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Monografia Maria de Nazaré da Cruz Fernandes

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO CIÊNCIAS E LETRAS DO SERTÃO CENTRAL
FECLESC
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CIÊNCIAS E LETRAS
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
 
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO E A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Maria de Nazaré da Cruz Fernandes
QUIXADÁ – CEARÁ
2010
Maria de Nazaré da Cruz Fernandes
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO E A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Monografia apresentada ao curso de licenciatura plena em pedagogia da Universidade Estadual do Ceará, FECLESC, como requisito parcial à obtenção do título de graduado. 
Orientadora: Profª. Dra. Joana Adelaide Cabral Moreira
QUIXADÁ- CE
2010
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO CIÊNCIAS E LETRAS DO SERTÃO CENTRAL - FECLESC
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CIÊNCIAS E LETRAS
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO E A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
AUTOR: Maria de Nazaré da Cruz Fernandes
 __________________________________________________
Maria de Nazaré da Cruz Fernandes
 __________________________________________________
PROFª. Dra. Joana Adelaide Cabral Moreira
ORIENTADORA
 __________________________________________________
PROFª. MS. Margarete Xavier
COORDENADORA DO CURSO
DEDICATÓRIA
A Deus pelo seu grandioso amor, que me iluminou durante todo o período deste curso, dando-me sabedoria e ajudando-me a enfrentar as dificuldades encontradas.
Ao meu maravilhoso esposo Veridiano Saraiva que esteve comigo durante todos os momentos dando-me força e coragem para prosseguir com este sonho. Com certeza você é muito especial e sem o seu apoio tudo seria mais difícil. 
Aos meus pais Edilson e Maria do Socorro que me proporcionaram sempre uma boa educação e me apoiaram muito durante esses quatro anos de estudo.
AGRADECIMENTOS
A Deus,
Que me amparou nos momentos de angústias e me deu a graça de realizar este sonho.
A todos de minha família: irmãos, sobrinhos, avós;
Que torceram por mim e acreditam em meu sucesso.
 
Em especial os meus pais,
Que me apoiaram desde o início e me ajudaram nesta tão sonhada conquista. 
Ao meu esposo Veridiano Saraiva,
Que sempre me ajudou suportando a minha ausência e esteve sempre ao meu lado me apoiando e me incentivando. Obrigado pelo seu carinho!
E, com muito carinho à minha orientadora Joana Adelaide,
Que com dedicação me deu subsídios para o término deste trabalho. 
"Interagindo com pares e parceiros de brincadeiras, participando em grupos organizados de brinquedos e freqüentando escolas maternais, crianças produzem conjuntamente a cultura de pares. Tais experiências permitem a gradual transformação do conhecimento infantil e de suas habilidades". 
KISHIMOTO, 2003
RESUMO
O presente estudo de fontes bibliográficas consiste em uma pesquisa baseada na visão de alguns autores como: Kramer (1995), Vygotsky (1998), Friedmann (2002), Bossa (2007), Scoz (1992), Fernàndez (2001) e outros que abordam a importância do lúdico no desenvolvimento infantil e no processo de ensino aprendizagem de crianças da Educação Infantil numa perspectiva psicopedagógica. O objetivo desta pesquisa foi analisar, o desenvolvimento infantil a partir das atividades lúdicas como: brinquedo, jogo e brincadeira e sua importância e utilização em sala de aula e no diagnóstico e intervenção psicopedagógica. No primeiro capítulo apresenta-se uma breve retrospectiva da trajetória da educação infantil desde a Idade Média até os dias atuais; em seguida é feita uma abordagem sobre a influência do lúdico no desenvolvimento da criança pequena. O terceiro capítulo trata de uma análise sobre a relação do brincar e do aprender na escola, pois constata-se que o brincar é essencial para a prática docente junto a crianças é imprescindível para a aprendizagem das mesmas. Ao analisar a escola pesquisada buscou-se verificar se no seu cotidiano havia situações de utilização pedagógica de atividades lúdicas, se no planejamento das atividades didáticas estas estavam presentes como ferramenta pedagógica, como também se facilitavam a aprendizagem das crianças. Procurou-se captar também, a compreensão das professoras acerca do brincar na educação infantil. Os dados coletados possibilitaram traçar um percurso do lúdico no Centro de Educação Infantil de Quixadá e no fazer pedagógico das professoras que, atuavam nos distintos segmentos com a respectiva faixa etária. É importante ressaltar que as atividades lúdicas propiciam à criança seu pleno desenvolvimento cognitivo e os meios para superar as dificuldades por elas encontradas na escola. 
PALAVRAS CHAVES: lúdico – criança – desenvolvimento/aprendizagem.
SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO..........................................................................................................
	9
	
	
	CAPÍTULO I: A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL..............................
	12
	1.1 Processo histórico da educação infantil..........................................................................
	12
	
	
	CAPÍTULO II: A INFLUÊNCIA DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL...........................................................................................................................
	
17
	2.1 O lúdico na perspectiva de Piaget e Vygotsky...............................................................
	17
	2.2 O lúdico na aprendizagem da criança............................................................................
	22
	
	
	CAPÍTULO III: O LÚDICO E O APRENDER NA ESCOLA......................................
	29
	3.1 O brincar na prática escolar docente.............................................................................
	29
	3.2 A relação criança, brinquedo e jogo..............................................................................
	31
	3.3 Metodologia..............................................................................................................
	33
	
	
	CAPÍTULO IV: ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS.........................................
	38
	
	
	CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................
	41
	
	
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................
	44
	
	
	ANEXOS
	
INTRODUÇÃO
O ser humano, em suas diferentes fases de desenvolvimento, está sempre construindo conhecimentos, tentando se organizar. Em cada etapa há relações com esses tipos de construções realizadas e destas vivências despontam modos e atuação que são necessárias à vida cidadã. 
Neste sentido, o ser humano passa por diferentes etapas nesta construção, desde o bater das mãos até elaborar pensamentos com complexas estruturas cognitivas e psíquicas. Sabe-se que de acordo com o sócio-interacionismo, o desenvolvimento humano é caracterizado pela interação com o meio que o cerca. 
Conforme apontado por teóricos que discutem sobre desenvolvimento infantil, dentre eles Vygotsky, em seu crescimento e desenvolvimento a criança vai experimentando novos desafios que constantemente lhe aparecem, através de formas simples de movimentar-se como agarrar, pular, rolar, e conforme surge os aspectos, afetivos e motores, sempre a criança irá se desenvolver elaborando complexas relações para compreender o mundo.
Desse modo, o processo de aprendizagem na criança sem o lúdico fica enfadonho, pois o brincar é necessário nessa construção, uma vez que estimula apartir do jogo e da situação imaginária, o conhecimento do corpo, o cumprimento de regras e a apropriação de conceitos espontâneos ou cotidianos que constituem os conceitos científicos presentes na lógica cientifica e escolar. Vygotsky (1998) destaca o papel do brinquedo na vida da criança, porque através do ato de brincar ela cria uma zona de desenvolvimento proximal. Ainda segundo o autor, o brincar é essencial para o desenvolvimento humano e se dá, sobretudo, pela interação social.
Dessa forma, o interesse pela pesquisa sobre este tema surgiu a partir de indagações acerca de como as atividades lúdicas influenciam no desenvolvimento-aprendizagem da criança de educação infantil, como também, para verificar qual o seu potencial nesse processo e como o educador, em sua prática, desenvolve esse recurso riquíssimo nas suas aulas, bem como a construção de saberes e mediação entre pares.
Como educadora tive a necessidade e curiosidade em pesquisar sobre este tema, pela experiência adquirida no trabalho com crianças pequenas e senti que precisava compreender a relação criança / lúdico, / a aprendizagem e prática docente. Muitas vezes senti dificuldades em trabalhar com o lúdico no dia-a-dia, pois queria contribuir para o pleno desenvolvimento infantil, compreendendo as fases de desenvolvimento da criança, pois sabia que naquele momento eu era mediadora no processo e precisava, de fato, possibilitar às crianças o pleno desenvolvimento de suas capacidades motora e cognitiva. Para mim compreender este processo de desenvolvimento infantil não foi tão simples, pois foi necessária uma boa formação profissional e principalmente dedicação a temas que se relacionem com o desenvolvimento/aprendizagem da criança, neste caso o lúdico. 
Portanto, esta pesquisa situa-se neste campo de discussões, tendo como problema a investigação acerca de como o ato de brincar e o brinquedo influenciam no desenvolvimento (físico e cognitivo) da criança e o papel da escola e do educador enquanto mediadores dessa relação entre o lúdico e a infância. O objetivo geral deste trabalho consistiu em: analisar o lúdico e sua influência na educação infantil, refletindo as diversas possibilidades e dimensões dos brinquedos e brincadeiras no processo de desenvolvimento infantil, enfatizando a necessidade do uso adequado do lúdico na escola, pois esse se caracteriza como um recurso pedagógico muito valioso que proporciona a interação com o ambiente, sendo considerado como meio de expressão e aprendizado.
