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Módulo de estudo ED 01

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Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 1 / 20
Equac¸o˜es diferenciais
Rubem Alves da Silva
UNIDADE ACADEˆMICA DE ENGENHARIA ELE´TRICA - DEE-UFCG
21 de outubro de 2014
Mo´dulo de estudo no 1
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 2 / 20
SUMA´RIO
1. Apresentac¸a˜o da mate´ria
Objetivos;
Ementa;
Conteu´do programa´tico;
Bibliografia;
2. Introduc¸a˜o a`s equac¸o˜es diferenciais;
Conceituac¸a˜o, notac¸a˜o, terminologia;
Classificac¸a˜o;
Conceitos ba´sicos
Soluc¸a˜o de uma equac¸a˜o diferencial.
Apresentac¸a˜o da mate´ria
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 3 / 20
Objetivos
Fornecer ao estudante te´cnicas de resoluc¸a˜o de equac¸o˜es diferenciais lineares de primeira
ordem, de segunda ordem e de ordens superiores a` segunda; discutir algumas aplicac¸o˜es
dessas equac¸o˜es.
Ementa
Equac¸o˜es diferenciais ordina´rias de 1a ordem e aplicac¸o˜es. Equac¸o˜es diferenciais
ordina´rias lineares de 2a ordem e aplicac¸o˜es. Equac¸o˜es lineares de ordem superior.
Resoluc¸a˜o de Equac¸o˜es diferenciais em se´ries de poteˆncia. Equac¸a˜o de Bessel. Func¸o˜es
ortogonais. Equac¸a˜o de Legendre. Polinoˆmios de Legendre.
Conteu´do programa´tico
Unidade I - Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias de 1a ordem Equac¸o˜es Diferenciais
Lineares de 1a Ordem. Circuitos Ele´tricos. Equac¸o˜es Diferenciais Na˜o Lineares.
Equac¸o˜es a Varia´veis Separa´veis. Aplicac¸o˜es Geome´tricas e F´ısicas.Trajeto´rias
Ortogonais. Equac¸o˜es Redut´ıveis a` forma Separa´vel. Me´todo da Variac¸a˜o de
Paraˆmetros. Equac¸o˜es Exatas. Fatores Integrantes. Equac¸o˜es de Bernoulli. Teorema de
Picard. Me´todo da Iterac¸a˜o de Picard.
Apresentac¸a˜o da mate´ria
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 4 / 20
Conteu´do programa´tico (cont.)
Unidade II - Equac¸o˜es Diferenciais Lineares de 2a ordem Equac¸o˜es Homogeˆneas.
Soluc¸a˜o Geral . Existeˆncia e Unicidade de Soluc¸o˜es. Conjunto Fundamental de Soluc¸o˜es.
O Wronskiano. Me´todo de Reduc¸a˜o de Ordem. Equac¸o˜es Lineares de Segunda Ordem
com Coeficientes Constantes. Polinoˆmio. Caracter´ıstico e Soluc¸a˜o Geral. Equac¸o˜es Na˜o
Homogeˆneas. Me´todo da Variac¸a˜o de Paraˆmetros. Equac¸o˜es de Ordem Superior.
Equac¸a˜o de Euler-Cauchy. Aplicac¸o˜es: Vibrac¸o˜es Mecaˆnicas Livres (com ou sem
amortecimento) e Forc¸adas(batimento e ressonaˆncia). Circuitos Ele´tricos.
Unidade III - Resoluc¸a˜o de Equac¸o˜es Diferenciais por Se´ries de Poteˆncia Revisa˜o das
Se´ries de Poteˆncias. Soluc¸a˜o em Se´ries das Equac¸o˜es Lineares. Soluc¸o˜es nas vizinhanc¸as
de um ponto ordina´rio. Ponto Singular Regular. Soluc¸o˜es nas vizinhanc¸as de um ponto
singular regular. Equac¸o˜es de Euler, Bessel e Legendre. Func¸o˜es Ortogonais. Func¸o˜es de
Bessel. Polinoˆmios de Legendre
Apresentac¸a˜o da mate´ria
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 5 / 20
Bibliografia
BOYCE, W. E. e DIPRIMA, R. C. Equac¸o˜es diferenciais Elementares e Problemas de Valor de
Contorno. 7a ed. Rio de Janeiro: LTC - Te´cnico e Cient´ıfico Editora, 2002.
