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TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA II - 1ºB - Prof. Rainer

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TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA II
Quadro geral dos fatos jurídicos:
Fatos Jurídicos em sentido amplo (Lato Sensu): Qualquer evento de natureza ou resultante da conduta humana, que seja juridicamente relevante.
– Criação/modificação/transmissão ou extinção de Direitos.
Fatos Jurídicos em sentido estrito (Stricto Sensu): Eventos da natureza juridicamente relevantes (enchentes, terremotos, passagem do tempo).
– Certas situações vinculadas à condição humana, mas que escapam do seu controle, não se sujeitam inteiramente à vontade (nascimento/morte).
Atos Jurídicos em sentido amplo (Lato Sensu): Condutas humanas, comissivas ou omissivas, juridicamente relevantes.
Atos lícitos: Estão em conformidade com a lei.
Negócio Jurídico: Resultados jurídicos específicos/aquisição, modificação ou extinção de Direitos.
Atos Jurídicos em sentido estrito (Stricto Sensu): Mudança de domicílio.
Atos ilícitos: Contrários a lei (art. 186: “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”)
Dano – indenização ≠ ilícito penal (crime)
Efeitos automáticos que derivam da lei, ainda que o agente não tenha consciência deles.
Categoria doutrinária (não tem previsão no CCB)
Atos Jurídicos: (não existem apenas na lei)
Evento – conduta humana – entra no mundo jurídico como fato (vontade humana não pode ser considerada).
Ex: menino pescando.
Aquisição, modificação e extinção de Direitos:
Aquisição de Direitos: “conjunção de um Direito abstratamente previsto em lei a um determinado titular.”
A) Aquisição originária: O titular cria para si um Direito novo, absolutamente origina, que na existia sob a titularidade de ninguém até aquele momento. 
Art. 1263 – ocupação – assenhorear-se de coisa sem dono: “quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.”
Lei 9.610/98 – Direitos autorais – obra intelectual (propriedade imaterial) – 
Art. 1269 – especificação: “aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior.”
Art. 1238 – usucapião – possuidor adquire nova propriedade: “aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. PÚ. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua morada habitual, ou nela realizado obras ou serviços de caráter produtivo.”
B) Aquisição derivada: existe transmissão do Direito de um titular anterior (antecessor) para um novo titular (sucessor). – Contratos transmissivos (alienação) – doação, compra e venda – herança.
Observações: 
1- aquisições originais ou derivadas podem dar-se a titulo universal (coletivos) ou a titulo singular (bem individualizado/unidade). (arts. 89 a 91)
- casamento pelo regime de comunhão universal de bens: derivada, universal
- compra e venda da casa da rua x: derivada, singular
- herança: derivada, universal 
- testamento / legado: derivada, singular
2- aquisições originárias ou derivadas exigem capacidade de Direito (aptidão de titularidade = personalidade) ou de aquisição, mas não capacidade de fato ou de exercício (autonomia de decisão maturidade/discernimento).
3- momento da aquisição: 
- Direitos atuais: os que já estão incorporados ao patrimônio jurídico do titular, independentemente de poderem já ser exercidos, ou não. (direitos adquiridos)
- Direitos futuros: os que já estão em fase de formação. Estão em vias de ser adquiridos. (direitos embrionários)
- Meras expectativas: simples hipóteses, especulações.
Aquisições de Direitos:
A) subjetiva: alteração de titularidade/aquisições derivadas. (doar algo)
B) qualitativa: alteração na natureza do objeto. (ex. carro e a seguradora/carro trocou de natureza para o dinheiro)
C) quantitativa: alteração na extensão do objeto – para mais ou para menos. (ex: veiculo – seguradora – indenização/aplicação financeira – juros remuneratórios – frutos)
Extinção de Direitos: (desaparecimento do Direito sem substituição)
Perecimento do bem (destruição) - ex: casa incendiada.
Renúncia de Direito (abrir mão).
Abandono de coisa (abrir mão) – ex: bens físicos.
Decadência de Direitos, Direito desaparece – ex: 4 anos para protestar. (Direitos protestativos - sem prazo: divorcio, sair de uma sociedade – com prazo: anular negocio jurídico)
Morte de titular em relação a Direitos personalíssimos – quando alguém morre perde seus Direitos.
Defesa e conservação de Direitos: (migração do bem para o Direito Processual Civil)
CCB/1916 – Art. 75: “A todo o direito corresponde uma ação, que o assegura.”
Distinção conceitual: 
Direito de ação: garantia constitucional genérica de acesso ao Poder Judiciário, CF/88, art.5º, XXXV: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.” Ex: ponte que leva à ilha. ≠ Pretensão: pedido formulado ao juiz. Ex: carro que leva à ilha.
Negócio Jurídico:
Conceito: manifestação de vontade comissiva ou omissiva (c: propriamente dita/o: da a entender), de acordo com a lei, pela qual o agente pretende produzir resultados jurídicos específicos (conscientes/desejados) no sentido da criação, modificação, transmissão ou extinção de Direitos.
- Negócio Jurídico: é gênero.
- Contratos em geral: é uma das espécies (acordo de vontades/conteúdo econômico)
- Negócios Jurídicos que não são contratos: testamento (faz sozinho), promessa de recompensa, renúncia.
