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TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA – part. 2 Domicílio: Art. 70 ao 78, CC. IN DUBIO PRO CONSUMIDORE. Art. 70, CC: “o domicilio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.” Ânimo definitivo: lugar para onde você volta (não precisa ser apenas um/trabalho também pode ser). Art. 76, CC: “têm domicilio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.” Incapaz, servidor público, militar marítimo e o preso. Art. 77, CC: ”o agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar ontem tem, no país, o seu domicilio, poderá ser demandado no D.F ou no ultimo ponto do território brasileiro onde o teve.” Domicilio D.F ou onde esteve por ultimo. Pessoa Jurídica: Pode ser de Direito público (interno ou externo) ou de Direito privado (art. 44, CC: ”são p.j de Direito privado: as associações, sociedades, fundações, organizações religiosas, partidos políticos e empresas individuais de responsabilidade limitada”). Atividade econômica - art. 170, CF: “a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: soberania nacional; propriedade privada; função social da propriedade; livre concorrência; defesa do consumidor; defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; redução das desigualdades regionais e sociais; busca do pleno emprego; tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. P.Ú. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.” Exemplo: a possibilidade de desconsideração da pessoa jurídica. Art. 50, CC: “em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do MP quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam entendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pj.” Direito fundamental a inclusão social. Noção de responsabilidade social. Pessoa Jurídica de Direito privado: Art. 44, CC: ”são p.j de Direito privado: as associações, sociedades, fundações, organizações religiosas, partidos políticos e empresas individuais de responsabilidade limitada” Associações: Liberdade associativa (art. 5º, XVII E XX, CF: “a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento” E “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado”.) Conceito: a associação se consubstancia na união de pessoa naturais, organizada para atender a fins não econômicos (literário, esportivos, acadêmicos) – Cristiano Chaves de Farias. Características: Podem ter ganho financeiro, mas sem finalidade lucrativa; igualdade de tratamento entre os associados, em regra. Ato constitutivo: estatuto social – arts. 53, CC, e seguintes requisitos. Exclusão do associado –art. 57, CC: “a exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.” Assembléia geral – art. 59, CC: “compete privativamente à assembléia geral: destituir os administradores E alterar o estatuto.” Dissolução da associação – arts. 56, CC: “a qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrario. P.Ú. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.” e 61, CC: “dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio liquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quota ou frações ideais referidas no p.ú. do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estatua, ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.” Sociedades - (caput 966: ”considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”): Conceito: as sociedades são pessoas jurídicas que visam o lucro com o objetivo de reparti-lo entre os sócios. Tipos: 1º simples: visam o lucro, porem seu objetivo na diz respeito a uma atividade de empresário (arts. 997 – 1038, CC). 2º empresariais: exercem atividade mercantil relacionada com atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços (arts. 996 – 982, CC). Traço distintivo: 1º: a complexidade estrutural da empresa e da atividade desenvolvida. 2º: a estrutura complexa e especializada determina a sociedade como empresaria. 3º: a sociedade será ou não empresaria conforme o grau de organização que apresente. 4º: as pessoas jurídicas prestadoras de serviços são consideradas como sociedades empresárias. Fundações – sem lucro/precisa de patrimônio: Conceito: trata-se de afetação patrimonial destinada a um fim especifico, e que se submetem a tratamento jurídico peculiar. Fica proibida a distribuição de lucros. Formas de criação: atos inter vivos (escritura pública) ou causa mortes (testamento) – art. 62, CC: “para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.” Finalidades: religiosa, moral, cultural ou assistencial, conforme o parágrafo único do art. 62, CC: “p.ú: a fundação somente poderá constituir-se para fins de: assistência social; cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção de desenvolvimento sustentável; pesquisa cientifica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; atividades religiosas.” – podendo assumir caráter público ou privado. Fases de criação: 1ª: da dotação ou da instituição. 2ª: da elaboração dos estatutos. 3ª: da aprovação dos estatutos pela autoridade competente. 