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PARTICULARIDADES DA ATENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA AO IDOSO Profa. Angélica da Silva Tenório UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA DISCIPLINA: FISIOTERAPIA APLICADA À REUMATOLOGIA • A população mundial está envelhecendo. • Estima-se que, de 1996 a 2025, o percentual de idosos aumentará cerca de 200% nos países em desenvolvimento. • No Brasil, a população idosa aumentou de 4% para 9% nos últimos 60 anos, correspondendo a um acréscimo de 15 milhões de indivíduos. A estimativa para 2025 é de um aumento de mais de 33 milhões, tornando o Brasil o 6º. país com maior percentual populacional de idosos no mundo. ENVELHECIMENTO: SENESCÊNCIA E SENILIDADE PRINCIPAIS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO Sistema nervoso Sistema cardiovascular Sistema respiratório Sistema genitourinário Sistema imunológico Sistema endócrino Pele e anexos Sistema musculoesquelético SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO Alterações ósseas Redução da massa óssea: Osteopenia – Osteoporose - Fraturas Alterações musculares: Sarcopenia •Redução da área de secção transversa muscular + aumento de estruturas não contráteis (tec. conjuntivo e adiposo) •Redução do número e tamanho de Fibras musculares (principalmente Fibras do tipo II – contração rápida) •Perda de motoneurônios e diminuição do número de unidades motoras Força muscular Resistência muscular Velocidade de contração muscular Sarcopenia. Corte de RM da coxa de um adulto de 21 anos, fisicamente ativo (acima) e idoso de 63 anos, sedentário (abaixo). A massa muscular (cinza) está diminuída no idoso; a gordura (branco) subcutânea e intramuscular está aumentada. Adaptada de Roubenoff R 5. Estima-se que, a partir dos 40 anos, ocorra perda de cerca de 5% de massa muscular a cada década, com declínio mais rápido após os 65 anos, particularmente nos MMII (SILVA et al., 2006). Sarcopenia: causas e principais agravos Com o envelhecimento, os homens têm maior perda muscular devido ao declínio do hormônio do crescimento (GH), fator de crescimento relacionado à insulina (IGF-1) e testosterona. No entanto, apesar da perda muscular ser maior em homens, é importante ressaltar a importância da sarcopenia em mulheres idosas, uma vez que possuem maior expectativa de vida e alta prevalência de limitações funcionais. (SILVA et al., 2006) O estudo de Baumgartner et al. mostrou ainda a importância de identificar indivíduos obesos e sarcopênicos, uma vez que, nesta população, tanto obesidade quanto sarcopenia, se associaram às limitações funcionais, incapacidade e maior número de quedas. A população sarcopênica e obesa tinha alto risco para 3 ou mais chances de incapacidade física, quando comparados aos somente sarcopênicos ou somente obesos. (PIERINE et al., 2009) Alterações articulares: • Diminuição no número de condrócitos; • Redução na quantidade de água e proteogicanas, com menor resistência mecânica da cartilagem e aumento no número e na espessura das fibras colágenas • Fibras colágenas com menor hidratação, maior resistência à colagenase e maior afinidade pelo cálcio, tornando a cartilagem mais fina e • com rachaduras e fendas na superfície. osteoartrite Alterações no tecido conjuntivo periarticular: • Aumento da rigidez de ligamentos e tendões; • Nas análises bioquímicas: aumento da quantidade relativa e do diâmetro do colágeno, um aumento do tamanho e da agregação das fibrilas, e uma diminuição relativa da água, da elastina e do conteúdo de proteoglicanos; • O colágeno envelhecido apresenta um aumento do número de ligações cruzadas entre moléculas adjacentes de tropocolágenos. Redução de ADM Alterações posturais: • Anteriorização da cabeça, que faz com que o centro da gravidade se desloque anteriormente; • Hipercifose dorsal, favorecendo a redução dos movimentos do tronco para respostas respiratórias e motoras e favorece a protração escapular. • Na coluna lombar podem ocorrer retificação, cifose e aumento da lordose. Alterações da marcha: • Redução da velocidade da marcha: em torno de 1 a 2% por década até os 60 anos, mais tarde varia entre 7% por década (diminuição da amplitude dos passos); • Diminuição do período unipodal, enquanto o período de suporte bipodal é mais longo; • Redução do balanço dos braços, da dissociação de cinturas e aumento do ângulo de flexão do joelho. A marcha ocorre com a pelve rodada anteriormente e ligeiramente fletida e os pés rodados lateralmente. A flexão plantar pode estar diminuída na fase final de apoio; • Alterações sensoriais podem influenciar a marcha, principalmente as relacionadas à acuidade visual e sensibilidade plantar. IMPLICAÇÕES SOBRE A FUNCIONALIDADE A habilidade para o desempenho de AVD está bastante relacionada às condições musculoesqueléticas; A sarcopenia e as demais alterações musculoesqueléticas favorecem ao aumento da ocorrência de quedas O medo de cair leva à inatividade e ao isolamento social, com prejuízos à qualidade de vida INTERVENÇÕES COM EXERCÍCIOS PARA IDOSOS ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS História clínica; Avaliação física e testes funcionais; Atenção aos fatores psicológicos e às alterações fisiológicas, tais como a redução de: Capacidade aeróbica Reserva cardiovascular Elasticidade dos vasos periféricos Tolerância ao calor Força muscular Elasticidade do tec. conjuntivo Flexibilidade musculoesquelética BENEFÍCIOS DOS EXERCÍCIOS Aumento da massa muscular e da sua função Controle da perda de massa óssea Melhora do metabolismo energético Redução do risco de doença coronariana e de diabetes Diminuição do risco de quedas e fraturas Melhora da funcionalidade POSSÍVEIS RISCOS DOS EXERCÍCIOS Lesões musculoesqueléticas Piora dos processos degenerativos articulares Ocorrência de acidentes e fraturas Morte súbita REFERÊNCIAS GUCCIONE, A. A. Fisioterapia Geriátrica. 2ª. Ed. Guanabara Koogan, 2002 artigos
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