Origens históricas do N.J:
Escola Pandectista do Direito Alemão – França, Revolução Francesa (bases do Direito moderno)
Ascensão da burguesia do Poder Político (classe média)
Valores da burguesia prevaleciam, como o primado da autonomia da vontade (liberdade contratual), patrimonialismo das relações jurídicas (prevalência do ter sobre o ser)
Compreensão atual do negócio jurídico:
Outros valores: intervenção estatal (através da lei) nas relações privadas, amenizar as desigualdades econômicas, Direitos do consumidor, boa-fé, dimensão social dos Direitos.
Elemento central – VONTADE:
2 teorias:
1) Teoria da vontade: deve prevalecer sempre a verdadeira intenção do agente sobre o sentido literal da linguagem empregada.
2) Teoria da declaração: o negócio jurídico deve ser entendido nos termos em que a vontade foi declarada.
Diretriz hermenêutica na compreensão do N.J:
Art. 112 - intenção valerá mais: “Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.”
- Direito Brasileiro adota a “teoria da vontade” (regra geral)
- Há uma importância residual da “teoria da declaração”
Art. 110 – reserva mental: “A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.”
Querer íntimo ≠ vontade declarada
- A reserva mental unilateral é juridicamente irrelevante, a vontade vale como foi declarada (em nome da segurança das relações jurídicas). Ex: carro vendido.
- Reserva mental bilateral – parte da doutrina – simulação (art. 167 – nulidade: “É nulo o n.j simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.” ... parágrafos)
Art. 114: “Os n.j benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.”
Art. 819: “A finança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.”
Art. 843: “A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos.”
2 classificações complementares sobre a manifestação de vontade negocial:
1) quanto à forma: 
A) vontade expressa: afirmação sim/não/de acordo/não concordo/assinatura do contrato.
B) vontade tácita: comportamentos indiretos que evidenciam o que o agente deseja.Ex: compra no mercado. 
Art. 1324 - condomínio: “O condômino que administrar sem oposição dos outros presume-se representante comum.”
Art. 1805: “A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.”
C) silêncio: 
Art. 111 – às vezes é anuência, às vezes é recusa: “O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizam, e não for necessária a declaração de vontade expressa.” 
Art. 539 – doação/silêncio aceitação: “O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.”
Art. 299, p. único – credor precisa concordar/silêncio recusa: “Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.”
Art. 1535 - casamento: “Presentes os contratantes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento...”
2) quanto ao destinatário:
A) negócio jurídico de vontade receptícia: o n.j só se forma se a vontade do declarante atingir destinatário certo. Ex: contratos à distância.
B) negócio jurídico de vontade não receptícia: basta a manifestação de vontade. Ex: testamento/poodle.
Planos do negócio jurídico – método de análise das fases de formação do negócio jurídico: 
Existência – Validade – Eficácia
Plano de Existência: constatação da presença dos elementos que compõe o suporte fático do negócio jurídico. 
Elementos: vontade – exteriorizada; agente – titular da vontade; objeto – bem de vida sobre o qual a vontade recai; forma – modo pelo qual a vontade se manifesta.
Plano de Validade: qualificação jurídica
Vontade livre, consciente e de boa-fé:
Vontade livre e consciente: quando faltam, configuram-se os vícios de vontade/consentimento - Erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão. Anulabilidade do negócio jurídico – Art. 171, II: ”É anulável o n.j: por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.”
Boa-fé: quando falta, configuram-se os vícios sociais (objetivos da manifestação) – Fraude contra credores – hipótese de anulabilidade do n.j / Simulação – hipótese de nulidade – Art. 177: “A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.” / Fraude à lei – n.j nulo - Art. 166, VI: “É nulo o n.j quando: tiver por objetivo fraudar lei imperativa.”
Agente capaz e legitimado:
Incapacidade de exercício:
Art. 3º: “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos.” - absolutamente incapazes – n.j nulo – Art.166, I: “É nulo o n.j quando, celebrado por pessoa absolutamente incapaz.”
Art. 4º: “São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: maiores de 16 e menores de 18; ébrios habituais e os viciados em tóxico; pródigos...”- relativamente incapazes (assistência legal) – n.j sem existência – n.j anulável – Art. 171, I: “Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o n.j, por incapacidade relativa do agente.”
Especial legitimado: circunstâncias pessoais que restringem ou impedem, para certas pessoas, a realização de um n.j.
Art. 496 – venda de ascendente para descendente. Autorização dos demais descendentes: “É anulável a venda de ascendente e a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. P.Ú. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória”
Art. 497 – tutor não pode adquirir bens do tutelado – hipótese de nulidade: “Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública: pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração...”
Art. 1647/1649 – autorização conjugal - anulabilidade: “Nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; prestar fiança ou aval; fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.” “A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária, tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.”
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável:
1) Licitude do objeto: conformidade com a lei
Objeto imediato: resultado jurídico pretendido
Objeto mediato: bem de vida sobre o qual a vontade versa.
2) Impossibilidade do objeto: 
Impossibilidade absoluta: bem insuscetível de apropriação pelo homem. Bens absolutamente inalienáveis. Herança de pessoa viva. Art. 426: “Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.”
