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32000918 Resumo Nocoes Micro e Macro economia

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Resumão - Noções de Micro e Macro economia
Conteúdo
I – Microeconomia.......................................................................................................................3
1 – Demanda (Procura).............................................................................................................3
Fatores que Afetam a demanda............................................................................................3
2 – Oferta.................................................................................................................................4
3 – Equilíbrio...........................................................................................................................4
4 – Elasticidade........................................................................................................................5
5 – Teoria da Produção.............................................................................................................7
6 – Teoria do Consumidor......................................................................................................13
7 – Questões Econômicas Fundamentais................................................................................17
8 – Eficiência Econômica.......................................................................................................18
9 - CONCEITO E PRINCÍPIOS DE TRIBUTAÇÃO............................................................21
10 - RACIONALIDADE ECONÔMICA DO GOVERNO....................................................33
I – Macroeconomia....................................................................................................................35
1 – Generalidades...................................................................................................................35
2 - Objetivos Da Política Macroeconômica............................................................................35
Alto nível de emprego........................................................................................................36
Estabilidade de preços (controle da inflação).....................................................................36
Distribuição equitativa de renda.........................................................................................37
Crescimento e desenvolvimento econômico.......................................................................37
Os Trade-Offs Da Política Econômica ................................................................................37
3 - Estrutura Da Macroeconomia: Os Tipos De Mercados.....................................................37
4 – Política Fiscal...................................................................................................................38
Déficit Público....................................................................................................................40
Medição “acima da linha” versus “abaixo da linha”...........................................................41
5 – Política Monetária............................................................................................................42
Moeda................................................................................................................................42
Demanda de moeda............................................................................................................43
Oferta de moeda.................................................................................................................43
Processo de expansão da moeda pelos bancos comerciais..................................................44
Teoria quantitativa da moeda (TQM).................................................................................45
Relação entre a política monetária, renda, inflação e juros.................................................45
Instrumentos de política monetária.....................................................................................46
6 – Contas Nacionais..............................................................................................................47
Produto(P)..........................................................................................................................47
Renda(Y)............................................................................................................................47
Consumo(C).......................................................................................................................48
Poupança(S).......................................................................................................................48
Investimento(I)...................................................................................................................48
Absorção Interna(AI).........................................................................................................48
Despesa Agregada..............................................................................................................49
7 – Identidades Macroeconômicas Fundamentais...................................................................49
PRODUTO = RENDA = DESPESA..................................................................................49
INVESTIMENTO = POUPANÇA.....................................................................................49
Déficit Publico....................................................................................................................50
8 - Diferentes Conceitos De Produto......................................................................................50
Produto Interno X Produto Nacional..................................................................................50
Produto Bruto X Produto Líquido......................................................................................50
Produto A Preços De Mercadopm X A Custos De Fatorescf..............................................50
9 - As Três Óticas Do PIB......................................................................................................51
Ótica do produto.................................................................................................................51
Ótica da renda....................................................................................................................51
Ótica da despesa.................................................................................................................51
10 - Balanço De Pagamentos..................................................................................................51
Conceito e Generalidades...................................................................................................51
Contabilização....................................................................................................................52
Estrutura Do Balanço De Pagamentos................................................................................52
Estrutura Do Balanço De Pagamentos
I – Microeconomia
1 – Demanda (Procura)
A demanda ou procura de um bem é simplesmente a quantidade deste bem que os 
consumidores/compradores desejam adquirir a determinado preço, em determinado período de 
tempo.
A quantidade demandada ou procurada de um bem varia inversamente em relação ao 
seu preço. Em outras palavras, quanto mais caro está o bem, menos ele é demandado. Quanto 
mais barato está o bem, mais ele é demandado. Esta é a milenar lei da demanda, e qualquer um 
de nós quando vai ao mercado fazer compras aplica esta lei, ainda que implicitamente
Exceção à lei da demanda: existe um tipo de bem que não obedece à lei da demanda: é o 
bem de Giffen. Para este bem, aumentos de preço geram aumentos de quantidade demandada e 
reduçõesde preço geram redução de quantidade demandada. Então veja que as variáveis preço e 
quantidade demandada caminham no mesmo sentido, indicando que a curva de demanda do 
bem de Giffen terá inclinação positiva, direta, ascendente ou crescente. Como exemplo deste 
tipo de bem, temos os bens de luxo, como jóias e carros esportivos, que geralmente têm seu 
consumo relacionado ao status e poder aquisitivo do possuidor, que quer mostrar aos demais 
que tem uma renda privilegiada. Desta forma, quanto mais caros estes bens, maior a procura.
Fatores que Afetam a demanda
A demanda de um bem depende de uma série de outros fatores que vão além 
simplesmente do preço deste bem:
Renda do consumidor: na maioria das vezes, o aumento de renda provoca o aumento da 
demanda.
Preços de outros bens: se o consumidor deseja adquirir arroz, ele também verificará o 
preço do feijão, já que o consumo destes bens é associado. O mesmo ocorre com o preço do 
DVD e do aparelho de DVD. Quando o consumo de um bem é associado ao consumo de outro 
bem, dizemos que estes bens são complementares. De forma oposta, quando o consumo de um 
bem substitui ou exclui o consumo de outro bem, dizemos que estes bens são substitutos ou 
sucedâneos. É o que acontece, neste último caso, com a manteiga e a margarina, refrigerante e 
suco, carne bovina e carne de frango, etc.
A demanda de um bem, portanto, depende não só dos vários fatores listados acima, mas, 
sobretudo, da ação conjunta deles. Para que os economistas consigam analisar a influência de 
uma variável na demanda, utiliza-se a suposição de que todas as outras variáveis permanecem 
constantes. No jargão econômico é utilizado o termo coeteris paribus, que quer dizer: todo o 
restante permanecendo constante.
Por exemplo, ao afirmamos que o aumento da renda, coeteris paribus, aumenta a 
demanda de um bem, estamos afirmando que devemos considerar isoladamente o aumento de 
renda na demanda. Esta observação é muito importante para questões de concursos públicos. 
Assim, quando uma questão solicitar as implicações sobre a demanda oriundas de algum 
acontecimento, deve-se raciocinar exclusivamente sobre aquele acontecimento em especial.
Importante: Mudanças no preço de um bem X provocam 
deslocamentos NA, AO LONGO, SOBRE a curva de 
demanda (a curva fica no mesmo lugar), enquanto 
qualquer mudança em quaisquer outros fatores que não 
sejam o preço do bem provoca deslocamento DA curva 
de demanda (a curva inteira sai do lugar).
2 – Oferta
A oferta de um bem é simplesmente a quantidade deste bem que o 
produtores/vendedores desejam vender a determinado preço, em determinado período de tempo.
Dentro desta idéia, surge o conceito fundamental de curva de oferta de um bem. Ela 
informa, graficamente, a quantidade que os vendedores desejam vender à medida que muda o 
preço unitário.
Do ponto de vista dos produtores, quanto maior for o preço de um bem melhor será. 
Maiores preços indicam maiores lucros e maiores serão os incentivos para aumentar a produção. 
Desta forma, há uma relação diretamente proporcional entre os preços e as quantidades 
ofertadas. Assim, o gráfico da curva de oferta terá inclinação para cima, ascendente, crescente 
ou positiva
Fatores que influenciam a oferta
Similarmente à demanda, a oferta é influenciada por vários fatores além do preço:
Custos de produção: quanto maiores os custos de produção, menor o estímulo para ofertar 
o bem ao mesmo nível de preços. Quanto menores os custos de produção, maior será o estímulo 
para ofertar o bem. Como exemplo de custos de produção, podemos apresentar os tributos, 
salários dos empregados, taxas de juros, preço das matérias-primas, etc.
Tecnologia: o aumento de tecnologia estimula o aumento da oferta, tendo em vista que o 
desenvolvimento da tecnologia, geralmente, implica reduções do custo de produção e aumento 
da produtividade.
Preços de outros bens: se os preços de outros bens (que usam o mesmo método de 
produção) subirem enquanto o preço do bem X não se altera, obviamente, os produtores 
procurarão ofertar aquele bem que possui o maior preço e lhe trará maiores lucros.
3 – Equilíbrio
É importante destacar que qualquer resultado do mercado de bens, seja no preço ou 
quantidade de equilíbrio, é fruto da interação entre as forças de demanda e oferta. Parafraseando 
o economista Alfred Marshall, um dos pioneiros no estudo da demanda e oferta: “é necessário 
tanto a demanda como a oferta para determinar resultados econômicos, da mesma forma como 
são necessárias as duas lâminas de uma tesoura para cortar um tecido.”
Pois bem, dadas duas curvas, uma de demanda e outra de oferta, o preço e a quantidade 
de equilíbrio estarão exatamente no ponto onde a demanda iguala a oferta:
Da mesma maneira do que ocorre na curva de demanda, 
alterações de preços provocam deslocamentos ao longo da 
curva de oferta (ela continua no mesmo lugar). Alterações 
nos custos de produção, tecnologia, preços de outros bens 
e outros fatores provocam deslocamentos de toda a curva 
de oferta.
4 – Elasticidade
Elasticidade Preço da Demanda (EPD)
Por exemplo, se os preços dos computadores aumentam, a quantidade demandada cairá 
e a quantidade ofertada de computadores aumentará. Contudo, muitas vezes desejamos saber 
quanto vai aumentar ou quanto vai cair a demanda ou a oferta. Até que ponto a demanda por 
computadores poderá ser afetada? Muito ou pouco? Se os preços aumentarem 20%, em quantos 
% a quantidade demandada diminuirá? Qual seria a variação da oferta de computadores se os 
preços aumentassem 10%? Utilizamos as elasticidades para responder a perguntas como essas. 