4ª: do registro no cartório das pessoas jurídicas. Particularidade: atuação do M.P (fiscal da lei). Fundamentação legal: arts. 62 – 69, CC. Organizações religiosas e partidos políticos: sem fins lucrativos. Direitos de personalidade: Pessoa Jurídica: titular das relações jurídicas. Proteção aos atributos da personalidade. Art. 52, CC: “aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”. A súmula 227 do STJ discorre sobre a possibilidade de a pessoa jurídica sofrer dano moral. Proteção especial à imagem após o Código de Defesa do Consumidor. Desconsideração da pessoa jurídica (se comprova má-fé): Regra: blindagem patrimonial. Exceção: desconsideração (disregard theory). Conceito: trata-se de uma exceção à regra da vinculação da responsabilidade patrimonial dos bens do ente coletivo em favor de terceiros de boa-fé. Requisitos: desvio de finalidades almejadas; práticas ilícitas (indevidas); confusão patrimonial. Efeitos: o patrimônio pessoal dos sócios passa a responder pelos atos abusivos ou ilegais, ressaltando a boa-fé. Fundamentação legal: art.50, CC: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couberintervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.” Desconsideração inversa. Modificação da pessoa jurídica: Conceito: operação pela qual se altera o tipo de sociedade, passando, independentemente da extinção da personalidade anterior, para um novo modelo societário. Extinção da pessoa jurídica: Conceito: a pessoa jurídica existirá indeterminadamente, salvo se suas atividades estiverem submetidas a tempo ou condição quando será extinta a sua personalidade, no advento do tempo ou condição. Formas de extinção: pelo decurso do prazo; pela deliberação da unanimidade dos sócios; pela deliberação da maioria absoluta dos membros; pela perda da autorização para funcionar; quando atingida a sua finalidade; pela verificação da impossibilidade de sua continuação. Observação: o cancelamento do registro somente será promovido depois de encerrada a sua liquidação. Bens: Conceito: genericamente, é tudo aquilo que de algum modo, nos traz satisfação. “São aqueles suscetíveis de uma valoração jurídica, podendo servir como objeto de relações jurídicas.” Características: podem ser dotadas ou não economicamente; podem ter existência material ou não. Bens e coisas: divergência doutrinária. Bens e patrimônio - conceito: o patrimônio pode ser compreendido como o complexo das relações jurídicas apreciáveis economicamente, de uma determinada pessoa, podendo ter caráter corpóreo ou incorpóreo. Tutela do patrimônio: tem importância jurídica, pois tem conexão com a pessoa (titular das relações jurídicas). DOS BENS: Dos bens considerados em si mesmos: Corpóreos: existência material. Incorpóreos: não tem existência tangível. Móveis – arts. 82-84: são os bens suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou de sua destinação econômico-social. Imóveis – arts. 79-81: não podem ser transportados sem destruição de um lugar para o outro. Não podem ser removidos sem alteração de sua substância. Fungíveis e consumíveis – arts. 85 e 86: fungíveis podem substituir-se por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade. “São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.” (ex. maça) Infungíveis: tem um valor especial por sua qualidade individual, não podendo ser substituídos. Inconsumíveis: são aqueles que podem ser usados continuadamente, possibilitando que se retirem todas as suas utilidades sem atingir sua integridade. (ex. roupa) Divisíveis – arts. 87 e 88: “Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.” (dividir sem prejuízo) Indivisíveis: por determinação legal ou vontade das partes. Singulares e coletivos – arts. 89-91: “são singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.” (ex. uma maça) Coletivos ou universais – constituídos por várias coisas singulares que forma um todo único, com individualidade própria. (ex. várias maças) Dos bens reciprocamente considerados: Principais – arts. 92-97: “Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.” Acessórios – arts. 92-97: dependem do principal. Produtos (segue o principal, esgotável), rendimentos (gera rendimentos, segue o principal), benfeitorias - agregam ao bem (necessárias – indenizáveis; úteis – geralmente indenizáveis; voluptuárias - não precisam). Pertenças: agrega valor (cortina/janela). Bem que se acresce como acessório à coisa principal; bens “ajudantes” empregados na exploração econômica e industrial de um imóvel, no seu aformoseamento ou na sua comodidade; ex. ar condicionado; imóveis por acessão intelectual. Partes integrantes: acessórios unidos ao principal que forma com ele um todo, embora mantenham sua identidade individual. Ex. motor de um carro. Dos bens considerados em relação ao titular do domínio: Públicos – arts. 98-103: uso comum do povo, especial ou dominicais. “Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar; os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei; os bens públicos não estão sujeitos a usucapião; o uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.” Privados – arts. 98-103: Titular pessoa física ou jurídica de direito privado. Alienáveis: disponíveis no comércio, podem passar gratuita ou onerosamente ao patrimônio de outra pessoa. Ex. ar/cláusulas. Inalienáveis: não podem ser transferidos de um acervo patrimonial ao outro (por natureza, ex. o ar; legalmente, ex. bens públicos; vontade humana, ex. doador que proíbe o donatário de vender o bem).
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