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JOHN THORNTON
A ÁFRICA E OS AFRICANOS NA FORMAÇÃO DO MUNDO ATLÂNTICO
(1400-1800)
CAPÍTULO 1: O nascimento do mundo atlântico
O objetivo principal de John Thornton é analisar o papel daÁfrica na formação do mundo atlântico.
John K. Thornton é um historiador norte-americano especializado emhistória da África. É professor no departamento de história na universidade de Boston. Nascido em 1949, em Fort Monroe, Virginia, Thornton ocupou vários cargos de professores de história nos EstadosUnidos e na África durante a década de 1980, incluindo a Universidade da Zâmbia, Allegheny College e a Universidade de Virginia. Ele se juntou ao corpo docente da Universidade Millersville em 1986 eingressou na Universidade de Boston faculdade no outono de 2003.
A configuração da região do Atlântico
John Thornton inicia sua análise afirmando que as navegações européias no Atlântico, durante o século XV, iniciaram umnovo e inaudito capítulo na história da humanidade. O primeiro ponto que o autor enfoca é que a navegação européia, além de facilitar e intensificar as relações entre as diversas regiões da Europa e daÁfrica ocidental, também iniciou conexões entre o Velho Mundo e os dois novos mundos descobertos – as duas Américas e a região centro-oeste da África.
Nesse sentido, Thornton recorre ao argumento dohistoriador Pierre Chaunu para demonstrar que a mais importante conseqüência da navegação européia talvez tenha sido o que Chaunu chama de “desencrave” – o fim do isolamento em algumas áreas e oaumento de contatos intersociais em muitos locais. Para Thornton, no Atlântico, o desencrave teria tido um significado muito mais profundo do que em qualquer outro lugar do mundo, pois não só fomentou acomunicação pondo fim ao isolamento como reconfigurou um conjunto de sociedades, propiciando a própria criação de um Novo Mundo[1].
Em um tempo em que as viagens marítimas eram muito mais baratas epráticas, pois realizavam os percursos em um tempo médio até que razoável carregando mercadorias volumosas e pesadas, a rota do Atlântico, consolidada nos fins do século XV e inicio do XVI, além de servira estes propósitos, também se conectava as rotas fluviais tanto na África quanto nas Américas, constituindo, desse modo, um complemento vital para o oceano, onde os rios reuniriam sociedades que sesituavam a quilômetros do contato com o mar. É desse modo que Thornton afirma que a configuração da zona atlântica definiu-se a partir da combinação de rotas marítimas e fluviais[2].
No entanto,...
O presente texto tem como objetivo, a análise do livro "A África e os africanos na formação do mundo atlântico, 1400 - 1800", de John Thornton. Logo na introdução, o autor discorre sobre sua obra e seu campo de pesquisa, enfatizando que seu livro é uma tentativa de resgate da história da imigração dos africanos para as Américas. É notória, pois, a crítica que Thornton faz a alguns historiadores africanistas, como Braudel, que com sua concentração nos esforços europeus, quase não menciona o papel de outras sociedades atlânticas. Fazendo uma observação sobre o comércio de escravos, no que diz respeito à compra e Venda deles, o autor argumenta que eles eram utilizados a muito tempo nas sociedades africanas antes de pertencer às européias e americanas, mas ao longo do texto nos aprofundaremos mais neste argumento.
Thornton começa seu livro tentando explicar as origens e motivos das navegações no atlântico, esclarecendo-nos que em algumas regiões, tanto a África quanto a América, já conheciam e praticavam o comércio. Para tanto, Thornton deixa claro que ambos os continentes faziam uso de rotas fluviais para fins comercias, principalmente nas rotas internas como os rios e assim como os europeus, na tentativa de expandir seu comércio, os africanos também fizeram tentativas de navegar pela costa atlântica, no entanto essas tentativas foram mal sucedidas.
O autor ainda cita a teoria de Ivan Van Sertima de que os africanos teriam feito diversas viagens à América desde cerca de 800 d.C., salientando que para isso ocorrer seria necessário uma tecnologia naval mais avançada e que as curtas viagens africanas não possibilitaram este avanço. Contudo podemos perceber que Thornton fica "encima do muro" quando ele diz que essas viagens podem ter acontecido acidentalmente devido o forte fluxo da corrente equatorial do oeste da Senegâmbia à bacia do Caribe, não deixando clara sua posição em relação à teoria posta.
Em contrapartida os europeus que de início também não conseguiram navegar no atlântico, pela simples satisfação do descobrimento e para quebrar o monopólio comercial dos mulçumanos no oriente, foram financiados pelo infante D. Henrique, o Navegador, príncipe de Portugal e a rainha Isabel da Espanha, proporcionando um rápido avanço na tecnologia naval, o que possibilitou as tão mencionadas navegações do atlântico. É notório e importante, pois, o outro ponto de vista mencionado pelo autor, dos historiadores portugueses Duarte Leite e Vitorino Magalhães-Godinho, que enfatizam que as viagens e a exploração foram realizadas gradualmente durante um longo período de tempo e que foram estimuladas pela expectativa de um grande lucro em curto prazo. 