Impossibilidade relativa: a impossibilidade pode ser contornada, superada. Não é caso de invalidade. Ex: AP vendido antes de pronto. Art. 106: “A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.”
3) Indeterminação do objeto:
Absoluta: o negócio jurídico não define, nem permite definir qual o seu objeto.
Relativa - sempre parcial: “determinável” – não se sabe no momento da celebração, exatamente o que uma parte deve a outra. Contratos aleatórios – art. 458: “Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.” Ex: seguradora.
Princípio da liberdade de forma:
Art. 107: “A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.”
Exceções: a lei exige certa forma a alguns negócios. Negócio jurídico formal ou solene.
N.j “ad solemnitatem”
Não obedecida a forma – nulidade do negócio jurídico. Art. 166, IV, V: “É nulo o n.j quando: não revestir a forma prescrita em lei; for pretendida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade.”
Forma – conceito pontual: 
Art. 108 – n.j imobiliário – estrutura pública: “Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos n.j que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.”
Art. 816 – forma escrita: “As disposições dos arts. 814 e 815 não se aplicam aos contratos sobre títulos de bolsa, mercadorias ou valores, em que se estipulem a liquidação exclusivamente pela diferença entre o preço ajustado e a cotação que elas tiveram no vencimento do ajuste.”
≠
Solenidade – rito de celebração - procedimento:
Art.1533: “Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art.1531.”
Art. 1864: “São requisitos essenciais do testamento público: ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou apontamento; lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas testemunhas, a um só tempo, ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e do oficial; ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador, pelas testemunhas e elo tabelião.”
Negócios“ad probationem”:
Art. 369, CPC: “Reputa-se autentico o documento, quando o tabelião reconhecer a firma do signatário, declarando que foi aposta em sua presença.”
Art. 109 – se as partes de um n.j convencionarem a necessidade de escritura pública, esta forma passa a ser essencial ao ato: “No n.j celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substancia do ato.”
Plano de validade - requisitos legais: o n.j está potencialmente habilitado a produzir os efeitos que as partes desejam.
Plano da eficácia: clausulas inseridas no n.j por iniciativa e conveniência das partes, que limitam a produção de efeitos – condição, termo e encargo – os 3 compõem o plano de eficácia. Arts. 121 a 137.
2 observações:
1- causa do n.j: art.104: “A validade do n.j requer: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei.”
 2 sistemas:
 - Sistema causalista: grande importância à causa. Crítica: excesso de subjetivismo.
 - Sistema anticausalista: substituição da discussão da causa pela análise do objeto.
Importância residual da causa no Direito Br:
Art. 166, III – quando o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito: ”É nulo o n.j quando: iii: o motivo determinante, comum a ambas as partes for ilícito.” – referência indireta à simulação.
Art. 140 – nulo. Erro quanto ao motivo: “O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.”
Art. 884 – enriquecimento sem causa: “Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.”
2- elementos dos n.j – método alternativo de análise: 
Elementos essenciais:
 - genéricos. Análise art. 104: “A validade do n.j requer: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei.” - plano de validade
 - específicos – características típicas de cada negócio. Ex: compra/venda, contrato/preço.
Elementos naturais: resultados jurídicos pretendidos. Objeto imediato
Elementos acidentais: plano de eficácia.
Classificação dos Negócios Jurídicos:
1 – quanto ao número de partes a indivíduo ≠ parte pólo relação jurídica:
- 1. n.j unilaterais: uma só parte, uma só manifestação de vontade, em regra não receptícia (manifestação receptícia de vontade: quando a flecha quer seguir para o alvo certo). Ex: testamento, promessa de recompensa. Renuncia ao direito – confissão de dívida. Revogação de mandato – receptícia.
- 2. n.j bilaterais: 2 partes, 2 manifestações de vontade correspectivas. Ex: contratos em geral, compra e venda, locação contrato de trabalho.
- 3. n.j plurilaterais: mais de 2 partes, mais de 2 manifestações de vontade, correspectivos entre si. Ex: consórcio, plano de saúde empresarial, pessoa jurídica (sociedade, fundação)
2 – quanto às vantagens patrimoniais:
- 1. n.j gratuitos: as vantagens (benefícios) econômicos são todas de uma parte para a outra. Figuração: pista de mão única. Ex: doação, testamento, comodato – art.579: “O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.”
- 2. n.j onerosos: as vantagens econômicas são recíprocas. Existe prestação e contraprestação. Figuração: pista de mão dupla. Ex: compra e venda, locação, trabalho.
 a) comutativas: na formação do n.j, já se sabe com precisão qual é a prestação e a contraprestação.
 b) aleatórios: em parte, não se sabe qual é a contraprestação. Ex: seguro – risco/dívida – art.458: “Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.”
3 – quanto ao momento da produção de efeitos:
- 1. n.j “inter vivos”: todos, exceto o testamento.
- 2. n.j “mortis causa”: testamento (codicilo) todos os efeitos se produzem depois da morte do testador.
4 – quanto à existência:
Art. 92: “Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente, acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.”
- 1. n.j principais: todo aquele que pode existir sozinho, isoladamente, sem depender de nenhuma outra relação jurídica.