Como objetivos específicos busquei: compreender o processo histórico da educação infantil brasileira e as leis que a rege observando o "lugar" do lúdico na infância. Analisar a relação do ato de brincar e os brinquedos no desenvolvimento da criança. Refletir sobre seus aspectos da cultura popular e da cultura massificada e suas implicações educativas. 
Nessa perspectiva a metodologia empregada centrou-se na pesquisa bibliográfica que nos possibilitou compreender sobre a temática em questão e por meio desta obter uma delimitação clara e objetiva sobre o papel do lúdico no desenvolvimento e aprendizagem infantil, a partir de argumentações e posicionamentos dos autores que discutem sobre este tema. Para a realização deste trabalho foram essenciais as idéias de alguns autores como: Friedmann, Benjamin, Kishimoto, Brougère e principalmente as teorias de Vygotsky e Piaget sobre o desenvolvimento humano, dentre outros.
Este trabalho está esquematizado em três capítulos que abordam sobre os respectivos temas. O primeiro capítulo discute a trajetória da Educação Infantil e o lúdico e os avanços verificados nesse processo histórico; enfatizando-se a importância do lúdico na educação infantil, foram realizadas algumas reflexões desde a Idade Media até os nossos dias explorando como a educação infantil, a criança e o lúdico se destacaram ao longo do tempo.
O segundo capítulo aborda sobre a influência do lúdico na educação infantil baseado nas teorias de Vygotsky e Piaget sobre o desenvolvimento e aprendizagem da criança.Também reflete o valor que as atividades lúdicas têm para a criança em seu convívio escolar e a relação criança e brinquedo industrializado e suas implicações nesse processo de desenvolvimento infantil.
O terceiro capítulo explora o brincar e o aprender na escola, refletindo o papel da escola e do educador enquanto mediadores desse processo lúdico, reconhecendo o mesmo como uma ferramenta essencial para cultivar a espontaneidade de cada criança, proporcionando a elas um bom aprendizado. Trás também contribuições de outros autores que exploram sobre a relação brinquedo, brincadeira e jogo no processo de construção das capacidades infantis.
CAPÍTULO I 
A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL E O LÚDICO
1.1 O Processo de Desenvolvimento da Educação Infantil
Na Idade Média segundo Ariés (1981) as crianças eram tratadas como adultos em miniatura, executavam os mesmos trabalhos dos adultos, seus trajes eram típicos destes e não tinham nenhuma possibilidade de viver como crianças. Adultos e crianças participavam das mesmas atividades, havendo um aprendizado mútuo, não havia nenhuma preocupação em diferenciá-los, pois era comum observar as crianças participando dos jogos, brincadeiras e festas com os adultos. Desde muito cedo a criança rica ou pobre era levada às casas de outras pessoas para lá aprenderem algumas atividades domésticas.
A construção do sentimento de infância teve origem no século XIII, pois apesar de sempre ter existido crianças compreendidas como seres biológicos, nem sempre houve infância, essa categoria social passou a ser inventada pela modernidade. O autor relata ainda que nesta época a noção de infância era algo sem muito valor, pois a passagem da criança pela família era insignificante e se dava de maneira superficial.
Em meados do século XVII, após muitas pesquisas e esforços para mudar essa realidade, a criança deixa de ser tratada como um adulto em miniatura e passa a ser respeitada como criança, e suas famílias tendem a ter uma maior afeição procurando se aproximar mais de seus filhos. Somente a partir daí a infância passou a ser considerada a essência da criança e foi representada pelos brinquedos, brincadeiras e jogos; esse momento passaria a ser o período de desenvolvimento do lúdico e da criatividade, ou seja, a criança deixava de executar tarefas de adultos e passava a explorar o lúdico através de movimentos corporais, gestos, cantos, jogos e brincadeiras.
Em fins do século XVII surgem duas atitudes contraditórias no que se refere à concepção de criança. De um lado estavam os que a consideravam ingênua e inocente transformando as atitudes sociais em "paparicar", a qual faz com que a criança seja como um objeto de divertimento para os adultos e que necessita de "mimos". De outro, os que optam por concebê-la como imperfeita e incompleta traduzida pela necessidade dos adultos moralizarem e instruir as crianças (cf. ARIÉS, 1981). 
No final da Idade Moderna com a chegada da Revolução Industrial, acontecem profundas mudanças sociais e intelectuais. As crianças passam a ser vistas de forma diferente, ou seja, a criança nobre é tratada com prestígio e cuidado tinha-se amor e piedade, lamentava-se a morte dela guardando retratos para torná-la imortal, enquanto a criança pobre não recebia esse tratamento. Perceberam também que a criança precisava ser cuidada, escolarizada e preparada para uma atuação futura, e somente um pequeno grupo de meninos freqüentava as escolas que eram dirigidas pela igreja, já as meninas só puderam freqüentar as escolas em meados do século XVIII.
Nessa mesma época, segundo Ghiraldelli (2000), as mulheres tinham a necessidade de ingressarem no mercado de trabalho e as crianças com pouca idade eram obrigadas a acompanhá-las em suas jornadas. Neste momento as mulheres deixavam seus lares por um período e passavam a cumprir um outro trabalho que não fosse os cuidados com a família e sua casa. Surge então a luta pela criaçãode locais onde as crianças deveriam permanecer enquanto as mães estavam trabalhando, até então, esses lugares não tinham vínculo com a educação, eram lugares que tinham caráter de guarda e assistência. 
Somente na Idade contemporânea, mas precisamente no século XX, na década de 1930 o Estado assumiu o papel de buscar apoio em instituições privadas, que estariam colaborando com a proteção à infância. Nesse período, surge a preocupação com a educação física e higiene das crianças como fator de desenvolvimento das mesmas, tendo como principal objetivo o combate à mortalidade infantil. Muitos órgãos relacionados à criança foram criados como, por exemplo, alguns setores relacionados à saúde, sobrevivência, instrução e até o setor direcionado à educação. Esses cuidados em instituições coletivas estavam relacionados ao direito da mulher trabalhadora e não era um direito da criança ainda (cf. KRAMER, 1995).
Tanto na Europa quanto nos Estados Unidos e no Brasil o funcionamento das creches iniciou-se pela necessidade das mães terem acesso ao trabalho nas indústrias. No caso brasileiro as creches foram instaladas para atender tanto as mulheres que trabalhavam nas indústrias como aquelas outras que executavam o serviço de empregadas domésticas. Com a regulamentação do trabalho feminino no século XX passou a ser obrigatório o oferecimento de creches. Logo em seguida cria-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 4.024 de 20 de dezembro de 1961 que determina o seguinte:
Art. 23 – A educação pré-primária destina-se aos menores de sete anos e será ministrada em escolas maternais e jardins-de-infância.
Art. 24 – As empresas que tenham a seu serviço mães de menores de sete anos serão estimuladas a organizar e manter, por iniciativa própria, ou em cooperação com os poderes públicos, instituições de educação pré-primária.
De acordo com Sousa (1996), acontece em 1981 o desmembramento da Educação Infantil, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) cria o Programa Nacional de Educação Pré-Escolar que passa a priorizar crianças de quatro a seis anos afirmando que as crianças nesta idade se aproximam da fase da escolarização. As crianças de zero a três anos passam a receber um atendimento de caráter assistencialista, que consiste na oferta de alimentação, higiene e segurança física.
Com base nesta realidade, em alguns lugares do país como no Estado de São Paulo, as empresas que tinham funcionários com filhos em idade escolar teriam que instalar um lugar próprio para prestar cuidados as crianças destes operários, preferencialmente junto à empresa. Com os serviços de cuidados, higiene e alimentação defendidos na Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988, ao afirmar nos direitos dos trabalhadores (Art.7º, XXV) e nos direitos da criança (Art. 208, IV) o direito a educação em creches e pré-escolas, que deve ser oferecida pelos municípios. A Lei afirma que:
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXV – Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas:
Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
IV – Atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
Vale ressaltar que a intenção dos que defendiam o funcionamento destas Escolas Maternais não era encontrar uma pessoa que substituísse as mães, que estavam ausentes, mas sim proporcionar a segurança e educação que, naquele momento, as mães não poderiam oferecer. 
Ao se discutir sobre dois tipos de Educação Infantil: a pública e a privada, é importante esclarecer que ambas existiam em nossa sociedade e que foram se destacando ao longo do tempo, visto que, existe uma divisão sócio-econômica, através da qual há uma Educação Infantil gratuita voltada para os pobres que estão centradas no sentido de que as crianças têm diversas deficiências a serem sanadas como saúde, nutrição e educação. Estas crianças são carentes e necessitam de um cuidado específico, os quais precisam ser compensados pela escola, a fim de que, no futuro, as crianças possam ter alguma instrução e, assim, quando adultos,desempenhar o seu papel na sociedade: o de trabalhador.