SIMMONS, G. F. Equac¸o˜es Diferenciais: Teoria, Te´cnica e Pra´tica. 1a ed. Editora
McGraw-Hill Brasil.
ZILL, D. G. e CULLEN, M. R., Equac¸o˜es Diferenciais. Sa˜o Paulo: Makron Books, 2001.
ABELL, MARTHA L. e BRASELTON, JAMES P., Differential Equations with Mathematica.
Academic Press, 1993.
ABELL, MARTHA L. e BRASELTON, JAMES P., Modern Differential Equations - Theory,
Applications, Technology. Saunders College Publishing, 1996.
Introduc¸a˜o
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 6 / 20
Problemas importantes da engenharia, da f´ısica, das cieˆncias biolo´gicas e sociais, e
de muitos outros ramos do conhecimento sa˜o formulados em termos matema´ticos.
A resoluc¸a˜o de muitos desses problemas requer a determinac¸a˜o de uma func¸a˜o que
satisfac¸a uma dada equac¸a˜o ou um dado sistema de equac¸o˜es.
Quando as equac¸o˜es consideradas envolvem uma ou mais derivadas da func¸a˜o
procurada, sa˜o denominadas equac¸o˜es diferenciais.
Definic¸a˜o:
Equac¸a˜o diferencial e´ uma equac¸a˜o que envolve uma certa func¸a˜o e uma ou mais de
suas derivadas.
Exemplos:
du(t)
dt = v(t)
m
d2u(t)
dt2 = F
(
t, u,
du
dt
)
Classificac¸a˜o
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 7 / 20
Equac¸o˜es diferenciais ordina´rias: sa˜o equac¸o˜es que envolvem apenas derivadas ordina´rias de
uma ou mais varia´veis dependentes com respeito a uma varia´vel dependente;
Equac¸o˜es diferenciais parciais: sa˜o equac¸o˜es que envolvem derivadas parciais de uma ou
mais varia´veis dependentes com respeito a mais de uma varia´vel dependente;
Exemplos:
m
d2u(t)
dt2
= F
(
t, u,
du
dt
)
(equac¸a˜o diferencial ordina´ria)
∂2u(x, y)
∂x2
+
∂2u(x, y)
∂y2
= 0 (equac¸a˜o diferencial parcial)
Ordem da equac¸a˜o
A ordem de uma equac¸a˜o diferencial e´ aquela de sua derivada de mais alta ordem.
Exemplos:
du(t)
dt = v(t) e
∂u
∂t
+ u
∂u
∂x
= 0 (equac¸o˜es de primeira ordem)
∂2u(x, y)
∂x2
+
∂2u(x, y)
∂y2
= 0 e ∂
2u(x, y)
∂x2
+
∂2u(x, y)
∂y2
= f (x, y) (equac¸o˜es de segunda ordem)
Classificac¸a˜o
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 8 / 20
Equac¸o˜es diferenciais lineares: sa˜o equac¸o˜es que envolvem apenas termos do primeiro grau
na varia´vel dependente e em suas derivadas.
Exemplos:
d2y
dx2 + x
dy
dx + 2y = 0;
d2u
dx2 + u = e
x
d2y
dx2 + x
dy
dx + 2y = cos x;
∂2u
∂x2
+ y
∂u
∂y
= 0
Equac¸o˜es diferenciais na˜o lineares: sa˜o todas as equac¸o˜es que na˜o sa˜o lineares.