Elasticidade, em economês, significa sensibilidade. A elasticidade mede quanto uma variável 
pode ser afetada por outra.
A elasticidade preço da demanda (EPD) indica a variação percentual da quantidade 
demandada de um produto em função da variação percentual de 1% nos preços. De modo 
menos técnico, é a variação percentual da demanda de um bem em função da variação 
percentual dos preços. Assim, temos:
EPD=%∆Q%∆P
As razões pelas quais as elasticidades preço demanda variam de um bem para outro são 
as mais variadas possíveis. Alfred Marshall, importante economista do século XIX, estabeleceu 
as seguintes relações existentes entre os bens e suas respectivas elasticidades:
Quanto mais essencial o bem, mais inelástica (ou menos elástico) será a sua demanda : se o 
bem for essencial para o consumidor, aumentos de preço irão provocar pouca redução de 
demanda, ou seja, EPD será menor que 1. Imagine, por exemplo, a insulina – remédio para tratar 
o diabetes. É evidente que se o preço deste bem aumentar não haverá muita variação na 
demanda, pois é um bem essencial para aquelas pessoas que o consomem.
Quanto mais bens substitutos houver, mais elástica será a sua demanda: se o bem tiver 
muitos substitutos, o aumento de seus preços fará com que os consumidores adquiram os bens 
substitutos, desta forma, a diminuição das quantidades demandadas será grande. Imagine, por 
exemplo, a margarina. Se o preço dela aumentar, naturalmente, as pessoas irão consumir mais 
manteiga, de modo que a diminuição das quantidades demandadas de margarina será grande, ou 
seja, há alta elasticidade em caso da existência de bens substitutos.
Quanto menor o peso do bem no orçamento, mais inelástico será a demanda do bem: uma 
caneta das mais simples custa R$ 1,00 e pode durar bastante tempo (não para os concurseiros!). 
Se seu preço aumentar para R$ 1,30, seu consumo não diminuirá significativamente, pois o 
produto é muito barato, quase irrelevante no orçamento das famílias. Por outro lado, se o preço 
dos automóveis aumentar 30%, haverá grande redução das quantidades demandadas.
No longo prazo, a elasticidade preço da demanda tende a ser mais elevada que no curto 
prazo: um aumento de preços de determinado produto pode não causar significativasmudanças 
nas quantidades demandadas, em curto prazo, pois os consumidores levam um tempo para se 
ajustar ou para encontrar produtos substitutos. Por exemplo, se o preço do feijão aumentar, é 
possível que no curto prazo não haja grandes variações na demanda; entretanto, no longo prazo, 
as donas de casa já terão desenvolvido novas receitas que não usem mais o feijão ou descoberto 
produtos substitutos (a lentilha, por exemplo). Desta forma, no longo prazo, o ΔQ será bem 
maior, indicando maiores elasticidades no longo prazo.
Elasticidade Renda da Demanda (ERD)
A elasticidade renda da demanda mede a sensibilidade da demanda a mudanças de 
renda. Ela indica a variação percentual da quantidade demandada de um bem em função da 
variação percentual de 1% na renda. De modo menos técnico e mais prático, é a variação 
percentual da demanda de um bem em função da variação percentual dos preços. Assim, temos:
ERD=%∆Q%∆R
Se ERD > 0, então o bem é normal;
Se ERD < 0, então o bem é inferior.
Ainda em relação aos bens normais, dependendo do valor do coeficiente da elasticidade 
renda, podemos chegar a outras conclusões.
Se ERD>1, isto significa que o aumento de renda provoca um aumento na demanda mais 
que proporcional ao aumento na renda. Em outras palavras, o aumento na demanda é 
percentualmente maior que o aumento na renda.
Se ERD<1 (e maior que ZERO), isto significa que o aumento de renda provoca um 
aumento na demanda percentualmente menor que o aumento da renda. Se ERD=1, isto significa 
que a demanda por esse bem tem elasticidade unitária à renda. Ou ainda, o bem tem 
elasticidade-renda unitária, o que é a mesma coisa dita de outra maneira.
Se ERD<0, isto significa que o aumento de renda provoca redução na demanda do bem. 
Neste caso, dizemos que o bem tem elasticidade renda da demanda negativa. Estes bens são 
chamados de bens inferiores. É o caso, por exemplo, de produtos de baixa qualidade ou valor 
agregado.
Temos, ainda, finalizando, o caso da elasticidade renda igual a ZERO (ERD=0). No caso 
do coeficiente da elasticidade ser nulo, diz-se que demanda é perfeitamente inelástica 
(anelástica) à renda. Isto é, a demanda permanece constante, independente de qualquer 
alteração na renda do consumidor. Estes bens são chamados de bens de consumo saciado. 
Temos, como exemplo mais próximo dessa situação, o sal de cozinha.
Elasticidade-Preço Cruzada da Demanda (Exy)
A quantidade demandada de uma particular mercadoria é afetada não somente pelo seu 
preço, mas também pelo preço dos bens relacionados a ela. Se os bens estão relacionados, então 
eles são classificados como substitutos ou complementares. A mudança no preço de um bem, 
caso ele seja substituto ou complementar, pode afetar a quantidade demandada de outro bem.
A elasticidade-preço cruzada da demanda mede o efeito que a mudança no preço de um 
produto provoca na quantidade demandada de outro produto, coeteris paribus. Se tivermos dois 
bens, X e Y, a elasticidade-preço cruzada da demanda será:
Exy=%∆Qx%∆Py
No caso acima, estamos mensurando qual o efeito que variações no preço de Y 
provocam nas quantidades demandadas de X. Embora pareça confuso, lembre-se de que todas 
as fórmulas das elasticidades têm como numerador a variação percentual de quantidades e, no 
denominador, a variação percentual do fator (neste caso, é o preço de outro bem – o preço de Y) 
que provoca alteração nas quantidades.
De acordo com o sinal do coeficiente, os bens podem ser classificados em substitutos, 
complementares e independentes:
a) EXY > 0, bens substitutos
b) EXY < 0, bens complementares
c) EXY = 0, bens independentes
Elasticidade Preço da Oferta (EPO)
Aqui, o raciocínio é semelhante (na verdade, quase igual!) àquele feito na análise da 
elasticidade preço da demanda. A diferença é que a elasticidade preço da oferta mede a 
sensibilidade da quantidade ofertada em resposta a mudanças de preço. A fórmula é a mesma, 
com a ressalva de que no numerador temos, em vez de as quantidades demandadas, as 
quantidades ofertadas. Assim:
EPO=%∆QO%∆P
Assim como na demanda, a oferta tende a ser mais elástica no longo prazo. Caso haja 
alguma alteração de preços, no curto/curtíssimo prazo, nem sempre é possível aos produtores 
ajustarem a oferta dos produtos. Na agricultura, por exemplo, os fazendeiros podem esperar até 
um ano ou mais para ajustar a quantidade ofertada de seus produtos agrícolas, em virtude das 
épocas de plantio, colheita e venda. Assim, durante esse curto intervalo de tempo em que não é 
possível ajustar a oferta, ela será inelástica.
Em longo prazo, a resposta em quantidade ofertada para uma alteração de preços é 
maior, porque em período mais longo os produtores podem variar os seus recursos produtivos, 
aumentando/diminuindo a produção conforme a necessidade. Logo, concluímos que quanto 
maior for o período de tempo, maior deverá ser a elasticidade da oferta.
5 – Teoria da Produção
Fatores de Produção
Para produzir os bens e serviços de que a sociedade dispõe para o seu consumo, as 
firmas utilizam vários recursos ou insumos. Elas utilizam matéria-prima, mão-de-obra, 
máquinas, ferramentas, tecnologia, etc. O conjunto destes recursos que as empresas utilizam na 
produção é chamado de fatores de produção. Dentro do nosso estudo, trabalharemos com 
apenas três destes fatores de produção:
Capital;
Mão-de-obra e
Tecnologia.
Capital, em Economia, tem o conceito um pouco diferente do que estamos 
acostumados em nosso dia-a-dia. Nas nossas vidas, quando ouvimos a palavra capital, quase 
que imediatamente fazemos a associação a dinheiro. No entanto, economicamente, Capital quer 
dizer, além de dinheiro, o conjunto de bens de que as empresas dispõem para produzir. Assim, o 
estoque de capital de uma fábrica de automóveis será o conjunto das instalações, máquinas, 
ferramentas, computadores, material de escritório, enfim, tudo o que é utilizado na produção. O 
estoque de capital de um curso para concursos públicos compreende as salas de aula, as 
carteiras, mesas, quadro-negro, projetor multimídia, sistema de som, etc. Quanto mais estoque 
de capital (ou bens de capital) tiver a economia, maior será a sua produção. O capital é 
representado pela letra (K).
Mão-de-obra é o próprio trabalho. É representada pela letra (L), devido ao termo em 
inglês: Labour.
Tecnologia significa o estudo da técnica. Em Economia, ela representa a forma como a 
sociedade vai utilizar os recursos existentes (capital e mão-de-obra) na produção de bens e 
serviços. Dependendo da tecnologia, sociedades com pouca mão-de-obra e capital podem, de 
fato, ser mais produtivas e gerar mais bem-estar à sua população que outras com mais mão-de-
obra e capital disponíveis. Em nosso curso, seguindo o que é utilizado nos manuais de 
Economia, utilizaremos o fator de produção tecnologia como uma variável constante, ou seja, 
que não muda.
Função da Produção
A produção da firma é função da mão-de-obra e do capital existentes. Algebricamente, 
isto que eu acabei de dizer é representado desta maneira:
Q = f (L, K) ou
Y = f (L, K)
(Q) é a quantidade de produção e muitas vezes também pode ser representado por (Y) – do 
inglês Yield=Renda. (L) é a quantidade de mão-de-obra. (K) é a quantidade de capital. f 
significa “uma função de” e é empregado para representar que há uma relação de dependência 
entre a produção (Q) e os fatores de produção (L) e (K).