Por outro lado, existe a Educação Infantil particular, que se destina a quem pode pagar. Esta oferece um atendimento diferenciado com amplas salas para a realização das atividades, um espaço próprio para as recreações, parte dos profissionais são qualificados, enfim recebem tratamento especial. Em meados do século XX essas instituições foram criadas com o propósito das mães executarem atividades fora de casa. Elas tinham, em sua essência, uma concepção de educação infantil preparatória para o Ensino Fundamental com afirma a autora:
Assumindo as crianças como indivíduos que pertencem a grupos sociais, entendemos que a pré-escola que lhes oferecemos deve necessariamente contribuir para a sua inserção crítica e criativa na sociedade. Para tanto é essencial que possam adquirir os conhecimentos exigidos no 1º grau de forma dinâmica e viva, participando desse processo que, afinal é o processo de construção de sua cidadania (KRAMER, 1999, p.37).
Dessa maneira, é preciso estar atentos aos cuidados que devem existir com as crianças da educação infantil, pública, pois ainda são encontradas salas superlotadas, espaços inadequados para recreação, um número insuficiente de pessoas atendendo as crianças, e outros aspectos importantes para suprir certas necessidades inerentes a esta clientela.
Entre 1979 a 1989, houve um crescimento de matrículas alarmante; principalmente nas instituições municipais e estaduais de Educação Infantil as matrículas passaram de 1.198.104 para 3.530.000, segundo Leite Filho (2005).
Na década de 1990, houve a aprovação de uma nova lei na qual se reforçava ainda mais a garantia do ensino para as crianças pequenas, definindo este ensino como a primeira etapa da Educação Básica, na qual a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 de 20 de dezembro firma o seguinte:
Art. 29 – A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Art. 30 – A educação infantil será oferecida em:
I – creches, ou em entidades equivalentes, para crianças de até três de idade;
II – pré-escola, para as crianças de quatro a seis anos de idade;
Art. 31 – Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. 
Segundo Kramer (1999) as fortes transformações econômicas ocorridas na sociedade fazem com que a criança rapidamente seja inserida na escola, por essa razão, muitos espaços educacionais foram criados para atender as crianças na sociedade moderna, isso fez com que as instituições assumissem responsabilidades que cabiam aos pais.
E válido acrescentar a importância da parceria da escola na formação das crianças, pois é na infância que estas irão firmar os seus valores e formar sua personalidade. Kramer considera a escola a grande responsável na formação e desenvolvimento da criança sendo necessário que a família dê sua parcela de contribuição na educação de seus filhos, garantindo, através dos valores, a formação de sua identidade pessoal e social. A participação da família junto à escola é de grande importância, e cabe às partes determinarem o seu papel perante as crianças, para que não haja conflitos que venham prejudicar as decisões que vêm da família e da escola. 
O que se percebe, no entanto, são algumas crianças desmotivadas com a escola, sem interesse em participar de algumas atividades. O distanciamento que existe entre a criança e a família, a criança e o professor, só reforçam esse desinteressee essa falta de estímulo.
A autora alerta para questões em que escola tende a colocar as responsabilidades para os pais por estes não saberem educar seus filhos, ensinando o respeito que devem ter fora de casa, já os pais repassam a responsabilidade à escola que seria o lugar em que as crianças deveriam aprender a conviver socialmente. Entretanto, ambas devem cumprir seu papel coletivamente, em parceria, para que as crianças não sejam prejudicadas e possam ter um melhor desempenho educacional e crescimento pessoal.
CAPÍTULO II 
A INFLUÊNCIA DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
2.1 O Lúdico na Perspectiva de Piaget e Vygotsky 
PIAGET
Jean Piaget nasceu no dia 9 de agosto de 1896, em Neuchântel, na Suíça. Piaget foi um renomado psicólogo e filósofo, conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Enquanto prosseguia com suas pesquisas e publicações de trabalhos, Piaget lecionou em diversas universidades européias. Registros revelam que ele foi o único suíço a ser convidado para lecionar na Universidade de Sorbonne (Paris, França), onde permaneceu de 1952 a 1963. Até a data de seu falecimento fundou e dirigiu o Centro Internacional para Epistemologia Genética. Ao longo de sua brilhante carreira Piaget escreveu mais de 75 livros e centenas de trabalhos científicos. (ARANHA, 2002, p. 184)
Piaget desenvolveu diversos campos de estudos científicos: a psicologia do desenvolvimento, a teoria cognitiva e o que veio a ser chamado de epistemologia genética.
A essência de seu trabalho ensina que ao observarmos como que a inteligência se desenvolve nas crianças, podemos entender melhor a natureza do conhecimento humano. Suas pesquisas sobre a psicologia do desenvolvimento e a epistemologia genética tinham o objetivo de compreender como o conhecimento evolui, ou seja, como é que os homens, sozinhos ou em conjunto, constroem conhecimento. Piaget formulou a teoria de que o conhecimento evolui progressivamente por meio de estruturas de raciocínio conhecidas como estágios. Isto significa que a forma de pensar das crianças é completamente diferente dos adultos. A inteligência infantil não evolui por acúmulos de informações, mas sim por reorganização das estruturas cognitivas.
Segundo o teórico o desenvolvimento cognitivo da criança passa por três estágios são eles:
Período sensório-motor (0 a 2 anos)
É denominado assim porque é nele que a criança experimenta situações e começa a realizar a construção do conhecimento, associando sensações às respostas motoras para resolver seus problemas, que são essencialmente práticos como, por exemplo, bater numa caixa, pegar um objeto ou jogar uma bola.
Nesse período mesmo que a criança tenha conduta inteligente, ela ainda não possui o pensamento elaborado. Isto porque, nessa idade, a criança está presa ao momento presente.
A criança conhece o mundo de acordo com suas ações, porém só vai adquirir a noção de existência e de tudo que a rodeia à medida que for vivenciando, o que se faz importante para suas aquisições psicomotoras, noções de temporalidade, causa e efeito. Aqui a criança brinca sozinha, sem utilização da noção de regras.
Período pré-operatório (2 a 6-7 anos)
É marcado pelo aparecimento da linguagem oral por volta dos dois anos. Neste período a criança começa a pensar sobre suas ações e expressando seus pensamentos por meio da fala, sem estar experimentando naquele momento, tal fato ocorre devido ao esquema de ações interiores classificado por Piaget de esquemas representativos ou simbólicos. As crianças adquirem a noção da existência de regras e começam a jogar com as outras crianças, faz muitas perguntas, utiliza jogos de faz-de-conta e demonstra ser egocêntrica, centrada em si mesma.
As ações neste período, embora internalizados, não são reversíveis uma vez que a criança ainda não é capaz de perceber que é possível retornar, mentalmente, ao ponto de partida, faltando-lhe a reversibilidade. É por isso que este período recebe o nome de pré-operatório.
Período operatório-concreto (7 à 12 anos)
Nesta fase a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, etc. Já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração.
No período entre 7-8 anos aproximadamente a criança começa a dominar as operações responsáveis pelos esquemas de espaço, volume, números entre outros. Nessa fase, a criança começa a pensar inteligentemente, com mais objetividade e tendo consciência de suas ações, diferenciando o certo do errado.
A partir dos 12 anos a representação permite a abstração total. A criança não se limita mais a representação única nem somente as relações previamente existente, mas é capaz de refletir em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções e não apenas pela observação da realidade. Nesta fase a criança atinge seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptos a aplicar o raciocínio lógico.
Porém deve-se ressaltar que as faixas etárias previstas para cada etapa não são rigidamente fixados, pois cada criança tem seu ritmo próprio de desenvolvimento e características pessoais que as diferenciam das demais. Embora os estágios de desenvolvimento, pelos quais toda criança passa sejam semelhantes.
Foi através da definição dos estágios de desenvolvimento infantil que Piaget classificou os jogos. Cada um correspondendo a um tipo de estrutura mental. São eles: os jogos de exercício que ocorrem no sensório-motor, estes exercícios consistem em repetição de gestos e movimentos simples como agitar os braços, sacudir objetos, emitir sons, caminhar, pular, correr e etc. Nos jogos simbólicos, do estágio seguinte, as atividades lúdicas consistem em satisfazer o eu por meio de uma transformação do real em função dos desejos são também conhecidos, como jogos de faz de conta. Através dos jogos de regras, a criança, na fase operatória, assimila a realidade, pois em um jogo de regras quem as desobedece será punido.
Para Piaget (1973), tanto as brincadeiras como o jogo são essenciais para o processo de aprendizagem. Por isso, sendo importante utilização do lúdico na escola.
Concretizando assim que essas atividades são indispensáveis a prática educativa, pois contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. É em relação ao que foi dito, Piaget explica. 
 
O jogo é, portanto, sob suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real á atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente a fim de que jogando, elas cheguem na assimilar às realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores a inteligência infantil. (PIAGET, 1973, p.160). 