- 2. n.j acessórios: eles não existem sozinhos, eles dependem de um outro núcleo jurídico principal. Ex: fiança, hipoteca (financiamento da casa na qual se prestou a hipoteca, tecnicamente é mutuo, significa empréstimo de coisa fungível) – pacto antenupcial – art. 1653 – casamento: “É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento.” 
5 – quanto à forma:
- 1. n.j solenes ou formais: existe forma exigida em lei. Requisito de validade. 
Art. 108 – escritura pública: “Não dispondo a lei e contrário, a escritura pública é essencial à validade dos n.j que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.”
Art. 1533 – casamento: “Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art.1531.”
Art. 1864 – testamento: “São requisitos essenciais do testamento público: ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou apontamento; lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas testemunhas, a um só tempo, ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e do oficial; ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador, pelas testemunhas e pelo tabelião.
- 2. n.j não solenes, informais – novamente consensuais: princípio da liberdade de forma – art. 107: “A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.”
6 – quanto ao exercício de direitos:
- 1. n.j de disposição: alienação (transmissão de direito de propriedade) por aplicação extensiva n.j constituídos de direitos reais – art. 1225 – usufruto, hipoteca, penhor: “São direitos reais: a propriedade, a superfície, as servidões, o usufruto, o uso, a habilitação, o direito do promitente comprador do imóvel, o penhor, a hipoteca, a anticrese, a concessão de uso especial para fins de moradia, a concessão de direito real de uso e a laje.”
- 2. n.j de mera administração: os demais. N.j que criam direitos pessoais/obrigacionais. Aplicação prática - art. 1691 – pais, filhos: “Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites de simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.” + numeroso e + comum, + interessa.
7 – quanto ao conteúdo: 
- 1. n.j patrimoniais: todos os objetos (relevantes) são econômicos.
- 2. n.j extrapatrimoniais: direito de família, até tem efeitos econômicos – casamento/const. de união estatal, emancipação por ato dos pais – art. 5º, p.ú: “A maioridade cessa aos 18 anos completo, quando a pessoa fica habilitada à pratica de todos os atos da vida civil. P.ú. cessará, para menores, a incapacidade: pela concessão dos pais, ou de um deles na falta de outro, mediante instrumento público, independente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos; pelo casamento; pelo exercício de emprego público efetivo; pela colação de grau em curso superior; pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.” – reconhecimento extra judicial de filho – ato jurídico em sentido estrito – art. 185: “Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negóciosjurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.”
8 – quanto ao objeto:
- 1. n.j diretos: uso de modelos jurídicos negociais (ex: contratos específicos, regulados em lei) para atingir os objetivos típicos previstos para aquele modelo.
- 2. n.j indiretos: uso impróprio de modelos jurídicos previstos em lei. Os envolvidos querem atingir outros efeitos e não aqueles idealmente previstos pelo legislador. Ex: meia no pé/cabeça/procuração fazendo as vezes de compra e venda – art.685: “Conferido o mandato com a cláusula “em causa própria”, a sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais.” Às vezes são ilícitos – fraude à lei, danos a terceiros. Às vezes vale.
Observação final:
N.j causais: obrigação de pagamento ≠ n.j abstratos: obrigação de pag. Descola/separa da origem (pag. Se torna abstrato) – títulos de crédito/cheque.
Representação – art.115 a 120:
Conceito: ocorre quando uma pessoa age (atua) em nome ou interesse de outra, que não quer ou não pode se fazer presente na prática do ato.
Requisitos de validade do n.j: parte é o representado; quem manifesta vontade na celebração do n.j é o representante – art. 116: “A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.”
 Observação: pouco se desenvolve no Direito Romano, Direito Brasileiro – admissibilidade geral. 
Exceções: ato personalíssimo – art. 1858: “O testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a qualquer tempo.” – relações com o poder público – distinção com núncio – mensageiro da vontade.
Poder de representação:
Art. 115: “Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.”
3 elementos:
1 – ânimo: o representante tem consciência de agir em nome e no interesse do representado.
2 – substituição: o representante substitui o representado na prática do ato.
3 – limitação: do que o representante pode fazer – da lei ou da convenção.
Art. 118 – dever de formação do representante – princípio da boa-fé objetiva: “O representante é obrigado a provas às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.” Excesso de poder: responsabilidade civil.
Art. 119 – anulabilidade do n.j que o representante pratica em conflito de interesse com o representado: “É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.”
Tipos de representação:
1 – representação voluntária ou convencional: o poder de representação deriva de um ato de vontade. Ex clássico: mandato – art. 653: “Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.” – representação própria: não é exclusiva / contrato de trab.
Mandante ------- mandatário
(outorgante da procuração) (procurador)
2- representação legal: o poder de representação decorre da lei. 
Representação imprópria: filhos menores – pais – art. 1634, V: “Compete-se a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjuga, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: v- conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro município.”
Tutelado – tutor/ausente – art.22: “Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do m.p, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.”
P. jurídica – administradores – art. 47: “Obrigam a p. jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.”
Gestor de negócios alheios: art. 861 a 875
Figura intermediaria: entre a representação legal e a representação voluntária. Possibilidade excepcional (situações de urgência/solidariedade) de uma pessoa agir em nome de outra, sem ter dela, ainda, poder de representação. Necessidade de ratificação posterior pelo verdadeiro titular de direito.