Existe uma função que expressa matematicamente esta relação de dependência entre 
produção e os fatores de produção mão-de-obra e capital. Esta função é conhecida como função 
de produção Cobb-Douglas e tem o formato abaixo:
Q = A . Kα . Lβ
Q é a produção. A é o parâmetro que mede a tecnologia, considerada por nós como sendo 
constante. K é o capital. L é a mão-de-obra. α e β indicam a participação na produção entre o 
capital e a mão-de-obra.
No entanto, para quea Função Cobb-Douglas seja respeitada, seria necessário que (α + β) seja 
igual a 1.
Nota: para que a produção quadruplique, é necessário que quadrupliquemos os dois 
fatores de produção: a mão-de-obra e o capital. Se quadruplicarmos somente um dos fatores, a 
alteração na produção não será na mesma proporção.
Em Economia, quando há esta situação, dizemos que a função de produção apresenta 
rendimentos constantes de escala. Em outras palavras, se capital e mão-de-obra forem 
aumentados na mesma proporção, então a produção também aumenta nessa mesma proporção.
Algebricamente, isto é traduzido da seguinte maneira:
z.Q = A. (z.K)α. (z.L)β
ou
F(z.K, z.L) = A. (z.K)α. (z.L)β
CURTO PRAZO x LONGO PRAZO
O curto prazo é definido como um período de tempo em que um dos fatores de 
produção (capital ou mão-de-obra) permanece fixo, constante, inalterado. Por exemplo, 
uma situação em que o fator de produção capital seja fixo e o fator de produção mão-de-obra 
seja variável será considerada curto prazo.
O longo prazo é o período de tempo em que os dois fatores de produção são 
variáveis.
Veja que, no economês (língua falada pelos economistas), curto prazo pode significar 
bastante tempo e longo prazo pode significar pouco tempo. Isto é, o tempo não importa, o 
importante é saber se apenas um ou os dois fatores de produção variam.
PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO (apenas um insumo variável)
Falar em produção no curto prazo significa falar em produção com apenas um fator de 
produção variável.
Geralmente o estudo do curto prazo é considerado levando-se em conta que apenas o fator de 
produção mão-de-obra seja variável, enquanto o insumo capital será fixo. Desta forma, 
conseguiremos analisar as implicações de mudanças na produção provocadas somente por 
alterações no insumo mão-de-obra.
Quando o capital é fixo, mas o trabalho é variável, a única maneira de a empresa 
aumentar a produção é aumentando o insumo trabalho. Em outras palavras, para produzir mais é 
condição obrigatória a contratação de mais trabalhadores (lembre também que estamos 
considerando a tecnologia constante).
Ao decidir adquirir mais trabalhadores, a firma tem de comparar o benefício que obterá 
em relação ao custo. Às vezes, ela olhará para o benefício e o custo em perspectiva incremental. 
Isto é, ela procurará saber o quanto de produção adicional ela ganhará com a contratação de um 
trabalhador adicional.
Às vezes, ela fará comparações na média. Isto é, ela tentará observar se a contratação de 
um trabalhador adicional aumenta, por exemplo, a produção média por trabalhador.
A partir das duas perspectivas apresentadas acima, devemos, neste momento, apresentar 
dois conceitos muito importantes:
Produto marginal da mão-de-obra (PmgL): é o volume de produção adicional gerado 
(ΔQ) ao se acrescentar 1 trabalhador (quando ΔL=1). A palavra “marginal” em Economês pode 
ser pensada como “incremental”, “à margem de” e sempre significa o volume adicional sobre 
alguma coisa gerada pelo acréscimo de uma outra coisa. Algebricamente, este conceito é 
representado assim: PmgL = ΔQ/ΔL
Produto médio da mão-de-obra (PmeL): o PmeL é a produção por trabalhador. Basta 
dividir a produção total pela quantidade de trabalhadores.
Algebricamente, temos: PmeL = Q/L
A Lei dos rendimentos marginais decrescentes, que estatui: à medida que 
aumentamos o uso de determinado fator de produção, mantendo-se os outros insumos 
constantes, chegamos a um ponto em que a produção adicional resultante começa a decrescer. A 
lei dos rendimentos marginais decrescentes também pode ser chamada de lei da produtividade 
marginal decrescente.
Diante das definições de Produto marginal e produto médio, e também da lei dos 
rendimentos marginais decrescentes, podemos fazer algumas conclusões:
a) A produção total cresce enquanto o PmgL é positivo
b) A produção total decresce enquanto o PmgL é negativo
c) Quanto o PmgL=0, a produção total é máxima
d) O PmgL atinge o seu máximo para o mesmo número de trabalhadores em que 
a produção total muda a direção da concavidade da curva
e) Enquanto o PmgL for maior que PmeL, este último é crescente
f) Quando PmgL e PmeL forem iguais, PmeL é máximo
g) Enquanto o PmgL for menor que PmeL, este último é decrescente
PRODUÇÃO NO LONGO PRAZO (dois insumos variáveis)
Até o presente em nosso estudo, trabalhamos com a hipótese do curto prazo (apenas o 
insumo mão-de-obra varia). A partir de agora, levaremos em conta também a variação do 
insumo capital.
Conforme sabemos, a produção da firma (Q) é função dos fatores de produção capital 
(K) e mão-de-obra (L). Neste tópico, analisaremos alguns importantes aspectos levando em 
conta mudanças nestes dois fatores de produção e, para isto, teremos de aprender alguns novos 
conceitos bem como recorrer à análise gráfica.
Isoquantas
Na figura abaixo, temos um diagrama que contém os dois fatores de produção que 
determinam a produção: capital e mão-de-obra. No eixo das abscissas (eixo horizontal) temos a 
quantidade de mão-de-obra expressa em quantidade de trabalhadores. No eixo das ordenadas, 
temos a quantidade de capital expressa em unidades físicas (número de máquinas).
Considere a curva convexa Q1=100. Ao longo desta curva, cada combinação de mão-
de-obra (L) e capital (K) produz 100 unidades de produção. Em outras palavras, as combinações 
de capital e mão-de-obra nos pontos A (LA, KA), ponto B (LB, KB) e ponto C (LC, KC) geram as 
mesmas 100 unidades de produção. Como todos os pontos ao longo da curva Q1=100 geram a 
mesma produção, essa curva é chamada de isoquanta (iso=igual; quanta=quantidade).
O declínio no capital permitido por um aumento dado na mão-de-obra a fim de que a produção 
mantenha-se constante é chamado de taxa marginal de substituição técnica (TMgST) entre 
capital e mão-de-obra. Algebricamente, a TMgST pode ser definida como:
TMgSTK,L = ΔKΔL com a produção (Q) constante
Veja que a TMgST será sempre negativa. Isto porque o numerador ΔK (KFINAL – 
KINICIAL) é sempre negativo quando caminhamos da esquerda para a direita na curva. Se 
caminharmos da direita para a esquerda, o ΔL (LFINAL – LINICIAL) será sempre negativo. Assim, 
a TMgST é negativa.
Perceba também que a TMgST é decrescente. Do ponto A ao B, temos uma TMgST 
certamente maior que 1 (ΔK > ΔL). Do ponto D ao E, entretanto, temos um TMgST certamente 
menor que 1 (ΔK < ΔL).
Isto acontece porque, quando o capital é intensivamente empregado (ponto A), os 
poucos trabalhadores remanescentes efetuam trabalhos mais difíceis e importantes. Neste ponto 
é necessário muito capital para substituir um trabalhador. Quando a mão-de-obra é intensiva, e o 
capital não é muito prevalecente (ponto E), qualquer capital adicional substituirá muita mão-de-
obra.
Linhas de isocustos
A linha de isocustos é uma reta sobre a qual os custos da firma são constantes para 
diversas combinações de capital e mão-de-obra. Suponha uma firma que pague aos seus 
funcionários o salário de $10 e tenha unidades de capital no valor de $20. O custo do 
trabalhador é, portanto, W=10 (usa-se W devido ao termo em inglês Wage=salário) e o custo do 
capital é C=20. Veja as linhas de isocustos abaixo, supondo custos totais da firma nos valores de 
$1000, $1500 e $2000:
Todas as linhas de isocustos possuem uma equação que as representa. Esta equação 
possui o seguinte formato:
CT = W.L + C.K
CT é o custo total. L é quantidade de trabalhadores. W é o salário (preço/custo da mão-de-
obra). C é o custo da unidade de capital. K é a quantidade de capital. Vejamos quais as 
equações das linhas de isocustos AA’, BB’, CC’:
Isocustos AA’: 1000 = 10L + 20K 20k = 1000 – 10L K = 50 – ½.L
Isocustos BB’: 1500 = 10L + 20K 20K = 1500 – 10L K = 75 – ½.L
Isocustos CC’: 2000 = 10L + 20K 20K = 2000 – 10L K = 100 – ½.L
Podemos concluir que a inclinação da linha de isocustos é dada por W/C (é a razão 
entreos preços da mão-de-obra e capital). Como em nosso exemplo o preço da mão-de-obra é 
$10 e o preço do capital é $20, a inclinação será $10/$20 = ½.
Ótimo da Firma
Supondo um nível de produção Q1 da firma, ela maximizará seus lucros quando, a este 
nível de produção, minimizar os custos totais. Assim, a condição de maximização de lucros, a 
este nível de produção que está sendo suposto, acontecerá quando a isoquanta que contém este 
nível de produção Q1 tocar a linha de isocustos mais baixa possível.