Dessa forma, o autor comenta que ao lançar uma atividade desconhecida seja um jogo ou uma brincadeira, o aluno entrará em conflito. No entanto, logo ao tomar conhecimento e compreender melhor as idéias, este estará assimilando e adaptando o novo conhecimento.
O jogo é uma atividade lúdica que tem valor educacional. A utilização do mesmo no ambiente escolar traz muitas vantagens para o processo de ensino aprendizagem, o jogo é um impulso natural da criança funcionando assim como um grande motivador, a criança através do jogo obtém prazer e realiza um esforço espontâneo e voluntário para atingir o objetivo; o jogo estimula o exercício mental, estimula o pensamento, a ordenação de tempo e espaço; engloba várias dimensões de personalidade, afetiva, social, motora e cognitiva.
VYGOTSKY
Lev Semenovich Vygotsky (1896 – 1934) nasceu na Rússia czarista. E junto com seus colaboradores desenvolveu uma teoria, produziu volumosas obras escritas além de ter aplicado suas teorias em múltiplas atividades. (ARANHA. 2002, p.186)
O lúdico tem sua origem na palavra latina"ludus" que quer dizer "jogos" e "brincar". E neste brincar estão incluídos os jogos, brincadeiras e brinquedos, isto oportuniza a aprendizagem do indivíduo.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. As interações com o lúdico facilitam à aprendizagem e o desenvolvimento pessoal, social e cultural. Além de concorrer para a saúde mental e física.
Na perspectiva de Vygotsky, a criança, inserida no social é produto de um contexto cultural. Isto facilita a exploração da imaginação, a memória e o registro de suas experiências.
Vygotsky (1989, p.109), afirma que é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. È no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não por incentivos fornecidos por objetos externos.
Vygotsky apóia-se na idéia de interação entre o homem e o meio ambiente e essa interação acarreta mudanças sobre o indivíduo, pois quando o homem modifica o ambiente através de seus comportamentos, essas modificações irão influenciar suas atitudes futuras.
Tinha muita curiosidade pela natureza social do ser humano, pois desde o berço vivemos rodeados por um ambiente cultural, assim defendeu que o próprio desenvolvimento da inteligência é produto dessa interação.
Porém as informações que o indivíduo recebe não são assimilados diretamente do meio, são sempre intermediadas, explícitas ou implicitamente, pelas pessoas que rodeiam a criança e tais informações sempre vem carregadas de significados sociais e históricos correspondente ao meio em que o indivíduo está inserido.
Isso não significa que o indivíduo apenas reproduz igualmente o que é ensinado. As informações adquiridas são reelaboradas numa espécie de linguagem interna e será isso que caracterizará o individualismo.
Assim para Vygotsky apesar de importante, a atividade espontânea e individual da criança não é suficiente para a apropriação dos conhecimentos acumulados pela humanidade. Portanto deverá ser levando em consideração a importância da intervenção do educador, que é entendido como o mediador do processo, atuando na zona de desenvolvimento proximal do aluno, provocando avanços que não ocorrerão espontaneamente.
Segundo ele, a criança usa as interações sociais como forma primordial de acesso as informações: aprender a regra do jogo, por exemplo, através das outras crianças e não como o resultado de um processo individual da solução de problemas. Desta maneira, aprende a regular seu comportamento pelas regras, quer elas pareçam agradáveis ou não.
Vygotsky descreve momentos significativos pelos quais as crianças passam a partir das relações com o outro e com o objeto de aprendizagem. Como pode-se observar, a teoria da zona de desenvolvimento é demonstrada da seguinte forma:
Zona de desenvolvimento real
É determinado por aquilo que a criança é capaz de fazer sozinha porque já tem um conhecimento consolidado.
Zona de desenvolvimento proximal ou potencial
É determinado por aquilo que a criança ainda não domina, mas é capaz de realizar com o auxílio de alguém mais experiente.
Aquilo que a criança hoje faz com ajuda de um adulto ou de outra criança mais experiente amanhã poderá estar fazendo sozinha. Vygotsky explica:
"a distância entre o nível de desenvolvimento, determinada pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado mediante a resolução de um problema com a orientação de um adulto ou em colaboração com outro companheiro mais capaz." VYGOTSKY (1979, p.133)
Portando as brincadeiras que são oferecidas a criança deve estar de acordo com a zona de desenvolvimento em que ela se encontra, desta forma, pode-se perceber a importância do professor conhecer a teoria de Vygotsky.
No processo da educação infantil o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento.
Vygotsky em seus estudos enfatiza a importância da brincadeira como possibilitadora de aprendizagem e desenvolvimento. Faz-se necessário ressaltar que Vygotsky faz referências a diversos tipos de brincadeiras, porém discute o papel do brinquedo referindo-se especificamente ao jogo de papéis ou a brincadeira de faz de conta, como brincar de casinha, brincar de escolinha, brincar com o cabo de vassoura como se fosse um cavalo, pois numa situação imaginária como a que ocorre na brincadeira de faz de conta, a criança é levada a agir num mundo imaginário, onde a situação é definida pelo significado estabelecido pela brincadeira e não pelos elementos reais concretamente presente. Pode-se perceber que a brincadeira de faz de conta estudada por Vygotsky corresponde ao jogo simbólico descrito pó Piaget.
Uma vez que a criança brinca e desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perde esta habilidade. É com a formação de conceitos que se dá a verdadeira aprendizagem e é no brincar que está um dos maiores espaços para a formação de conceito.
2.2 O lúdico na aprendizagem da criança
O lúdico é um rico instrumento de desenvolvimento da criança, ela precisa brincar para evoluir cognitivamente. Segundo Piaget (1989), a maneira da criança assimilar (transformar o meio para que este se adapte as suas necessidades) e de acomodar (mudar a si mesmo para adaptar-se ao meio) deverá ser através do lúdico.
Vygotsky (apud REGO, 1995), foi um dos autores mais importantes da psicologia histórico-cultural, partiu do princípio que o sujeito se constitui através das relações com os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que são mediadas por ferramentas técnicas e semióticas. Nesta perspectiva, o lúdico infantil assume uma posição de destaque para a análise do processo de constituição do sujeito, o autor apresenta o brincar como uma atividade em que tantos os significados social e historicamente produzidos são construídos, quanto novos significados podem surgir. 
Vygotsky (1998) destaca ainda que em situações de brincadeira, os jogos são condutas que imitam ações reais e não apenas ações e objetos. O ato lúdico, para ele, começa aproximadamente entre os dois ou três anos de vida da criança através das relações sociais, pois através de jogos de papéis a criança cria uma situação imaginária incorporando elementos do contexto cultural adquirido por meio da interação e da comunicação. Este autor identifica dois elementos importantes na brincadeira infantil: a situação imaginária e as regras, através dos quais a criança, por meio da atividade livre, desenvolve a iniciativa, expressa seus desejos e internaliza as regras sociais. Na medida em que o brincar se desenvolve com um propósito consciente é que existe a verdadeira ação simbólica, pois nesse caso, os conceitos já estão formados e as brincadeiras e os jogos simbolizam essa ação.
Na percepção que Vygotsky tem do ser humano, portanto, a inserção do indivíduo num determinado ambiente cultural é parte essencial de sua própria constituição enquanto pessoa. É impossível pensar o ser humano privado de contato com um grupo cultural que lhe fornecerá os instrumentos e signos que possibilitarão o desenvolvimento das atividades psicológicas mediadas. O desenvolvimento da espécie humana e do indivíduo está baseado no aprendizado que, para Vygotsky, sempre envolve a interferência, direta ou indireta, de outros indivíduos e a reconstrução pessoal da experiência e dos significados (cf. REGO, 1995). Através das brincadeiras a criança não está sujeita a aprender apenas simples conteúdos, mas sim atividades lúdicas que possibilitem o processo de internalização de normas e valores no meio em que está inserido. O importante a ressaltar aqui é que essas atividades não podem ser consideradas como prontas e acabadas e que a mesma seja concebida como um processo ativo e continuado na escola, devendo ser analisado e utilizadode acordo com as necessidades e realidades das crianças que ali atuam.
Ao discutir sobre o brincar no processo de desenvolvimento infantil, precisamos primeiramente analisar o significado desses termos brinquedo, jogo e brincadeira. Assim, segundo Santin (1994), define:
Brinquedo: objeto que serve para a criança brincar quer seja ele industrializado, manufaturado pelos adultos ou, ainda, qualquer objeto entregue a ela para a atividade de brincar. 
Jogo: atividade física ou mental organizada por um sistema de regras que definem a perda ou ganho e que serve para a criança brincar.
Brincadeira: o ato ou efeito de brincar, entreter-se, distrair-se com um brinquedo ou jogo (p.18).
Kishimoto (2000) refere-se ao brinquedo como objeto, suporte da brincadeira que tem relação íntima com a criança, seu nível de desenvolvimento e indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organize sua utilização. A autora ressalta que: 
O brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens que evocam aspectos da realidade. Ao contrário, jogos como xadrez, construção, de modo implícito ou explícito, o desempenho de habilidades definidas pela estrutura do próprio objeto e suas regras (p.32). 