Auto-contrato/contrato consigo mesmo:
Art. 117: “Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o n.j que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. P.ú. para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em que os poderes houverem sido substabelecidos.”
A princípio não pode. Conflito de interesses. É anulável. 
Excepcionalmente pode: autorização expressa na procuração, para que o representante transfira o bem para ele mesmo. Art. 685 – mandato em causa própria: “Conferido o mandato com a cláusula “em causa própria”, a sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legai.”
P.ú do 117: substabelecimento. Passar poder de representação para frente. 
Com reserva de poderes: o procurador original continua representante.
Sem reserva de poderes: o procurador original se afasta.
Extinção da representação:
1 – representação legal: “por força de lei” (automaticamente); “ope legis” pais – filhos – maioridade civil; decisão judicial: afastamento do tutor; levantamento de uma interdição; afastamento de gestor de p. jurídica.
2 – representação voluntária: 
Art. 682 – prática do ato: “Cessa o mandato: ela revogação ou pela renúncia; pela morte ou interdição de uma das partes; pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer; pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.”
Término de prazo; morte ou incapacidade de qualquer das partes; 
Invalidade do n.j que atribuiu o poder de representação: renúncia pela representante ou revogação pelo representado.
Plano de eficácia/elementos acidentais: arts. 121 a 137
Conceito: cláusulas criadas por iniciativa/interesse das partes de um n.j, e que limitam os efeitos daquele negócio. (nada tem a ver com requisitos de validade – art. 104: “A validade do n.j requer: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei.”) – Admissibilidade nos n.j em geral.
Exceções: atos típicos de direito de família. A lei expressamente proíbe – art. 1808 – aceitação e renúncia de herança: “Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo. - O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança, ou, aceitando-a, repudiá-los. - O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia.”
Condição, termo, encargo:
Termo: art. 131 a 135 – evento futuro e certo (diz respeito à ocorrência)
Termo inicial – a quo: marca o início da produção de efeitos.
Termo final – ad quem: marca o fim dos efeitos.
Art. 131: “O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição de direito.”
N.j com termo inicial diferido (adiado), constituem ara o titular um direito atual.
Art. 134 – n.j sem termo inicial (prazo) diferido. Efeitos imediatos. Coincidência entre celebração e início de efeitos: “Os n.j. entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.” – Ressalva final: bom senso.
Direito das obrigações – art.331 – tempo do pagamento: a vista/prazo/parcelamento: “Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode credor exigi-lo imediatamente.”
Tipos de termos:
Termo certo: certeza da ocorrência, certeza do momento,prazos em geral.
Termo incerto: certeza da ocorrência, mas não há certeza do momento. Ex: morte de alguém, término do semestre letivo.
Art. 132 – contagem de prazos: “Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. §1º se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogação do prazo até o seguinte dia útil. §2º meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. §3º os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência. §4º os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.”
Regra geral: exclusão do dia do começo, inclusão do dia do fim.
§1º - vencimento de dívida – feriado – prorroga até 1º dia útil.
§2º- meado do mês (15º dia).
§3º- prazos de meses ou anos: não se deve fazer a conversão em outro critério – vale o dia seguinte.
§ 4º- prazo em horas: contam de minuto a minuto. Não vale a regra geral.
Art. 133 – regra de interpretação: “Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.”
Prazos existem em favor do devedor – regra geral.
Ressalvas finais: pagamento antecipado (favorece o credor) favorece ambas as partes (ou uma, ou outra).
Art. 135 – aplicação subsidiária, ao termo das relativas à condição: “Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.”
Direito das obrigações:
Art. 397 – caracterização da mora – dies interpeht pro homine: “O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. P.ú. não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial” – não pagamento: caracterização automática da mora.
Caput: principal + multa contratual + juros moratórios.
P.ú: existe dúvida/incerteza sobre o prazo do devedor para cumprir a obrigação. A caracterização da mora depende da interpretação.
Condição – arts. 121 a 130:
Evento futuro e incerto (pode acontecer, ou não)
Art. 121: “Considera-se a condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do n.j a evento futuro e incerto.” - ...das partes... pode existir em nj unilaterais/testamento.
Morte de alguém: termo incerto. Com prazo: condição
Palavra “condição”: sentido técnico específico ≠ sentido lato (genérico). Ex: a condição (estado) de incapaz impediu a realização do negócio. Ex2: a escritura pública é condição (requisito) de validade do negócio.
Tipos de condição: 
1- condição suspensiva: 
Art. 125: “Subordinando-se a eficácia do n.j à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.”
N.j com condição suspensiva, constitui para o titular um direito futuro.
 sem efeitos efeitos
celebração do n.j advento da condição suspensiva
Ex: empréstimo gratuito de um ap. em Curitiba (comodato) se o comodatário passar no vestibular.
Comodato – art. 579: “O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
Condição resolutiva:
Art. 127: “Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o n.j, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.”
 efeitos.........................................
celebração do n.j advento da condição resolutiva.
Os efeitos cessam. O n.j se resolve.
N.j com condição resolutiva, constitui para o titular um direito atual. 
Ex: empréstimo gratuito de ap. em Curitiba, até o comodatário concluir o curso de Direito. Ex2: aquisição de veículo com financiamento. Alienação fiduciária em garantia. Mútuo empréstimo de coisa fungível.