Ao nível de produção Q1, a firma maximizará os lucros no ponto X, que é o ponto em 
que a isoquanta Q1 raspa, toca ou tangencia a linha de isocustos BB’. Veja que nos pontos Y e 
Z, ao mesmo nível de produção (mesma isoquanta), os custos totais são de $2000. Por outro 
lado, mantendo o nível de produção, não é possível produzir Q1 a custos totais de $1000, pois a 
isoquanta Q1 não toca a linha de isocustos de $1000, sendo impossível produzir Q1 a custos de 
$1000.
No ponto X, a inclinação da isoquanta é igual à inclinação da linha de isocustos. Assim, 
basta igualarmos os termos que determinam a inclinação de ambas. Esta igualdade nos dará o 
ótimo da firma supondo o nível de produção Q1 e os preços da mão-de-obra e capital $10 e $20, 
respectivamente:
Mas veja que podemos manipular o ΔK/ΔL, de forma que, ainda assim, manteremos a 
igualdade:
Concluímos então que TMgST (ΔK/ΔL) é a razão entre as produtividades marginais da 
mão-de-obra e do capital. Isto porque ΔQ/ΔL é o produto marginal da mão-de-obra (PmgL) e 
ΔQ/ΔK é o produto marginal do capital (PmgK).
Podemos reescrever assim a condição de equilíbrio (ótimo), dada uma produção Q1 e os 
preços do capital e mão-de-obra C e W:
W é o preço da mão-de-obra ou, ainda, pode ser denominado o custo marginal da mão-
de-obra (acréscimo no custo total decorrente da aquisição de mais uma unidade de mão-de-
obra), enquanto C é o preço do capital ou, ainda, o custo marginal do capital (acréscimo no 
custo total decorrente da aquisição de mais uma unidade de capital).
Assim, temos que, dada uma produção Q1 e os preços da mão-de-obra (W) e do capital 
(C), a firma minimizará o custo de produção quando ela utilizar capital e mão-de-obra até 
o ponto em que seus custos marginais relativos sejam apenas iguais às suas produtividades 
marginais. Ou ainda, de modo mais simples, podemos dizer que a firma atinge o equilíbrio 
quando a razão entre as produtividades marginais de mão-de-obra e capital seja igual à 
razão de seus preços.
6 – Teoria do Consumidor
COMO AGE O CONSUMIDOR: LUCROS X UTILIDADE
Imaginemos que o prazer ou a satisfação percebidos pelo consumidor, ao comprarem, 
possam ser medidos, e chamemos essa medida de “utilidade”. Pois bem, é essa tal de utilidade 
que os consumidores buscam quando tomam suas decisões de consumo.
UTILIDADE E UTILIDADE MARGINAL
Quanto mais se consome de um bem, maior é a utilidade total. Ao mesmo tempo, 
quanto mais se consome de um bem, menor é o acréscimo de utilidade. Daí, surge o conceito de 
utilidade marginal, que segue o mesmo raciocínio do conceito de produto marginal, já visto na 
teoria na produção:
Utilidade marginal (Umg): é o acréscimo de utilidade (U) em virtude do acréscimo de 
uma unidade de consumo (C) de um bem qualquer. De forma matemática: Umg=ΔU/ΔC
Assim como os produtos marginais estudados na teoria da produção eram decrescentes, 
a utilidade marginal também é. Na teoria da produção, o acréscimo na produção total ia 
diminuindo à medida que se acrescentava mão-de-obra ou capital. Na teoria do consumidor, a 
lógica é a mesma: o acréscimo na utilidade total vai diminuindo à medida que se aumenta o 
consumo.
Na teoria da produção, vimos que isso acontecia devido à lei dos rendimentos marginais 
decrescentes, que, naquele caso, poderia também ser chamada de lei da produtividade marginal 
decrescente. Neste caso, podemos chamá-la de lei da utilidade marginal decrescente: à 
medida que aumentamos o consumo de determinada mercadoria, a utilidade marginal 
dessa mercadoria diminui.
Então, ficamos assim:
Quanto mais consumo de um bem, mais utilidade (total);
Quanto mais consumo de um bem, menor a utilidade marginal.
O raciocínio é intuitivo: ao consumirmos mais e mais de um bem, estaremos 
aumentando a utilidade total. Ao mesmo tempo, estaremos decrescendo o valor da utilidade 
marginal. Quando esta atingir o valor NULO, se continuarmos a aumentar o consumo, a 
utilidade marginal passará a assumir valores negativos. Neste caso, o aumento de consumo 
reduzirá a utilidade total. Assim, o momento em que a utilidade é máxima acaba sendo 
quando a utilidade marginal é NULA.
Preferências
A teoria do comportamento do consumidor inicia-se com três premissas básicas a 
respeito das preferências das pessoas por determinada cesta1 de mercado em relação a outra:
1. Integralidade ou exaustividade: as preferências são completas. Isso quer dizer que 
os consumidores podem comparar e ordenar todas as cestas de mercado. Assim, para quaisquer 
cestas que existam, o consumidor é capaz de ordená-las em uma ordem de preferência e dizer se 
ele prefere uma ou outra ou, ainda, se ele é indiferente a qualquer uma delas em relação à outra.
2. Transitividade: as preferências são transitivas. Transitividade quer dizer que, se um 
consumidor prefere a cesta de mercado A à cesta B e prefere B a C, então ele também prefere A 
à C. Por exemplo, se ele prefere picanha a alcatra e prefere alcatra a coxão duro, também prefere 
picanha a coxão duro.
3. Quanto mais melhor: a maior quantidade de um bem é sempre preferível à menor 
quantidade do mesmo. Este princípio também é chamado de princípio da não saciedade.
Assim podemos definir curva de indiferença: é uma curva que liga as várias 
combinações de consumo de vestuário e alimentos que proporcionam igual utilidade. (a 
expressão curva de indiferença deriva do fato de que cada ponto na curva rende a mesma 
utilidade, logo, o consumidor será indiferente sobre qualquer combinação ao longo da curva).
Propriedades da Curva de Indiferença
1. Curvas mais altas são preferíveis - O nível de utilidade U2 representa mais satisfação que o 
nível U1, pois para a mesma quantidade de alimentos, o vestuário é maior em U2. Assim, quanto
mais alta a curva, melhor. Em virtude disto, qualquer ponto na curva U2 será, 
obrigatoriamente, preferível a qualquer outro da curva U1. Conseqüentemente, qualquer curva 
de indiferença mais alta que U2 também será preferível a U2, e assim por diante.
Esta ordenação de preferências em que as utilidades são simplesmente ordenadas de 
modo a mostrar apenas a ordem de preferência é chamada de teoria ordinal. Caso a 
preocupação realmente seja informar em valor numérico qual o grau de utilidade do 
consumidor, estaremos trabalhando com a teoria cardinal. Assim, esta teoria do consumidor 
que estamos estudando, baseada na ordenação de preferências, é pautada em funções de 
utilidades ordinais, pois verificamos apenas a ordem das utilidades e não o seu cálculo numérico 
propriamente dito.
2. Curvas de indiferença não se cruzam
3. Curvas de indiferença são inclinadas negativamente - Em primeira instância, o que 
ocasiona a inclinação negativa da curva de indiferença é o princípio da utilidade marginal 
decrescente.
4. As curvas de indiferença são convexas
5. A TMgS é decrescente – A taxa marginal de substituição (TMgS) é decrescente em módulo.
RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Imagine que os consumidores queiram maximizar sua utilidade. É natural que, se eles 
pudessem, gastariam cada unidade de alimento com o máximo de vestuário possível, e vice-
versa. Em outras palavras, buscariam a curva de indiferença mais alta possível.
Infelizmente, porém, os recursos de cada consumidor são limitados. Assim, o melhor de 
cada consumidor passará pela restrição de seus recursos. Estes recursos são representados 
pela sua renda.Com ela, os consumidores podem comprar vestuário e alimentos. Então, a 
maximização da utilidade passa fundamentalmente pela restrição imposta pela renda do 
consumidor, sendo que esta é voltada para a compra de vestuário e alimento.
Assim, chegamos à conclusão que, dada uma renda (R), o consumidor poderá comprar 
diversas quantidades de vestuário e alimentos de forma que sua renda seja totalmente utilizada. 
Dentro desta idéia, surge o conceito de reta de restrição orçamentária (também chamada em 
algumas bibliografias de “linha do orçamento”). Assim, vejamos a definição de reta de 
restrição orçamentária: é a linha que reflete as combinações de vestuário e alimentos 
possíveis para determinada renda de um consumidor.
Exemplo: suponha que um consumidor possua renda total de R$1000. O preço da 
unidade de alimento seja R$10 e o preço da unidade de vestuário a ser consumida seja R$20. 
Veja a reta de restrição orçamentária:
Todas as linhas de orçamento possuem uma equação que as representa. Esta equação possui o 
seguinte formato, lembrando que estamos exemplificando com alimento e vestuário:
Daí, podemos concluir que a inclinação da linha de orçamento é dada por PA/PV (razão 
entre os preços do alimento e do vestuário). Como em nosso exemplo o preço do alimento é 
R$10 e o preço do vestuário é R$20, a inclinação será 10/20 = ½.
Como decorrência dessa conclusão de que a inclinação da linha de orçamento é dada 
pela razão dos preços dos bens que constituem a cesta de mercado, chegamos à outra importante 
verificação: caso o preço de algum bem da cesta mude, haverá mudança na inclinação da 
linha de orçamento.
ÓTIMO (EQUILÍBRIO) DO CONSUMIDOR
Supondo um nível de renda (R) de um consumidor que nos remeta a uma reta de 
restrição orçamentária, o trabalhador encontrará seu equilíbrio no ponto em que esta linha de 
orçamento encontrar a curva de indiferença mais alta possível.