De fato as minas de Ouro da África ocidental, com o tempo foram se tornando preferência dos mercadores europeus, visto que as Índias estavam muito mais distantes e inacessíveis por mar, somado à sede de lucros a curto prazo, como já foi dito. Thornton foi feliz em nos esclarecer que a Europa já tinha conhecimento da África ocidental e de suas minas, pois alguns países mediterrâneos desde o império bizantino eram abastecidos com o ouro desta região africana, desmistificando assim a idéia erroneamente imposta pela nova história de que a Europa não tinha conhecimento do mundo africano ocidental.
No que diz respeito à colonização européia da África, é de extrema importância destacar que ela não só foi possível pela sua supremacia bélica. Como foi dito, a África já comercializava interna e externamente e de posse desse conhecimento, depois de algumas batalhas mal sucedidas por parte tanto da África quanto da Europa, os europeus começaram um longo processo de comercialização e "parceria" com a costa africana, primeiramente "mercadorias - ouro" e mais tarde "armas - escravos" ou "cavalos ? escravos".
Em relação às mercadorias, o autor expõe que elas eram variadas, iam de produtos semimanufaturados (sua maioria) como couro, cobre, ouro, borracha e marfim, a produtos manufaturados como ferro e tecido, porém com ênfase no ferro, o autor explica que apesar da África também ser uma produtora desse mineral, aliás, de melhor qualidade, o ferro africano era mais caro devido a escassez da matéria prima para a fundição do mineral e portanto mais viável e lucrativo a importação do ferro europeu para artefatos que não necessitavam de uma melhor qualidade do aço. Portugal, no entanto, não fornecia tanto ferro quanto a Holanda e a Inglaterra, por obediência à ordem papal de evitar a comercialização de produtos utilizados na fabricação de armas.
A Igreja católica com o papa, por sua vez, sancionou uma lei que dava à Portugal o monopólio de navegação com a costa atlântica da África, todo e qualquer navio estrangeiro que navegava nesta costa era bombardeado pelos portugueses, com a ajuda dos nativos africanos, criando impasses com os outros países da Europa. Até que em 1660 os holandeses e ingleses guerrearam pela supremacia da costa do ouro, obtendo êxito, no entanto os holandeses não foram tão bem-sucedidos quanto os portugueses.
Como vimos, nos primeiros capítulos do livro, Thornton, faz um apanhado geral, desde as navegações internas na África e na América até as comercializações Europa ? África, como uma introdução ao tráfico negreiro. Com base nisso analisaremos um pouco mais a questão da escravidão. 
É valido destacarmos que já existia escravidão na África e ao contrário dos europeus que viam a terra como o principal bem "privado" lucrativo, acima até dos escravos, para os africanos os escravos eram a únicaforma de propriedade privada que geravam lucro, visto que as terras eram de posse do rei, e cedidas aos nobres apenas enquanto estes lhes servissem. Tendo isso em vista, a captura, compra, venda e o transporte de escravos eram circunstâncias normais nas sociedades africanas. 
O autor também argumenta que inicialmente os mercadores portugueses comercializavam os escravos africanos através da revenda na própria África, entre o Benim e a Costa do Ouro. Em contrapartida a coroa de portuguesa proibiu este tipo de comércio para evitar a compra de escravos pelos mulçumanos, no entanto essa tentativa foi mal-sucedida. 
Com a crescente colonização e exploração da América, junto à falta de nativos pelo seu extermínio, além de outros motivos que falaremos mais tarde, os europeus se viram necessitados de importar mão-de-obra para este novo mundo. 
Como a escravidão na África já tinha sido disseminada, ocasionando uma grande demografia escrava, os europeus embora não tenham capturado os escravos diretamente, promoveram sua captura através da venda militar de cavalos e armas de fogo. Forçando assim, mesmo que indiretamente, a guerra a fim da captura de escravos.
É importante destacar, pois, que na escravização militar, apesar de ter sido o método mais empregado, o rei, na maioria dos casos,não vendia seus súditos, apenas aqueles que julgava estranhos. Com o tempo a venda de escravos passou a ter um sentido político e econômico, visto que os escravos passaram a ser fontes de riqueza ainda maior.
No entanto, Thornton julga importante destacar que algumas regiões africanas como o Congo e o Benim, decidiram interromper a venda de escravos para compradores europeus por motivos políticos e econômicos, por que estas regiões eram produtoras de tecido e pimenta, e necessitavam de trabalhadores, conflitando com os interesses europeus.
Leia mais em: https://www.webartigos.com/artigos/formacao-do-mundo-atlatico/77078#ixzz5QII2goMi

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