econômica 7.5.2 Métodos que consideram o valor do capital investido Custo Médio de Produção (CMPr) Comparar o CMPr de uma unidade com o valor de mercado do produto n j=0 j j n j=0 j j i1Q i1C =CMPr Item de custo Projeto A Projeto B Espaçamento 2 x 2 m Espaçamento 3 x 2 m Ano de ocorrência Valor (US$/ha) Ano de ocorrência Valor (US$/ha) Implantação 0 640,00 0 540,00 1ª Capina 1 25,00 1 20,00 2ª Capina 2 18,00 2 15,00 Colheita 1° desbaste 8 80,00 11 100,00 Colheita 2° desbaste 12 85,00 --- --- Colheita do corte final 15 150,00 15 170,00 Custo anual da terra 1,...,15 32,00 1,...,15 32,00 Manutenção 1,...,15 18,00 1,...,15 18,00 Produção1° desbaste 8 60 m³/ha 11 100 m³/ha Produção 2° desbaste 12 60 m³/ha --- --- Produção do corte final 15 150 m³/ha 15 170 m³/ha Custos de implantação e manutenção de povoamentos de Pinus taeda em dois espaçamentos (SILVA et al., 2005) 7.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS 7. Avaliação econômica 7.5.2 Métodos que consideram o valor do capital investido Valor Esperado da Terra (VET) Receita líquida perpétua a ser obtida de uma dada cultura, desconsiderando o custo da terra 11 t+i R VET = Item Valor Custo de implantação US$ 600,00/ha Custo – 1º ano US$ 70,00/ha Custo – 2º ano US$ 60,00/ha Custo anual (exceto custo da terra) US$ 45,00/ha Preço da madeira empilhada US$ 12,00/m³ Custo de colheita US$ 3,00/m³ Custo de condução da brotação (8º e 15º anos) US$ 25,00/ha Volume no 1º corte (7 anos) 240 m³/ha Volume no 2º corte (14 anos) 192 m³/ha Volume no 3º corte (21 anos) 154 m³/ha Preço da madeira em pé US$ 9,00/m³ Taxa de juros 8% a.a. Dados de um reflorestamento com três cortes sucessivos (SILVA et al., 2005) CRITÉRIO OBSERVAÇÕES TRC Simplicidade e facilidade de aplicação Não considera as receitas obtidas após o retorno do do capital Ignora a ordem de ocorrência das receitas Não contempla o valor do capital no tempo Razão R/C e Razão Rm/C Projeto com R/C > 1 é viável, quanto maior melhor Resultado incoerente com o TRC Não contempla a ordem das receitas Não contempla o valor do capital no tempo VPL Saldo final Não restringe o número de fluxos Projeto com VPL > 1 é viável, quanto maior melhor melhor Apresenta menos falha, geralmente conduz ao resultado resultado correto Não considera o horizonte do projeto (corrigir HP) Traz considerações do tamanho do projeto CRITÉRIO OBSERVAÇÕES VAE Leva em conta o tamanho do projeto e permite comparação de projetos com durações diferentes Projeto com VAE > 1 é viável, quanto maior melhor TIR O projeto só deverá ser aceito quando a TIR ≥ TMA TMA – taxa mínima de atratividade, taxa de remuneração do capital VET Conhecido também como critério de Faustmann Preço máximo de compra da terra nua a ser utilizada para determinada cultura Razão B/C Projeto com B/C > 1 é viável, quanto maior melhor Se B/C >1 VPL > 0 TIR > TMA Não necessariamente coincide com os outros critérios Não considera o tamanho do projeto Considera também custos e benefícios sociais 7.6 ROTAÇÃO FLORESTAL 7. Avaliação econômica Vários fatores podem influenciar a determinação da idade de rotação, a qual irá depender dos objetivos de manejo, podendo-se citar: A variação da taxa de crescimento em função do sítio e da espécie plantada A ocorrência de fogo 7.6 ROTAÇÃO FLORESTAL 7. Avaliação econômica Vários fatores podem influenciar a determinação da idade de