Assim, ele estará encontrando a maior utilidade possível, dada a sua restrição de renda. 
Graficamente, isto ocorre quando a reta de restrição orçamentária toca a curva de indiferença 
mais alta:
Desta forma, atingido o ponto X, o consumidor demandará Ax unidades de alimentos e 
VX unidades de vestuário. Bem, agora já entendemos que o trabalhador toma a sua decisão de 
consumo de alimentos e/ou vestuário a partir do ponto X, certo!? Assim, mais uma vez, 
necessitamos representar esta situação matematicamente.
No ponto X, a inclinação da curva de indiferença é igual à inclinação da linha de 
orçamento. Assim, basta igualarmos as expressões que determinam a inclinação de ambas. Esta 
igualdade nos dará o equilíbrio do consumidor e, por conseguinte, a quantidade de consumo 
demandada de alimentos e vestuário:
Fazendo algumas manipulações matemáticas, concluímos então que a TMgS (ΔV/ΔA) é 
a razão entre as utilidades marginais do alimento e do vestuário. Isto porque ΔU/ΔA é a 
utilidade marginal do alimento (UmgA) e ΔU/ΔV é a utilidade marginal do vestuário (UmgV). 
Assim, podemos reescrever a condição de equilíbrio do trabalhador, dada uma renda (R) e os 
preços do alimento e vestuário – PA e PV:
Assim, as pessoas irão escolher as unidades de consumo e vestuário a serem 
demandadas de tal modo que a razão das utilidades marginais seja igual à razão dos seus 
preços/custos.
CASOS ESPECIAIS: substitutos e complementos perfeitos
A figura abaixo apresenta, no gráfico da esquerda, as preferências de um consumidor 
por coca-cola e pepsi. Para este consumidor, estas duas mercadorias são substitutos perfeitos. 
Dizemos que dois bens são substitutos perfeitos quando a taxa marginal de substituição de 
um bem pelo outro é constante. Nesse caso, as curvas de indiferença que descrevem a 
permuta entre o consumo das mercadorias se apresentam como linhas retas (a inclinação 
de retas é uma constante – ou seja, um número que não muda. Assim, a TmgS também será 
constante, já que a inclinação da curva de indiferença é dada pela TmgS).
O gráfico da direita ilustra as preferências de um consumidor por sapatos esquerdos e 
direitos. Para este consumidor, os dois bens são complementos perfeitos (ou complementares), 
uma vez que um sapato esquerdo não aumentará seu grau de satisfação ou utilidade, a menos 
que ele possa obter também o sapato direito como correspondente. Assim, a cesta (1 sapato 
direito, 1 sapato esquerdo) apresenta a mesma utilidade da cesta (1 sapato direito, 3 sapatos 
esquerdos). Ou seja, só haverá benefício adicional quando houver acréscimo na proporção no 
consumo dos dois bens, sendo que qualquer bem em excesso a essa proporção não gera nenhum 
benefício adicional.
7 – Questões Econômicas Fundamentais
A Economia é a ciência social que estuda como a sociedade deve utilizar os recursos 
produtivos, que são escassos, na produção de bens de serviços, de modo a distribuí-los entre as 
várias pessoas e grupos da sociedade, com o objetivo de satisfazer as necessidades humanas.
Em primeiro lugar, temos que ter em mente que os recursos são escassos e, ao mesmo 
tempo, as necessidades humanas são ilimitadas e nunca param de crescer (as pessoas querem 
cada vez mais melhorar o padrão de vida e de consumo. Ademais, existe a questão do 
crescimento populacional que ratifica a infinitude das necessidades humanas).
Como os recursos são finitos, a sociedade deve decidir o que deverá ser produzido, em 
qual quantidade, como e para quem. Todas estas questões econômicas fundamentais 
relacionadas à escolha surgem da escassez.
Tipos de Mercados
Mercado Competitivo 
Um mercado competitivo é aquele que possui muitos compradores e vendedores, de tal 
modo que nenhum comprador ou vendedor possa, individualmente, influenciar de forma 
significativa os preços. Dito de outra maneira, os compradores e vendedores são tomadores 
de preços. Como exemplo máximo de um mercado competitivo temos a Concorrência Perfeita
Concorrência Monopolística (Mercado não competitivo)
A diferença em relação à concorrência perfeita ocorre porque, na concorrência 
monopolística, cada um dos vendedores exerce o monopólio sobre o seu produto, já que este é 
diferenciado dos demais, daí o termo “monopolística”. Esta diferenciação se dá por meio de 
especificidades como marca, padrão, tecnologia empregada, nível de acabamento, assistência 
técnica, etc. Temos como exemplo o mercado de alimentos (restaurantes), roupas, calçados, etc.
A principal implicação dos mercados competitivos reside no fato de que os preços 
transacionados são decididos concorrencialmente, por meio da interação entre as forças da 
demanda e da oferta.
Um mercado não competitivo é aquele em que um ou vários compradores ou 
vendedores podem influenciar de forma significativa os preços de mercado. São tipos de 
mercado não competitivos:
1- Monopólio - é o mercado em que existe apenas um vendedor e vários compradores. 
A conclusão é a de que este vendedor pode determinar não só o preço de mercado, 
mas também sua oferta.
2- Oligopólio - neste tipo de mercado existe um pequeno número de empresas 
vendedoras que dominam uma larga fatia do mercado. Juntas, se elas quiserem, 
estas firmas têm o poder de determinar o preço de mercado. São exemplos de 
oligopólio a indústria automobilística e a indústria de bebidas no Brasil.
3- Monopsônio - é o raciocínio inverso do monopólio. No monopsônio há apenas um 
comprador para vários vendedores. Imagine uma indústria de farinha de trigo 
localizada em uma área onde há várias fazendas produtoras de trigo. É um caso 
clássico de monopsônio, onde, neste caso, o comprador tem poder para influenciar o 
preço de equilíbrio do mercado.
8 – Eficiência Econômica
EFICIÊNCIA DE PARETO
Suponhamos que duas mercadorias estejam inicialmente alocadas de forma que ambos 
os consumidores possam aumentar o seu bem-estar (a sua utilidade) se fizerem trocas entre si. 
Isso significa que a distribuição inicial das mercadoriasé ineficiente economicamente. Em uma 
distribuição eficiente, ninguém consegue melhorar seu bem-estar/utilidade sem reduzir o 
bem-estar de outra pessoa. Esta situação é denominada de eficiência de Pareto
É importante também não confundir o termo eficiência de Pareto com melhoria de 
Pareto. A melhoria de Pareto é uma troca, em alocação ineficiente, que objetiva atingir a 
eficiência de Pareto. Exemplificando: se pudermos encontrar uma forma de melhorar a situação 
de uma pessoa sem piorar a de nenhuma outra (ou seja, não temos eficiência de Pareto), teremos 
uma melhoria de Pareto. Se uma alocação permite uma melhoria de Pareto, diz-se que ela é 
ineficiente no sentido de Pareto, se a alocação não permite nenhuma melhoria de Pareto, então 
ela é eficiente no sentido de Pareto.
EFICIÊNCIA NAS TROCAS
Sempre que as TMgSs de dois consumidores forem diferentes, há possibilidade de 
trocas mutuamente benéficas, pois elas mostram que a distribuição dos recursos não é 
eficiente - logo, é possível alterar a distribuição inicial de mercadorias e fazer com que os dois 
consumidores melhorem seu bem-estar. Por outro lado, se formos sucessivamente realizando 
trocas mutuamente benéficas até o momento em que a eficiência econômica seja alcançada, 
haverá uma hora em que as TMgSs dos dois consumidores serão iguais. Neste momento (em 
que a eficiência econômica foi atingida), é impossível realizar trocas mutuamente vantajosas.
Vale ainda ressaltar que este resultado é válido também para situações em que há muitas 
mercadorias e muitos consumidores. Assim, a eficiência nas trocas ou, em outras palavras, 
uma distribuição de mercadorias é eficiente quando elas são alocadas de tal forma que a 
taxa marginal de substituição entre qualquer par de mercadorias seja a mesma para todos 
os consumidores. Assim, a igualdade nas TMgSs é condição obrigatória para a ocorrência 
do ótimo de Pareto
A eficiência econômica e os mercados competitivos
No mercado competitivo, há todas as condições favoráveis para que os indivíduos 
possam transacionar as mercadorias. O equilíbrio de um mercado competitivo ocorre quando a 
quantidade ofertada é igual à quantidade demandada (a um determinado preço de equilíbrio). 
Neste caso, temos um equilíbrio competitivo, pois os vendedores e compradores atuam como 
aceitadores de preço, pois eles aceitam o preço de equilíbrio, determinado pelo mercado. Este 
preço de equilíbrio, por sua vez, é determinado pelas forças da demanda e da oferta.
Observe que as alocações eficientes no ótimo de Pareto ocorrem quando as TMgSs são 
iguais. Ou seja, quando a quantidade de um bem que algum consumidor esteja disposto a abrir 
mão (oferta) seja igual à quantidade deste mesmo bem que o outro consumidor esteja disposto a 
adquirir (demanda). Assim, vemos que quando as TMgSs são iguais (ótimo de Pareto), temos, 
na prática, uma situação em que a oferta é igual à demanda, exatamente igual ao que ocorre no 
mercado competitivo.
Daí, concluímos que qualquer equilíbrio em um mercado competitivo implicará uma 
alocação de mercadorias Pareto-eficiente. Essa afirmação é descrita como o primeiro 
teorema econômico do bem-estar. Formalmente, segue o teorema:
A alocação de bens ou insumos que resulta de um equilíbrio 
geral competitivo é eficiente em termos econômicos.