Condições inválidas – arts. 122, 123 e 124:
Art. 123: “Invalidam os n.j que lhes são subordinados. I- as condições físicas ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; II- as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; III- as condições incompreensíveis ou contraditórias.”
I- as condições físicas ou juridicamente impossíveis (aplica o art. 124), quando suspensivas. A) impossibilidade física. B) impossibilidade jurídica. 
II- condições ilícitas. 
III- condições incompreensíveis ou contraditórias (quando priva o n.j de todos seus efeitos práticos. Quando descaracteriza a essência do n.j). 
I: condição impossível resolutiva aplica o art. 124: “Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível” - condição impossível resolutiva é considerada inexistente. O n.j subsiste como puro e simples.
II e III: tanto faz a condição ser suspensiva ou resolutiva.
Art. 122 – condições inválidas: “São ilícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o n.j, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.”
1- condições ilícitas. 2- condições ilícitas por equiparação. Ofensivas à ordem pública e aos bons costumes. Violação dos direitos de personalidade. 3- condições contraditórias. 4- condições que sujeitam o n.j ao puro arbítrio de uma das partes.
Classificação secundária:
Condições causais: evento da natureza, evento de 3º não vinculado ao n.j.
Condições potestativas: dependem da vontade da parte. 
2.1 simplesmente potestativas (plenamente válidas): passar no vestibular; campeão em torneio.
2.2 puramente potestativas (não valem): puro arbítrio de uma das partes – confirme o n.j no futuro.
Efeitos retroativos da condição:
1- condição suspensiva: regra geral: irretroatividade. 
- Exceção: art. 126 – condição suspensiva provoca efeitos retroativos – prevalece o comodato: “Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, dizer quando àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.”
2- condição resolutiva: 
Art. 128 – 2 possibilidades: “Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe, mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.”
1- com efeitos retroativos – 128, 1ª parte: os efeitos cessam e o n.j se resolve
 O inquilino sublocou partes do imóvel
 Locação de imóvel Condição resolutiva. O filho do locador voltar do exterior (desfaz ambos n.j – efeitos retroativos)
2- sem efeitos retroativos – 128, 2ª parte:
 pagamento de aluguel
Locação do imóvel condição resolutiva – retorno do filho
Art. 129 – implemento ou não implemento malicioso de uma condição: “Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.”
1ª parte: condição resolutiva
Comodato do ap. condição resolutiva – conclusão de curso - postergação proposital da conclusão
2ª parte: condição suspensiva
Comodato do ap condição suspensiva – o comodatário passa no vestibular – Falsificação de documento
Condição:
Art. 130 – legitimidade para defesa (atos de conservação) de direitos futuros eventuais: “
1- condição suspensiva: efeitos
Celebração do n.j condição suspensiva
2- condição resolutiva: Efeitos-------------os efeitos cessam
 Celebração do n.j condição resolutiva
Alienação fiduciária em garantia veículo financiado. Proprietário é o banco/adquirente uso/posse (condição resolutiva).Encargo – Modo – Arts. 136 e 137: típico de doações e testamentos.
Autor da liberalidade (doador/testador ) impõe uma obrigação a ser cumprida pelo beneficiário, caso ele aceite a liberalidade.
O encargo não é uma preço (uma contraprestação). 
3 razões: a pendência do encargo não impede a aquisição do direito. O valor econômico do encargo não tem relação necessária com o bem objeto da liberalidade. O autor da liberalidade não precisa ser (em regra não é) beneficiado pelo cumprimento do encargo.
Crítica ao art. 562 – doações onerosas: “A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida.”
Art. 136: “O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no n.j, pelo disponente, como condição suspensiva.”
Comparação entre: encargo – direito atual e condição suspensiva – direito futuro.
Ex: doação da rua x, se o donatário mantiver a creche para crianças.
Na dúvida: opta-se pelo encargo. Solução + favorável ao beneficiário.
Encargo – se o donatário falece antes do cumprimento, a obrigação transmite-se aos herdeiros (salvo se for personalíssimo) 
Obrigação - tem força coercitiva ≠ condição – evento futuro e incerto.
Força coercitiva do encargo – 2 opções:
	TIPOS DE OBRIGAÇÕES
	ENCARGOS:
	Obrigação de dar (pagar)
	Doação de casa – fazer doações
	Obrigação de fazer
	Doação de casa - instalação da creche
	Obrigação de não fazer
	Doação de casa – não dividir a casa
1- Exigir juridicamente o comprimento do encargo – ação de cobrança – ação cominatória, arts. 497 a 501.
Art. 553: “O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral. P.ú. se desta última espécie for o encargo, o m.p poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.”
Art. 553, p.ú – legitimidade do m.p (interesse geral – público)
2- Revogar a liberalidade – ação revocatória de doação por descumprimento do encargo – art. 562: “A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida.”
- caracterização da mora – art. 397: “O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.”
Divergência doutrinária :
Entendimento tradicional: a ação revocatória da doação é privativa do doador – art. 560: “
Entendimento + moderno: a ação pode ser proposta pelos herdeiros do doador – art. 560 não se aplica à ingratidão.
Art. 137 - encargos ilícitos ou impossíveis: “Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o n.j.”
1ª parte: o encargo é considerado não escrito. O n.j (doação) subsiste como pura e simples.