Para Vygotsky (1984), o brinquedo é importante para o desenvolvimento infantil porque ele "[...] ensina a criança a agir numa esfera cognitiva" (p.110), uma vez que suas ações são reguladas pela percepção, havendo um predomínio do objeto e da ação sobre o significado. Ainda argumenta que o brinquedo não pode ser definido somente como atividade que dá prazer à criança, pois algumas vezes envolve desprazer. Mas também reconhece que a brincadeira preenche necessidades da criança não podendo ser definida apenas como uma atividade simbólica, meramente intelectual, pois segundo ele a criança pequena busca a satisfação imediata de seus desejos, não os esquece com facilidade, por isso, constrói e envolve-se em situações imaginárias onde possa satisfazê-los. 
As atividades lúdicas preparam a criança para o desempenho de papéis sociais, para a compreensão do funcionamento do mundo, para demonstrar e vivenciar emoções. Quanto mais a criança brinca, mais ela se desenvolve sob os mais variados aspectos, desde os afetivo-emocionais, motor, cognitivo, até o corporal. É através da brincadeira que a criança vive e reconhece a sua realidade. Para Vygotsky (1998 apud WAJSKOP, 1995):
A brincadeira infantil é entendida como atividade social da criança, cuja natureza e origem específicas são elementos fundamentais para a construção de sua personalidade e compreensão da realidade na qual se insere. A brincadeira é de fato um espaço de aprendizado sócio-cultural localizado no tempo e no espaço (p.16).
Como a criança é um ser em desenvolvimento, sua brincadeira vai se estruturando com base no que é capaz de fazer em cada momento. Desde quando nasce e à medida que cresce, a criança vem se relacionando de modo cada vez mais complexo com outras pessoas, com o meio social, o meio ambiente em que vive. E é através destas interações que ela se desenvolve e aprende, reproduz o discurso externo e o internaliza construindo seu próprio pensamento:
O brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve habilidades de forma natural e agradável. Ele é uma das necessidades básicas da criança, é essencial para um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo (MALUF, 2003 p.9).
Brincar significa uma dinâmica, uma maneira de pensar e agir. O brincar é uma simbologia, uma linguagem, um modo de ser. Brincar é prazer, é descontração, divertimento e é muito importante em todas as fases da vida. Torna-se difícil imaginar, então, proibir uma criança de fazer aquilo que faz com tanto prazer e que faz parte da sua vida (cf. BENJAMIN, 1984).
A infância é a idade das brincadeiras. Acreditamos que por meio delas, a criança satisfaz em grande parte seus interesses, necessidades e desejos particulares, pois expressa a maneira como a mesma reflete, ordena, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo. Quando está brincando, a criança recria o mundo ao seu redor, refazendo os fatos para adequá-los a sua capacidade de assimilação. Enquanto brinca, seu conhecimento sobre o mundo se amplia, porque ela pode expressar tudo o que sente nessa atividade.
Como escrevemos anteriormente Vygotsky (apud REGO, 1995) expõe que o comportamento das crianças em suas brincadeiras no dia-a-dia cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Através da interação da criança com a brincadeira/brinquedo e/ou com os sujeitos envolvidos, desenvolve-se nela uma postura para as mudanças de necessidade e de consciência, originando um novo tipo de atitude em relação ao real. Na brincadeira, aparece tanto a ação na esfera imaginativa numa situação de faz-de-conta, como a criação das interações voluntárias e as formações dos planos da vida real, constituindo assim, no mais alto nível do desenvolvimento infantil. Nesse sentido Vygotsky (1998), define:
[...] a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (p.112).
Para este pesquisador, a Zona de Desenvolvimento Real (ZDR) da criança está ligada a tudo aquilo que ela materializa em seu desenvolvimento, sendo capaz de realizar sozinha sem a influência de um adulto ou de uma criança mais experiente (REGO, 1995).
A interação com o outro adquire assim, um caráter estruturante na construção do conhecimento na medida em que oferece, além da dimensão afetiva, desafio, apoio para a atividade cognitiva. A interação social atua dessa forma, sobre a ZDP, fazendo com que os processos que estão em maturação na criança, se venham a completar fornecendo assim novas bases para a aprendizagem.
Podemos dizer que a interação da criança com o brinquedo proporcionam aprendizagem porque possibilita a criança fazer um gesto ou ação representativa ou imaginativa. Através das brincadeiras, a criança pode desenvolver algumas capacidades importantes como: a memória, a imitação e a imaginação. Ao brincar, as crianças exploram, refletem sobre sua realidade e a cultura que fazem parte e questionam regras da sociedade, levando a brincadeira como um ato sério.
Oliveira (1992) destaca que entender a relação da criança com a atividade de brincar não é tão simples. Muitas pessoas costumam afirmar que as crianças brincam por prazer, exatamente porque observam que elas dedicam muito tempo de suas vidas às brincadeiras. Muitas vezes, elas resistem ao sono, ao cansaço, renunciam ao alimento, recusam o banho, porque querem brincar ou continuar brincando. Por observarmos isso com muita freqüência, somos levadas a pensar que a brincadeira é para a criança o universo do prazer.
Entretanto, um exame mais aprofundado da questão mostra que, do mesmo modo que o trabalho é importante para o adulto, à intensidade da dedicação e do envolvimento das crianças nas atividades de brincar não significa que elas brinquem apenas por prazer, brincam por necessidade: o que as move em direção à brincadeira é alguma necessidade de entendimento, do real interação social e apropriação das condutas humanas. Então, se quisermos compreender a relação da criança com o brincar, devemos, entre outras coisas, identificar o interesse (ou atrativo) que a move em direção a essa atividade.
Acredito ser o brincar uma das atividades fundamentais para as crianças pequenas. Segundo Santos (2000, p.24) "(...) um dos motivos do brinquedo é dar às crianças um substituto dos objetos reais para que possam manipulá-los". Dessa forma, o brinquedo é visto como representação das experiências da realidade da qual criança faz parte. Machado (1995), conclui que:
O brinquedo é um importante objeto cultural produzido pelos adultos para a criança e que ganha ou produz significados no processo da brincadeira,pela imagem que a realidade apresenta e transmite. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e a atenção (p.103). 
Vygotsky (apud Oliveira, 2002) destaca que o papel do brinquedo na vida da criança, é primordial, porque através do ato de brincar, cria-se uma situação de transição entre a ação da criança com objetos concretos e suas ações com significados. Ainda de acordo com Vygotsky, o brincar é essencial para o desenvolvimento humano e se dá, sobretudo, pela interação social. Assim ele conclui:
No brincar a criança está sempre acima de sua idade média, acima de seu comportamento diário. Assim, na brincadeira de faz-de-conta, as crianças manifestam certas habilidades que não seriam esperadas para sua idade. Nesse sentido, a aprendizagem cria a zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a aprendizagem desperta vários processos internos de desenvolvimento. Deste ponto de vista, a aprendizagem não é desenvolvimento; entretanto o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer (p. 132).
Neste sentido Vygotsky (apud REGO, 1995) destaca com sua teoria dos níveis de desenvolvimento cognitivo a (ZDP), que uma criança para se desenvolver precisa primeiro aprender, logo podemos dizer que a partir dessa colocação, fica clara a importância que Vygotsky dá aos mediadores do conhecimento, sejam eles adultos ou crianças com o nível mais avançado de conhecimento.
Nesse desenvolvimento infantil que se dá em parte no brincar e com mais ênfase pela mediação, Vygotsky (apud REGO, 1995), chama a atenção para o desenvolvimento da linguagem que segundo ele é um processo pessoal ao mesmo tempo em que é um processo social. Assim, a fala é um dos usos dos signos mais importantes que ocorre ao longo do desenvolvimento, e é através dela que a criança supera limitações existentes em seu ambiente, controlando o próprio comportamento. Para ele, a aquisição da linguagem na criança acontece devido à interação que a mesma tem com o ambiente que a rodeia e o convívio com os outros. O papel essencial da linguagem está na formação do pensamento e do caráter do indivíduo. Ela é um instrumento complexo que viabiliza a comunicação em sociedade.
Dessa forma, ainda segundo o autor, é por volta dos dois anos de idade que as linhas de evolução do pensamento e da fala se cruzam e se unem, formando uma nova forma de comportamento. Neste período a criança percebe que cada coisa tem um nome, um signo, um significado e que através da sua curiosidade ela desperta seu vocabulário.
Diante de tudo isso que foi abordado, ressaltamos que, a diversidade de práticas pedagógicas que caracterizam o universo da educação infantil reflete diferentes concepções quanto ao sentido e funções atribuídas ao lúdico no cotidiano das pré-escolas. É muito comum que visando garantir uma atmosfera de ordem e harmonia, algumas práticas educativas procurem simplesmente suprimir o lúdico, impondo às crianças de diferentes idades, rígidas restrições posturais e atitudinais.