Equidade e Eficiência
Para a alocação ser eficiente economicamente não é necessário que ela seja justa. Do 
ponto de vista econômico o conceito de eficiência econômica não leva em conta aspectos 
equitativos. A eficiência de Pareto não leva em conta aspectos distributivos.
Fronteira de Possibilidades de Utilidades (FPU)
O segundo teorema econômico do bem-estar nos diz: 
Qualquer alocação de bens e insumos eficiente em termos econômicos pode ser atingida 
com um equilíbrio geral competitivo por meio de uma realocação dos recursos da economia.
Ou ainda:
Se as preferências são convexas, então cada alocação eficiente (cada ponto na curva de 
contrato) é um equilíbrio competitivo para alguma alocação inicial de recursos.
Embora pareçam frases esquisitas, no fundo, querem dizer a mesma coisa. A primeira 
diz que qualquer alocação eficiente pode ser atingida por meio de uma realocação de recursos. 
Ou seja, se quisermos tornar a alocação mais distributiva, devemos realocar os recursos. O 
teorema, por sua vez, nos diz que a eficiência pode ser atingida por realocações dos recursos. 
Isto é, o fato de ter que realocar os recursos não significa que devemos abandonar o objetivo da 
eficiência econômica
A segunda frase diz que se as preferências forem convexas, ou seja, as curvas de 
indiferença forem usuais ou seguirem a regra geral, cada alocação eficiente é um equilíbrio 
competitivo para alguma alocação inicial de recursos. Em outras palavras, qualquer equilíbrio 
tido como equitativo pode ser alcançado por meio de uma possível distribuição de recursos 
entre os indivíduos e que tal distribuição não gerará necessariamente ineficiências.
EFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO
Uma determinada alocação de insumos para o processo produtivo é considerada 
eficiente se a produção de uma mercadoria não puder ser aumentada sem que ocorra uma 
diminuição na quantidade produzida da outra mercadoria.
Uma alocação eficiente na produção ocorrerá quando as inclinações de cada par de 
isoquantas forem iguais. Ou seja, quando as taxas marginais de substituição técnica (TMgST) 
entre trabalho e capital forem iguais.
Na eficiência nas trocas, a linha que continha as alocações eficientes era chamada de 
curva de contrato. Na eficiência na produção, a linha que contém as alocações eficientes, onde 
as TMgSTs são iguais para cada par de isoquantas, é chamada de curva de contrato de 
produção.
Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP)
Na eficiência nas trocas, aprendemos o conceito de fronteira de possibilidades de 
utilidades, sobre a qual estavam todas as alocações eficientes de mercadorias entre dois 
consumidores. Pois bem, de modo semelhante, na eficiência na produção, nós temos o conceito 
de fronteira de possibilidades de produção (FPP), sobre a qual estão todas as alocações 
eficientes de insumos na produção de duas mercadorias. Em muitos livros, é bastante 
comum a nomenclatura curva de possibilidades de produção, ou, em casos menos comuns, 
curva de transformação da produção. Portanto, fique atento! Estes três nomes significam a 
mesma coisa, sendo FPP o nome mais usual.
A FPP mostra as diversas combinações de alimento e vestuário que podem ser 
produzidas com uma quantidade fixa de insumos trabalho e capital, mantendo-se a tecnologia 
constante. A fronteira apresentada na figura abaixo foi obtida a partir da curva de contrato da 
produção. Cada ponto, tanto da curva de contrato, como da FPP, apresenta quantidades 
eficientemente produzidas de alimento e vestuário.
A FPP, ao contrário das curvas de indiferença e das isoquantas, é côncava (curvada para 
dentro). Isto acontece porque a sua inclinação aumenta em magnitude à medida que se produz 
mais alimento. Observe que a inclinação da FPP é maior no ponto D do que no ponto C. por sua 
vez, é maior no ponto 0A do que no ponto D. Para descrevermos esse fato, definimos a taxa 
marginal de transformação (TMgT) de vestuário por alimento como a própria inclinação 
da fronteira em cada um de seus pontos. Algebricamente a TMgT é definida como ΔV/ΔA.
EFICIÊNCIA NA SUBSTITUIÇÃO
Vimos que a taxa marginal de substituição (TMgS) de alimento por vestuário mede a 
disposição que o consumidor tem de adquirir menos vestuário para adquirir uma unidade 
adicional de alimento. Vimos também que a taxa marginal de transformação (TMgT) mede o 
custo de uma unidade adicional de alimento em termos da menos produção de vestuário (custo 
de oportunidade). Uma economia estará produzindo eficientemente apenas se, para cada 
consumidor:
TMgS = TMgT
A figura abaixo mostra graficamente essacondição de eficiência. Colocamos no mesmo 
gráfico as curvas de indiferença do consumidor e as fronteiras de possibilidades de produção. 
Isso foi possível porque temos nos eixo das abscissas (horizontal) e no eixo das ordenadas 
(vertical) as mesmas variáveis: unidades de vestuário e unidades de alimento (produzidas, no 
caso da FPP, ou consumidas, no caso da curva de indiferença). A eficiência será atingida, dentro 
das possibilidades de produção existentes (dentro da FPP, portanto), quando a satisfação do 
consumidor for maximizada. Ou seja, a eficiência ocorre no ponto onde a curva de indiferença 
mais alta possível tangencia a FPP, que, neste caso, cumpre papel semelhante àquele 
desempenhado pela reta de restrição orçamentária, funcionando como um limite para a utilidade 
do consumidor.
 9 - CONCEITO E PRINCÍPIOS DE TRIBUTAÇÃO 
O mecanismo da tributação intervém diretamente na alocação dos recursos e na sua 
distribuição na sociedade. Desta forma, pode, também, reduzir as desigualdades na riqueza, na 
renda e no consumo.
De uma forma geral, espera-se o seguinte de um sistema tributário:
• Obtenção de receitas para financiar os gastos públicos;
• Os tributos seriam escolhidos de forma a minimizar sua interferência no sistema de 
mercado, a fim de não torná-lo (mais) ineficiente.
• Cada indivíduo deveria ser taxado de acordo com sua habilidade para pagar;
• Os tributos deveriam ser universais, impostos sem distinção para indivíduos em 
situações similares;
Baseado nestas premissas, podemos apresentar os princípios teóricos da tributação, a 
saber:
PRINCÍPIO DA NEUTRALIDADE
O princípio da neutralidade diz que os impactos gerados pelo ônus tributário não devem 
alterar, ou intervir o mínimo possível, a alocação de recursos na economia. Como os preços são 
a melhor forma de se estabelecer a alocação de recursos em uma economia, podemos concluir 
que o impacto da tributação sobre os preços dos bens e serviços deve ser neutro, ou seja, a 
relação de preços existente entre os diversos bens deve-se manter igual. Em outras palavras, e 
de um modo mais técnico, o princípio da neutralidade não deve interferir ou distorcer os preços 
relativos (preço de um produto em relação aos outros) dos bens e serviços.
Para clarear, veja o seguinte exemplo: antes da incidência da tributação, o preço do kilo 
de picanha custava R$ 30,00 e o kilo de coxão duro custava R$ 7,50. Com isso, o preço relativo 
entre picanha e coxão duro era 0,25 (7,5/30=1/4).
Para que seja mantida a neutralidade tributária, a incidência da tributação sobre a 
picanha deve ser igual aos outros tipos de carne (o coxão duro, por exemplo). Imaginemos o 
caso de um aumento de cerca de 10% na tributação para todos os bens. O preço do kilo de 
picanha passa a custar R$ 33,00 e do kilo de coxão duro, R$ 8,25. Veja que foi obedecido o 
princípio da neutralidade, pois o preço relativo dos bens não foi distorcido, continuou com o 
mesmo valor de 0,25 (8,25/33=1/4).
Se o governo, por outro lado, decidisse não tributar a picanha para tornar o seu consumo 
mais acessível às classes mais pobres e, ao mesmo tempo, tributar o coxão duro, haveria 
mudança nos preços relativos. A picanha continuaria custando R$ 30,00 o kilo, enquanto o 
coxão dura custaria R$ 8,25. O preço relativo seria 0,275. Ou seja, a tributação neste caso, 
interveio na alocação de recursos. Não podemos dizer, nesta última situação, que o objetivo da 
neutralidade foi plenamente atendido.
PRINCÍPIO DA EQUIDADE
O princípio da equidade tem por objetivo a garantia de uma distribuição eqüitativa do 
ônus tributário pelos indivíduos (“justiça fiscal”).
Este princípio pode ser dividido em dois outros (sub) princípios:
• Princípio da capacidade contributiva: a repartição tributária deveria ser baseada na 
capacidade individual de contribuição.
• Princípio do benefício: o ônus tributário deveria ser repartido entre os indivíduos de acordo 
com o benefício que cada um recebe em relação aos bens e serviços prestados pelo governo.
A partir de agora, vejamos cada um deles:
Princípio da capacidade contributiva
Também chamado de princípio da capacidade de pagamento ou, ainda, princípio da 
habilidade de pagamento, ele nos afirma que os impostos devem ser cobrados de acordo com a 
capacidade que as pessoas têm de suportar o encargo.
Esse princípio é justificado pelo argumento de que todos os cidadãos devem fazer o 
mesmo sacrifício para sustentar o governo. Isso significa que R$ 100,00 é mais importante para 
um indivíduo pobre do que para um rico. Dado esse fato, se um indivíduo pobre e um rico 
pagam um mesmo montante de tributos, eles não fizeram o mesmo sacrifício. Assim, devido à 
capacidade de pagamento, o indivíduo pobre teve um sacrifício superior ao do rico.
Para evitar esse tipo de injustiça, utilizamos dois mecanismos de tributação que têm por 
objetivo igualar o sacrifício dos cidadãos: a equidade horizontal e a equidade vertical.