rotação, a qual irá depender dos objetivos de manejo, podendo-se citar: Fatores econômicos, como taxa mínima de atratividade, gradiente de preços para várias dimensões de madeira e custos de produção O ataque de insetos e pragas 7. Avaliação econômica 7.6.1 Tipos de Rotação Florestal Baseia-se no maior volume de material lenhoso por unidade de tempo, sendo determinada quando o ICA = IMA 7.6 ROTAÇÃO FLORESTAL Rotação silvicultural ou de máximo IM Coloca à disposição da sociedade a maior produção de volume ou peso de madeira Fonte: Notas de aula dos Profs. Afonso Figueiredo Filho e Júlio Eduardo Arce 7. Avaliação econômica 7.6.1 Tipos de Rotação Florestal É aquela que maximiza os retornos dos investimentos na atividade florestal 7.6 ROTAÇÃO FLORESTAL Rotação econômica Se o objetivo do investidor for maximizar lucros, então a decisão sobre a idade ótima de corte deve ser feita em um ambiente econômico 7. Avaliação econômica 7.6.1 Tipos de Rotação Florestal A floresta é cortada na unidade de tempo na qual se atingem características desejáveis; por exemplo: diâmetro, densidade, etc 7.6 ROTAÇÃO FLORESTAL Rotação técnica A madeira deve atender a certas restrições técnicas da indústria Recapitulando... 1. O custo de fertilização é um dos custos que mais pesam na implantação de uma floresta, sendo de fundamental importância determinar o nível de sua aplicação. Considere o quadro de custos abaixo como exemplo para realização dos cálculos. 7. Avaliação econômica Recapitulando... 7. Avaliação econômica Item Ano de ocorrência Valor Custo de implantação 0 US$ 650,00/ha Custo – 1º ano 1 US$ 100,00/ha Custo – 2º ano 2 US$ 60,00/ha Custo de roçada pré-corte 7 US$ 40,00/ha Custo anual 1-7 US$ 75,00/ha Preço da madeira em pé 7 US$ 10,00/m³ Valor da terra 1-7 US$ 500,00/ha Taxa mínima de atratividade - 7% a.a. Produção florestal 7 200 m³/ha Recapitulando... a. Tratamento (T0) – Análise econômica do reflorestamento sem considerar a fertilização florestal. Produção de madeira = 200 m³/ha b. Tratamento (T1) – Adubação inicial (250 kg/ha = US$ 40/ha). Produção de madeira = 210 m³/ha 7. Avaliação econômica Recapitulando... c. Tratamento (T2) - Adubação inicial (250 kg/ha = US$ 40/ha) + 50 kg de adubo (US$ 8,00/ha) aos 1, 3 e 5 anos de idade. Produção de madeira = 241,5 m³/ha d. Tratamento (T3) - Adubação inicial (250 kg/ha = US$ 40/ha) + 100 kg de adubo (US$ 16,00/ha) aos 1, 3 e 5 anos de idade. Produção de madeira = 263,2 m³/ha 7. Avaliação econômica Recapitulando... e. Tratamento (T4) - Adubação inicial (250 kg/ha = US$ 40/ha) + 220 kg de adubo (US$ 35,20/ha) aos 1, 3 e 5 anos de idade. Produção de madeira = 268,5 m³/ha 7. Avaliação econômica Faça a comparação dos tratamentos pelos critérios do VPL e da Razão Benefício/Custo. Qual tratamento você recomendaria? Referências bibliográficas Notas de aula dos Prof. Gilson Fernandes da Silva. Departamento de Engenharia Florestal. Centro de Ciências Agrárias – CCA/UFES. REZENDE, J.L.P.; OLIVEIRA, A.D. Análise econômica e social de projetos florestais. 2.ed. Viçosa: UFV, 2001. 386p. SCHNEIDER, P.R. Manejo Florestal: planejamento da produção florestal. Santa Maria: UFSM, 2009. SCHNEIDER, P.R.; SCHNEIDER, P.S.P. Introdução ao manejo florestal. Santa Maria: UFSM, 2008. SILVA, M.L.; JACOVINE, L.A.G.; VALVERDE, S.R. Economia florestal. 2.ed. Viçosa: UFV, 2005. 178p. 6. Sortimentos