O lúdico ganha cada vez mais espaço nas escolas, e para desempenhar bem o papel de professor nesse novo contexto, este deverá modificar sua postura frente à classe. De dono absoluto do saber, o educador passa a ser intermediário entre o conhecimento acumulado e o interesse e a necessidade do aluno. Mais do que isso, ele se torna o elemento que desencadeia (e sacia) a curiosidade da turma, ao mesmo tempo em que aprende com ela. O novo educador é um profissional em constante mudança, pronto para transformar em saber as ansiedades dos educandos.
É importante observar que além, de resgatar o direito à infância, o lúdico tenta salvar a criatividade e a espontaneidade da criança. Esse processo criativo é uma tentativa de encontrar um maior interesse dentro da sala de aula (cf. FANTIN, 2000).
O lúdico enquanto recurso pedagógico na aprendizagem deve ser encarado de forma séria, competente e responsável. Usado de maneira correta, poderá oportunizar ao educador e ao educando, importantes momentos de aprendizagens em múltiplos aspectos.
Considerando sua importância na aprendizagem, o lúdico favorecerá de forma eficaz o pleno desenvolvimento das potencialidades criativas das crianças, cabendo ao educador, intervir de forma adequada, sem impedir a sua criatividade. Respeitando o desenvolvimento do processo lúdico, o educador poderá ampliar novas habilidades no repertório da aprendizagem infantil. 
Segundo Vygotsky (1998), é através da ZDP que o educador ou um colega mais experiente que interage com a criança pode auxiliar a criança na aprendizagem, essa mediação se faz presente com um ensino dinâmico elevando o nível do desenvolvimento da criança, trabalhando com a questão do erro que o aluno apresenta na construção do conhecimento. Esse mediador tornar-se um parceiro da criança abrindo novos caminhos e a superação/compreensão dos eventuais erros.
A atividade lúdica na educação infantil fornece informações elementares a respeito da criança como suas emoções, a forma como interage com seus colegas, seu desempenho físico-motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível lingüístico, sua formação moral.
As atividades lúdicas preparam a criança para o desempenho de papéis sociais, para a compreensão do funcionamento do mundo, para demonstrar e vivenciar emoções. Quanto mais a criança brinca, mais ela se desenvolve sob os mais variados aspectos, desde os afetivo-emocionais, motor, cognitivo, até o corporal. É através da brincadeira que a criança vive e reconhece a sua realidade. 
É de extrema importância a brincadeira para o desenvolvimento psicológico, social e cognitivo da criança, pois é através dela que a criança consegue expressar seus sentimentos em relação ao mundo social:
Brincar é: comunicação e expressão, associando pensamento e ação; um fato instintivo voluntário; uma atividade exploratória; ajuda às crianças no desenvolvimento físico, mental, emocional e social; um meio de aprender a viver e não um mero passa tempo (MALUF, 2003, p.17).
Sendo assim, a brincadeira favorece o desenvolvimento individual da criança, ajuda a internalizar as normas sociais e a assumir comportamentos mais avançados em relação ao nível de desenvolvimento real da criança. Na educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil o brincar é um potente facilitador de aprendizagem, já que segundo Vygotsky (1984), ao entrar na escola a criança já traz consigo alguns conhecimentos, portanto, o professor deve trabalhar fazendo a mediação do que a criança já sabe com os novos saberes que ela irá adquirir.
CAPÍTULO III
O LÚDICO E O APRENDER NA ESCOLA
3.1 O brincar na prática escolar docente
Profundas transformações na esfera política, econômica, científica e principalmente tecnológica estão acontecendo na contemporaneidade. São introduzidos novos sistemas de organização do trabalho, de qualificação profissional como também novas exigências no perfil dos trabalhadores, afetando assim, o sistema de ensino.
Sendo assim, o educador precisa acompanhar essas novas exigências profissionais. Deve introduzir as novas tecnologias em suas práticas utilizando-as para enriquecer seus objetivos pedagógicos interagindo com os brinquedos tradicionais para que a criança saiba desfrutar destes dois elementos em seu desenvolvimento social e escolar.
Para compreender a ação docente é necessário considerar o processo de formação do professor que deve ser crescente e contínuo como também a dimensão lúdica na formação desse profissional, parte integrante de todo o processo, amplo, complexo e integral (cf. ALMEIDA, 2000).
O professor não deve acomodar-se à realidade social em que vive, e sim assumir o seu papel como ator social capaz de colocar mais cor, mais sabor, mais vida naquilo que se propõe a fazer. Isso é possível quando ele reconhece o potencial que se encontra nas atividadeslúdicas. 
Para Almeida (2000) a ludicidade é um assunto que tem conquistado seu espaço no âmbito nacional e principalmente na educação infantil, isso porque o brinquedo é um objeto muito importante na infância e o seu uso permite um trabalho pedagógico que possibilita a construção do conhecimento.
Ao se tentar conhecer a realidade da educação pública, percebe-se como são muitos os desafios a serem enfrentados pelos profissionais, tais como: falta de espaço, salas inadequadas e superlotadas, carências de materiais pedagógicos, precárias condições de trabalho e formação dos educadores, entre outros.
Considerando que educar é preparar para a vida, a formação da criança na educação infantil não pode ser um "quebra-cabeça" com partes indefinidas, pois é uma tarefa que exige responsabilidade e competência de quem a facilita. Desvelar como o educador concebe a criança e a sua formação, a sociedade, a educação, os conteúdos e o currículo são condições imprescindíveis para a construção de um modelo de escola que verdadeiramente atenda as demandas da infância quixadaense. A este respeito a autora Kramer (1999), discute: 
Para a implementação de uma proposta pedagógica não é suficiente traços pressupostos teóricos sólido, nem é suficiente, tão pouco, possuir moveis e materiais didáticos a adequados ou um espaço amplo e iluminado. Esses são itens necessários, mas, além disso, deve existir uma articulação flexível e coerente entre eles, de modo a que seja possível por em pratica a proposta atingir as suas metas educativas (p.74).
Ainda segundo a autora, ao entender a educação como um processo historicamente produzido pressupõe-se que o papel do educador não pode se limitar a transmitir informações, mas deve ajudar o educando a construir sua própria identidade. Na constituição dessa subjetividade, compreende-se o lúdico como instrumento fundamental.
Por essa razão, defende-se que é preciso pensar nos cursos de formação de professores que contemplem a dimensão lúdica na formação do sujeito.
É importante valorizar e viver o lúdico a cada momento, principalmente quando se trata da formação de crianças na pré-escola. Muitos estudos apontam para a importância da ludicidade na vida do ser humano em especial da criança, já que esta se encontra em formação de seu caráter e identidade pessoal e social. O papel do professor neste contexto é primordial, pois é ele quem cria situações de aprendizagem, propicia os espaços para as atividades lúdicas, oferece materiais e participa dessa dinâmica lúdica com as crianças, ou seja, ele media a construção do conhecimento, possibilitando assim a aprendizagem de maneira mais criativa e social possível (cf. ALMEIDA, 2000).
Acredita-se que como mediador do processo de aprendizagem, o professor precisa ter consciência do seu papel; inserindo o lúdico em seu processo educativo e pedagógico precisa deixar claro os seus objetivos oferecendo muitas oportunidades para que essa aprendizagem seja prazerosa nessa troca de conhecimentos com a criança. A importância do planejamento do professor de educação infantil deve ser assumida como um processo de reflexão, pois não se trata de preencher um formulário ou um papel, e sim de uma atitude de projetar, programar e elaborar o fazer pedagógico. Através dos planos de curso e de aula o educador deve definir as metodologias e estratégias que possam melhor proporcionar aprendizagens significativas ao grupo de crianças com quem trabalha.
Durante o planejamento realizado pelo professor, este deve estar preocupado com nível de desenvolvimento potencial da criança, pois alguns profissionais medem o nível de desenvolvimento apenas ao final das atividades de observação, procuram verificar erros e acertos, mas não consideram o processo vivenciado pela criança na resolução de problemas. Deste modo algumas escolas valorizam apenas o nível de desenvolvimento real da criança seja durante as aulas ou nas atividades que estão realizando e avaliando.
A ludicidade pode ser considerada como um importante recurso didático que o educador deve conhecer e utilizar em suas aulas, pois é um instrumento que possibilita compreender o processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança e sabendo utilizá-lo o educador estará contribuindo neste processo. Assim escreve Maluf, 2003: 
O professor deve organizar suas atividades selecionando aquelas mais significativas para seus alunos. Em seguida deverá criar condições para que estas atividades significativas sejam realizadas. Destaca-se a importância dos alunos trabalharem na sala de aula, individualmente ou em grupos. As brincadeiras enriquecem o currículo, podendo ser propostas na própria disciplina, trabalhando assim com tudo de forma prática e no concreto. Cabe ao professor, em sala de aula ou fora dela, estabelecer metodologias e condições para desenvolver e facilitar este tipo de trabalho (p. 29).