A equidade horizontal significa que os indivíduos com iguais capacidades devem 
pagar o mesmo montante de tributos. Sua implementação é relativamente fácil, já que as 
pessoas com o mesmo nível de renda (mesma capacidade de pagamento) devem, em princípio, 
dar igual contribuição tributária.
A equidade vertical significa que indivíduos com diferentes habilidades devem pagar 
tributos em montantes diferenciados. Quem pode pagar mais, de fato, deve pagar mais. É o 
tratamento desigual para desiguais. Vale destacar que esses montantes a que nos referimos são 
em valores percentuais. Por exemplo, um sujeito que ganha R$ 1.000,00 deve pagar uma parte 
menor de sua renda que outro sujeito que ganha R$ 10.000,00. Se o primeiro paga R$ 200,00 de 
impostos (20% de sua renda) e o segundo paga R$ 2.000,00 (20% da renda), não estaremos 
obedecendo à equidade vertical, mas, sim, à equidade horizontal, pois os dois sujeitos estarão 
pagando o mesmo montante (mesmo percentual de suas rendas). Assim, para que a equidade 
vertical seja obedecida, quem ganha mais, deve contribuir com um percentual maior de sua 
renda.
PRINCÍPIO DO BENEFÍCIO
Este princípio afirma que as pessoas devem pagar impostos com base nos benefícios 
que obtêm dos serviços do governo. Quanto maior o benefício, maior seria a contribuição e 
vice-versa.
Algumas pessoas argumentariam que esse princípio é mais justo porque evitaria a 
situação na qual um indivíduo pagaria indiretamente pelo benefício de outra pessoa. Outras 
pessoas argumentam que esse princípio é mais eficiente porque ele funciona como no sistema 
de mercado livre, onde cada indivíduo paga de acordo com os benefícios que recebe ao adquirir 
determinados bens e serviços.
Baseado nestes argumentos, teríamos que, quanto maior fosse o benefício, maior seria o 
nível de consumo e, por conseguinte, o preço a ser pago. Ainda nesta forma de análise, 
argumenta-se que se o pagamento dos tributos não fosse feito com base no princípio do 
benefício, o resultado seria o desperdício, porque a tendência seria a superutilização dos 
serviços, levando à ineficiência e/ou desperdício.
Devido a dificuldade de mensurar o quanto cada cidadão usufrui de bens públicos, fica claro 
que o mecanismo da tributação baseado apenas no princípio do benefício seria ineficiente. 
Logo, a alternativa de se estabelecer um sistema de tributação mais eficiente mostra a 
necessidade de se buscar outro mecanismo que, associado ao princípio do benefício, torne a 
estrutura de tributação menos ineficiente e mais justa.
IMPOSTOS DIRETOS E INDIRETOS
A diferença básica entre esses tributos está na incidência. Enquanto os tributos diretos 
incidem sobre a renda e riqueza (patrimônio) das pessoas, os tributos indiretos são aqueles que 
incidem sobre os bens e serviços adquiridos pela sociedade. Nesse sentido, podemos também 
conceituar o primeiro como sendo aquele que incide sobre as pessoas (físicas e jurídicas), 
enquantoo segundo incide sobre a produção.
Impostos específicos e ad valorem
Dentro dos impostos indiretos, nós podemos ainda ter os impostos específicos e os ad 
valorem.
Imposto específico ou ad rem é aquele cobrado com base em um valor único, 
dependente da quantidade transacionada da mercadoria. Por exemplo, imagine um imposto de 
R$ 1,00 por cada lata de cerveja produzida. É um tipo de imposto específico, pois é um valor 
único e não depende do valor pelo qual a lata foi vendida, mas apenas do número de latas 
vendidas.
Imposto ad valorem é aquele cobrado com base em uma alíquota que incide sobre o 
valor da transação. É o tipo mais comum. Por exemplo, imagine uma venda de um bem que 
custe R$ 100 e a alíquota do imposto seja 10%. O valor do imposto será R$ 10. Se o mesmo 
bem for vendido em outro lugar por R$ 200, o valor do imposto será R$ 20. Diferente, portanto, 
do imposto específico que tem um valor único por unidade transacionada.
Ainda em relação ao imposto ad valorem, podemos ter dois tipos: os cobrados por fora 
ou por dentro. 
Os cobrados por fora incidem sobre o valor da mercadoria, de modo que o imposto é 
uma porcentagem sobre o preço de venda, onde ainda não está incluso o imposto. Exemplo: se 
um bem custa R$ 100,00 e o imposto por fora equivale a 10%, o preço de nota fiscal do bem 
(aquele que o consumidor pagará) será R$ 110. O IPI é um exemplo de imposto ad valorem 
cobrado por fora.
O imposto ad valorem cobrado por dentro incide sobre o preço de venda, de modo que 
o valor do imposto é uma porcentagem sobre o preço de venda, onde já está incluso o imposto. 
Exemplo: se um bem custa R$ 100 e o imposto por dentro equivale a 10%, o preço de nota 
fiscal do bem será R$ 100 e o valor do imposto será R$ 10. Ou seja, o preço líquido da 
mercadoria (preço do bem menos o imposto) será R$ 90. O ICMS é um exemplo de imposto ad 
valorem cobrado por dentro.
IMPOSTOS PROPORCIONAIS, PROGESSIVOS E REGRESSIVOS
Impostos proporcionais
Neste sistema, aplica-se a mesma alíquota de imposto para os diferentes níveis de renda. 
Este tipo de tributo coaduna-se com a equidade horizontal, em que indivíduos com capacidades 
iguais de pagar, pagam o mesmo montante percentual de suas rendas.
A partir desta definição, vemos que o sistema proporcional não tem nenhum impacto 
sobre a redistribuição da renda na sociedade.
Impostos progressivos
Por meio desse sistema, aplicam-se maiores percentuais de impostos para as classes de 
renda mais alta. Este tipo de tributo coaduna-se com a equidade vertical , em que indivíduos com 
capacidades desiguais para pagar, pagam montantes percentuais desiguais de suas rendas.
Concluímos que o imposto progressivo é um sistema de tributação em que há impacto 
sobre a redistribuição de renda da sociedade, contribuindo para menores disparidades na sua 
distribuição.
Impostos regressivos
Esse sistema tributa de forma mais aguda as classes mais pobres, fazendo com que elas 
suportem uma carga tributária maior. Nesse caso, quanto menor o nível de renda, maior é o 
percentual de imposto a ser pago pelo indivíduo.
Percebe-se que os impostos indiretos, no sistema tributário brasileiro, são regressivos e 
pioram a distribuição de renda.
IMPOSTOS CUMULATIVOS E NÃO CUMULATIVOS
Impostos cumulativos são aqueles que incidem sobre todas as etapas da produção. 
Também são chamados de impostos em cascata, justamente por incidirem sobre todas as etapas 
produtivas, assim como uma cascata vem incidindo sobre todo o rochedo da cachoeira 
(profundo, não?!). A antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) é 
um exemplo típico. Qualquer transferência financeira, excetuadas raras exceções, era tributada.
Impostos não cumulativos são aqueles que incidem apenas sobre o valor adicionado 
em cada etapa de produção. Por exemplo, imagine uma fazenda que produziu trigo no valor de 
R$ 1,00 o kilo. Haverá tributação em cima deste valor de R$ 1,00/kg. Se uma indústria comprar 
o trigo e produzir farinha de trigo no valor de R$ 3,50/kg e o tributo for não cumulativo, é 
permitido que se deduza o que foi pago na etapa anterior de produção. Assim, é permitido 
compensar o imposto que foi pago sobre a base de cálculo de R$ 1,00 (produção do trigo). Na 
prática, então, será cobrado imposto somente sobre o valor que foi adicionado, ou seja, sobre
R$ 2,50 (3,50 – 1,00). Se o imposto fosse cumulativo, haveria tributação sobre o valor cheio nos 
dois casos (sobre R$ 1,00 na primeira etapa e sobre R$ 3,50 na segunda etapa).
Pelo fato do imposto não cumulativo incidir somente sobre o valor adicionado ele 
também é denominado de IVA (Imposto sobre o Valor Adicionado).
Pelo fato do IVA (imposto não-cumulativo) distorcer menos as decisões dos agentes
(não estimular a integração vertical e incidir somente sobre o valor adicionado), ele é 
considerado mais neutro que o imposto cumulativo.
A CURVA DE LAFFER
A chamada Curva de Laffer, formulada por Arthur Laffer (economista da escola 
monetarista), mostra a relação entre os distintos níveis de tributação de certo impostos com a 
respectiva receita arrecadada pelo governo. A conclusão a que se chega é que quando o nível 
dos impostos passa de um certo limite, a arrecadação do governo começa a cair em vez de 
aumentar.
A representação gráfica desta formulação teórica, conhecida como Curva de Laffer, tem 
a forma de uma meia-lua voltada para baixo. O eixo horizontal, x, representa a carga de tributos 
e o eixo vertical, y, representa a arrecadação do governo. Com a alíquota zero, a arrecadação, 
naturalmente, é nula. À medida que a alíquota é aumentada e o que o governo recebe dos 
cidadãos e das empresas é crescente até atingir o nível de arrecadação ótima (T*). Desse ponto 
em diante, à medida que o governo continua aumentando a alíquota do imposto, a receita cai até 
chegar a zero com o imposto de 100%.
Ou seja, o que nos diz a curva de Laffer é que, às vezes, o aumento desenfreado dos 
impostos pode reduzir a arrecadação. Isto ocorre porque a tributação excessiva provoca 
sonegação fiscal, fuga do consumo e desestímulo à produção. Estes três fatores provocam 
redução da arrecadação fiscal.