Exemplos:
d2y
dx2
+ y
dy
dx + 2y = 0;
d2x
dt2
+ sen x = 0
(
dy
dx
)2
+ y = 0; ∂
2u
∂x2
+ u
∂u
∂y
= 0
Uma equac¸a˜o diferencial ordina´ria de ordem n e´ dita linear se e´ da forma
an(x) d
ny
dxn + an−1(x)
dn−1y
dxn−1
+ · · · + a2(x) d
2y
dx2
+ a1(x) dydx + a0(x)y = f (x)
em que as func¸o˜es a j(x), j = 0, 1, 2, · · · , n e f (x) sa˜o dadas e an(x) e´ na˜o nula.
Notac¸a˜o
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 9 / 20
Derivadas ordina´rias
Se y representa uma func¸a˜o de x, as expresso˜es seguintes representam a derivada de y
com respeito a x:
y ′ y ′(x) dydx Dy
As expresso˜es seguintes representam a derivada segunda de y com respeito a x:
y ′′ y ′′(x) d
2y
dx2 D
2y
As derivadas de ordem 3 sa˜o expressas por:
y ′′′ y ′′′(x) d
3y
dx3 D
3y
Para derivadas de ordem 4 e superiores, usa-se a notac¸a˜o
y(4) =
d4y
dx4 y
(5)
=
d5y
dx5 · · · y
(n)
=
dny
dxn
Quando a varia´vel dependente e´ o tempo, t, utilizam-se frequentemente as expresso˜es y˙ e
y¨, para as derivadas primeira e segunda, respectivamente.
Notac¸a˜o
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 10 / 20
Derivadas parciais
Se u representa uma func¸a˜o de x e de y, u(x, y), as expresso˜es seguintes representam a
derivada parcial de u com respeito a x e de u com respeito a y, respectivamente:
∂u
∂x
= ux
∂u
∂y
= uy
As derivadas sucessivas com respeito a x e a y sa˜o representadas por:
∂
∂y
(
∂u
∂x
)
=
∂2u
∂y∂x
= uxy
As derivadas segunda com respeito a x e com respeito a y sa˜o representadas,
respectivamente, por:
∂
∂x
(
∂u
∂x
)
=
∂2u
∂x2
= uxx
e
∂
∂y
(
∂u
∂y
)
=
∂2u
∂y2
= uyy
Sistemas de equac¸o˜es diferenciais
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 11 / 20
No estudo da a´lgebra elementar surgiram problemasem que era necessa´rio determinar
um certo nu´mero de inco´gnitas a partir de um conjunto ou sistema de equac¸o˜es
alge´bricas. Da mesma maneira, problemas em que se pretende determinar duas ou mais
func¸o˜es de uma dada varia´vel sa˜o formulados como um sistema de equac¸o˜es diferenciais.
Por exemplo, se u e v representam func¸o˜es da varia´vel x, o problema da determinac¸a˜o de
u e v pode ser expresso na forma de um sistema de equac¸o˜es diferenciais como
{
u ′ = au + bv
v ′ = cu + dv
em que a, b, c e d sa˜o constantes e as diferenciac¸o˜es sa˜o com respeito a x.
Tais sistemas surgem naturalmente em muitas situac¸o˜es f´ısicas que sa˜o representadas
matematicamente por mais de uma equac¸a˜o diferencial envolvendo mais de uma varia´vel
dependente. Ale´m disso, pode ser muito u´til representar uma equac¸a˜o diferencial de
ordem superior por meio de um sistema de equac¸o˜es diferenciais de primeira ordem.
Exemplo:
O movimento de um peˆndulo e´ representado pela equac¸a˜o na˜o linear de segunda ordem
d2x/dt2 + sen x = 0.
Escreveˆ-la como um sistema de equac¸o˜es de primeira ordem.