Ao utilizar as brincadeiras em sala de aula, o educador deve estar seguro dos objetivos que deseja alcançar com tais atividades. Assim, o brincar na escola proporciona um elo de comunicação e aprendizagem entre o educador e a criança, isso significa dizer que os professores de educação infantil devem ser capazes de compreender a criança e suas necessidades cognitivas e afetivas, assim como seu desenvolvimento geral, para tanto a prática docente precisa ser práxis orientada pelos conhecimentos pedagógicos acerca da infância e demais áreas do conhecimento sistematizado, bem como pelos saberes construídos na observação/interação dos professores com os alunos e suas famílias.
3.2 A relação: criança, brinquedo e o jogo
Apesar da incompreensão de alguns pais e da insistente resistência de alguns profissionais da educação a ludicidade tem conquistado cada vez mais espaço no panorama da educação infantil. O brinquedo traduz a magia da infância e sua utilização no trabalho pedagógico, possibilita a produção do conhecimento, bem como a estimulação da afetividade infantil. A criança estabelece com o brinquedo uma relação interativa e consegue extravasar suas angústias e paixões; suas alegrias e tristezas, suas agressividades e passividades (cf. SANTIN, 1990).
O lúdico na infância merece atenção especial por parte dos pais e educadores, pois reflete a parte genuína da criança podendo ser considerado como um direito seu pois aprimora o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.
Segundo Brougère (2004), a infância é conseqüentemente um momento de imagens e de representações diversas que transitam por diferentes canais. O brinquedo é, com suas especificidades, uma dessas imagens. Se ele traz para a criança um suporte de ação, de manipulação, de conduta lúdica, traz-lhe também, formas e imagens, símbolos para serem manipulados.
O autor destaca ainda que, para o brinquedo ser significativo para a criança é preciso que tenha pontos de contato com sua realidade. Através da observação do desempenho das crianças com seus brinquedos podemos avaliar o nível de seu desenvolvimento motor e cognitivo. No lúdico manifestam-se essas potencialidades e ao observá-las poderemos enriquecer sua aprendizagem, fornecendo através dos brinquedos ingredientes ao seu desenvolvimento.
A criança deve explorar livremente o brinquedo, mesmo que a performance não seja a que esperávamos. Não nos cabe interromper o pensamento da criança ou atrapalhar a simbolização que está fazendo. Devemos nos limitar a sugerir, a estimular, a explicar, sem impor nossa forma de agir, para que a criança aprenda descobrindo e compreendendo e não por simples imitação. A participação do adulto é para ouvir, motivá-la a falar, pensar e inventar (cf. SANTIN, 1990).
Considera-se produtivo o momento em que a criança sente-se atraída pelo brinquedo, pois nesse momento está sendo exercitada a sua capacidade de observar e manter a atenção concentrada. Considerando que o acesso ao brinquedo se dá naturalmente no mundo infantil, o adulto é desafiado a construir uma relação que favoreça a criança a se tornar o autor de sua própria brincadeirabem como um parceiro de jogo que respeita e estimula, ampliando cada vez mais seus horizontes.
É importante enfatizar que a criança leva o lúdico muito a sério, abstraindo do brinquedo e da situação lúdica, os comportamentos, os valores, as habilidades e formas de pensar mediadoras da sociabilidade.
Para Brougère (2004), o jogo e a brincadeira são processos que envolvem o indivíduo e sua cultura. Elas têm um significado cultural muito marcante, A criança brinca porque brincar é uma necessidade básica,assim como a nutrição, a saúde, a habitação e a educação são vitais para o desenvolvimento do potencial infantil. Para manter o equilíbrio com o mundo, a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar.
De acordo com Vygotsky no jogo e/ou brincar de "faz-de-conta", a criança passa a administrar seu comportamento pelo mundo imaginário, Isto é, o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das idéias. Assim do ponto de vista do desenvolvimento, o jogo de "faz-de-conta" pode ser considerado um meio para desenvolver o pensamento abstrato:
No brinquedo o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das idéias e não das coisas: um pedaço da madeira torna-se um boneco e um cabo de vassoura torna-se um cavalo. A ação regida por regras começa a ser determinada pelas idéias e não pelos objetos. Isso representa uma tamanha inversão da relação da criança com a situação concreta, real e imediata, que é difícil subestimar seu pleno significado (VYGOTSKY, 1989, p.111). 
Com relação aos jogos que envolvem regras Vygotsky (apud REGO, 1995), salienta que as regras e o imaginário são elementos chave tanto no jogo de papéis quanto no jogo de regras. No brinquedo a criança comporta-se de forma mais avançada do que as atividades da vida real, tanto pela criação de uma situação imaginária quanto pela capacidade de subordinação as regras. Em outras palavras, através do jogo de regras caracteriza-se em um conjunto de leis imposto pelo grupo, sendo que seu descumprimento é normalmente penalizado. Nos jogos de regras, a criança aprende que a participação em grupo exige atendimento às regras e que as regras são alteradas desde que haja acordo entre os participantes. 
Quando há em um jogo ou brincadeira onde participam mais de uma pessoa sempre implica trocas, partilhas, confrontos e negociações. Neste caso, pode adquirir variados tipos de emoções e sentimentos, refletindo em momentos harmônicos e desarmônicos. Sendo assim, a criança ao brincar pode manifestar sua independência, pois cabe a ela escolher o jogo ou a brincadeira e os brinquedos, assim como os seus parceiros, tendo que muitas vezes negociar, argumentar propostas, submetê-las a aprovação e/ou modificá-las (cf. KISHIMOTO, 2005).
3.3 Metodologia
Este trabalho constitui-se uma pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso, pois este tem como objetivo identificar a importância do lúdico na educação infantil.
Segundo ANDRÉ (1995) a pesquisa qualitativa que teve como fundamento a perspectiva idealista-subjetivista, onde o pesquisador além de levar em consideração a transformação da história faz uso da subjetividade, visto que a aquisição do conhecimento não deve ser algo neutro, porém crítico para que se possa situar no tempo e no espaço, abrangendo um conhecimento concreto de nossa realidade.
Este estudo teve início com uma vasta revisão de literatura acerca da temática em foco e prosseguiu com o diagnóstico, análise e a descrição da realidade encontrada em uma escola pública, no que diz respeito à incorporação do lúdico na prática concreta de professores e crianças da pré-escola.
Para fazer a coleta de dados visitamos a escola, entrevistamos professores e aplicamos questionários.
Caracterização do universo pesquisado:
A pesquisa foi realizada na cidade de Quixadá localizada na mesorregião dos sertões cearenses. É uma cidade de porte médio em função da sua população de 80.447 habitantes, a economia predominante na região vem do setor terciário (comércio e serviço) o comércio se concentra no centro da cidade onde recebe semanalmente centenas de moradores das áreas rurais e dos municípios vizinhos, a pecuária, avicultura e indústria também estimulam a economia da cidade.
De acordo com dados da Secretaria de Educação Básica do Estado do Ceará – SEDUC, o município de Quixadá conta hoje com uma rede escolar composta de 159 escolas e quatro instituições de ensino superior e uma de ensino tecnológico.
O maior número de escolas encontra-se na zona rural num total de 115, enquanto a sede possui 44 escolas. Ao todo são 14.283 alunos matriculados na rede municipal de ensino. Destes 10.995 são alunos do Ensino Fundamental e 3.287 da Educação Infantil.
Para que esta pesquisa de campo ficasse mais completa, foi necessário além de entrevistar professores e coordenadores, analisar o planejamento e as avaliações realizadas na instituição de ensino.
Na tentativa de avaliar o desenvolvimento da Educação Infantil, elegemos a Escola Pública – Centro de Educação Infantil - CEI, sediada em Quixadá-CE, à Rua das Estrelas, Bairro Campo Novo, inaugurada na década de 1970 quando recebeu como patrono o advogado e escritor herdou o nome de José Bonifácio de Sousa.
Quanto a sua estrutura física, tem sala de professores junto com a coordenação, área para lazer ainda ser brinquedos, 1 banheiro masculino e um feminino e 4 salas de aula.
Com o projeto da Gestão Municipal Descentralizada Integrada, a escola passou a ser sede do Distrito Educacional Campo Novo, atendendo a penas o nível de Educação Infantil com mais de 100 crianças.
A escola atende a uma clientela da periferia, crianças carentes que precisam, além de conteúdo, de muito carinho e compreensão.
Escola e os sujeitos da pesquisa:
O trabalho realizado nesta instituição tem como objetivo formar cidadãos críticos e atuantes na construção de uma sociedade mais justa. Sua tendência é trabalhar com o todo. Ela está preocupada com o sucesso do educando na escola.
A grade escolar ou áreas do conhecimento para o nível pré-escola são quatro.