REPARTIÇÃO DO ÔNUS TRIBUTÁRIO
No painel da esquerda, temos o caso da oferta elástica e da demanda inelástica (lembre-
se de que curvas mais horizontais, ou mais planas, indicam maior elasticidade). No painel da 
direita, temos o contrário: oferta inelástica e demanda elástica. Nos dois casos, foi introduzido 
um imposto e houve a repartição tributária, com uma parte do imposto recaindo sobre os 
consumidores e outra parte recaindo sobre os produtores. PINICIAL é o preço inicial, PCONS é o 
preço pago pelos consumidores após a imposição do tributo, e P é o preço recebido pelos 
produtores após o imposto. A diferença PCONS–P é o valor do imposto, que irá para os cofres do 
governo. A diferença PCONS–PINICIAL é o ônus dos consumidores, PINICIAL– PPROD é o ônus dos 
produtores.
Quem reage mais, paga menos (imposto). Assim, o ônus de um imposto recai mais 
pesadamente sobre o lado menos elástico do mercado. Ademais, como a elasticidade reflete 
a declividade das curvas de demanda e oferta (quanto mais inelástico, mais vertical; e 
quanto mais elástico, mais horizontal), a repartição do ônus também dependerá das 
declividades das curvas de demanda e oferta, o que é o mesmo que dizer que a repartição 
dependerá das elasticidades dos consumidores e produtores.
OS EXCEDENTES DO CONSUMIDOR E PRODUTOR
Excedente do consumidor
Para alguns consumidores, o preço determinado pelo mercado pode ser mais barato que 
aquele preço que estes consumidores estariam dispostos a pagar. Por exemplo, suponha que o 
preço de equilíbrio de uma mercadoria seja R$ 5,00 e um determinado consumidor esteja 
disposto a pagar por este produto o valor de R$ 7,00. Neste caso, a compra deste produto, ao 
preço de mercado de R$5,00, trará um benefício a este consumidor. A este benefício chamamos 
de excedente do consumidor. Assim, já podemos definir excedente do consumidor: é o 
benefício total que os consumidores recebem além daquilo que pagam pela mercadoria. 
Em outras palavras: é o que ele estaria disposto a pagar menos o que realmente pagou.
Para facilitar a visualização, verifique a figura abaixo, em que temos a curva de 
demanda e oferta de um bem. Por estarmos falando de mercados competitivos, onde o preço da 
mercadoria é determinado pela interação entre demanda e oferta, o preço de mercado do bem é 
aquele em que a curva de demanda intercepta a curva de oferta. Na figura isto ocorre ao preço 
de R$ 5,00 e à quantidade de equilíbrio QE.
Se quisermos medir o excedente de todos os consumidores em conjunto, ele será 
exatamente a área entre a curva de demanda e a linha do preço de mercado (a área cinza-claro 
da figura). Essa área indica o benefício líquido total dos consumidores, ou, em outras palavras, o 
excedente do consumidor ou o bem-estar dos consumidores neste mercado.
Excedente do produtor
O excedente do produtor é um conceito bastante parecido com o excedente do 
consumidor. Ele mede os ganhos dos produtores.
Voltemos nossa análise ainda para o mercado competitivo retratado na figura abaixo. 
Nele, o preço de equilíbrio é R$ 5,00. No entanto, alguns produtores ainda produziriam suas 
mercadorias ainda que o preço de mercado fosse inferior.
Para o mercado como um todo, o excedente do produtor é a área acima da curva de 
oferta até a linha do preço de mercado (área cinza-escuro). Essa área indica o benefício líquido 
total dos produtores, ou, em outras palavras, o excedente do produtor ou o bem-estar dos 
produtores neste mercado.
Os excedentes e a eficiência econômica
Além daquilo que conceituamos como eficiência econômica anteriormente (ela 
acontecer quando as TMgS são iguais, quando as alocações estiverem na curva de contrato, etc), 
podemos definir que o equilíbrio de um mercado competitivo é eficiente porque maximiza 
os excedentes do consumidor e produtor.
Nos próximos itens, nós veremos que as intervenções governamentais reduzem o 
excedente total (excedente total = excedente do consumidor + excedente do produtor + 
receita/excedente do governo), provocando ineficiências no mercado. Vale lembrar que a 
questão da eficiência diz respeito ao fato da soma dos excedentes estar maximizada, ou seja, é 
uma verificação se o bolo tem o máximo tamanho possível. Se o bolo atingiu o tamanho 
máximo (excedente total máximo), temos uma alocação econômica eficiente.
Então, pode surgir uma pergunta: se o equilíbrio de um mercado competitivo é 
naturalmente eficiente (ou seja, maximiza o bolo – excedente total), por que o governo interviria 
no mercado (por meio de impostos, controle de preços, e outros meios), se ele sabe que a sua 
intervenção vai diminuir o tamanho do bolo?
A resposta é que, apesar do tamanho do bolo estar maximizado, é provável que os seus 
pedaços não estejam distribuídos igualitariamente entre os membros da sociedade. Assim, o 
governo normalmente intervém no mercado para corrigir a distribuição desigual dos pedaços do 
bolo, ainda que seu tamanho tenha que ser diminuído para isso.
O PESO MORTO DOS IMPOSTOS
Antes da imposição do imposto, o equilíbrio estava no ponto E e o preço pago pelos 
compradores e recebido pelos vendedores era PINICIAL. Após a tributação, parte do imposto (T) é 
repassada aos consumidores e outra parte é repassada aos produtores. Assim, os consumidores 
passam a pagar PC, enquanto os produtores passam a receber PV. A diferença PC – PV é o imposto 
(T), que será recebido pelo governo. A diferença PC – PINICIAL é o ônus tributário dos 
consumidores, enquanto a diferença PINICIAL – PV é o ônus tributário dos vendedores.
Neste momento, como os consumidores pagarão mais caro e os produtores receberão 
menos pelo produto, a quantidade transacionada diminui de QSI para QCI. A receita tributária 
auferida pelo governo será equivalente ao valor do imposto (T) multiplicado pela quantidade de 
produtos que será transacionada (QCI). Logo, a receita tributária é a área do retângulo cinza da 
figura acima. Esta área é calculada multiplicando T por QCI.
Fazendo um cotejo entre a figura acima e a figura anterior, vemos claramente que a 
receita tributária auferida pelo governo “comeu” uma parte do bolo (excedente) dos produtores 
e consumidores. Concluímos, assim, que a imposição tributária reduziu os excedentes do 
consumidor e do produtor, transferindo renda do setor privado para o setor público (houve, 
também, aumento da receita/excedente do governo).
Após a imposição do tributo (T=PC–PV), o preço pago pelos compradores aumenta de 
P1 para PC. Com este aumento de preço, o excedente do consumidor diminui. Antes, ele era 
representado pela soma das áreas: A+B+C. Após o tributo, o excedente é representado somente 
pela área A. A área B refere-se à diminuição do benefício líquido auferido pelos compradores 
que têm disposição para pagar um preço mais alto pelo bem (o benefício diminui, já que o bem 
está mais caro). A área C refere-se à perda do excedente daqueles consumidores que não 
compram mais a mercadoria, em virtude dela estar com o preço acima do que eles estão 
dispostos a pagar. Isto é, no final de tudo, o excedente do consumidor foi reduzido em B+C.
Ao mesmo tempo, após a imposição do tributo, o preço recebido pelos vendedores 
diminuiu para PV. Com esta redução de preço, o excedente do produtor diminui. Antes, ele era 
representado pela soma das áreas: D+E+F. Agora, é representado somente pela área F. A área D 
refere-se à redução no benefício líquido auferido pelos produtores que tinham disposição para 
produzir a mercadoria mesmo a um preço mais baixo que P1 (como receberão menos pela 
mercadoria, o benefício líquido é reduzido). A área E refere-se à perda do excedente daqueles 
produtores que não produzem mais a mercadoria, em virtude dela estar com um preço abaixo 
daquele que faria com que eles a produzissem. Assim, no final de tudo, o excedente do produtor 
foi reduzido em D+E.
Pelo exposto, vemos que, somadas as perdas, chegamos à conclusão que houve redução 
dos excedentes do consumidor/produtor no valor da soma das áreas: B+C+D+E. As áreas B+D 
representam a receita tributária, que o governo usará para prover serviços públicos necessários à 
população. Agora, notem que sobraram as áreas C+E. Se a perda de excedentes foi B+C+D+E 
e a receita tributária foi B+D, para onde vai a perda de excedentes referentes às áreas C+E?
É isso mesmo que você está pensando! Esta perda de excedentes (C+E) não vai para 
lugar nenhum! A isto chamamos de peso morto dos impostos, que é o excesso de perda de 
excedente dos produtores e consumidores sobre a receita do governo. Em outras palavras, as 
perdas suportadas pelos compradores e vendedores, a partir da implementação do 
imposto, superam a receita obtida pelo governo e o quantum dessa diferença é o montante 
do peso morto (área cinza da figura: C+E).
Assim, vemos que a imposição de um imposto conduziu o mercado à ineficiência 
econômica (os excedentes não estão maximizados), além de reduzir a quantidade 
transacionada do produto. Vale destacar que a imposição tributária conduzirá à ineficiência se 
estivermos em um equilíbrio de um mercado competitivo (onde temos, com certeza, um ótimo 
de Pareto ou eficiência econômica). Se o mercado já estiver em uma alocação ineficiente, é 
possível que a imposição tributária melhore a eficiência econômica.
Quando o peso morto é nulo, mesmo havendo redução nos excedentes dos 
consumidores/produtores, não há recursos “desperdiçados”. Na prática, o que acontece é uma 
redução do excedente do consumidor/produtor em detrimento do aumento da receita do
governo no mesmo valor da redução do excedente do consumidor/produtor, indicando que não

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