Sistemas de equac¸o˜es diferenciais
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 12 / 20
Soluc¸a˜o:
Seja
y =
dx
dt = x
′
Enta˜o,
y ′ =
d2x
dt2 = − sen x
Assim, a equac¸a˜o na˜o linear de segunda ordem e´ equivalente ao sistema de equac¸o˜es de
primeira ordem dado por {
x ′ = y
y ′ = − sen x
Conceitos ba´sicos
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 13 / 20
Muitos dos princ´ıpios e leis que descrevem os fenoˆmenos do universo conhecido sa˜o
proposic¸o˜es ou relac¸o˜es que envolvem taxas de variac¸a˜o de algumas grandezas com
respeito a outras. Em termos matema´ticos, as relac¸o˜es mencionadas sa˜o equac¸o˜es e as
taxas de variac¸a˜o sa˜o derivadas de func¸o˜es. Equac¸o˜es envolvendo derivadas sa˜o
equac¸o˜es diferenciais. Portanto, para compreender os fenoˆmenos do mundo natural e
resolver problemas relacionados com esses fenoˆmenos e´ necessa´rio um so´lido
conhecimento das equac¸o˜es diferenciais.
As equac¸o˜es diferenciais que descrevem um dado fenoˆmeno ou processo f´ısico constituem
o que se denomina modelo matema´tico do fenoˆmeno ou processo.
Apresentam-se, a seguir, alguns exemplos desses modelos.
Exemplo 1 Movimento em linha reta
Considere-se um corpo de massa m movendo-se horizontalmente, sob a ac¸a˜o de uma forc¸a
de magnitude F. A lei f´ısica que governa esse fenoˆmeno e´ a segunda lei de Newton. Ela
estabelece que a forc¸a liquida que atua sobre o corpo em movimento e´ igual ao produto
da massa do corpo por sua acelerac¸a˜o. Matematicamente, essa lei e´ expressa por:
F = ma (1)
A acelerac¸a˜o, a, na Equac¸a˜o (1) representa a taxa de variac¸a˜o da velocidade com
respeito ao tempo, isto e´, a = dv/dt. Portanto, essa equac¸a˜o pode ser escrita como
Conceitos ba´sicos
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 14 / 20
m
dv(t)
dt = F (2)
A equac¸a˜o diferencial (2) e´ o modelo matema´tico do movimento em linha reta de um
corpo em um meio sem atrito.
Exemplo 2 Queda de um corpo na atmosfera
O movimento de queda de um corpo na atmosfera nas proximidades do n´ıvel do mar e´,
essencialmente, o movimento de um corpo ao longo de uma linha reta. Portanto, seu
modelo matema´tico e´ expresso pela Equac¸a˜o (2) e seu detalhamento e´ obtido
identificando-se as forc¸as que agem sobre o corpo. A gravidade exerce uma forc¸a igual
ao peso do corpo, dada por w = mg, em que g e´ a acelerac¸a˜o devida a gravidade. Uma
segunda forc¸a agindo sobre o corpo e´ proporcionada pela resisteˆncia oferecida pelo ar ao
seu deslocamento. Essa forc¸a, aqui denominada forc¸a de arrasto, pode ser considerada
como sendo proporcional a` velocidade, v do corpo, podendo ser representada por Fa = γv
em que γ e´ uma constante denominada constante de arrasto. Na obtenc¸a˜o da forc¸a
liquida sobre o corpo deve-se considerar que o peso atua no sentido de sua queda
enquanto que o arrasto atua no sentido oposto a ela. Desse modo, tem-se que a forc¸a
liquida agindo sobre o corpo e´ dada por
F = w − Fa = mg − γv (3)
Conceitos ba´sicos
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 15 / 20
Portanto, o modelo matema´tico do movimento de queda do corpo e´
m
dv(t)
dt = mg − γv (4)
A resoluc¸a˜o da equac¸a˜o diferencial (4) e´ relativamente fa´cil e sera´ estudada mais
adiante. Ela consiste na determinac¸a˜o da func¸a˜o velocidade, v(t), capaz de satisfazer a
equac¸a˜o diferencial. A partir dessa soluc¸a˜o, outras informac¸o˜es a respeito da queda do
corpo podem ser obtidas. Entretanto, pode-se aprender alguma coisa a respeito desse
movimento sem ter que resolver a equac¸a˜o (4). Informac¸o˜es sobre o comportamento da
soluc¸a˜o podem ser obtidas a partir da construc¸a˜o de um diagrama denominado campo
de direc¸o˜es ou campo de declividades, como se mostra a seguir.