2ª parte – difícil aplicação: se o encargo for a razão determinante da liberalidade, o n.j inteiro não vale.
Vícios de vontade – do consentimento – arts. 138 a 157:
Plano de validade: vontade livre, consciente e de boa-fé.
Livre e consciente: quando falta, configuram-se os vícios de vontade. N.j anulável.
Boa-fé: quando falta, configuram-se os vícios sociais.
Vícios de vontade: má formação da vontade no n.j.
 Defeito na formação da vontade: ERRO, DOLO, COAÇÃO, ESTADO DE PERIGO E LESÃO.
Erro – arts. 138 a 144:
Falsa percepção da realidade. Ou ignorância, desconhecimento da realidade.
Art. 138 – 2 elementos: “São anuláveis os n.j, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.”
Erro substancial: se não existisse erro o n.j não se realizaria.
Erro escusável (desculpável): um equívoco que uma pessoa de diligência normal poderia ter cometido.
Divergência doutrinária:
Doutrina tradicional: presença dos 2 elementos.
Doutrina + moderna: desnecessidade do elemento escusabilidade. Princípio da boa-fé objetiva.
Art. 139 – classificação do erro: “O erro é substancial quando: I- interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais. II- concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante. III- sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do n.j.”
I- natureza (error in negocio); objeto (error in corpore); qualidade (error in substantia).
Natureza: confusão entre institutos jurídicos, comodato/locação, comodato/doação, penhor/alienação fiduciária em garantia.
Objeto: confusão entre modelos de veículos ou raça de animais.
Qualidade: confusão entre vidro/plástico, gesso/mármore, prata/ouro branco.
II- erro quando à pessoa a quem a vontade se dirige (não é só uma má escolha. A pessoalidade era essencial ao negócio). Direito da família – anulação do casamento por erro essencial – art. 1556/1557.
I e II: erros de fato.
III- erro de direito: compatibilidade com o art. 3º lindb: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.” Não é a rigor, alegação de ignorância da lei, mas uma má compreensão do seu conteúdo pela complexidade dos ordenamentos jurídicos atuais.
4 observações sobre o erro:
1- art. 140 – erro quanto ao motivo: “O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.”
Regra geral: irrelevância do motivo.
Exceção: falsidade do motivo – fundamento de anulabilidade – 2 requisitos: estar expresso como razão determinante
Art. 540 – doação em contemplação a merecimento do donatário: “A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou a encargo imposto.”
2- art. 141 – erro na transmissão interposta de vontade: “A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.”
Nada a ver com representação – contratos à distancia (internet), contratos celebrados por intermédio de núncio (mensageiro da vontade alheia já declarada).
3- princípio da conservação
Art. 142 – erro quanto à pessoa/coisa: “O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.”
Art. 143 – erro de cálculo: “O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.”
Art. 144 – convalescimento do n.j (restaurar/sanar) se a parte a quem a manifestação de vontade se destina (declaratário) concorda em retificar o n.j para que seja cumprido sem o equivoco: “O erro não prejudica a validade do n.j quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.”
4- distinção clássica entre erro – vício redibitório
Erro: vício de vontade – má formação da vontade – falsa percepção da realidade.
Vício redibitório - art. 441 – defeito oculto da coisa: “A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
A torna imprópria ao destino – diminui o seu valor – ação redibitória (desfaz) – ação de abatimento do preço “quanti minoris”. Ex: defeito depois de pegar o carro
Dolo – arts. 145 a 150:
Indução da parte em erro.
Expediente malicioso, ardil, para provocar na parte um equivoco.
Conceitualmente, o dolo não exige prejuízo.
Em regra, acontece nos n.j bilaterais. Excepcionalmente pode ocorrer em n.j unilaterais.
Distinção com fraude(termo genérico)
Duplicidade de regimes jurídicos. CC: “dolus bônus” – exageros retóricos, argumentos em vendas, inejuinidade. CDC: publicidade abusiva.
Classificação do dolo:
I- quanto à extensão:
1- dolo principal (essencial, determinante, causal): a indução da parte em erro, foi a razão determinante do n.j.
Art. 145 – anulabilidade do n.j: “São os n.j anuláveis por dolo, quando este for a causa.”
2- dolo acidental (secundário, incidental, dolus incideus): a indução da parte em erro, diz respeito a detalhes, a aspectos secundários do n.j. Ele seria realizado mesmo se não fosse a indução em erro.
Art. 146 – o n.j deixa de ser anulável/deve indenizar a vítima: “O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.”
II- quanto à atuação do agente:
1- dolo positivo (comissivo): ação propriamente dita, para induzir a parte ao erro. Construção do ardil (declaração inverídica/falsificação de documento)
2- dolo negativo (omissivo): abstenção maliciosa. Violação ao dever de informar. Violação ao princípios da boa-fé objetiva.
Art. 147 – apenas bilaterais – dolo omissivo precisa ser principal: “Nos n.j bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato u qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
3 aspectos – Dolo:
Art. 148 – dolo de terceiro: “Pode também ser anulado o n.j por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o n.j, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.”
 C terceiro autor do dolo
A carro à venda B vítima do dolo, induzida em erro
C- não ode ser proposto ou representante de A
Se A sabia ou deveria saber (tivesse conhecimento ou deveria ter) da conduta de C, o n.j é anulável.