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO: inclui a língua falada, ou seja a comunicação oral realizada com um vocabulário básico, para que a criança entenda, possa ser entendida, etc.
ESTUDOS SOCIAIS: são introduzidos conceitos geográficos, tais como o local onde mora, minha casa, família, o próprio país, etc.
MATEMÁTICA: são explorados os conceitos básicos como números, formas, cores, pequeno, grande, texturas, etc.
CIÊNCIAS: visa o conhecimento sobre meio ambiente, higiene, alimentos, animais, etc.
O planejamento é feito pelos professores juntamente com a coordenadora pedagógica, sob a forma de atividades, onde permite que a criança tenha um contato direto com as mais variadas situações. No planejamento da pré-escola podem ocorrer mudanças, pois o educador é livre para modificá-lo na medida das necessidades das crianças.
O plano de curso poderá ser dividido em semestres, estes em meses e os mesmos em semanas. Destes se originam os planos diários. Também poderá ser feito por áreas de estimulação: de comunicação e expressão; do meio físico e social; de higiene e saúde; e também de objetivos de desenvolvimento como o perceptomotor, sócio-emocional, cognitivo e de linguagem.
Quanto aos recursos ou materiais, os professores costumam utilizar: o giz comum, giz de cera, papel madeira, papel jornal, tinta guache, cola colorida, massa de modelar, revistas, jornais, livros de histórias infantis e jogos educativos. Infelizmente, todos esses materiais são escassos, ou seja, vem em pouca quantidade para a escola. Na infra-estrutura do prédio existem algumas salas de aula amplas, enquanto outras são bem pequenas.
Em relação à metodologia, esta é trabalhada de acordo com as datas com o que está acontecendo no momento. São utilizadas músicas e histórias infantis, pinturas, colagem, jogos, brincadeiras, desenhos livres, observações da natureza e meio ambiente, sendo bom lembrar que estes materiais não são utilizados todos os dias geralmente utiliza-se mais as brincadeiras, jogose desenhos, pois a quantidade de material concreto é muito pequena.
A avaliação é do tipo formativa utilizando relatórios para o acompanhamento da evolução dos alunos.
As falas das professoras demonstram que ambas reconhecer a importância da Educação Infantil para a formação da criança, ressaltando o educador como profissional que tem funções muito importantes para o êxito e bom desenvolvimento deste trabalho junto à criança como:
"... levar a criança, a conhecer o meio em que vive. Educando-o e preparando-o para a vida; (professora 1)
"... ajudar a criança a desenvolver habilidades; (professora 2 )
"... Contribuir de forma progressiva para a formação do cidadão consciente e crítico". ( professora 1)
Na escola existe um quadro diversificado de professores, algumas são comprometidas com o desenvolvimento das crianças, têm o desejo de realizar o melhor, e se identificam com o trabalho, gostam do que fazem, por outro lado, existem ainda, aquelas que precisam repensar sua prática docente, pois continuam apresentando características tradicionais e não se identificam muito com o que fazem.
É importante ressaltar o quanto as crianças são alegres, espontâneas, barulhentas, porque essas são as características da fase de desenvolvimento em que se encontram.
Foram analisadas, características distintas como: a prática de professores graduados em Pedagogia e com nível médio, com o intuito de caracterizar um paralelo qualitativo de resultados.
Foi realizada uma entrevista, contendo 5 perguntas direcionadas a coordenadora do Ensino Infantil que é pedagoga, atuando há dez anos na função no Centro de Educação Infantil – CEI, mas acumula uma experiência de quinze anos de docência em outras instituições. 
A entrevista foi do tipo semi-estruturada, tendo como instrumento um roteiro como mostra o anexo 1, com questões a respeito do lúdico e suas funções no cotidiano do educador.
Também foi necessário aplicar um questionário (anexo 2) direcionado a duas professoras, ambas são graduadas em letras atuando como professoras do ensino infantil há seis anos, constata-se aqui que as mesmas não possuem a formação superior adequada para ensinar nessa modalidade de ensino.
No questionário, as professoras responderam por escrito a indagações sobre a presença dos jogos e brincadeiras na sala de aula e sobre suas concepções a respeito dos mesmos.
Para concluir a coleta dos dados foram elencados os recursos pedagógicos da escola e o acervo disponível aos educadores e alunos. 
Realizamos ainda, conversas informais com outros profissionais da instituição. A partir dos resultados obtidos, foram traçados paralelos qualitativos dos resultados, acerca de metodologias utilizadas, recursos pedagógicos implementados, instalações físicas e climáticas.
CAPÍTULO IV:
ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS
A partir da investigação realizada na literatura existente acerca do lúdico na educação de crianças pequenas, somadas às observações do cotidiano de uma escola pública municipal sinto-me autorizada a afirmar que o lúdico está inserido no planejamento do conteúdo programático da escola. Este fato se confirma nos depoimentos da coordenadora que declara:
"O lúdico está inserido no planejamento de forma quase que total no conteúdo programático." (P.C)
"entendemos que é através de jogos e brincadeiras que as crianças conseguem assimilar melhor o conhecimento" (P.C)
Podemos refletir também, sobre o que diz no Referencial Curricular da Educação Infantil (1998, p.23):
Educar significa, portanto proporcionar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e de estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
Diante do exposto, é preciso levar em consideração a importância do lúdico na prática pedagógica pelo seu alto valor educativo, pelas possibilidades de exploração que proporciona as crianças onde estabelece relações lógicas com o ambiente em que vivem.
Outro ponto que se destacou no meu estudo foi a preocupação da Coordenadora e educadores em contemplar o lúdico nas atividades pedagógicas da escola. Vejamos o que nos disseram em seus depoimentos: "A nossa orientação é que os professores procurem pesquisar antes de repassar aos alunos, façam uma análise para saber se este jogo ou brincadeira se encaixa na realidade da criança.” (P.C).
Já a professora 1 afirma que trabalha com: "atividades descontraídas e ao mesmo tempo interessante e prazerosa que desenvolve a aprendizagem, ou seja, diversas formas de brincadeiras que enriquecem o cognitivo do educando". (P.1)
A professora 2 considera que estas atividades são: "fundamentais para o desenvolvimento da identidade e autonomia do ser em desenvolvimento" (P.2). Acrescenta ainda: "as atividades são realizadas de acordo com a necessidade dos alunos".
De acordo com os dados coletados, foi possível perceber a importância do papel dos professores (as) para o desenvolvimento dos alunos, visto que a atividade lúdica é um exercício para a sociabilização, afinal o aluno que souber expressar seus sentimentos, emoções, frustrações saberá agir em qualquer situação da vida.
Observamos, no cotidiano da escola, a preocupação com a forma de utilizar o lúdico e a importância a esta atividade. Constatamos esta realidade na opinião de uma das professoras ao declarar: "Sem dúvida, a prática do lúdico nas escolas é muito importante, pois assim nós conseguimos alcançar nosso objetivo com sucesso" (P2).
Ao serem indagadas a respeito da compreensão do que seja atividades lúdicas o universo pesquisado afirmou: "Atividades descontraídas e ao mesmo tempo interessante e prazerosa que desenvolve a aprendizagem, ou seja, diversas formas de brincadeiras que enriquecem o cognitivo do educando (P.1).
"É uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e autonomia do ser em desenvolvimento" (P.2).
Percebemos que os professores desenvolvem atividades significativas com os alunos através da atividade lúdica sem esquecer da realidade da criança, de suas limitações e levando em conta o seu conhecimento prévio. No entendimento das professoras, atividades lúdicas são capazes de contribuir para o desenvolvimento da criança na educação infantil. 
Para exemplificar elas citaram as atividades que contribuem nesse desenvolvimento: "Jogo da memória, cantigas de roda, brincadeiras com bolas e com obstáculos, boliche numérico ou alfabético, etc." (P.1).
"Dominó alfabético e numérico, figuras, contação de histórias e dramatização, boliche de letras e números, etc." (P.2).
Podemos observar que elas utilizam atividades que despertem interesse dos alunos, contribuindo para a construção do seu conhecimento.
De acordo com as respostas fornecidas percebemos que as professoras colocam as atividades lúdicas como ponto principal para o desenvolvimento da criança. Podemos verificar que a professora (1) vê o lúdico como uma forma de compreender melhor o funcionamento da personalidade da criança e suas emoções. Já a professora (2) utiliza o lúdico como um meio de desenvolvimento da aprendizagem da criança. Compreendemos, nesse contexto, que o lúdico deverá está relacionado à cultura da criança para que a mesma tenha prazer em aprender conhecimentos ligados a sua realidade.
Para ampliar nossa compreensão sobre a atividade lúdica vejamos como se posiciona OLIVEIRA (2002): a atividade lúdica torna-se uma oportunidade de desenvolvimento cognitivo no qual, brincando a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e atenção.
Diante do exposto, compreendemos que o lúdico precisa fazer parte do dia-a-dia do aluno na escola,

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