Campos de direc¸o˜es
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 16 / 20
Considere-se a equac¸a˜o (4), obtida anteriormente. Atribuindo-se a`s constantes m, g e γ
os valores m = 10 kg, g = 9, 8 m/s2 e γ = 2 kg/s, adotando-se unidades do Sistema
Internacional (SI), obte´m-se a equac¸a˜o
dv
dt = 9, 8 −
v
5 (5)
Arbitrando-se um certo valor para v na Equac¸a˜o (5), obte´m-se o valor correspondente
para dv/dt. Por exemplo, para v = 40, tem-se que dv/dt = 1, 8. Geometricamente, isso
significa que a declividade de uma soluc¸a˜o v = v(t) tem o valor 1, 8 em qualquer ponto em
que v = 40. Isso pode ser representado graficamente trac¸ando-se segmentos de reta ou
setas com declividade 1, 8 em va´rios pontos da reta horizontal v = 40 no plano tv.
Similarmente, para v = 50, obte´m-se dv/dt = −0, 2, o que pode ser representado por
va´rios segmentos de retas ou setas com declividade −0, 2, trac¸ados em diversos pontos da
reta v = 50. Repetindo-se esse procedimento para diversos valores de v obte´m-se o
diagrama representado na Figura (1), mostrado a seguir, denominado campo de direc¸o˜es
ou campo de declividades da Equac¸a˜o (5).
Campos de direc¸o˜es
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 17 / 20
2 4 6 8 10
t
45
50
55
60
v
Figura 1: Campo de direc¸o˜es
A importaˆncia dessa Figura e´ que cada
segmento de reta e´ tangente ao gra´fico
de uma soluc¸a˜o da Equac¸a˜o (5). Desse
modo, embora nenhuma soluc¸a˜o tenha
ainda sido determinada, pode-se tirar al-
guma conclusa˜o acerca de seu comporta-
mento. Se, por exemplo, v e´ menor que
certo valor cr´ıtico, todos os segmentos de
reta teˆm declividades positivas e a velo-
cidade do mo´vel cresce quando ele cai.
Por outro lado, se v e´ maior que certo
valor cr´ıtico, os segmentos teˆm declivi-
dades negativas e a velocidade do mo´vel
diminui quando ele cai.
O valor cr´ıtico de v que separa os movimentos de queda em que a velocidade aumenta
daqueles em que ela diminui e´ precisamente aquele que separa as declividades positivas
das negativas. Obviamente, ele e´ aquele em que dv/dt = 0. A Figura (1) sugere que esse
valor fica nas vizinhanc¸as de v = 48. Tomando-se dv/dt = 0 na Equac¸a˜o (5), obte´m-se
Campos de direc¸o˜es
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 18 / 20
v = 49 m/s. A func¸a˜o constante v(t) = 49 e´ uma soluc¸a˜o da Equac¸a˜o (5), o que se pode
verificar pela substituic¸a˜o dessa func¸a˜o na referida equac¸a˜o. Pelo fato de na˜o variar com
o tempo, essa soluc¸a˜o e´ denominada soluc¸a˜o de equil´ıbrio. Ela e´ a soluc¸a˜o que
corresponde ao equil´ıbrio entre os efeitos da gravidade e do arrasto. Essa soluc¸a˜o e´
representada graficamente pela curva em vermelho na Figura (1).
Outra conclusa˜o importanteque se pode obter da Figura (1) e´ que todas as outras
soluc¸o˜es da Equac¸a˜o (5) parecem convergir para a soluc¸a˜o de equil´ıbrio.