Padrão de comportamento do homem médio
2ª parte: se A não sabia nem deveria saber do comportamento de C, o n.j subsiste
C- dever de indenizar os prejuízos causados a B
Art. 149 – dolo na representação: “O dolo do representante lega de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidamente com ele por perdas e danos.”
Não trata da anulabilidade do n.j
Trata apenas da responsabilidade civil (dever de indenizar)
1ª parte: representação legal (pais – filhos)
A(filho menor)representado B(pai)representante C outra parte
Falsificação dos documentos. Em regra: a responsabilidade civil é do representante (pai) – o representado só responde na medida do proveito que teve.
2ª parte: representação voluntária/convencional
Responsabilidade solidária – art. 275: “O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.”
Pois ambos respondem pela mesma ação, quem sofreu o dolo opta por quem processar.
Art. 150 – dolo recíproco: “Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo pra anular o negócio, ou reclamar indenização.”
Cada uma das partes, reciprocamente, tenta induzir a outra em erro.
Sanção civil: ambas perdem a possibilidade de anular o n.j ou pedir indenização – subsistência do n.j – princípio jurídico: “Nemo auditur propriam turpitudinem allegans” – ninguém pode se beneficiar da própria torpeza.
Distinção com simulação: encenação com 2 ou mais pessoas. Acordo de encenar e enganar 3º.
Coação – arts. 151 a 155:
Violência – tolhimento/supressão da liberdade na manifestação de vontade
1- violência física (vis absoluta): a vítima não chega a manifestar vontade. Caso de n.j inexistente.
2- violência moral (vis compulsiva): ameaça/constrangimento/intimidação – vício de vontade.
Art. 151 – paciente/coacto (vítima da coação): “A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. P.ú. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstancias, decidirá se houve coação”
Ameaça de dano – atual e grave
À pessoa do coacto/família/patrimônio
P.ú. À família – excepcionalmente a ameaça a terceiro não integrante da família.
Art. 152 – avaliação subjetiva – analisar as condições pessoais do coacto: “No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstancias que possam influir na gravidade dela.”
Art. 153 – não caracteriza coação: “Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.”
Ameaça de exercício regular de um direito
Simples temor reverencial (filhos – pais/fiel – autoridade religiosa)
Ameaça grave + temor reverencial: temor facilita a caracterização da coação.
Art.154- coação de terceiros: “Vicia o n.j a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a quem aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.”
A tira proveito C terceiro coactor B vítima do coacto
Se A tivesse ou devesse ter conhecimento da conduta de C.
Padrão de comportamento do homem médio.
N.j anulável.
Solidariamente responsáveis pelos danos causados a B.
Art. 155 – “Subsistirá o n.j, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a quem aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.”
Se A não sabia nem deveria saber da conduta de C.
O n.j subsiste
Efeito: C deve indenizar os prejuízos causados à vítima
Estado de perigo – art. 156: “Configura-se estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. P.ú. tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstancias.”
= Estado de necessidade – excludente de ilicitude, art. 188, II: “Não constituem atos ilícitos: os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido. A deterioração ou destruição de coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.”
Situação de risco à vida, à integridade física (dele, alguém da família).
O agente contrai obrigação exclusivamente onerosa. Ex: cheque emitido em hospital para garantir atendimento de emergência.
Recompensa oferecida para quem salvar a pessoa de uma catástrofe.
Lesão – art. 157: “Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.”
N.j onerosos e comutativos.
Significando desequilíbrio econômico entre as partes
Parte + forte – impõe – parte + fraca 
Age por necessidade econômica ou por inexperiência. Abuso de poder econômico
SS 1º - distinção clássica:
1- lesão: celebração do n.j ---- desequilíbrio econômico 
2- teoria da imprevisão – arts. 478 a 480
Resolução por onerosidade excessiva.
N.j por execução continuada ou diferida.
Equilíbrio econômico entre as partes.
Celebr do n.j cumprimento 2 anos N.j execução continuada
Celebração 2 anos entrega do bem N.j execução diferida
- Fato superveniente (extraordinário imprevisível): quebra o equilíbrio econômico entre as partes para que a uma delas o cumprimento do n.j se torne impossível ou extremamente oneroso.
3 observações:
1- histórico:
No Brasil: desaparecimento no contrato comercial. Ressurge no CC/2002. 
Compreensão subjetiva: análise de casa caso. Função social dos contratos – art. 421: “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.”
2 – distinção:
Lesão:desequilíbrio econômico. Parte + forte: atuar com indiferença/apatia. Aproveita-se da circunstancia.
Dolo: indução em erro
Coação: ameaça/constrangimento.
3 – CDC:
Art. 6º, V, CDC – princípios gerais de proteção: “São direitos básicos do consumidor: a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas.”
Modificação de cláusulas que estabeleçam prestações desproporcionais
Art. 39, IV, CDC – práticas abusivas: “É vedado ao fornecedor de produtos ou serviço, dentro outras práticas abusivas: prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços.”
Prevalece da fraqueza ou ignorância do consumidor. Exigir do consumidor vantagens excessivas.
Art. 51, IV, CDC: “São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade.”
Colocar o consumidor em desvantagem exagerada.

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