Os campos de direc¸o˜es sa˜o ferramentas valiosas no estudo do comportamento das
soluc¸o˜es de equac¸o˜es diferenciais da forma
dy
dt = f (t, y) (6)
Observe-se ainda que eles podem ser obtidos sem que seja necessa´rio resolver a equac¸a˜o,
visto que seu trac¸ado requer apenas que se calcule dy/dt para diferentes valores de y
convenientemente escolhidos. Embora o trac¸ado manual dos campos de direc¸o˜es possa
ser tedioso, eles podem ser facilmente obtidos pelo uso de um computador. Programas
especializados, tais como o Mathematica, o Matlab, o Maple, o Derive, entre outros,
permitem obter facilmente esses diagramas, ale´m de se constitu´ırem em ferramentas
essenciais no estudo das Equac¸o˜es Diferenciais. E´ altamente recomenda´vel que o
estudante se familiarize com o uso de um deles.
Soluc¸a˜o de uma equac¸a˜o diferencial ordina´ria
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 19 / 20
Neste curso estudam-se equac¸o˜es diferenciais ordina´rias cuja forma geral pode ser escrita
como
F(x, y, y ′, y ′′, y ′′′, · · · , y(n)) = 0
Definic¸a˜o:
A soluc¸a˜o dessa equac¸a˜o diferencial, no intervalo α < x < β e´ uma func¸a˜o y cujas
derivadas existem e, juntamente com a func¸a˜o, satisfazem a equac¸a˜o para todo x em
α < x < β.
Exemplo:
A equac¸a˜o diferencial ordina´ria de segunda ordem, dada por
x2y ′′ − 3xy ′ + 4y = 0, x > 0
pode ser escrita como
F(x, y, y ′, y ′′) = 0 em que F(x, y, y ′, y ′′) = x2y ′′ − 3xy ′ + 4y
Uma soluc¸a˜o dessa equac¸a˜o e´ a func¸a˜o y(x) = x2 ln x, o que se pode facilmente verificar
substituindo-se y(x), y ′(x) e y ′′(x) na equac¸a˜o diferencial.
Soluc¸a˜o de uma equac¸a˜o diferencial ordina´ria
Prof. Rubem A. Silva Equac¸o˜es diferenciais UNIDADE I: Mo´dulo de estudo 01 – 20 / 20
A partir daqui sera˜o apresentados me´todos sistema´ticos para a resoluc¸a˜o de equac¸o˜es
diferenciais lineares de diferentes ordens. Entretanto, no curso Ca´lculo Diferencial e
Integral I ja´ se estabeleceram as bases para a resoluc¸a˜o de equac¸o˜es diferenciais
ordina´rias da forma dy/dx = f (x). Em verdade, equac¸o˜es diferenciais desse tipo estavam
sendo resolvidas todas as vezes em que se calculavam integrais da forma∫
f (x)dx
Nestes casos, a equac¸a˜o diferencial dy/dx = f (x) e´ reescrita na forma dy = f (x)dx.
Integrando-se os dois membras desta ultima equac¸a˜o, com respeito a` varia´vel livre x,
obteˆm-se
y(x) =
∫
dy =
∫
f (x)dx = F(x) +C
em que C e´ uma constante arbitra´ria. A soluc¸a˜o y = F(x) +C representa, em verdade,
uma infinidade de soluc¸o˜es poss´ıveis da equac¸a˜o diferencial dada.
As te´cnicas de integrac¸a˜o conhecidas, tais como, substituic¸a˜o de varia´veis, expansa˜o em
frac¸o˜es parciais, integrac¸a˜o por partes, etc, sa˜o empregadas nesse processo de resoluc¸a˜o.
	dredMódulo de estudo nº 1
	dredApresentação da matéria
	dredApresentação da matéria
	dredApresentação da matéria
	dredIntrodução
	dredClassificação
	dredClassificação
	dredNotação
	dredNotação
	dredSistemas de equações diferenciais
	dredSistemas de equações diferenciais
	dredConceitos básicos
	dredConceitos básicos
	dredConceitos básicos
	dredCampos de direções
	dredCampos de direções
	dredCampos de direções
	dredSolução de uma equação diferencial ordinária
	dredSolução de uma equação diferencial ordinária

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